sábado, 26 de janeiro de 2008

Eu perco o chão, eu não acho as palavras...

Esse é o meu disco preferido dessa grande intérprete que o Brasil acolheu e aprendeu a amar, diretamente do Rio Grande do Sul! Adriana Calcanhoto! Nesse disco estão os clássicos da carreira da Adriana como Vambora, Naquela estação, Por isso corro demais, Maresia, Inverno, Mais feliz, Mentiras, Esquadros e Metade!

Curioso é que esse foi o primeiro disco da série Perfil (já comentada num post no mês passado) e foi um dos mais bem sucedidos dessa coletânea e da carreira da Adriana! Acredito que isso se deva ao fato de numa coletânea sempre sentimos falta de determinada canção, o que é quase unânime que nessa estão os clássicos até então da Adriana, que posteriormente regravou uma bela canção da dupla Claudinho e Buchecha, Fico assim sem você!

Adriana mostra em suas interpretações toda doçura de sua voz e todo profissionalismo que carrega! Dá seu toque em canções de Caetano, de Roberto, de jovem guarda e de Caymmi, ou até em suas belíssimas composições, além de vez por outra musicar algum poema de nossa literatura, como em Vambora, onde cita Cinza das horas de Manuel Bandeira e Dentro da noite veloz de Ferreira Gullar, o que proporciona um destaque no hall das grandes intérpretes contemporâneas da mpb!

Adriana prometeu disco com composições inéditas para 2008 e atualmente divulga o dvd Partimpim, onde canta música temática para um público muito exigente: as crianças! Já foi regravada por pessoas como Gal Costa e Maria Bethânia. E se a gente não acha as palavras para uma artista assim, o melhor é deitar e ouvir seus discos e se deliciar com suas lindas interpretações e composições como essa que segue a letra abaixo:
Esquadros
Adriana Calcanhoto

Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora eu quero chegar antes

Pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela (quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado, remoto controle

Eu ando pelo mundo e os automóveis correm para quê? As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado, eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro, eu canto para quem?

Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela (quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado, remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê? Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você? Eu acordei, não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela (quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado, remoto controle

Um forte abraço a todos!

4 comentários:

Anônimo disse...

Grande Everaldo !!!
Adoro Adriana Calcanhoto !!
Registrando presença....
James

Vinícius Faustini disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Também gostei muito de "encontrar" Adriana no teu blog. Ela é ótima, tem um estilo bastante diversificado e um toque de musicalidade ímpar.
A música Esquadros, que vc escolheu para ilustrá-la, é linda!

Beijos!

Anônimo disse...

Os posts estão ficando interessantes, com curiosidades que ilustram os textos.

Muito bom, bicho.

Fabiano Cavalcante
www.aplauso.zip.net