domingo, 6 de julho de 2008

Bate outra vez com esperanças o meu coração...

Angenor de Oliveira, o grande Cartola é um dos maiores nomes da música brasileira. Carioca, o poeta participou dos sambas da velha guarda da Mangueira, sendo um dos fundadores e responsável pela escolha do nome e das cores (verde e rosa) da escola. O universo de Cartola é ainda mais brilhante quando tratamos das composições. São mais de quinhentas canções, sozinho ou em parceria, com uma carga poética admirável.

Cartola cursou até o primário e nunca conseguiu entrar no mercado de trabalho. Fez bicos como pedreiro, pintor, lavador e vigia. Ganhou o apelido quando era pedreiro por usar chapéu para proteger os cabelos do cimento. Seu nome, na realidade era pra ser Agenor, mas um erro gráfico o deixou com o "n". E foi como seu fiel amigo Noel Rosa, que Cartola começou a vender sambas. Seu primeiro samba foi vendido a Francisco Alves. em 1928, Cartola e seus amigos fundaram a Mangueira.

Nas décadas seguintes teria presença constante nos discos dos principais cantores e artistas, como Pixinguinha. Chegou a se afastar da música e voltar a lavar carros, regressando ao mundo artístico na década de 50, pelas mãos de Sérgio Porto. Pouco tempo depois, se casa com Dona Zica, e ao lado dela compõem seus grandes sucessos como As rosas não falam, Nós dois, Tive sim, O sol nascerá, entre outros.

Curioso é que Cartola só veio gravar seu primeiro disco em 1974, já com 65 anos. Outros sucessos inesquecíveis do poeta são O mundo é um moinho, Ensaboa mulata, Preciso me encontrar, Cordas de aço, Acontece, entre tantos, reverenciados em homenagens feitas por Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Chico Buarque, Marisa Monte, Cazuza, Fagner, Gal Costa e Ney Matogrosso. Este último dedicou projeto de cd e dvd ao compositor. Ficamos com a letra do clássico brasileiro As rosas não falam:

As rosas não falam
(Cartola)

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

Um forte abraço a todos!

2 comentários:

James Lima disse...

Sou um profundo admirador da obra do Cartola. Essa canção As Rosas Não Falam é demais...

Um abraço

Anônimo disse...

Lindo post sobre Cartola. Eu admiro e gosto muito de suas composições, mas conhecia pouco sobre a sua história. Achei essas breves palavras muito expressivas, pois descreveram um homem que se tornou tão importante na história da música popular brasileira, sem deixar de mencionar sua origens.

Beijos