quinta-feira, 31 de julho de 2008

E se os pagantes exigirem bis...

Eduardo de Góis Lobo, ou simplesmente Edu Lobo é mais um grande nome da música brasileira. Pernambucano, filho do compositor Fernando Lobo, começou tocando acordeão e depois migrou para o violão. Apesar de mudar-se para o Rio, sempre passava férias escolares em Recife, acolhendo as influências das duas capitais.

Cursou Direito e já no início dos anos 60 frequentava o famoso Beco das Garrafas assistindo aos shows de João Gilberto, onde também conheceu Vinícius e compôs sua primeira letra - Só me fez bem. Vinícius também escreveu na contra-capa de seu primeiro compacto com composições só suas em ritmo de Bossa Nova. Com o passar do tempo adotou uma postura mais político-social, sobretudo durante o regime militar como podemos observar em composições como Canção da terra, Reza e Aleluia. Paralelo, participava dos Festivais, vencendo em 1965 com Arrastão (dele e de Vinícius) e em 1967, com Ponteio ( com Capinam). Elis imortalizou Arrastão e também Upa neguinho.

Edu também tem uma parceria marcante com Chico Buarque, com quem compôs vários clássicos da música brasileira como Beatriz, A bela e a fera, A moça do sonho, Bancarrota Blues, Choro bandido, Ode aos ratos, Sobre todas as coisas, Valsa brasileira, entre outras, além de várias trilhas para peças teatrais, se tornando por excelência um dos maiores nomes da música brasileira nesse ramo.

Edu sempre afirmou que uma de suas maiores influências foi o Tom Jobim, que fez um belíssimo arranjo para Choro bandido. Já foi regravado por diversos intérpretes como Simone, Milton Nascimento, Gal Costa, Gilberto Gil, Zizi Possi, Martinho da Vila, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Maria Bethânia, entre outros. Ficamos com a letra de Beatriz, uma das mais difícies em termos de interpretação e que o Milton Nascimento a deixou definitiva em sua leitura:

Beatriz
(Edu Lobo e Chico Buarque)

Olha Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Noites tropicais

Música é um assunto que fascina a muitas pessoas! Na realidade é uma das paixões do ser humano desde muitos séculos. Há quem defina a canção como seu criador! A música é a forma sonora divina!

A nossa literatura, a meu ver deixa a desejar nesse tema! O assunto Música do brasileira é algo bastante vasto, apaixonante e instigantes. Alguns dos nossos principais artistas já contam com biografias, mas é um número pouco expressivo. Sem falar que alguns também enveredam pelo lado da arte e escrevem livros, muitas vezes com outros temas que fogem à canção ou estão totalmente atrelados a ela! É o caso do Chico Buarque e do Caetano Veloso, por exemplo que escreveram entre outros Tantas palavras e Verdade tropical, respectivamente.

Um dos principais nomes nesse contexto é o Nelson Motta. Recentemente lançou uma biografia do Tim Maia, de quem era amigo e participou de muitas passagens em sua vida! E um de seus livros favoritos é o Noites Tropicais, lançado em 2000, que reune grandes nomes e passagens do nosso cenário musical desde a década de 60 até dias atuais. Nesse livro, Nelson, que também é compositor, vide Como uma onda, De repente Califórnia e Sereia com Lulu Santos, aborda passagens particulares de sua vida e de muitos astros, como a época dos festivais, seu encontro com João Gilberto e com Chico Buarque, sua relação com Elis Regina e Marisa Monte, o show emoções do rei Roberto em Cachoeiro, seus shows com o Tim, as Frenéticas, Bossa Nova, Jovem Guarda, Tropicália, Novos Baianos, etc.

E vamos torcer para que mais e mais críticos, escritores e cultos resolvam enriquecer ainda mais nossa biografia musical como vez por outra faz o Nelson Motta como nessa obra prima citada!

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de julho de 2008

O negócio é amar...

Em ano de comemoração pelos 50 anos da Bossa Nova, esse ritmo brasileiro tão famoso no mundo todo, nada como homenagear mais um de seus precursores: Carlos Eduardo Lyra Barbosa, ou simplesmente Carlinhos Lyra. Carioca, cantor, compositor e violonista, Carlinhos tem uma obra fascinante e seu nome é facilmente atrelado à Bossa Nova. Fazia parte da turma que frequentava o apartamento da Nara Leão, juntamente com Roberto Menescal, Edu Lobo, Ronaldo Bôscoli, entre outros.

Desde pequeno compunha, cantava e tocava em festinhas e a partir de 1954 começou a participar dos festivais, tendo sua primeira canção gravada em disco por Silvinha Teles em 1955, a canção Menina. Sua carreira se firmou após João Gilberto gravar seu Lp Chega de Saudade em 1959, que continha três composições suas: Maria ninguém, Lobo bobo e Saudade fez um samba. Nesse mesmo ano gravou seu primeiro disco intitulado de Bossa Nova.

São muitas canções imortalizadas por grandes intépretes como João Gilberto, Nelson Gonçalves, Julio Iglesias, Fábio Jr., Fagner, Gal Costa, Fafá de Belém, entre tantos que já gravaram canções suas como Maria Ninguém, O barquinho, O negócio é amar, Minha namorada, Coisa mais linda, etc.

E entre peças teatrais, songbook e shows, Carlinhos Lyra segue apresentando sua musicalidade presente em parcerias com Vinícius de Moraes, por exemplo, onde em seus shows conta a história da canção Minha namorada, quando o poeta chegou com a letra para essa canção já pronta e quando começou a tocar na música que tinha mostrado, havia uma incoerência. Detalhe: a letra era de Garota de Ipanema, que o Vinícius logo retrucou: "Não, essa daí fiz para o Tonzinho, essa é aqui é a sua". E surgiu mais um clássico da nossa música.

A letra com a qual ficaremos hoje foi escrita por Dolores Duran e musicada anos depois, em 1983 por Carlinhos e imortalizada pelo dueto Nelson Gonçalves e Fafá de Belém:

O negócio é amar
(Carlinhos Lyra e Dolores Duran)

Tem gente que ama, que vive brigando
E depois que briga acaba voltando
Tem gente que canta porque está amando
Quem não tem amor leva a vida esperando

Uns amam pra frente, e nunca se esquecem
Mas são tão pouquinhos que nem aparecem
Tem uns que são fracos, que dão pra beber
Outros fazem samba e adoram sofrer

Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champagne, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça

Tem homem que briga pela bem-amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece

Amores à vista, amores à prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais
Mas jura sabendo que não é capaz

Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à bessa pra gente falar
Mas não interessam o negócio é amar

Um forte abraço a todos!

sábado, 26 de julho de 2008

Tim Maia pra sempre ao vivo

Graças a Deus decidiram reeditar esse presente para os fãs do eterno síndico. O dvd que traz o Tim Maia no show de virada de ano em 1997, (ele foi viu?) é um registro fiel de um dos últimos shows apresentados pelo Tim para nós, para sempre!

Gravado no antigo Metropolitan, no Rio de Janeiro, o show traz os grandes clássicos da carreira do Tim, imprescindíveis em qualquer show seu, juntamente com a afinadíssima banda Vitória-régia que o acompanhava em suas apresentações. O show começa com Telefone para em seguida a platéia se debruçar em Primavera e Azul da cor do mar, canções mais tocantes de seu repertório. O balanço Tim vem no medley Meu país-Chocolate-Não quero dinheiro.

Em seguida apresenta uma canção falando de família, com um breve discurso introdutório para Essa tal felicidade.E o swing volta com Vale tudo, Se me levam eu vou e Gostava tanto de você, levantando a platéia. É nesse ritmo que o show desfila seus clássicos Você, Como uma onda e a fossa Me dê motivo, com direito a declamações dor-de-cotovelo, mas com o humor Tim Maia. E mais swing em A festa do Santo Reis, Você e eu eu e você e Do leme ao Pontal que não deixam ninguém parado.

O show é intercalado com depoimentos rápidos do Tim. Paixão antiga é declarada aos apaixonados e o show se encerra com Sossego e Não quero dinheiro, agora completa. Tim regressa ao palco pra mandar ver em Um dia de domingo e Vale tudo, novamente.

É um show para matar as saudades do Tim e de seus eternos clássicos! Um artista e um balanço ímpar na música brasileira registrado em um dvd que faz parte de todo bom colecionador que admira o eterno síndico da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Os compositores do Brasil - 5

A série Os compositores do Brasil traz hoje uma artista que já vendeu milhões de discos, porém, poucos a conhecem, pela nossa má divulgação em relação aos nossos primorosos compositores. Trata-se de Isolda Bourdot, ou simplesmente Isolda, que começou compondo com seu irmão Milton Carlos, quando desde criança brincavam de compor canções para seus teatros de bonecos.

Após participar de alguns festivais, Milton gravou seu primeiro disco, o que abriu as portas para a dupla de compositores. Os dois também trabalhavam em estúdio fazendo vocal e foi numa dessas oportunidades que enviaram uma canção, via Eduardo Araújo para o rei Roberto Carlos. Amigos, amigos foi gravado em 1973 pelo rei e foi essa a mola mestra para a carreira de composição de Isolda. E seguiu compondo com o irmão até o trágico acidente que o levou ao andar de cima em 1976. Isolda continuou compondo sozinha ou com alguns parceiros como Eduardo Dusek e Joanna. E foi compondo sozinha que fez o seu maior sucesso, imortalizada também pelo rei da música brasileira - Outra vez, já regravada por diversos outros intérpretes da música nacional e até internacional como Peppino di Capri e Ray Conniff.

E já foram muitos sucessos gravados pelo rei e por grandes nomes da música brasileira como Alcione, Simone, Roberta Miranda, Maria Bethânia, Ângela Maria, Agnaldo Rayol, Emílio Santiago, Nelson Gonçalves, Chitãozinho e Xororó, Sérgio Reis, entre tantos que já divulgaram sucessos como Amigos amigos, Jogo de Damas, Elas por elas, Depois de você, Um jeito estúpido de te amar, Outra vez, Tente esquecer, Como é possível, De coração pra coração, Pelo avesso, Pior é que eu gosto, Você precisa saber das coisas, etc.

Ficamos com a letra de Pior é que eu gosto, mais uma grande criação imortalizada por Alcione e o registro dessa singela homenagem a essa grande compositora, grande artista que o Brasil não esquece de repetir seus versos de forma apaixonada "Outra vez":

Pior é que eu gosto
(Isolda)

De repente é mais uma vez
Que voce me procura eu nem acredito
Esse tipo de amor qualquer dia
Me leva à loucura eu já não duvido

Eu não sei se o que eu fiz
Foi pior do que você me fez
As palavras doeram tão fundo
Que eu disse prá mim é a ultima vez

Mas teu corpo, teu cheiro, teu gosto
Tem qualquer mistério que mexe comigo
Você chega me pega de um jeito
Me tira do sério parece um castigo

Hoje eu digo que não volto mais
E amanhã ou depois eu aposto
Se eu não te procurar, você vem me buscar
E o pior é que eu gosto

Não dá, você não vai mudar
E se eu me aborreço não sei segurar
Sei lá, se é voce ou sou eu
Só que um sem o outro não pode ficar

Hoje eu digo que não volto mais
E amanhã ou depois eu aposto
Se eu não te procurar, você vem me buscar
E o pior é que eu gosto

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Um chopp pra distrair...

Paulo Diniz é mais um grande nome pernambucano a brilhar no cenário nacional com suas interpretações e, sobretudo, suas inesquecíveis composições. Desde os anos 60 que Paulo está na estrada. Começou atuando como crooner, locutor e ator de rádio. Sua primeira gravação aconteceu em 1966 com O Chorão.

Em 1970 lançou dois lps e iniciou sua dedicação à musicar poemas da nossa literatura como E agora José, de Carlos Drummond de Andrade, que se surpreendeu ao ouvir sua poesia cantada: "Eu não sabia que tinha uma poesia tão linda", afirmou o autor. Outros poemas musicados foram Definição do Amor de Gregório de Matos, Versos íntimos de Augusto dos Anjos, Essa Nega Fulô de Jorge de Lima e Vou me embora pra Pasárgada de Manuel Bandeira.

E é com suas composições, interpretadas por grandes nomes da música brasileira como Clara Nunes, Emílio Santiago, Simone, Kid Abelha entre outros que se tornou mais popular com sucessos como Pingos de amor, Canoeiro, Lugar comum, Quero voltar pra Bahia, Um chopp pra distrair, Vou me embora, entre outras.

Assisti ano passado a uma apresentação do Paulo. Ele é um grande músico e muito prestigiado. Humilde e talentoso não deixou a platéia sem cantar alguma de suas canções! É mais um músico do qual os brasileiros têm que se orgulhar por sua luta constante em divulgar canções tão lindas país afora!

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de julho de 2008

Debaixo de sete chaves

Amigo é pra se guardar do lado esquerdo do peito, como diz a canção do Milton. E a música brasileira traz um sentimento muito fraternal que reverencia o dia de hoje, a amizade. Vamos relembrar algumas das canções que tratam desse tema e seus mais variados intépretes!

O rei Roberto e seu parceiro, o tremendão Erasmo protagonizaram um dos temas mais fascinantes da música brasileira que se tornou um verdadeiro hino para o dia que comemoramos hoje. A canção Amigo de 1977 foi interpretada até pelo Papa João Paulo II e se tornou conhecida no mundo inteiro. Antes disso, Roberto e Erasmo também já mandavam ver nesse tema, desejando Um milhão de amigos na canção Eu quero apenas. O rei também deu um banho de elegância com a Maninha Bethânia na interpretação de Amiga em 1982, provando que pode existir amizade entre sexos opostos. Em 1984, Robertão gravou com o Balão Mágico outra canção que enfatizava a amizade: É tão lindo. Em 1995 gravou Amigo não chore por ela, um conselho sentimental e fraternal a qualquer companheiro que sofre por amor. Em 2005, num dueto com Chitãozinho e Xororó, gravou Arrasta uma cadeira, onde os três protagonizaram amigos de bar a falar sobre seus amores.

O mundo sertanejo sempre se mostrou amigo dos demais. É o que se comprova no programa Amigos apresentado na década de 90 pelas três principais duplas sertanejas e seus convidados. E os amigos se encontram para aconselhar em casos amororos, como em Dois amigos, tema que Zezé di Camargo compôs e gravou com Julio Iglesias.

Amigo é pra estas coisas, como já disse o Aldir Blanc. Mas, a turma do rock nunca quis muito ser apenas amigo, como observamos na canção Pra dizer adeus dos Titãs "Não quero ser só mais um amigo..." ou com Cazuza em Preciso dizer que te amo "Nessa novela eu não quero ser um amigo, que amigo!". Já Caetano Veloso parecia levar numa boa suas amizades com Tá combinado: "Então tá combinado é quase nada, é tudo somente sexo e amizade..." Fábio Jr. interpretou que poderia ser o amor e o melhor amigo ao mesmo tempo: "Serei seu melhor amigo" em Seu melhor amigo. O mundo do samba também exala amizade. Basta ouvir Jorge Aragão com a deliciosa Doce amizade.

Canções e brincadeiras a parte, hoje é um dia para se comemorar. Quem tem amigos, tem tesouros, tem crédito na praça! Tem Deus no coração e alguém para compartilhar seus sentimentos e ser feliz, afinal como já disse Tom Jobim, "É impossível ser feliz sozinho". A amizade é uma das mais bonitas formas de amor e numa homenagem aos amigos do Blog Música do Brasil ficamos com Canção da América do Milton, um verdadeiro hino ao amor e à amizade:

Canção da América
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi

Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Um forte abraço a todos e feliz dia da amizade!

sábado, 19 de julho de 2008

Rita Lee Acústico MTV

Hoje vamos falar sobre mais um primoroso trabalho que a música brasileira tem o privilégio de desfrutar - Acústico MTV de Rita Lee. A rainha do rock nacional gravou seu desplugado em 1998, num show inesquecível sob a produção do seu maestro e esposo Roberto de Carvalho e com a participação de músicos convidados como Oswaldinho do Acordeom e Armandinho, maestros Rogério Duprat e Eduardo Souto Neto, e cantores como Cássia Eller, Titãs, Paula Toller e Milton Nascimento.

O show é um desfile de clássicos da Rita que abre o espetáculo com Agora só falta você, seguida de Flagra, Doce vampiro e Jardins da Babilônia. A primeira convidada é chamada ao palco, Cássia Eller que brinca com a Rita antes de começarem o dueto em Luz del Fuego. O show prossegue com uma interpretação arrasadora para Balada do louco, com Armandinho no Bandolim (também em Ovelha negra) e, na sequência, uma homenagem a Raul Seixas com Gitã, um de seus grandes clássicos. Alô! Alô! Marciano traz arranjo e interpretação que dispensam comentários e, até aquele brinquedinho de imitar pássaros é utilizado em solo pela própria Rita!

A segunda convidada da noite é a Kid Abelha Paula Toller em Desculpe o auê, tendo um solo de acordeom com Oswaldinho (Também em Nem luxo, nem lixo). Na sequência Eu e meu gato e O gosto do azedo, uma canção que fala do vírus HIV, com um arranjo de Rogério Duprat, eterno maestro da Tropicália. Papai me empresta o carro traz a banda Titãs nos vocais em mais um dueto desse trabalho. Em homenagem ao ano de 1998, que teríamos a Copa do mundo e eleições presidenciáveis, Rita apresenta M Te Vê, num deboche à Rita Lee. Um trecho de Caso sério, que infelizmente não constou na lista de clássicos, assim como Baila comigo, que poderíamos considerar uma grande ausência. Coisas da vida e Nem luxo, nem lixo preenchem a sequência.

Por fim, o último convidado da noite vem para um dueto de arrepiar e marcar de vez a música brasileira: Rita Lee e Milton Nascimento em Mania de você, sob o piano de Roberto de Carvalho e arranjo de Eduardo Souto Neto. Pra finalizar a noite Lança perfume e Ovelha negra, encerrando com clássicos, como começou. Ainda temos Obrigado não, que juntamente com o trecho de Caso sério, consta apenas no dvd.

Nas fotos, capas do dvd e cd, respectivamente. Rita sempre apresenta bons trabalhos, suas canções se firmam como sucessos e seria demais cobrar canções ausentes nesse projeto, porque quase todas de seu repertório se tornaram clássicos, provando que ela levou nosso sorriso e no sorriso dela, nosso assunto! E viva a Rainha do rock nacional!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Puro êxtase...

Recentemente falamos do Cazuza, um dos grandes fundadores dessa banda, da qual agora falaremos após sua saída em 1985. O Barão Vermelho passou a ter um novo vocalista, o Roberto Frejat, mas a história da banda continua a plantar e colher sucessos no rock nacional e no público cativo conquistado desde a passagem do Cazuza. Após momentos de turbulências, o Barão se eecontra com o sucesso a partir de 1988 com vários prêmios conquistados.

Além de trocar de vocalista, mais tarde, em 1990 troca de baixista, Dé foi substituído por Dadi, ex-novos baianos e a cor do som, que mais tarde também deixaria o barão para a entrada de Rodrigo Santos que permanece até hoje. Ainda em 90, ganha os prêmios Sharp e Hollywood Rock como melhor banda de rock e gravam a faixa O poeta está vivo em homenagem a Cazuza.

São mais de 23 anos de carreira e 15 cds que mostram porque o Barão se mantém na grife das grandes bandas de rock nacional. Hits inesquecíveis como Declare guerra, Por que a gente é assim, Quem me olha só, Pense e dance, Torre de babel, Billy Negão, Por você, O Poeta está vivo, Supermercados da vida, Malandragem dá um tempo, Quando, Um índio, Tente outra vez e Puro Êxtase. Sem falar so sucessos da época do Cazuza como Bete Balanço, Menor abandonado e Todo amor que houver nessa vida.

Frejat também se destaca em projetos paralelos ao grupo como em 1994, reuniu os grandes nomes do rock para gravar o disco Rei, em homenagem ao repertório de Roberto e Erasmo. Também participou dos acústicos de Gal Costa e Zé Ramalho, ambos em 1997.

Em agosto de 2005, o Barão Vermelho subiu ao palco do reformulado Circo Voador para gravar o seu primeiro DVD, dentro do projeto MTV ao Vivo. No repertório do CD e DVD estão clássicos do grupo e um elemento surpresa do Barão MTV ao Vivo que ficou por conta da dobradinha virtual, entre Cazuza e Frejat – este interpretando pela primeira vez - na canção “Codinome Beija-Flor”, de Cazuza e Ezequiel Neves, escolhida como música de trabalho deste novo CD. E segue país afora mostrando porque seus shows e sucessos são sempre puro êxtase...

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de julho de 2008

A paz invadiu o meu coração...

A paz invade todo coração que se delicia em prazer ao som de João Donato. Esse grande músico, compositor e cantor brasileiro que é patrimônio da nossa história musical. João Donato de Oliveira Neto é natural de Rio Branco, no Acre. Seu primeiro instrumento foi o acordeom, onde com oito anos já compôs sua primeira canção, a valsa Nini. Aos 11 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro onde construiria sua história e da música brasileira com seu inigualável talento. Chegou a participar do programa Ary Barroso, sem obter êxito. Aos 15 anos já era músico profissional como artista da noite. Sua primeira gravação em disco aconteceu como integrante da banda do flautista Altamiro Carrilho, tocando acordeom.

Seu pai era piloto de avião e para a direção de seu primeiro lp, foi escalado um certo Antônio Carlos, que mais tarde se tornaria nome de aeroporto. Ele mesmo, o Tom Jobim que mandou ver um repertório para decolar: No rancho fundo, Carinhoso, Baião estavam no disco. Outro fato curioso é que João Gilberto afirmou tirar a batida de violão mais famosa desse país e que deu origem a Bossa Nova ouvindo o piano de Donato. Em 1972, aconselhado por Marcos Valle e Agostinho dos Santos, Donato grava seu primeiro disco como cantor com grandes parcerias e até uma inédita de Dorival Caymmi. E a partir daí, forma-se mais um grande nome musical, marcante no repertório da boa música brasileira.

Como músico Donato já tocou e gravou com muita gente. De João Gilberto e Tom Jobim até Marisa Monte e Roberto Carlos, esse último pouco se sabe, mas começou cantando na noite acompanhado do piano do Donato, quando ainda cantava Bossa Nova a João Gilberto. Parcerias nas composições são ainda mais populares. Donato já compôs com diversos nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Martinho da Villa, Cazuza, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes, Aldir Blanc, Abel Silva, Geraldo Carneiro, entre tantos. Dessas parcerias, sucessos presentes como A paz, A rã, Brisa do mar, Cadê você, Naquela estação, Nua idéia, Um dia desses, entre tantas.

Dizer que João Donato é um grande nome da música brasileira é chover no molhado. Mas, em tempos de comemoração da Bossa Nova e sempre que quisermos enaltecer grandes nomes de nossa música, sobretudo os instrumentistas, não podemos esquecê-lo, nem tão pouco de suas "Leilas", suas eternas canções que ficam em nosso cotidiano guardada no compartimento boa música.

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de julho de 2008

Marisa Monte é mais, muito +++

Em 1991 Marisa Monte lançou o álbum Mais, o segundo de sua carreira. Produzido por Arto Lindsay, Marisa que já se destacara como cantora, agora mostra seu lado compositora ao lado de parceiros como Nando Reis e Arnaldo Antunes, o que já se pode confirmar na faixa de abertura - Beija eu, parceira com Arnaldo e Arto, que viria a se tornar um clássico na obra da Marisa. A segunda faixa é de Arnaldo, Volte para o seu lar revela o eterno lado Titãs desse grande compositor e músico.

A terceira canção tornou-se mais um clássico imprescindível nos shows da Marisa: Ainda lembro é uma das canções mais lindas da música brasiliera, explorada ao máximo pelos cantores da noite e aqui, Marisa divide os vocais com os arranjos mais que sofisticados do Ed Motta. O disco segue com De noite na cama, canção de Caetano Veloso que o Tremendão Erasmo Carlos importalizou décadas atrás.

Marisa também explora seu lado de intérprete com Rosa, clássico de Pixinguinha. É a hora de alguém dizer: "Mas, como é ousada essa moça"! Mas, é mesmo e com muito êxito, como podemos observar no resgate do folclore nordestino Borboleta, com a participação dos violões de Robertinho do Recife. E mais um clássico de Cartola - Ensaboa, também é interpretado com classe por essa diva. Os ares Titãs também aparecem em Eu não sou da sua rua, parceria de Arnaldo com Branco Melo. E nessa onda Titãs, encontramos mais um clássico da Marisa em Diariamente de Nando Reis, uma letra incrível, recomendações para o cotidiano brasileiro.

Um disco cheio de clássicos, canções do repertório da Marisa que ficaram na memória do brasileiro como Eu sei (Na mira), da autoria da cantora, para reafirmar a grande intérprete e agora também grande compositora. O disco se encerra com Tudo pela metade e Mustapha, parcerias com Nando Reis. Eu não só poderia dizer que é esse um dos melhores trabalhos da Marisa como fiz quando falei de Memórias, crônicas e declarações em 23/12/2007, porque acabo me convencendo que todos os trabalhos da Marisa são melhores, divinos, perfeitos e nós somos abençoados com essas canções e interpretações sublimes...

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de julho de 2008

O Reino Encantado de Daniel

Hoje estamos diante de uma das pessoas mais humildes da música brasileira, o romântico Daniel. Nascido no interior de São Paulo, na cidadezinha de Brotas, José Daniel Camillo é hoje um dos grandes nomes do cenário nacional. Desde os cinco anos, já ensaiava seus primeiros acordes de violão e mais tarde chegou a tocar com seu pai e maior influenciador, Sr. Camillo nos bares e praças de sua cidade.

Anos depois, já particiopando dos festivais locais, conhece José Henrique dos Reis, o João Paulo, com quem fez uma bem sucedida dupla sertaneja. Os dois trilharam circos, festas e festivais e gravaram seu primeiro disco em 1985. Com muito trabalho e divulgação, a dupla tornou-se conhecida no Brasil inteiro com sucessos como Estou apaixonado, Eu me amarrei, Te amo cada vez mais, Que dure para sempre, entre outros.

Até que em 1997, o destino separou a dupla e levou João Paulo para outro plano. Daniel, mesmo muito triste, continuou seu caminho com o apoio de seus amigos e sobretudo de seus fãs, espalhados pelo país inteiro. Uma carreira solo bem sucedida, discos, projetos e sucessos rodearam o menino de Brotas. São sucessos inesquecíveis Adoro amar você, Declaração de amor, Dengo, Pra falar a verdade, Nossa Senhora, Canção da América, Os amantes, Quando o coração da gente se apaixona, Só seu amor não vai embora, Vai dar samba, etc.

Daniel não é apenas mais um cantor neo-sertanejo como muitos adoram discriminar. Ele une o romântico ao sertanejo moderno sem esquecer as raízes desse movimento como podemos observar no projeto Meu Reino Encantado, onde interpreta só clássicos sertanejos como Tocando em frente e Moreninha Linda, por exemplo. Destacou-se na interpretação de Chão de estrelas no show da música do século em 1999 e já gravou com artistas como Julio Iglesias, Chitãozinho e Xororó, Almir Sater e Tinoco, entre outros. É um exemplo a seguir como ser humano com projetos beneficentes de se tirar o chapéu. Sem dúvida, entre Daniel e seus fãs É difícil não falar de amor, como diz seu mais recente trabalho!


Um forte abraço a todos!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

É, eu também canto!!!

Amigos, hoje estou completando 28 anos e quero dividir com vocês essa alegria, com um post especial, onde concedo uma entrevista ao grande jornalista e grande amigo Vinícius Faustini. E, com esse post, quero homenagear a todos os cantores locais, anônimos, que animam os eventos, festas, shopping ou bares noturnos, muitas vezes passando despercebidos e nem recebendo o que é mais gratificante: a segunda voz da platéia em côro e o aplauso. O Brasil é rico em cantores da noite! Muitos dos artistas que conhecemos hoje, tiveram a noite como a melhor escola.

Conversamos sobre Música, Roberto Carlos e sobre o Blog Música do Brasil! Acima, uma foto de uma das minhas singelas apresentações em um evento na escola, onde ensino. É tudo muito simples, mas vale o registro de um momento lindo com o qual sempre sonhei! A todos, muito obrigado por compartilhar comigo essas emoções nesse espaço onde tanto aprendo!

A Entrevista

Vinícius Faustini - Qual a primeira lembrança musical que você se recorda de ter?
Everaldo Farias - Bom, a primeira lembrança que tenho é de ver meu pai ouvindo o disco do Roberto Carlos que tem a canção "Caminhoneiro” (lançada no LP de 1984). Eu tinha 4 anos e decorei toda a letra. Ficava cantando e imaginando meu pai dirigindo o caminhão, pois ele era caminhoneiro na época. A música é a melhor herança que meu pai me ensina a abraçar!

Vinícius Faustini - Após esta primeira "audição" você passou a gostar bastante da obra de Roberto Carlos. E a ligação com a música dele também se estendeu às suas preferências musicais? De gostar mais do cancioneiro romântico, por exemplo.
Everaldo Farias- Sim, eu ainda era criança, mas a cada ano eu gostava de alguma canção do Roberto. Eu me apaixonava pelas meninas da escola e para cada uma, eu pensava numa canção do Roberto. Aos 11 anos, eu me defini como fã. Na época eu só gostava dele, depois fui gostando dos outros artistas, observando sobretudo os convidados dos especiais de final de ano da Globo.

Vinícius Faustini - E quando você, mesmo sob o "disfarce" de professor, decidiu expor suas opiniões musicais num blogue? E por que especificamente sobre Música Popular Brasileira?
Everaldo Farias - Olha, a idéia do blogue surgiu logo após o (site dedicado a Roberto Carlos) Portal Clube do Rei. Eu sempre escrevi la. Adiei um pouco a idéia do blogue por receio do que faria, se gostariam... Mas, optei por falar da música brasileira porque é uma paixão que tenho e não queria deixar específico ao Roberto, que ja temos outros blogues referências para ele. Mas, foi algo que nem eu mesmo sabia como fazer e que dimensões tomaria.

Vinícius Faustini - E que dimensões você acha que tomou?
Everaldo Farias - Não sei bem definir, Vinícius. Eu gosto de pensar algo sobre música e escrever. Sobre os artistas que tanto aprecio. Alguns artistas nem aprecio tanto, mas reconheço a importância de todos e isso me faz pesquisar e deixar uma pequena contribuição para eles. Escrevo também sobre os discos que escuto e que gosto e que desejo recomendar para alguns que, de repente, nem conhecem tal obra. Minha pretensão é compartilhar opiniões e colher outras, não apenas expor a minha.

Vinícius Faustini - Na apresentação de seu blogue, há uma foto sua ao lado de uma estátua em homenagem a Luiz Gonzaga. Você acredita que ele seja um referencial para a Música Popular Brasileira?
Everaldo Farias - Sem dúvida alguma. Eu gosto muito do Luiz Gonzaga. Ele não teve formação musical acadêmica, mas é muito inteligente. Seu repertório prova isso. Aprendeu com a vida, cantou sua terra. Emociona todo ano, durante as festas juninas, quando todos os artistas o reverenciarem, cantando seu repertório. Ele, como o Roberto, conquistou o prazer de ser inesquecível e isso não é legal? Uma vez um amigo me perguntou porque ao invés da estátua do Luiz Gonzaga, não estava lá a do Chico Buarque, eu respondi: porque não encontrei a estátua do Chico. Mas, é claro que é brincadeira, porque gosto muito do Gonzagão.

Vinícius Faustini - É, daí vai a questão do gosto pessoal. Aliás, seu blogue abre espaço a vários estilos da música brasileira - da "sigla" MPB de Chico Buarque ao "neo-sertanejo" da dupla Chitãozinho & Xororó, do forró de Dominguinhos ao pop do Jota Quest. Mas dentre esses muitos artistas abordados lá, você tem algum que goste de ouvir com mais freqüência?
Everaldo Farias - Meu gosto é eclético, como o que escrevo. Curto todos, nem que seja um pouco de cada um, sobretudo a música romântica que todo artista apresenta. Eu curto todo o repertório do Roberto. E sou fascinado pelo instrumental do Eduardo Lages, porque atualmente eu aprendo teclado, para me acompanhar nos meus pequenos shows. Então, tem dias que acordo com vontade de ouvir Emílio Santiago, outro dia Cauby, ou Nando Cordel, ou Adilson Ramos. Tem dias que quero ouvir Zeca Pagodinho. Ou Chico Buarque ou Tom Jobim. As cantoras, então! Vou de Marisa Monte, ou quero ouvir Gal ou Bethânia, Ângela Maria, enfim, nossa música brasileira é abençoada!

Vinícius Faustini - Bom, além de já apreciar, ouvir música, de uns tempos pra cá você aprendeu a tocar canções, e até mesmo em público. De onde veio esse interesse, e como tem sido a repercussão das pessoas que te ouvem?
Everaldo Farias - Eu desde os 11 anos, quando me tornei fã do Roberto, eu canto, no banheiro. Rsrs. Eu tinha vontade de cantar, pensava em ser como o Roberto. Usava as cores das roupas dele. Cheguei a usar um medalhão do coração de Jesus. Mas, tinha muita timidez porque o pessoal ria muito dessa extrema identificação. Amor de fã só é compreendido pelo fã. Mas, um fato curioso é que todo mundo sabia que eu cantava, mesmo sem me ver cantar, acho que imaginavam eu imitando o Roberto. E realmente, muitos dizem que lembro um pouco, talvez o timbre de voz. Mas, não busco imitá-lo, é apenas identificação mesmo. O pessoal gosta e gosto muito do aplauso que recebo. Meus shows são apresentações simples, gratuitos, faço porque gosto mesmo. Canto nas festas da escola, uso o teclado como playback e as vezes também o toco e canto. Tenho um projeto futuro de cantar nos asilos.

Vinícius Faustini - E qual o seu repertório?
Everaldo Farias - Bom, se pudesse só cantava Roberto Carlos. Eu gosto do repertório dele e todo mundo conhece e gosta. Quando canto músicas dele, eu o vejo na mente, como ele estaria cantando aquela canção. É uma sensação de fã, de estar perpetuando algo que amo. Mas, canto também outros artistas como Djavan, Caetano, Chico, Tom, Milton, Fábio, Roupa Nova, Fagner, Luiz Gonzaga, etc.

Vinícius Faustini - Qual o tipo de mensagem você tenta passar para os que estão ouvindo você interpretando essas canções?
Everaldo Farias - Rapaz, a boa música é paz, é Deus. Eduardo Lages me falou uma vez que quem vive de música nunca padecerá de solidão. E o maestro tá certo. Sou fã dele. Ivan Lins e tantos outros artistas a consideram nossa música a melhor do mundo. Eu também penso assim. E divulgar essa boa música para outras pessoas é fazer o bem, seja cantando, seja conversando com os amigos através do blogue. Essas coisas nos dão um prazer imensurável, são muitas emoções! Deus abençôe a música brasileira e a todos que a compõem com muita dedicação!

Vinícius Faustini - Pra você, em poucas palavras, o que significa MÚSICA?
Everaldo Farias - Música significa Deus em forma de som. Deus tem muitas formas de abençoar o ser humano. A forma sonora vem através da boa música, suas notas, melodias, harmonias e sons. Deus consegue ser o Maestro e a própria Música.

Vinícius Faustini - Qual a primeira música que vem à sua mente agora?
Everaldo Farias - (risos) Bom, isso é difícil, mas numa data como hoje, qualquer fã do Roberto Carlos como eu só lembra de uma: Emoções.

Vinícius Faustini - Bem... Então muitas emoções para você, no dia de hoje e nos próximos dias que virão a partir deste ano que você completa hoje.

Muito obrigado a você Vinícius, por esse presente que me concedeu. A todos os amigos do blogue, Deus os abençôe e os conceda paz e muita música!

Emoções
(Roberto Carlos/Erasmo Carlos)

Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando prá você
E as mesmas emoções sentindo

São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar

Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi

São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente prá você
E as emoções se repetindo

Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais

Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi...

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de julho de 2008

O Cenário de Eduardo Lages

Eduardo Lages lançou em 2006 seu segundo trabalho - Cenário. Após o grande êxito obtido com o primeiro cd Emoções, Eduardo mergulhou em um repertório escolhido a dedo, com canções que marcaram sua vida!

Roberto Carlos, que figurou como compositor em todo repertório do disco anterior, abre o cd com Como é grande o meu amor por você. Em seguida temos ainda a lembrança do rei e também dos Beatles, com And i love her, versionada pelo rei em 1984 como Eu te amo.

Um dos grandes clássicos internacionais, Macarthur Park, ganhou um arranjo arrasador do maestro mais romântico do país. E o rei volta a ser representado por mais dois clássicos de seu repertório - Desabafo e, posteriormente com Os Seus botões. Stevie Wonder se faz presente na canção My cherie Amour, com uma luxuosa gaita tocada por Milton Guedes. Os Bee Gees marcam presença com o clássico How Deep Is Your Love. Os Beatles ainda são revisitados em Yesterday e Eleanor Rigby. O rei do rock internacional Elvis Presley não poderia estar ausente desse cenário e aqui aparece com Love me tender. O grupo Abba também se refez em The Winner Takes It All. Overjoyed e The More I See You completam esse grandioso repertório.

A faixa que encerra o disco é a que lhe dá nome - Cenário, composição do Eduardo Lages em parceria com Paulo Sérgio Valle, que Roberto gravou em 1990. Aqui temos Cenário, por Eduardo, que ainda arrisca declamação da primeira estrofe da letra e afirma que cada canção escolhida compôe um cenário de sua vida! E a nós que ganhamos mais esse presente e desfrutamos desses momentos lindos só podemos agradecer ao maestro, que com seus sofisticados arranjos, nos presenteia com seus clássicos preferidos, mostrando que cada vez que as luzes se acendem, que estamos em cena aberta, queremos ser felizes e nosso coração pede sempre bis!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de julho de 2008

Bate outra vez com esperanças o meu coração...

Angenor de Oliveira, o grande Cartola é um dos maiores nomes da música brasileira. Carioca, o poeta participou dos sambas da velha guarda da Mangueira, sendo um dos fundadores e responsável pela escolha do nome e das cores (verde e rosa) da escola. O universo de Cartola é ainda mais brilhante quando tratamos das composições. São mais de quinhentas canções, sozinho ou em parceria, com uma carga poética admirável.

Cartola cursou até o primário e nunca conseguiu entrar no mercado de trabalho. Fez bicos como pedreiro, pintor, lavador e vigia. Ganhou o apelido quando era pedreiro por usar chapéu para proteger os cabelos do cimento. Seu nome, na realidade era pra ser Agenor, mas um erro gráfico o deixou com o "n". E foi como seu fiel amigo Noel Rosa, que Cartola começou a vender sambas. Seu primeiro samba foi vendido a Francisco Alves. em 1928, Cartola e seus amigos fundaram a Mangueira.

Nas décadas seguintes teria presença constante nos discos dos principais cantores e artistas, como Pixinguinha. Chegou a se afastar da música e voltar a lavar carros, regressando ao mundo artístico na década de 50, pelas mãos de Sérgio Porto. Pouco tempo depois, se casa com Dona Zica, e ao lado dela compõem seus grandes sucessos como As rosas não falam, Nós dois, Tive sim, O sol nascerá, entre outros.

Curioso é que Cartola só veio gravar seu primeiro disco em 1974, já com 65 anos. Outros sucessos inesquecíveis do poeta são O mundo é um moinho, Ensaboa mulata, Preciso me encontrar, Cordas de aço, Acontece, entre tantos, reverenciados em homenagens feitas por Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Chico Buarque, Marisa Monte, Cazuza, Fagner, Gal Costa e Ney Matogrosso. Este último dedicou projeto de cd e dvd ao compositor. Ficamos com a letra do clássico brasileiro As rosas não falam:

As rosas não falam
(Cartola)

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de julho de 2008

Natal em Julho!!!

Com a colaboração do meu amigo James, o grande James, que tem o blog RC Braga, com endereço nos favoritos ao lado, anuncio um dos maiores lançamentos do ano: o novo cd do rei Roberto Carlos.

Para um grande fã do Roberto como eu e muitos amigos somos, esse é um dos maiores acontecimentos pelo qual esperamos o ano inteiro. Particularmente, desde 1991 compro seus lançamentos e sempre deixo a árvore de natal mais bonita. Durante muitos anos, seus lançamentos eram acompanhados dos símbolos natalinos, inclusive chegou a ser peça indispensável na mesa natalina, juntamente com o peru, o queijo borboleta e tantos outros símbolos dessa época tão majestosa.

Gravado em Miami, em maio de 2007, Roberto Carlos en vivo é um presente para fãs do mundo inteiro, onde o rei canta seus clássicos em espanhol. O repertório passeia por todos os sucessos do rei no mundo hispânico, onde recentemente fez uma bem sucedida turnê. A maioria coincide com os clássicos brasileiros desse que é o maior astro de todos os tempos da música brasileira. O projeto também inclui o dvd que virá em breve! Segundo os sites Saraiva e Americanas, onde o cd já consta no pré-vendas, porém com datas de lançamentos diferentes (em um consta 29/07 e no outro, 10/07), o repertório é esse que segue abaixo:

  1. Abertura
  2. Emociones
  3. Que será de ti (Como vai você)
  4. Cama y mesa
  5. Detalles
  6. Desahogo (Desabafo)
  7. El dia que me quieras
  8. Mi cacharrito (O calhambeque)
  9. Mujer pequeña
  10. Acróstico
  11. Propuesta
  12. Cóncavo y convexo
  13. La distância
  14. Amigo
  15. Jesus Cristo
  16. Amada amante
  17. Un gato en la oscuridad
  18. Yo solo quiero

Algumas das canções foram executadas em português como o Acróstico e Jesus Cristo. Ainda teríamos no repertório Aquarela do Brasil, que sonhamos constar ao menos nos extras do dvd. Com a afinadíssima banda RC, os arranjos mais que fantásticos do grande maestro Eduardo Lages e com esse repertório, esse cd não é apenas mais um disco ao vivo e sim, é "o disco ao vivo" com o qual sua majestade musical presenteia seus fãs, mostrando mais uma vez que ele é el rey, em todas as línguas, todas as idades e para todos os povos!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Eu vi você passar por mim...

Wanderléa Charlup Boere Salim, esse é o nome da Wandeca, a ternurinha ou simplesmente Wanderléa, a maior cantora da jovem guarda. Natural de Governador Valadares - MG, aos 10 anos quando já morava no Rio de Janeiro vencia concursos e gravou seu primeiro compacto em 1962, e no ano seguinte lança seu primeiro disco, pela CBS onde conhece seus dois maiores amigos: Roberto e Erasmo.

Em 1965 passa a dividir com os dois o comando do programa Jovem Guarda e uma verdadeira revolução na música brasileira. Wandeca passa a influenciar toda a juventude não apenas por suas canções, mas também pela maneira de vestir e falar. E como prova de fogo, tornou-se uma das maiores cantoras do Brasil, chegando a atuar em cinema em filmes como Roberto Carlos e o dimante cor-de-rosa - 1969. E fincou no coração de seu público sucessos inesquecíveis como Prova de fogo, Pare o casamento, Ternura, Foi assim, Eu já nem sei, Te amo, Mata-me depressa, Na hora da raiva, O amor sobreviverá, Exército do surf, Você vai ser o meu escândalo, Eu apenas queria que você soubesse, entre outros. Para esse ano, promete um Dvd com seus maiores sucessos e em breve, finalmente um cd de estúdio.

Muito se engana quem afirma que Wanderléa é apenas jovem guarda, é passado, está presa àquele repertório de jovem guarda. É claro que aquela foi sua fase áurea, mas para uma cantora que foi uma das primeiras a gravar Altay Veloso, Djavan e Gonzaguinha, além de explorar em seu repertório compositores como Moraes Moreira, Fátima Guedes, Luiz Melodia, Gilberto Gil, Sueli Costa, Geraldo Carneiro, além da dupla Roberto e Erasmo, de quem já foi premiada com algumas canções inéditas, e que sempre é lembrada e aplaudida por onde passa e nunca ficou distante da mídia, mesmo há tanto tempo sem gravar, Wandeca mostra que sua carreira é uma verdadeira prova de fogo e que merece o título de rainha porque por onde ela passou foi assim, é assim e sempre será, a Ternurinha do Brasil.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Julio Iglesias é tango!!!

Todos sabem da minha admiração extrema por esse cantor internacional, talvez o mais brasileiro dos espanhóis. A discografia do Julio é marcante em terras tupiniquins. Já abordei o Romantic Classics - 2006 e o Ao meu Brasil de 2001. Hoje, falarei de quando Dón Julio bebeu na fonte dos clássicos à Carlos Gardel: Tango, disco lançado em 1996. Por ter um pai fã do tango, Julio sempre se propôs a um dia fazer um projeto só com canções desse gênero. No passado chegou a navegar nessa praia quando gravou Camiñito, sucesso em vários países, inclusive no Brasil, em português, no disco Minhas Canções Preferidas. E esse projeto finalmente se concretizou em 96.

Com produção de Roberto Livi, o disco começa com o clássico La cumparsita, talvez o tango mais famoso do mundo. Aqui os arranjos cuidadosos com aqueles teclados que só ouvimos no repertório do Julio, mas nada de dispensar o acordeão, clássico instrumento dos tangos. Em seguida, El dia que me quieras da melhor fonte do Gardel, que chegou a ser tema de novela da globo. A versão dada a "A media luz", outro clássico mostra que foi um dos maiores acertos esse projeto de mesclar canções desse ritmo com a voz marcante de um dos maiores cantores do mundo. Outras fontes de Gardel aparecem em Volver, Mi Buenos Aires Querido e Mano a mano. Outros clássicos como Yira yira, Cambalache, El choclo, Adios pampa mia e Camiñito também aparecem no repertório. O que dizer da sua interpretação para o clássico Uno, uma adaptação e um grandioso arranjo que, junto com a voz inconfundível do Julio deram a canção uma interpretação definitiva, diria!

O que mais falar? Apenas ressaltar que estamos diante de mais um grandioso trabalho que a música brasileira teve o privilégio de conhecer, que nos foi proporcionado pelo artista internacional mais brasileiro que conhecemos. Um sabor especial para arranjos carregados de cordas e um disco histórico sobre um gênero musical argentino que, na verdade, começou no Uruguai e ficou imortalizado por Carlos Gardel, na argentina e no mundo todo. E nada mais justo que Julio Iglesias, uma das maiores estrelas do mundo para nos proporcionar esse trabalho magnífico.

Um forte abraço a todos!