terça-feira, 30 de junho de 2009

Dia do caminhoneiro

Hoje é dia dos caminhoneiros. Não tenho essa profissão, mas é algo muito marcante para mim: meu pai foi caminhoneiro e a primeira canção do Roberto que cantei foi justamente Caminhoneiro, gravada em 1984.

Lembro do rei cantando essa canção naquele especial que assisti na época por causa da Simone do Balão Mágico, de quem era fã. E depois dessa canção, nunca mais deixei de ser fã do Roberto e daí pra frente, todo mundo já sabe. Mas, é interessante pensar que um menino de quatro anos já cantava uma canção longa como aquela e lembrando das estradas, do pai, etc. Sonho ainda em dirigir um caminhão daqueles enormes!

A profissão de caminhoneiro é um paradoxo. De um lado, a saudade de casa, do outro, imagens e um caminho que parece não acabar, luzes à noite, poeira na estrada. Na foto (pescada no blog do Felipe Moura), Roberto no especial de 2004, repetindo a ideia de dirigir um caminhão. E é muito legal saber que tem canções para esses profissionais do asfalto, sobretudo por ser interpretada por um rei:

Caminhoneiro
(Roberto Carlos, Erasmo Carlos e John Hartford)

Todo dia quando eu pego a estrada
Quase sempre é madrugada
E o meu amor aumenta mais

Porque eu penso nela no caminho
Imagino seu carinho
E todo o bem que ela me faz

A saudade então aperta o peito
Ligo o rádio e dou um jeito
De espantar a solidão

Se é de dia eu ando mais veloz
E à noite todos os faróis
Iluminando a escuridão

Eu sei
Tô correndo ao encontro dela
Coração tá disparado, mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
No volante eu penso nela
Já pintei no pára-choque
Um coração e o nome dela

Já rodei o meu país inteiro
Como um bom caminhoneiro
Peguei chuva e cerração

Quando chove o limpador desliza
Vai e vem no parabrisa
E bate igual, meu coração

Doido pelo doce do seu beijo
Olho cheio de desejo
Seu retrato no painel

É no acostamento dos seus braços
Que eu desligo meu cansaço
E me abasteço desse mel

Todo dia quando eu pego a estrada
Quase sempre é madrugada
E o meu amor aumenta mais

Olho o horizonte e vou em frente
Tô com Deus e tô contente
Meu caminho eu sigo em paz

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de junho de 2009

Tá combinado

Sinto falta de canções como essa que une letra e melodia de uma forma fantástica. Além disso, aborda um tema muito comum hoje em dia, mas com uma elegância típica de poucos. O sexo se mostra como tema principal e como algo que completa o amor e não o ridiculariza. A amizade pode culminar em algo mais forte, via sexo e não simplesmente por ele.

As cenas descritas mostram como era interessante também falar sobre um tema pelo qual alguns apresentavam uma certa timidez, embora seja comum a todos! E ainda, de forma moderna aponta para o que hoje chamamos de ficar, despontando para a possibilidade disso tudo culminar no amor! Tudo acertado entre um casal, desde uma simples transa até a possibilidade de algo mais forte acontecer. Tá combinado é mais uma genealidade do Caetano e foi gravada pela Gal e pela Bethânia, em versões distintas e lindas!

Tá combinado
(Caetano Veloso)

Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.

Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós.

Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.

Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro
De música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro.

Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?

Mas e se o amor já está,
Se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?

Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de junho de 2009

Nós somos o mundo...

Bom, nesses dias não se fala outra coisa: a passagem do rei do pop para outro plano! E não venho aqui falar sobre a biografia dele, ou sobre o artista, ou sobre os acontecimentos da vida pessoal do ser humano Michael Jackson. Mas, venho comentar sobre como e quando ele chegou a mim: apenas essa semana, mas confesso que ficará pra sempre!

Nunca apreciei seu trabalho. Nem dele, nem da Madonna. Cresci observando um artista que cantava e dançava, famoso em todo o mundo, o maior vendedor de discos da história, fato esse que não se repetirá mais, pois a pirataria derrubou todos os números de vendagens, inclusive seus mais recentes lançamentos. Mas, nunca o admirei como artista até descobri que a canção We are the world era dele. Não apenas por já ter presenciado o Roberto interpretá-la no passado, mas por apreciar a beleza que une melodia e letra incríveis. Mais recentemente presenciei outra pérola: Heal the world, pela versão do grupo Roupa Nova e pude afirmar que havia ao menos duas canções do Michael que apreciava.

E após se confirmar sua partida, vários vídeos penetraram nossa telinha com clipes, e o som do Michael chegou a mim. Comecei a pensar: Poxa seu som é interessante. Geniais as canções Ben, Billie Jean, Black or white, Triller, entre tantas outras e como são tão legais e profissionais seus clipes. Até sua forma de dançar observei de forma diferenciada e achei aquilo, digamos, inovador. E como Michael foi humano, suas campanhas atingiram, mobilizaram e beneficiaram tantas pessoas. Com isso ficam algumas reflexões:

Não seria o caso de pensarmos que não somos juízes para questionarmos seus erros? Não seria melhor para todos, inclusive para o próprio artista se apenas nos beneficiarmos com seu valioso trabalho? Sei que muitos podem pensar que isso é alienação: olhar apenas o que é positivo. Mas, porque não deixar julgamentos para quem de fato é competente pra isso e ficarmos com as contribuições positivas, que no caso do Michael Jackson foram enormes e por isso e por muito mais, peço a Deus que o conceda um ótimo lugar e console seus fãs, pois ele apenas virou uma estrela no céu pois aqui na terra, já brilhava tal uma constelação!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ele tá de olho é na butique dela...

Natural de Campina Grande na Paraíba, eis aqui mais um autêntico nome do forró nordestino, uma figura sacana e cômica da música brasileira: Genival Lacerda. Apesar de ser ignorado por uns que não reconhecem sua arte como algo presente nas manifestações culturais nordestinas, desde a década de 50 Genival atua em gravações e show pelo país!

Cantor e compositor, Genival obteve sucesso nacional em 1975 com Severina Xique-xique. Com estilo satírico e picante, gravando coco, xaxado, xote e baião, Genival já apresentou diversos sucessos, entre eles Dance o xaxado, Coco de roda, Tomaram o meu amor, De quem é esse jegue, Julieta, É aí que você se engana, Forró da gente, Eu preciso namorar, Ninguém vive sem amar, Quero me casar, Fio dental, Radinho de pilha, Mate o véio, Tem pouca difença, entre outros.

Genival é dessas figuras emblemáticas da música brasileira, um artista único, que une ritmo, dança e humor em prol das manifestações culturais nordestinas de quais sempre foi fiel em toda sua carreira bem sucedida, comprovada em diversos shows que continua a cumprir país afora!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Noite de São João...

Hoje é véspera de São João e aqui no Nordeste não é apenas a fogueira que aquece, mas todas as manifestações culturais de um povo e de um ritmo que é o pai da alegria nessa região. Comidas típicas a base de milho, bolos diversos, brincadeiras, danças, alegria de um povo trabalhador...

E torna-se impossível vivenciar essa festa sem lembrar as canções de Luiz Gonzaga que nos deixou já há 20 anos, mas permanece presente no repertório dessa festa que tem seu ponto alto hoje, nas mais variadas cidades, do interior à capital, nos mais distantes locais, você escuta uma sanfona, um zabumba, vê um balão, enfim, todas as formas de se demonstrar que nessa noite, devemos olhar para o céu e vê como ele está lindo:

Olha pro céu
(Luiz Gonzaga e José Fernandes)

Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha pra aquele balão multicor
Como no céu vai sumindo

Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João

Havia balões no ar
Xote, baião no salão
E no terreiro, o teu olhar,
Que incendiou meu coração.

Um bom São João a todos!

domingo, 21 de junho de 2009

Caia por cima de mim

E continuando a navegar nesse ritmo gostoso que é o forró, temos aqui uma letra de Maciel Melo, imortalizada por Flávio José.E desses dois grandes forrozeiros nordestinos surge essa belíssima canção que conta um amor revestido de saudade, com uma linguagem genuinamente nordestina.

É impressionante a riqueza de detalhes que aparece na letra dessa canção, além de ser um forró gostoso de se ouvir e pra quem gosta de dançar coladinho em seu parceiro, pois as notas da sanfona não deixam nenhum parado:

Caia por cima de mim
(Maciel Melo)

Nunca mais eu vi Maria
Nunca mais eu vi o amor
Guardo na lembrança a cor
Do vestido dela

Eu tô roendo
Tô cheinho de saudade
Meu amor por caridade
Bote o rosto na janela

Eu não aguento
Tanta ausência, tanta dor
Parece que o amor
Se esqueceu de mim

Bateu a porta
Deu adeus e foi embora
A solidão me devora
Agora eu tô roendo sim

Traga de volta a minha felicidade
Abra um sorriso cheirando a ruge carmim
Aceite a dança, solte a trança e jogue o laço
Se tropeçar no compasso, caia por cima de mim

Caia caia, caia por cima de mim
Caia caia, caia por cima de mim
Caia caia, caia por cima de mim
Que eu te abraço, eu te seguro
Caia por cima de mim...

Um forte abraço a todos!

sábado, 20 de junho de 2009

Nando Cordel ao vivo

Esse é um belíssimo dvd com os sucessos da carreira desse grande compositor e cantor da nossa música: Nando Cordel. Gravado no Teatro Guararapes, em Olinda/PE, o show retrata Nando com sua banda formada por alguns membros de sua família e por dançarinos que intercalavam algumas canções mais dançantes de seu repertório.

Tropicaliente, sucesso na voz de Elba, abre o show que apresenta Gostoso demais, Hoje é dia de folia, Flor de cheiro, Minha doce estrela, De volta pro aconchego, Tanto querer, Amor imenso, Eu nunca esqueci você, Vem ficar comigo, É de dar água na boca, Doido pra te amar, Terra e céu, Love bom, Você endoideceu meu coração/Chororô, Enfeitiçou meu coração/Isso aqui tá bom demais. O show também apresenta uma parte mais acústica na canção Terra e céu e nos bônus: Dedicado a você, Folha rama cheiro e flores, Diz pra mim, Azougue, Meu bombom, Volta pra casa meu nego, Paz pela paz.

Talvez existam alguns leitores que nem conheçam o Nando, mas com certeza muitos conhecem seu repertório. Quem nunca ouviu a Xuxa cantando Hoje é dia de folia? ou Bethânia cantando Gostoso demais? ou Fagner cantando Você endoideceu meu coração? ou Elba cantando De volta pro aconchego? ou Dominguinhos e Chico Buarque e o próprio Nando cantando Isso aqui tá bom demais. E quem nunca refletiu nas mensagens de paz contidas em Amor imenso e Paz pela paz? É um excelente show para quem gosta de músicas românticas e para quem curte o balanço e toda genialidade do Nando.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pisa na fulô e não maltrata o meu amor...

Com mais de 50 anos de carreira, Inês Caetano de Oliveira ou simplesmente Marinês pode ser considerada o maior nome feminino do forró nordestino em todos os tempos. Natural de São Vicente Férrer, em Pernambuco, cresceu em Campina Grande, na Paraíba, onde desde pequena já cantava em escolas. Participou de vários concursos de calouros e foi tomando fama como cantora de forró. Em 1956 grava seu primeiro disco e integra a equipe de Gonzaga, viajando para o Rio de Janeiro.

Seu pai era seresteiro e sua primeira banda, a Patrulha de choque do rei do baião, formada com o marido Abdias, sanfoneiro, e com Cacau, zabumbeiro, abria os shows de Gonzaga. Depois seu conjunto adquiriu o nome de Marinês e sua gente e daí pra frente reinou no forró nordestino ano após ano. Seus principais sucessos são: Quadrilha é bom, Quero ver xaxar, Pisa na fulô, Xaxado da Paraíba, Perigo de morte, Aquarela nordestina, Velho ditado, Balanço da saudade, Chegou São João, Marinheiro, Agarradinho, Tô doida pra provar do teu amor, Feitiço, Meu cariri, Tareco e mariola, Bate coração, entre outros.

Em 1998, com produção de Elba Ramalho, lançou o cd Marinês e sua gente, contando com a participação de vários nomes da nossa música, em reconhecimento à essa artista que nos deixou em 2007, mas continua presente como uma estrela a mais a brilhar em toda noite festiva de São João!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Caju & Castanha

Não, não é alguma referência às frutas tropicais ou alguma nova série. Também não é nome de dupla sertaneja! Continuando a divulgar os artistas nordestinos, esse espaço apresenta uma dupla de emboladores com esse título.

Naturais de Recife, aqui em Pernambuco, a dupla foi criada pelos irmãos José Albertinho, o Caju e José Roberto da Silva, o Castanha, ainda pequenos quando tocavam nas feiras livres com uma lata de marmelada. Vale salientar que seu trabalho é rudimentar, mas não menos artístico! Com o pandeiro e com uma criatividade invejável, a dupla desfila os temas mais variados possíveis, tendo a vida, os desamores, as comédias, como inspiração de seus versos que podem ser confundidos com os encontrados na literatura de cordel nordestina.

No final dos anos 70 mudaram-se para São Paulo e passaram a divulgar seu trabalho por lá, onde em 1981 gravaram seu primeiro trabalho, tendo Zé e Elba Ramalho como convidados. Entretanto a dupla só alcançou seu merecido êxito nacional em 1993 com a canção Ladrão besta e o sabido.

Em 2001 faleceu José Albertino, sendo substituído por seu sobrinho, Ricardo Alves da Silva, que dá continuidade ao trabalho da dupla e à divulgação de canções como A marvada pinga, A mulher bonita e a feia, Água fora da bacia, De tudo um pouco, Duvido você dizer, Em frente a casa dela, Nossas manchas, O pobre e o rico, Pra que chorar, Todo dia na escola, O taxista, entre outras contadas e cantadas com muito humor, embora algumas reflitam coisas desfavoráveis de um povo que tem na embolada de Caju e Castanha uma das formas mais originais de se traduzir o sentimento e as raízes brasileiras!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de junho de 2009

A terceira lâmina

Zé Ramalho é dos grandes compositores e intérpretes que lançam canções incríveis e algumas vezes com mensagens indiretas sobre determinado assunto. No caso específico do Zé isso se torna mais evidente, sobretudo por seu misticismo característico.

Essa canção foi título de seu terceiro disco, lançado em 1981 e, por isso remete à palavra lâmina, pela qual define o antigo Lp. Também está presente no cd Antologia Acústica de 1997, que tem o acordeão do Dominguinhos, num arranjo lindo e dançante, próprio para essa época. Mas, acima disso está uma letra de interpretação difícil, a começar pelo título: A terceira lâmina, como explicado acima tem a ver com seu terceiro disco lançado.

E de acordo com o encarte do projeto acústico, a letra penetra na solidão e na tristeza "dos que vivem calados, pendurados no tempo", os miseráveis que vivem debaixo de pontes, em guetos, dormem sob jornais ou caixas de papelão. Muita arte por parte dele unir e divulgar seu trabalho como um anunciador de um problema para o qual muitos fecham os olhos. A terceira lâmina, ou seja, seu terceiro disco anuncia isso "na garganta do fosso da voz de um cantador". E como presenciamos em toda parte do nosso planeta essas imagens descritas na letra, não?

A terceira lâmina
(Zé Ramalho)

É aquela que fere
Que virá mais tranqüila
Com a fome do povo
Com pedaços da vida
Como a dura semente
Que se prende no fogo
De toda multidão
Acho bem mais
Do que pedras na mão...

Dos que vivem calados
Pendurados no tempo
Esquecendo os momentos
Na fundura do poço
Na garganta do fosso
Na voz de um cantador...

E virá como guerra
A terceira mensagem
Na cabeça do homem
Aflição e coragem
Afastado da terra
Ele pensa na fera
Que o começa a devorar
Acho que os anos
Irão se passar

Com aquela certeza
Que teremos no olho
Novamente a ideia
De sairmos do poço
Da garganta do fosso
Na voz de um cantador...

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de junho de 2009

Gonzagão - Sempre

A Som Livre lançou recentemente uma nova coletânea, com os grandes sucessos de artistas que já não tem seus discos presentes nas lojas. E um deles foi Luiz Gonzaga com esse título que reune alguns de seus clássicos. Alguns, porque Gonzaga é daqueles artistas que têm muitos clássicos e que não dava para reunir nem em um disco duplo.

Se por um lado essa coletânea peca por não apresentar folheto com letra das canções, coisa que as melhores coletâneas fazem, por outro lado, vale o registro histórico de canções originais que possuem em torno de 50 anos. E aqui encontramos aquele som meio rudimentar de sanfona, zabuma e triângulo e letras que atravessaram gerações e continuam a emocionar pela carga de amor que apresentam. É o caso do clássico Asa branca, não apenas de Gonzaga, mas um clássico da música brasileira.

E o que falar de Respeita Januário, Sabiá, Baião, O Xote das meninas, Juazeiro, Paraíba, Assum preto e Qui nem jiló? Há alguma contestação de que são todas clássicos do Gonzaga e clássicos juninos? A vida do viajante traz um dueto entre Gonzagão e Gonzaguinha, outra grande saudade da nossa música. E por fim temos Vem morena, ABC do Sertão, Riacho do navio e Cintura fina.

É claro que uma coletânea sempre fica devendo e para um artista como Gonzaga, a dívida é ainda maior. Mas, conste que é algo muito interessante o relançamento de suas canções, obras que sempre estiveram em cartaz em toda boa festa junina que se preze e no repertório de novas gerações que têm em Gonzaga um grande mestre!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Passei a noite procurando tu, procurando tu...

Uma das poucas bandas de forró pé-de-serra e talvez a única a completar mais de 50 anos em plena atividade e agradando a várias gerações: o Trio Nordestino. Com origem na Bahia em 1958, Trio Nordestino foi parceiro de artistas como Luiz Gonzaga na origem e divulgação do autêntico forró pelo interior do país.

Procurando tu, lançado em 1970 fez o Trio vender mais de um milhão na época em que poucos alcançavam essa marca. E o grupo nunca perdeu sua formação musical raiz, com zabumba, triângulo, sanfona e voz, embora a tecnologia avançasse com o tempo. E houve um tempo que aqui no Nordeste dois discos eram aguardados com bastante expectativa para as festas juninas, o de Gonzaga e o do Trio Nordestino.

A formação clássica teve Lindu, Coroné e Cobrinha. Depois, com a morte de alguns membros, o trio sempre se renovou e hoje conta com Luis Mário, Beto e Coroneto e vários sucessos nessa carreira bem sucedida como: Na emenda, Forró desarmado, O sol com a mão, Amor de São João, Homem de saia, Amor demais, Amor de doido, Petrolina Juazeiro, O nenem, entre outras tantas que já animaram e aqueceram a fogueira de tantas festas juninas Brasil afora!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Passei horas no espelho, me arrumando o dia inteiro...

Ano passado durante essa época citei vários artistas nordestinos que são sucessos por aqui e, claro, alguns alcançam projeção nacional e até internacional. Continuando com essa ideia, vamos observar um pouco sobre Alcymar Monteiro dos Santos. Natural de Aurora no Ceará, estudou música em Conservatório de Fortaleza, mas foi no Recife que conseguiu projeção como cantor e compositor.

E sua carreira como compositor e intérprete se faz presente há mais de trinta anos, sendo impossível não ser citado em nomes de grande prestígio do forró. Já foi gravado por artistas como Luiz Gonzaga, Fagner, Zé Ramalho, Elba Ramalho e Dominguinhos. Além desse ritmo, vez por outra, abraça outros projetos como frevo e músicas de vaquejadas.

Alguns de seus sucessos são Cavaleiro alado, Ela nem olhou pra mim, Diz paixão, Festa da vaquejada, Lindo lago do amor, Rosa dos ventos, Na fazenda de vovô, Separação, Tarde demais, entre outras. Alcymar sempre se apresenta de branco e é com a mesma paz que tenta transmitir que suas canções ecoam pelos quatros cantos do nordeste do Brasil!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de junho de 2009

Abri a porta

Abrimos as portas das festas juninas com essa lindíssima composição de Dominguinhos e Gilberto Gil. Mas, também que dupla hein? Só podia dar eu um clássico que inspira, com suas notas melódicas toda essência dessas festividades.

Já havia apresentado essa canção aqui ano passado no post do Dominguinhos, mas hoje ela ganha um post só dela para refletir em sua letra tudo que a simplicidade pode oferecer em termos de canção. Uma canção que traz uma mensagem de paz e esperança, passos firmes rumo norte e como se não bastasse, ainda é dançante e festiva! Êta festa tão linda:

Abri a porta
(Dominguinhos e Gilberto Gil)

Abri a porta
Apareci
A mais bonita
Sorriu pra mim

Naquele instante
Me convenci
Que o bom da vida
Vai prosseguir

Vai prosseguir
Vai dar pra lá do céu azul
Onde eu não sei
Lá onde a lei seja o amor

E usufruir do bom
Do mel e do melhor seja comum
Pra qualquer um
Seja quem for

Abri a porta
Apareci
Isso é a vida
É a vida assim

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de junho de 2009

Fagner - Caboclo Sonhador

São João chegando e dá aquela vontade de ouvir aquele forró gostoso que só artistas como Zé e Elba Ramalho, Geraldo ou Nando, Flávio ou Petrúcio, Dominguinhos ou Fagner sabem cantar, tudo na mais perfeita influência de Gonzagão, o rei desse estilo que aquece a fogueira e o coração nordestino.

E Fagner, que já gravou dois discos com Gonzaga (já retratados aqui ano passado), vez por outra bebe dessa fonte maravilhosa e presenteia a todos com trabalhos como esse abordado hoje. Produzido pelo grande guitarrista Robertinho do Recife, lançado em 1994 e tendo a participação de músicos do naipe do próprio Robertinho, Dominguinhos, Oswaldinho e Sivuca, Caboclo sonhador é resultado de uma pesquisa sobre os compositores e sucessos lançados na época nos principais forrós nordestinos.

De início temos Cavaleiro Alado de Alcymar Monteiro e João Paulo Jr., dois grandes músicos desse gênero. Lembrança de um beijo foi um dos hits que mais tocou, sendo gravada por outros forrozeiros, da autoria de Accioly Neto. Maciel Melo é o compositor requisitado para a faixa título do disco Caboclo Sonhador e, além dessa que também foi hit radiofônico, temos Nos tempos de menino que apresenta solos que nos remetem às boas bandas de pífanos de Caruaru.

Gonzaga não pode ser esquecido em uma festa assim e Fagner sempre faz questão de o reverenciar no medley É proíbido Cochilar/Forró desarmado/Forró número um, tendo o auxílio dos vocais de Marinês e sua gente, além Baião da Garoa. E pra finalizar temos Falsa folia, de Dominguinhos e Nando Cordel, Minha vidinha, Fan ran fun fan, Casamento da raposa (só instrumental) e Estrela guia. Observando o grandioso intérprete que o Fagner é, além de compositor e músico. Observando as descrições desse trabalho fica uma desnecessária indagação sobre se não é esse um dos bons trabalhos para se ouvir nessa e em outras épocas do ano!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Panorama ecológico

Amanhã, Erasmo Carlos e Wanderléa, dois grandes nomes da jovem guarda e amigos do rei, comemoram aniversário. Vou aproveitar essa canção para homenagear o Erasmo, figura tão importante na vida de todos os brasileiros e que tá lançando seu novo cd de rock nesses dias.

Vamos recordar um rock antigo do Erasmo, composto com o Roberto e que reflete também o dia de amanhã, em que precisamos, já há tanto tempo, criarmos uma consciência ecológica de todos nossos atos! E essa canção, segundo o tremendão é a que melhor fala desse tema, diante de tantas dessa dupla!

O que será que estamos fazendo para cuidar do nosso cantinho? Varremos nosso lar? Cuidamos dos animais? Tratamos da água? Economizamos nosso líquido mais que precioso? Afinal, somos racionais para pensarmos sobre esses temas! Ou não?

Panorama ecológico
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Lá vem a temporada de flores
Trazendo begônias aflitas
Petúnias cansadas
Rosas malditas
Prímulas despetaladas
Margaridas sem miolo
Sempre-vivas quase mortas
E cravinas tortas
Odoratas com defeitos
E homens perfeitos

Lá vem a temporada de pássaros
Trazendo águias rasteiras
Graúnas malvadas
Pombas guerreiras
Canários pelados
Andorinhas de rapina
Sanhaços morgados
E pardais viciados
Curiós desafinados
E homens imaculados

Lá vem a temporada de peixes
Trazendo garoupas suadas
Piranhas dormentes
Sardinhas inchadas
Trutas desiludidas
Tainhas abrutalhadas
Baleias entupidas
E lagostas afogadas
Barracudas deprimentes
E homens inteligentes

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Elas cantam Roberto

Como parte das comemorações dos 50 anos de carreira de sua majestade musical Roberto Carlos, tivemos a apresentação do show que sairá em breve em cd e dvd: Elas cantam Roberto, onde algumas das grandes divas da mpb brilharam no palco e encantaram a todos com o repertório do homenageado.

Todas apresentadas, sem exceção me emocionaram muito e lastimo apenas o corte que sofreram as apresentações de Adriana, Rosemary, Paula Toller, Mart´nália, Celine e Marina. E, mais uma vez não entendo tantas críticas em torno de uma apresentação tão bonita e de uma homenagem tão merecida ao cara que há cinquenta anos reina na música brasileira! Eis o repertório do show na íntegra:

  • Hebe Camargo: "Você Não Sabe"
  • Luiza Possi e Zizi Possi: "Canzone Per Te"
  • Zizi Possi: "Proposta"
  • Alcione: "Sua Estupidez"
  • Fafá de Belém: "Desabafo"
  • Celine Imbert: "À Distância"
  • Daniela Mercury: "Se Você Pensa"
  • Daniela Mercury e Wanderléa: "Esqueça"
  • Wanderléa: "Você Vai Ser o Meu Escândalo"
  • Rosemary: "Nossa Canção"
  • Fernanda Abreu: "Todos Estão Surdos"
  • Paula Toller: "As Curvas da Estrada de Santos"
  • Marília Pêra: "120, 150, 200 Km Por Hora"
  • Marina Lima: "Como Dois e Dois"
  • Sandy: "As Canções Que Você Fez Pra Mim"
  • Mart'nália: "Só Você Não Sabe"
  • Adriana Calcanhoto: "Do Fundo do Meu Coração"
  • Claudia Leitte: "Falando Sério"
  • Nana Caymmi: "Não Se Esqueça de Mim"
  • Ana Carolina: "Força Estranha"
  • Ivete Sangalo: "Os Seus Botões"
  • Ivete Sangalo: "Olha"
  • Roberto Carlos: "Emoções"
  • Todos: "Como É Grande O Meu Amor Por Você"
  • Todos: "É preciso saber viver"

Como falei, todas emocionaram e o mais curioso é que algumas, que a crítica caíram em cima, foram das mais tocantes, como Sandy ou Hebe. Fafá arrasou em sua interpretação e o mesmo pode ser dito da Alcione e da Nana, que já afirmou cantar essa canção como uma oração de saudade pelos pais! Ainda torço para que a Nana seja uma das convidadas do próximo especial de fim de ano. Ouvir outras pessoas cantando o Roberto aumenta ainda mais a saudade que temos dele e ainda bem que ele chegou ao final para cantar e ser cantado por elas! Afinal o cara pode e isso não é pra qualquer um! Sua Majestade mandou ver e suas súditas também!

Um forte abraço a todos!