terça-feira, 29 de junho de 2010

Os compositores do Brasil - 28

Nessa série, certa vez, abordamos os compositores de Gonzaga. Nos referíamos aos três mais constantes que foram Humberto Teixeira, Zé Dantas e João Silva. Mas, Gonzaga também cantou a feira mais famosa do mundo, a de Caruaru/PE e eis aqui o autor da canção: Onildo Almeida. E a canção A feira de Caruaru foi resultado, em 1957, de um recorde para artistas nordestinos: cem mil cópias em um único trabalho de Gonzaga.

Onildo chegou a integrar conjuntos vocais pernambucanos e depois virou radialista e compôs mais de 500 canções, sendo interpretado, além de Gonzaga, por Gilberto Gil, Dominguinhos, Maysa, Agostinho dos Santos, Jorge de Altinho, Flávio José, Marinês e Trio Nordestino. Entre seus sucessos estão Aproveita gente, Casamento antigo, História de Lampião, Meu beija-flor, Hora do Adeus, Saudade de você, Lamento, Sanfoneiro macho, Abc do amor, Regresso do amor, Tá bom demais, entre outras.

É com esse expressivo e conterrâneo poeta que encerramos esse mês festivo em que a fogueira e a sanfona andam juntas e fazem a festa em canções inesquecíveis, sobretudo para o povo nordestino. E compositores como Onildo não podem estar ausentes nessas festas, pois suas canções fazem parte dessa trilha sonora que aquece o coração do Nordeste Brasileiro e porque não dizer o coração do Brasil.

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de junho de 2010

Olhando as estrelas - 5 - Elba Ramalho e Dominguinhos - Baião de dois


A Série Olhando as estrelas entra em ritmo de forró, típico de quase todas as postagens desse mês junino para apresentar o encontro entre Sr. Domingos e Elba Ramalho. Depois de comemorarmos o dia dos namorados, e apresentarmos uma canção desse cd, é indicado um dos trabalhos mais lindos dos últimos anos: Elba Ramalho e Dominguinhos em um cd que reune suas vozes e as principais composições de Sr. Domingos e de outros compositores escolhidos a dedo pela dupla como Nando Cordel, Djavan, Gilberto Gil e Chico Buarque. A maior parte das faixas é composta de duetos, mas temos surpresas em interprretações ímpares e únicas da Elba.

Com a dupla cantando, temos Rio de sonho, Tenho sede, Eu só quero um xodó, Onde está você, Retrato da vida, Chama, Xote de navegação, Gostoso demais, Forrozinho bom, De volta pro aconchego, Pedras que cantam/Isso aqui tá bom demais. Elba também arrasa sozinha em Lamento sertanejo e Vem ficar comigo, que teve sua letra retratada aqui recentemente.

Essa postagem com esse cd se enquadra perfeitamente na série Olhando as estrelas, pois são mesmo duas estrelas talentosíssimas que apresentam tantas histórias em comum. Elba participou recentemente do dvd de Dominguinhos além de ter imortalizado um de seus mariores sucessos: De volta pro aconchego que o sanfoneiro a mostrou inicialmente em forma de xote. Elba pediu que a canção fosse tocada mais lentamente e mandou um "é assim que vou gravar", nos presenteando com aquele e tantos outros sucessos da música brasileira e do repertório de Sr. Domingos. E, particularmente nesse trabalho encontramos um cd daqueles que não enjoamos de ouvir, sobretudo nessa época tão romântica e tão festiva onde a sanfona comanda a festa e Sr. Domingos  e Dona Elba são referências nessa sabedoria musical.

Um forte abraço a todos!

sábado, 26 de junho de 2010

Meu cenário

Há algum tempo atrás, quando falamos sobre Petrúcio Amorim na série Os compositores do Brasil, citamos essa canção como uma de suas pérolas. Hoje, ela ganha um post só pra ela por sua importância para os nordestinos como uma das canções mais lindas executadas nos últimos anos, sobretudo nessa época festiva onde a fogueira aquece os corações e dita a marcha.

Meu cenário já foi interpretada por Santanna, o cantador e é cantada durante todas as noites do mês de junho onde um artista deseja mostrar o autêntico pé-de-serra que ainda se faz no Nordeste Brasileiro, sempre sob a influência de Gonzaga. Petrúcio, seu criador, dispensa comentários, pois essa é só mais uma pérola que ele extrai de seu valioso e inseparável chapéu. A riqueza de detalhes é algo a parte nessa letra que muito reforça a influência de Chico Buarque, que o compositor já afirmou sofrer. Diante de tanta coisa que é citada, ousei apresentar na imagem apenas a testemunha ocular de todo esse momento de prazer!

Meu cenário
(Petrúcio Amorim)

Nos braços de uma morena
Quase morro um belo dia
Ainda me lembro o meu cenário de amor
Um lampião aceso, um guarda-roupa escancarado
Um vestidinho amassado embaixo de um batom
Um copo de cerveja, uma viola na parede
E uma rede convidando a balançar
No cantinho da cama um rádio a meio volume
Cheiro de amor e de perfume pelo ar

Numa esteira o meu sapato pisa no sapato dela
Em cima da cadeira aquela minha bela cela
Ao lado do meu velho alforge de caçador

Que tentação, minha morena me beijando feito abelha
E a Lua malandrinha pela brechinha da telha
Fotografando o meu cenário de amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Festas juninas

O mês de junho no Nordeste Brasileiro poderia também ser chamado de mês da alegria. Sem desmerecer os demais meses do ano, claro, mas durante essa época impera toda a cultura de uma festa raiz representada pela simplicidade e criatividade de um povo forte. Comidas, brincadeiras, enfeites, tradições, danças, balões (apenas como enfeite), fogos (com todo cuidado, claro) e, como sempre muita música.

Embora ressalte sempre o forró, outros estilos também se destacam como o coco, o xaxado, o maracatu, o repente, dentre outros. Mas, é mesmo no forró, através do xote ou do baião que são apenas variações desse estilo que a festa se mostra completa. As tradições mais raízes apontam para uma festividade simples e sem muita sofisticação, mas não menos interessante. Imagine levantar uma palhoça com palha de coco e bambu, bandeiras coloridas, um som lá dentro ou até músicos ao vivo e levantar a poeira a noite toda: pois é assim que o forró se difunde entre os povos nordestinos. A fogueira é também indispensável.

Não me canso de repetir que Gonzaga é o papa disso tudo. Foi ele, com sua simplicidade, com seu repertório que prezava por detalhar esses e outros detalhes dessa cultura que o tornou o pioneiro e imprescindível nesses momentos. Em qualquer lugar onde esteja tocando algum clássico de Gonzaga é sinal de que as pessoas estão festejando com a felicidade que sua canção traz. Junto a ele, tivemos também Marinês e sua gente, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Jacinto Silva e tantos outros nomes importantíssimos. Outros seguidores deles fazem as festas nos quatro cantos da região, pois alguém deve tá cantando ou dançando nesses dias canções de Elba, Fagner, Zé, Geraldo, Alceu, Petrúcio, Flávio, Nando, Cristina, Alcymar, Dominguinhos, Waldonys, Novinho, Maciel, Jorge e tantos outros que fazem a festa e a deixam ainda mais feliz!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Os Músicos do Brasil - 11

Aqui está o que eu posso chamar de gênese da música em meu sangue: A Banda de Pífanos de Caruaru. Fundada em 1924 por Manoel Clarindo Biano e Benedito Clarindo, consta de uma das bandas mais tradicionais do país, com várias formações no decorrer desses anos. Contam que a banda tocou até para Lampião, o cangaceiro dos sertões.

Em sua atual formação constam filhos e sobrinhos dos originais fundadores: Benedito Biano, Sebastião Biano, Gilberto Biano, João Biano, José Biano, Amaro Biano. Seus primeiros discos foram lançados no ínicio dos anos 70, quando também foram descobertos por artistas como Gilberto Gil, que gravou a canção Pipoca moderna, música da banda gravada também por Caetano Veloso. E entre outras canções de seu repertório estão Briga do cachorro com a onça, Marcha de procissão, Esquenta mulher, A bandinha vai tocar, Forró em Limoeiro, Feira de mangaio, Feira de Caruaru, Olinda no frevo, Um de cada vez, Cantada, Marina, Forrozear, entre outras.

Com um visual autêntico nordestino, a banda é formada basicamente por zabumba, triângulo e pífano (uma espécide de flauta), tocados pelos integrantes. Essa formação de banda influenciou outros artistas e anônimos como foi o caso do meu avô Manuel e seu irmão, Pedro (In memorian), que tocaram várias vezes em festas regionais e eventos importantes de sua época e embora não tenham levado a profissão adiante, foi por isso que defini aqui minha primeira herança musical, pois a partir desses dois, a música começa em minha vida. Lembro de ter presenciado várias vezes, no sítio de meu avô quando ainda criança, eles tocando clássicos de Gonzaga em seus pífanos. Ê saudade, ê Manuel Bento, ê Tio Pedro!

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de junho de 2010

Perfil Gonzaguinha

E depois de apresentar um trabalho do pai, Gonzagão, temos aqui uma coletânea com os grandes sucessos do filho, Gonzaguinha. São clássicos que apenas aquecem a fogueira da saudade que temos por esse grande artista que tanto nos encantou com seus trabalhos memoráveis, alguns deles, presentes nesse projeto que reitera a qualidade na escolha do repertório e na apresentação gráfica das letras das canções.

Lançada em 2004, nessa coletânea encontramos canções que foram sucessos em várias vozes, mas aqui interpretadas pelo seu criador. É o caso de O que é o que é, Guerreiro menino, Sangrando, Começaria tudo outra vez, É, Feliz, E vamos à luta, Lindo lago do amor, Grito de alerta, Espere por mim morena, Explode Coração, Comportamento geral, Ponto de interrogação, Eu apenas queria que você soubesse e Gentileza.

Gonzaguinha foi daqueles artistas que falaram tudo que deveria ser dito naquele momento, sem mais ou menos. É possível que várias de suas canções obtiveram interpretações marcantes em outras vozes, mas é inegável que o talento de composição é pouco para um homem da sua grandeza que deixou um legado importantíssimo na música brasileira, retratado aqui em parte por essa valiosa coletânea.

Um forte abraço a todos!

sábado, 19 de junho de 2010

Me dá meu coração

Accioly Neto é outro grande compositor já retratado aqui pela série Os compositores. Um dos meus favoritos e dos mais executados nessa época em clássicos como Espumas ao vento e A natureza das coisas, por tantos grandes nomes já interpretados. Eis aqui uma canção também muito cantada nesses dias de festas em que algumas cidades apresentam 30 dias festivos como é o caso de Caruaru/PE e Campina Grande/PB, entre outras nordestinas.

Conheci essa canção no mais recente cd do Fagner em um arranjo arrasador, coisas típicas do Raimundão. Elba, Trio Nordestino, Santanna e outros cantores locais também já a interpretaram e todos são unânimes em render elogios ao seu autor que tantas pérolas nos deixou e que durante essa época, podemos desfrutar com mais ênfase. Uma canção que  destaca o amor, a ilusão, a saudade: 

Me dá meu coração
(Accioly Neto)

Você dizia que me amava e me queria
Que jamais em sua vida gostou de alguém assim
Que eu era tudo pra você
A luz do bem querer
Que nunca ia poderia viver sem mim

Tanto cuidado, tanto mimo, tanto dengo,
Cada dia mais crescendo, dava gosto de se ver
Como se fosse transmissão de pensamento
Você ligava pra mim eu tava pensando em você

Diga o que foi que eu errei
Aonde vacilei, fiquei de fora
Se foi tudo uma ilusão
Me dá meu coração
Que eu vou embora

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cidade grande, moça bela...

O forró é um ritmo tão democrático e popular que no coração do público passeiam os mais variados artistas, desde cantores, grupos, trios e também cantoras. É o caso de Cristina Amaral, intérprete desse e de outros ritmos reginais. Natural de Sertânia/PE, comprova a cada ano que o forró é um ritmo que se renova a cada geração.

Começou suas atividades artísticas já na infância quando cantava em grupos de igreja e posteriormente em bandas, onde também participou Flávio José. Mas, sua carreira solo despontou a partir dos anos 90 quando venceu o Festival Recifrevo, com a canção Cidade grande de Petrúcio Amorim, de quem tornou-se uma de suas principais intérpretes, inclusive gravando um disco só com suas composições.

Sempre atenta a divulgação dessa nossa cultura, entre os sucessos de sua carreira, destacam-se Eu sou o forró, Dois rubis, Anjo querubim, Espumas ao vento, Forró do sapateiro, Fogo, Frevo mulher, Pelas ruas que andei, Táxi lunar, entre outras que só vêm a enriquecer esse mês onde dedicamos mais postagens a artistas da terra, que divulgam nossa cultura, ação que Cristina desenvolve tão bem, no Brasil e fora dele!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Uma criança pra a gente adorar...

Um sanfoneiro abençoado por Deus e apadrinhado por Dominguinhos. Seu nome, Waldonis José Torres de Menezes, natural de Fortaleza/CE e que toca desde os nove anos de idade. Álém de Dominguinhos, recebeu de presente uma sanfona de Luiz Gonzaga. Com essas duas influências, só poderia seguir essa carreira de forma tão brilhante.

Waldonys também acompanhou vários artistas no Brasil e no exterior, entre eles, o próprio Gonzaga, Fagner, Zé Ramalho e Marisa Monte. Entre os sucessos de seu repertório estão clássicos do forró nordestino como Vaca estrela e boi fubá, Olha pro céu, São João na roça, Último pau-de-arara, Cigarro de paia, Jardim dos animais, Anjo querubim, Eu quero ver você dizer que sou ruim, Lorota boa, entre outras.

Com mais de 20 anos de carreira, conheci Waldonys em trabalhos do Dominguinhos, no cd de 1997 e recentemente no dvd de Sr. Domingos e o achei um excelente músico e, ao que parece, um cara do bem, um artisa humilde e que muito contribui na difusão dessa cultura que tanto amamos que tem como alicerce, seus dois padrinhos Gonzaga e Domiguinhos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de junho de 2010

Gonzagão - Forró do começo ao fim

Recentemente adquiri essa coletânea de 2007, que só meu deu alegria. Algumas das canções que mais gosto do Luiz Gonzaga, reunidas em um mesmo cd. E o que mais me atrai é que são quase todas gravações da década de 80, de quando eu, criança lá no interior, presenciava os forrós armados nas ruas da periferia onde Gonzaga ditava o sucesso e o título da palhoça.

Aqui encontramos Sanfoninha choradeira, Danado de bom e Farinhada, as três com participação da Elba Ramalho; temos o medley Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro, com Fagner; Forró número um com Gal Costa. Temos Gonzaga em clássicos do forró dos anos 80 como Deixa a tanga voar, De fiá pavi, Pagode russo, Forró de cabo a rabo, Aproveita gente, Nem se despediu de mim e Sanfoneiro macho.

Aqui no Nordeste, as festas juninas nos remetem a três santos principais: João, Antônio e Pedro. Hoje, dia de Santo Antônio, na autêntica música nordestina, os louvores a esses santos são entoados em acordes de sanfonas que exploram os hinos lançados e cantados por Gonzaga durante toda sua vida. Ele é eterno e suas canções não trazem apenas nostalgia de um tempo em que as festas eram mais saudáveis, sem tanta violência, mas despertam em todo nordestino e porque não dizer brasileiro, a alegria de uma cultura raiz de um povo que se aquece em torno da felicidade de presenciar a fogueira queimando, o milho assando e a sanfona tocando.

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de junho de 2010

Vem ficar comigo

Do repertório do Nando Cordel, já interpretada pela Elba Ramalho vem essa belíssima canção romântica que embala corações apaixonados, e àqueles que deliram em torno de uma grande canção romântica. Vem ficar comigo tem na gravação da Elba um belíssimo arranjo bem suave, com aquela voz inesquecível. Já a ouvi também em ritmo de bolero, sempre reforçando a poesia da letra.

Nando também a gravou em seu mais recente dvd e também no projeto acústico. E quem já conhece o trabalho do Nando sabe que ele é mestre em composições românticas, independente do ritmo. Seria legal a mídia render espaços mais generosos a artistas como ele que tem um conteúdo exemplar para essa tão escassa boa música da atualidade

E pra terminar, dedico essa canção não apenas a todos os casais namorados que comemoram hoje seu dia, mas também à minha noiva que há anos resolveu atender meu chamado, quando a pedi para "Vir ficar comigo", pois além do dia dos namorados, é também hoje seu aniversário, então não poderia deixar passar essa data, sobretudo por ser ela das primeiras que comentam minhas postagens, me incentivando a continuar com esse trabalho que tanto me dá alegrias. Um beijo, meu amor, pra você:

Vem ficar comigo
(Nando Cordel)

Vem ficar comigo
Vem ser a luz da minha estrada
Vivo esperando esse céu para brilhar

Teu sorriso lindo
A tua boca doce sempre
Eu necessito do teu amor
Pra me enfeitar

Vem ficar comigo
Vem cuidar de mim
Só teu paraíso é que me faz viver feliz

Não me deixe solta
Posso me perder
De tudo no mundo
O que eu mais quero é ter você

Vem ficar comigo
Vem ficar comigo...
 
Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Coco trocado...

Um grande nome relembrado, sobretudo nessa época de festa junina, um mestre do coco de roda, Sebastião Jacinto da Silva, ou simplesmente Jacinto Silva é natural de Palmeira dos Índios/AL e viveu a maior parte da sua vida em Caruaru/PE, onde difundiu sua cultura, influenciada por Jackson do Pandeiro e influenciando bandas posteriores.  Lançou seu primeiro disco ainda nos anos 60, totalizando em sua carreira 24 Lps e dois cds.

E foram mais de 200 composições que enalteciam a cultura raiz das emboladas, do chamado coco de roda, que mais tarde influenciariam artistas como Silvério Pessoa, que mais recentemente gravou um cd todo em sua homenagem. E entre suas canções, destacamos Justiça divina, O bate mancá, Chora bananeira, Rua de São João, Aquela rosa, Carreiro novo, Coco na Paraíba, Sabiá da mata, Quero fumá mais Tonha, etc.

Jacinto constitui um grande nome da cultura nordestina, mesmo diante da falta de reconhecimento por parte das pessoas que lembram Gonzaga e Jackson, mas esquecem dele que recebeu também elogios dos outros dois e de diversos artistas que divulgam essa cultura tão popular, talvez a mais autêntica do povo brasileiro!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de junho de 2010

A onda ainda quebra na praia...

Esse é Luiz de França Queiroga ou simplesmente Lula Queiroga, natural de Recife/PE, um dos grandes compositores e cantores da atualidade, em trabalhos realizados com parceiros como Lenine e Dudu Falcão, ou em produções solos. Inclusive, suas primeiras composições ainda na década de 80 foram em parceria com Lenine, que explodiu na década de 90 com várias criações dos dois.

Lula só gravaria seu primeiro cd em 2001, Aboiando a vaca mecânica, que o rendeu vários prêmios e alavancou sua carreira e reconhecimento, prestado também por intérpretes que já o gravaram como é o caso de Zizi Possi, Ney Matogrosso, Renata Arruda, Elba Ramalho e Milton Nascimento. Entre seus sucessos, podemos citar Roupa no varal, O atirador, Sentimental, A rede, A moça na janela, Noite Severina, Êxtase, O último pôr-do-sol, Sob o mesmo sol, entre outras.

Lula Queiroga constitui um novo e grande nome para a contemporânea música brasileira. Um pernambucano arte que muito orgulha essa terra e os amantes da boa música, sobretudo àqueles que desejam respirar novos ares tem em seu trabalho a certeza de que muita coisa boa ainda surgirá para nós!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de junho de 2010

Zé Ramalho ao vivo

Produzido por Zé Ramalho e Robertinho de Recife, lançada em 2005 a gravação de um show do Zé no Olympia/SP, contendo seus maiores sucessos em cd e dvd. O cd contém 15 canções e a faixa-bônus Corações animais. O dvd traz todo o show, com 21 canções, além de making of e entrevista.

Encontramos alguns clássicos do repertório do Zé como Táxi lunar, Eternas ondas, Avôhai, Vila do sossego, Chão de giz, Garoto de aluguel, Admirável gado novo, Batendo na porta do céu, Entre a serpente e a espada, Mistérios da meia-noite e Frevo mulher, junto a outras canções maravilhosas como A dança das borboletas, Banquete dos signos, Canção agalopada e Sinônimos, esta última gravada no mesmo ano com a dupla Chitãozinho e Xororó e aqui apresentada pelo Zé em sua versão solo. Constam apenas no dvd as canções Último pau-de-arara, Bomba de estrelas, Meu nome é Tripizupe, Companheira de alta-luz, Sabiá e Asa branca.

Quem curte a voz única e grave do Zé, com seus arranjos que prezam por solos de violão e outros instrumentos sempre oferecendo uma sonoridade agradável não pode deixar de adquirir esse trabalho que se une ao Antologia acústica de 97 (já comentado aqui no blog) para representar uma das carreiras mais bem sucedidas de um dos artistas mais amados da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de junho de 2010

O ano passado

Essa canção foi composta por Roberto e Erasmo em 1979 e de tão atual é apresentada hoje pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data até esquecida por alguns. A ecologia vem sido debatida já há algumas décadas. O ser humano finalmente acordou para as coisas que faz e suas consequências.  E embora modestas, as atitudes positivas têm sido tomadas em prol da mudança que necessitamos em nossa consciência ambiental.

O ano passado é sempre atual pois denuncia coisas que esquecemos ou que consideramos menores como a poluição, a matança de baleias, as crianças, os animais extintos, o habitat natural dos seres, o mundo ambiental enfim. Erasmo Carlos inclusive é o aniversariante do dia, motivo talvez pelo qual já nos presenteou com tantas pérolas desse tema como é o caso de Panorama ecológico, As baleias, Amazônia e o Progresso, todas ao lado do rei. Wanderléa também sopra velinhas hoje, então parabéns para essa dupla maravilhosa e consciência para todos!

O ano passado
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

O ouro no ano passado subiu sem parar
Os gritos na bolsa falaram de outros valores
Corpos estranhos no ar, silenciosos voadores
Quem sabe olhando o futuro do ano passado

O mar quase morre de sede no ano passado
Os rios ficaram doentes com tanto veneno
Diante da economia, quem pensa em ecologia?
Se o dólar é verde é mais forte que o verde que havia

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais?

Quantas baleias queriam nadar como antes
Quem inventou o fuzil de matar elefantes?
Quem padeceu de insônia com a sorte da Amazônia
Na lei do machado, o mais forte do ano passado

Não adianta soprar a fumaça do ar
As chaminés do progresso não podem parar
Quem sabe um museu no futuro
Vai guardar em lugar seguro
Um pouco de ar puro reliquia do ano passado

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais?

Os campos risonhos um dia tiveram mais flores
E os bosques tiveram mais vida e até mais amores
Quem briga com a natureza, envenena a própria mesa
Contra a força de Deus não existe defesa

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

E nem o tempo fez eu te esquecer...

Recentemente falamos da mãe e agora, a filha, Cláudia Telles de Mello Mattos, natural do Rio de Janeiro. Filha de pai violonista e de Sylvinha Telles, Cláudia começou sua carreira ainda muito cedo quando subiu ao palco com sua mãe para cantar a canção Arrastão. No começo da década de 70 fazia côro em gravações e shows de diversos artistas até que surgiu uma oportunidade para cantar no Trio esperança e assim tornar-se conhecida no meio como uma revelação.

Seu primeiro disco foi lançado em 1976 já com um sucesso estrondoso: Fim de tarde. E entre outros sucessos de sua carreira temos Dindi, Eu preciso te esquecer, Aprenda a amar, Não quero ver você triste, Por causa de você, Eu e a brisa, Foi como um sonho, Se todos fossem iguais a você, A felicidade, etc.

Talvez nem todos conheçam seu trabalho, mas aqueles que já disfrutaram de seus sucessos reconhecem nela um grande talento que reverencia a cada dia a eterna Bossa nova e a música romântica, através de releituras e shows que faz por todo Brasil reencontrando seu público cativo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Cadê você que nunca mais apareceu aqui...

Natural de Morrinhos/GO, esse é Odair José de Araújo, um dos maiores cantores românticos da década de 70. Alheio ao rótulo de brega, Odair é dono de grandes sucessos nas paradas musicais até hoje, tendo inclusive canção censurada, sua primeira e  famosíssima Uma vida só, mais conhecida como "Pare de tomar a pílula". Na canção Eu vou tirar você desse lugar, recebeu elogios de colegas que diziam: "Foi quem melhor definiu a prostituta, com o respeito que ela merece..."

Aos 10 anos começou a tocar violão, gaita e piano. No final da década de 60 mudou-se para o Rio de Janeiro, se apresentando em boates e circos, buscando seu sucesso. Conhecido como o "terror das empregadas", entre tantos êxitos, podemos citar Eu você e a praça, Cadê você, Deixe essa vergonha de lado, Ninguém liga pra mim, Uma lágrima, A noite mais linda do mundo, Amantes, etc.

Odair vem de um tempo em que fazer música simples também atraía preconceitos, mas ao contrário dos dias atuais, essas canções, embora carregassem uma mensagem direta e melodias fáceis, apresentavam arranjos bem trabalhados por grandes orquestras e talvez seja esse o referencial para que até hoje, mesmo diante de uma mídia cruel, as pessoas reconheçam seu trabalho e lotem seus shows país afora!

Um forte abraço a todos!