domingo, 28 de fevereiro de 2010

Julio Iglesias - 1995

Esse cd é também conhecido como Julio Iglesias - A estrada, por conta da faixa de abertura que traz velocidade, paixão e saudade na voz de um dos maiores artistas do mundo. Lançado em 1995, esse cd possui aquela sonoridade típica e única dos trabalhos do Julio. A canção seguinte é Cosas de la vida, belíssima canção de amor.

Na sequência, Baila morena, com direito a acordeão. As três iniciais são composições de Roberto Livi que, produz o cd e também é o autor de El último verano e Mal de amores. As outras canções são História de amor, Água doce água do mar, Sin excusas ni rodeos, Medley de rumbas e Vuela alto.

Embora tenha o título da capa Julio, não tem haver com aquele famoso cd de 1984 com o título Julio lançado mundialmente. Um cd mais recente e belíssimo da discografia do Julio que não pode faltar na coleção de quem aprecia o repertório desse artista internacional mais que brasileiro, que construiu no incosciente desse povo belas páginas de amor através de suas canções e sua carreira mais que bem sucedida.

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cecília

Essa é minha canção preferida do repertório romântico do Chico, em parceria com seu maestro Luiz Cláudio Ramos. Lançada nos cds As cidades - 1998 e As cidades ao vivo - 1999, Cecília fala de um amor imensurável por uma personagem que poderia ter vários nomes femininos como a letra mesmo enfatiza: "Tantas Cecílias de mil refletores..." Acredito que o nome Cecília foi escolhido de forma aleatória e o que pesou foi o fato de que Santa Cecília é a padroeira dos músicos, mesmo não revelando um tom religioso, mas romântico que a canção apresenta.

O que mais me fascina é o fato do Chico reverenciar nessa canção sua vontade de ser como aqueles grandes cantores que, com grandes orquestras entoam baladas românticas para suas amadas. E, como se ele não fosse um desses, vai além, afirmando que "nem as sutis melodias merecem seu nome espalhar por aí..." Bárbaro. Uma orquestra afinada para tocar e festejar o amor. Termino repetindo a mesma frase: Chico é um gênio.

Cecília
(Chico Buarque e Luiz Cláudio Ramos)

Quantos artistas
Entoam baladas
Para suas amadas
Com grandes orquestras

Como os invejo
Como os admiro
Eu, que te vejo
E nem quase respiro

Quantos poetas
Românticos, prosas
Exaltam suas musas
Com todas as letras

Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu, que soletro
Teu nome no escuro

Me escutas, Cecília?
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas

Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve
Tremessem por ti

Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília, teu nome
Espalhar por aí

Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias
Com mil refletores

Eu, que não digo
Mas ardo de desejo

Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Série Olhando as estrelas

Sempre tive fascinação por geografia e mais especificamente pela parte voltada ao universo, ao sistema solar, às estrelas. Aprendemos que estrelas são corpos que possuem luz própria. Apesar de raro, imagino que um encontro entre estrelas, de repente uma colisão entre elas produz uma imensa luz, algumas vezes ainda maior que as que ambas emitem. Meu conhecimento é ínfimo, mas é assim que imagino que aconteça, pois ao menos é o que acontece quando as estrelas da música brasileira se encontram.

Iniciaremos uma série onde abordaremos duetos, encontros entre os principais artistas da nossa música brasileira, entre nossas estrelas. Sabemos sempre de grandes encontros e outros torcemos para que aconteçam na curiosidade de perceber o que acontece nesse evento. Alguns encontros são históricos e, digamos manjados, tipo Roberto e Erasmo, Tom e Vinícius, Caetano e Gil, Chico e Edu, Ângela e Cauby, Gonzaga e Dominguinhos, Família Caymmi, Amigos sertanejos, etc.

Mas, na nossa música tão eclética e tão miscigenada, acontece de tudo um pouco. Será interessante investigar o que tem haver artistas como por exemplo Caetano e Djavan, Fagner e Ney, Milton e Rita, Gal e Paralamas, Bethânia e Dominguinhos, Gonzaga e Gil, Nelson e Joanna, Simone e Martinho, os duetos do rei, enfim, artistas tão parecidos e desiguais em seus trabalhos, mas que se encontram e provocam encantos, brilho do encontro de estrelas aos olhos admirados de seus públicos e dos amantes da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Que beijinho doce que ela tem...

A abordagem de hoje fica por conta de Nalva de Fátima Aguiar, ou simplesmente Nalva Aguiar, como é conhecida. Nalva faz o gênero sertanejo raiz e desde os três anos se interessa por música. Natural de Tupaciguara/MG, aos sete já fazia aulas de acordeão. Iniciou sua carreira cantando em rádios e festas locais, além de participar de programas de televisão do triângulo mineiro.

Atraída pela jovem guarda, foi para São Paulo nos anos 60 e a partir da década de 70, passou a dedicar-se ao repertório sertanejo raiz, chegando a ser considerada mais tarde a rainha dos caminhoneiros. Entre seus sucessos, temos Beijinho doce, Coração sofredor, Doradinho, Fatalidade, Cowboy do rodeio, Tá de mal comigo, Nó na garganta, Dia de formatura, Coração de papel e Dois estranhos, entre outras.

Embora desconhecida por alguns, inclusive por mim, que ainda a conheço pouco, Nalva é considerada a grande dama da música sertaneja por ser pioneira nesse estilo tão discriminado, mas que leva alegria e amor a tantas pessoas que acompanham artistas como Nalva, país afora.

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Raimundo Fagner - Uma canção no rádio

Um dos poucos artistas que ousaram a lançar trabalhos inéditos ano passado foi meu ídolo Fagner em Uma canção no rádio, onde comemora seus sessenta anos de vida. Com direito a edição comemorativa pela Som Livre, o cd apresenta um merecido requinte em seu encarte que traz produção do próprio Fagner. A canção Muito amor, que Fagner já tinha gravado em 2001, ganha nova roupagem como um tango eletrônico e abre o cd.

Na sequência, um novo cantor e compositor conterrâneo do Fagner, descoberto por ele e de quem gravou só nesse cd três canções: Regra de amor, Amor infinito e Martelo, ambas de Oliveira do Ceará. A canção Martelo traz um dueto inédito com Gabriel, o pensador que também divide a composição, colaborando com sua parte declamada. A faixa Uma canção no rádio, que dá título ao cd, é mais uma parceria sólida entre Fagner e Zeca Baleiro, com quem divide o dueto e a composição.

Outra composição que revela uma parceria inédita é Farinha comer, de Fagner e Chico César. Temos ainda Sonetos e A voz do silêncio, além do passeio de Fagner pela música nordestina ao regravar Me dá meu coração, de Accioly Neto em um forró reggae, se é que podemos chamar assim e, Flor do mamulengo, sucesso da banda Mastruz com leite, com uma leitura própria do Fagner.

É um trabalho primoroso, um presente a quem tanto admira o Fagner e acompanha sua obra ano a ano, apreciando sua voz e suas gravações e suas ousadias musicais que nos proporcionam sempre agradáveis trabalhos como este!

Um forte abraço a todos!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Além do mais, eu te amo

Ainda no ritmo carnavalesco que permeia todo o mês de fevereiro e talvez todo o ano, vamos visitar um dos meus sambas preferidos e até meio desconhecido do repertório recente do mestre Martinho da Vila. Lançada em 2001 no cd Martinho da Vila, da roça e da cidade, essa canção faz parte da safra de sambas românticos que seu repertório sempre nos proporciona.

É uma canção de amor que reune desejo e paixão, amor incondicional, descrevendo todos os detalhes dessa figura amada pelo autor que se rende aos prazeres desse sentimento de forma única, expondo a felicidade de se vivenciar grandes amores como esse, definido como um presente de Deus.

Além do mais, eu te amo
(Noca da Portela / Luizinho To Blow)

Mexe, remexe em cima em baixo
Santa, me encanta que em ti eu me acho
Diga que sim e faça de mim seu capacho

És tudo que almejo, me dá o teu beijo
Tanta formosura me leva a loucura
És a minha cura e essência mais pura
Do desejo

Além do mais, eu te amo
Sou tão feliz nos braços teus
És o presente que pedi a Deus

Nosso amor é gostoso do início ao fim
É felicidade que mora em mim
É tudo na vida
Na exata medida pra minha paixão

Teu corpo em meu corpo na hora de amar
É feito o encontro do rio com o mar
E nessa viagem
Eu faço a abordagem no teu coração

Além do mais, eu te amo
Sou tão feliz nos braços teus
És o presente que pedi a Deus

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os Músicos do Brasil - 7

Aproveitando o ritmo quente do carnaval que terminou, mas em terras tupiniquins, todo dia é carnaval, vamos homenagear um artista que desponta nos últimos anos como um dos mais bem sucedidos músicos que esse país apresenta em sua atualidade: Inaldo Cavalcante Albuquerque, ou simplesmente, maestro Spok. Natural de Igarassu/PE, é no frevo e nessa época que Spok e sua orquestra de frevo predominam como referência no carnaval pernambucano.

Mas, o capítulo frevo e carnaval é algo a parte na carreira do Spok que já tocou em gravações e shows de Fagner, Alceu Valença, Antônio Nóbrega, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Sivuca, Naná Vasconcellos, Daniela Mercury, entre outro. E é no frevo, com sua orquestra formada desde 1996 com o nome de Orquestra de frevo do Recife e mais recentemente Spokfrevo Orquestra, que Spok não se faz ausente nessa festa.

Homenagear o Spok não é apenas descrever o que representa um grande músico da nova geração. Mas, através dele, render graças a todas as orquestras de frevo que embalam multidões não apenas no Recife, mas em vários locais desse país onde o carnaval é e continua sendo uma paixão nacional.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os compositores do Brasil - 24

Eis aqui um grande mestre que nem todos conhecem ou lembram, mas com certeza estão cantando seus sucessos nesses dias de carnaval: Atire a primeira pedra, Ai que saudades da Amélia, Aurora, além de Nada além, Fracasso, Devolve, É tão gostoso seu moço, Enquanto houver saudade, entre tantas. Estou falando de Mário Lago, grande ator, compositor e poeta histórico da nossa música.

Natural do Rio de Janeiro, Mário foi sucesso como compositor a partir dos anos 40 e 50. E foi campeão na teledramaturgia durante toda sua carreira. Sua primeira composição foi Menina eu sei de uma coisa, gravada por Mário Reis. E foi com Orlando Silva interpretando Nada além, que Mário finalmente encontrou seu sucesso. Vários intépretes devem seus sucessos a Mário, que dividiu alguns deles com Ataulfo. Entre outros intérpretes que o gravaram temos Silvio Caldas, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Luiz Gonzaga, Dircinha Batista, Roberto Carlos, Peri Ribeiro, Gal Costa, Paulinho da Viola, Alcione, Nelson Gonçalves, Zeca Pagodinho, D. Yvonne Lara, Ney Matogrosso, Eduardo Dussek, Sandra de Sá, Hebe, entre outros.

Mário partiu para a eternidade em 2002, mas suas composições, suas atuações em novelas, no rádio, sua Amélia também estão eternizadas na mente do povo brasileiro e é muito bom saber que depois de tanto tempo e de tanta contribuição, suas canções estão aí levando alegria a vários povos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Alcione - Celebração

Domingo de carnaval e uma boa pedida é o cd Celebração lançado pela Alcione em 1998, onde a sambista celebra tudo que ama nessa vida: sua música, seus parceiros, sua voz, seu talento e seu respeito. Com a participação de Alexandre Pires, Maria Bethânia, Cássia Eller, Djavan, Ed Motta, Rita Ribeiro e a Velha Guarda da Portela.

Nesse projeto, a "Marrom" revive alguns de seus grandes sucessos e das vinte faixas, canta doze sozinha: Quem é você?, O surdo, O que eu faço amanhã?, Um ser de luz, Rio antigo, Nem morta, Menino sem juízo, Ou ela ou eu, Sufoco, Meu vício é você, Qualquer dia desses e Pode esperar. Com arranjos de Jota Moraes, Zé Américo e Lincoln Olivetti e outros grandes músicos, como Milton Guedes, esse cd preza pelos grandes sambas e sucessos românticos da Alcione.

As outras oitos faixas são duetos: Estranha Loucura, com Alexandre; Gostoso veneno, com Djavan; Linda Flor, com Bethânia; Pintura sem arte, com a Velha Guarda da Portela; Cajueiro velho, com Rita; Não deixe o samba morrer, com Cássia; Verde e rosa, com Sandra e Mesa de bar com Ed Motta. Uma boa pedida para celebrarmos o carnaval com boa música, com bons sambas, de uma das maiores intérpretes desse país carnavalesco.

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

De janeiro a janeiro

Alceu Valença é presença constante em tempos de carnaval. Seus frevos, seu som embala milhões de foliões. É certeza garantida que em meio à festa, temos muita música de qualidade. Essa canção é das mais recentes de seu repertório, lançada em 2005.

Com uma letra que remete ao carnaval e a seus ritmos e acessórios, De janeiro a janeiro embala um amor contínuo, que não pode parar e, ao mesmo tempo assegurar a folia como um combustível a esse imenso sentimento.

De janeiro a janeiro
(Alceu Valença)

Pra começar
Eu vou te amar o ano inteiro
De janeiro a janeiro
Meu amor, sem atropelo

E seguiremos
Caminhando sobre os dias
Carnaval vem chegando
E vamos cair na folia

Apronte a sua fantasia
Que eu afino o meu pandeiro
Vamos brincar todo dia
Em Olinda, no Bloco do Beijo

No Recife na beira do cais
Nos entregar ao desejo
De Janeiro a Janeiro, sem atropelo

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Eu queria ser uma abelha pra pousar na sua flor...

Natural de Feira de Santana/BA, Luiz César Pereira Caldas é o Luiz Caldas, nome muito famoso dos anos 80 e início dos anos 90. De origem humilde, desde pequeno participava de bandas e fazia shows locais. Na adolescência, trabalhava no comércio e nas horas vagas, tocava em conjuntos. Antes mesmo do axé music conquistar seu espaço, tornou-se um dos seus maiores nomes.

Inovou em um ritmo que mesclava pop com reggae, samba com frevo, presentes em sucessos como Fricote, Haja amor, Tieta, O que é que essa nêga quer?, Amazonas, É tão bom, Lá vem o guarda, entre outros. Há algum tempo fora da mídia e provavelmente desconhecido das novas gerações, Luiz ocupou durante muitos anos o topo das paradas de sucesso em todo o país.

E uma coisa meio injusta e incompreendida é que com a ascenção do axé music, Luiz como um de seus precursores, perde espaço na mídia, resumindo-se apenas ao carnaval baiano. Entretanto, continua atuando em seus shows, com seu público fiel e navegando também em outros estilos musicais.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A voz do morro sou eu mesmo sim senhor...

E hoje abordaremos a obra de José Flores de Jesus, que todos conhecem como Zé Kéti. Um dos maiores sambistas desse país que cantou a favela, os morros, a malandragem e os amores como ninguém. Natural do Rio de Janeiro, era neto de pianista e flautista e tinha em sua residência constantes reuniões onde participavam nomes famosos da época.

Nos anos 40 integrou a ala de compositores da Portela. Em 1943 compôs sua primeira marcha carnavalesca, Se o feio doesse. E em 1946, teve sua primeira composição gravada: Tio Sam no samba. Daí em diante, vários intérpretes da época cantavam suas criações como Amor passageiro, Amar é bom, A voz do morro, Samba rasgado, Quero sambar, O morro é assim, Diz que fui por aí, Opinião, O favelado, Nêga Dina, Máscara negra, Meu pecado, Mascarada, entre outros.

Zé Kéti nos deixou em 1999, mas é contínua a ideia de que ele, juntamente com outros grandes nomes do samba, alguns já apresentados aqui, tornaram-se lendas de um estilo único que representa de forma fiel uma nação miscigenada e que encontra em canções como as do Zé Kéti, sua cultura pintada.

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Milton Nascimento - Crooner

Sinto falta de programas que promovem apresentações de grandes astros da nossa música, com seus lançamentos e trechos de seus atuais shows. Na década de 90, o Domingão do Faustão sempre abria espaço para esses eventos. Foi assim, após uma apresentação nesse programa, que Milton Nascimento decidiu fazer um cd que representasse o início de sua carreira, quando atuava como Crooner e interpretava grandes sucessos de outros astros, ídolos seus.

A proposta desse trabalho seria reviver aquela época, ao mesmo tempo em que buscava representá-la nos dias atuais. Então Milton selecionou canções que interpretava na época e outras que interpretaria se ainda hoje trabalhasse como crooner. E como todo versátil intérprete temos do bolero Aqueles olhos verdes ao samba Lamento do morro. Temos de Lulu Santos, com Certas coisas, passando por Samuel Rosa e Nando Reis em Resposta, com direito a dueto com Lô Borges, até Michael Jackson com Beat it, Jorge Ben com Mas que nada e Dolores Duran com Castigo.

Completam o repertório Only you, Frenesi, Não sei dançar, Se alguém telefonar, Rosa Maria e Ooh Child. Milton demonstra nesse trabalho que não é apenas a voz do país, mas um dos melhores intérpretes deste. Só lamento que a atual crise da indústria de cds não permita, de repente, se pensar em um volume dois, pois o nosso "Bituca" se mostrou craque na arte de fazer as pessoas dançarem ao seu eterno som.

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Chorando e cantando

Fevereiro chegou e me vem à mente essa canção, já interpretada por Geraldo, Elba e tantos outros bons artistas conhecidos e anônimos. Chorando e cantando dá aquela ideia de que a música é a cura para tantos males, para a solidão, para o sofrimento e como já foi dito em outra canção, "quem canta seus males espanta..."

É mais uma genialidade do Geraldo Azevedo e do Fausto Nilo, numa letra que descreve muitos sentimentos juntos: saudade, solidão, loucuras e muita, muita paixão. Já ouvi algumas versões diferentes, tipo em frevo e até forró, mas creio que é com voz e violão que ela penetra em nossa alma e nos faz refletir:

Chorando e cantando
(Geraldo Azevedo e Fausto Nilo)

Quando Fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar

O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
Ai, ai, a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia

Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras

Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois amor ô, ô, ô, ô

Ninguém, ninguém
Verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho
Que eu sonhei

Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz

De cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz
Virar um astro incandescente
O teu amor faz cometer loucuras

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

É tão bom sonhar contigo...

Ela possui uma história marcante na música brasileira. Foi a precursora do rock nacional e no auge da carreira, abandona tudo para se dedicar à família. Mas, seus sucessos se tornarm inesquecíveis e até hoje fazem parte de todo bom baile, de todo repertório de grande orquestra que se embala nessa pré-jovem guarda. Célia Campelo Gomes Chacon, ou simplesmente Celly Campello.

Natural de Taubaté/SP, aos 6 anos já cantava em programas de rádio, estudando posteriormente piano, violão e balé. Aos 12 anos já apresentava seu próprio programa de rádio e aos 15 gravou seu primeiro disco 78 rpm. No final dos anos 50 estreava na televisão seu programa próprio ao lado de seu irmão Tony Campello. Sua carreira a nível nacional explode em 1959 quando grava Estúpido cupido, um clássico.

Outros sucessos são Lacinhos cor-de-rosa, Broto certinho, Eu você e o luar, Muito jovem, Você me fez brilhar, Túnel do amor, Billy, Broto legal, Banho de lua, entre outros. E aos 20 anos, no auge de sua carreira, abandona tudo para se casar e dedicar-se à família. Era cogitada para apresentar o programa Jovem Guarda, ao lado de Roberto e Erasmo, vaga ocupada por Wanderléa. Celly ainda tentou retomar sua carreira depois da exibição da novela Estúpido cupido, onde fez uma pequena participação como atriz. Partiu para a eternidade em 2003, mas como dito no início dessa postagem, suas canções são inesquecíveis e sempre executadas para as novas gerações.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Nesses dias de carnaval, pra mim você vai ser ela...

Um dos maiores nomes do frevo nacional, Claudionor Germano da Hora é natural de Recife/PE, irmão do artista plástico Abelardo da Hora e pai do também cantor de frevo Nonô Germano. Considerado o maior intérprete de Capiba, também é destaque na interpretação de Nelson Ferreira. Sua carreira tem início no final dos anos 40, nas rádios locais pernambucanas, como croner.

Suas primeiras gravações foram o samba Eu não vivo sem mulher e a marcha Vai ser pra mim, em 1951. Seu primeiro disco viria em 1953, com o sucesso de História de Pierrô. Após o advento da televisão pernambucana, foi contratado, alcançando sucesso nacional, mesmo sem ter saído muito de seu Estado natal. Entre seus sucessos, podemos citar Boneca, Frevo nº 3, Nem que chova canivete, Maria Bethânia, É de amargar, Saudades do Recife, A dor de uma saudade, A mesma rosa amarela, Colombina, O mais querido, Frevo dos namorados, entre outros.

É certo que vivemos de frevos antigos e esse estilo, como muitos precisam de renovação. Mas, é também certo que pessoas como Capiba, Nelson Ferreira e Claudionor são e sempre serão espelhos para quem deseja inovar nessa área que traz coisas tão lindas, tradicionais e inesquecíveis. E um artista como Claudionor não pode passar impune quando o assunto é frevo e música brasileira!

Um forte abraço a todos!