domingo, 30 de janeiro de 2011

Dvd Uma noite em 67

E com essa postagem encerramos não apenas a semana dedicada ao Terceiro Festival da Música Popular Brasileira, mas também ao mês de janeiro, quando dedicamos postagens a filmes que se destacam no cenário nacional e que possuem alguma ligação com a música brasileira. Lançado em 2010, o documentário apresenta as cinco canções mais bem colocadas, retratadas em postagem dessa semana.

Junto a elas estão depoimentos inéditos de seus intérpretes sobre aquele e outros momentos que marcaram o ano de 67. Sérgio Ricardo, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, MPB - 4, Gilberto Gil e Edu Lobo comentam sobre suas atuações e sobre os acontecimentos que envolveram suas apresentações e o que ficou disso tudo. Outros artistas jurados ou produtores do evento como Nelson Motta, Zuza Homem de Mello, Sérgio Cabral, Chico Anísio e Paulo Machado de Carvalho também prestam suas impressões em depoimentos que enriquecem o documentário.

Nos extras, as outras canções do Festival e seus intérpretes: Jair Rodrigues, Dory Caymmi, Nana Caymmi, além de causos contados também por Maria Medalha, Ferreira Gullar e Johny Alf. Com direção de Ricardo Calil e Renato Terra, além das canções apresentadas, temos entrevistas de bastidores da época complementando um trabalho histórico que também oferece imagens raras da então passeata da música brasileira contra as guitarras de 1967 que reuiniu alguns dos nomes do Festival contra o rock da época, nos extras.

Aquele Festival, aquele ano foi decisivo para a música brasileira e para esses e outros artistas que beberam dessa fonte. É claro que outros acontecimentos sucederam esse momento nas carreiras de nossos astros, mas é fantástico imaginar um trabalho desses que representa uma constelação, pois poucos foram os momentos em que tivemos tantas estrelas juntas!

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Alegria, alegria

Essa não foi a canção vencedora do Terceiro Festival da Música Popular Brasileira. Ficou com a quarta posição, embora apresentasse justamente os requisitos daquele evento: uma canção de protesto às condições políticas atuais. Mas, até hoje é lembrada e requisitada nos shows do Caetano. Nas aulas de história, quando se estuda o período da ditadura, ela está entre as cinco canções (se não for a primeira), a ser citada como exemplo de protesto desse momento.

Realmente, foi uma ousadia do Caetano apresentá-la em um Festival em um momento em que a Política dizia: Não pode!, por conta de sua letra carregada de protestos (Vou sem lenço, sem documento... Em caras de presidentes,... em bandeiras, ..., guerrilhas,..., Sem livros e sem fuzil, sem fome, sem telefone no coração do Brasil, ...) e que a própria música brasileira mais conservadora dizia: Não pode! pela canção agregar elementos do rock em seu arranjo, no caso as guitarras elétricas, coisa patética que o Caetano sabiamemente soube dar fim e ao mesmo tempo fazer surgir o movimento que teria sua marca: A Tropicália.

Alegria, alegria
(Caetano Veloso)

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia

Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos

Eu vou
Por que não, por que não...

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou...

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...

Por que não, por que não

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Terceiro Festival da Música Popular Brasileira - 1967 - Parte 02

5º lugar:  Maria, Carnaval e Cinzas
Continuando com o Festival que foi um marco na música brasileira, apresentaremos hoje as cinco mais bem colocadas: em quinto lugar temos Maria, canaval e cinzas, do compositor Luiz Carlos Paraná, defendida pelo Roberto Carlos. Sob vaias, presenciamos um artista que faria justiça ao título de rei, pois mesmo diante das adversidades do preconceito apresentado pela maior parte do público e até por colegas, o rei exibiu uma performance invejável, ao interpretar um samba que não era muito sua praia, nem se tornou algo tão significante em seu repertório.

4º lugar: Alegria, alegria
O quarto lugar veio com Caetano Veloso e sua Alegria, alegria, canção que marcaria a obra deste compositor, o acompanhando até hoje como um de seus maiores hits e também tornou-se um hino de protesto contra a ditadura que emergia em nossa política. Creio que foi uma das canções que ficaram desse movimento e também o estopim para acabar com a besteira de que a música brasileira deveria repudiar a guitarra elétrica, típica do rock nacional e internacional.

3ºlugar: Roda viva
Em terceiro lugar, tivemos Chico Buarque e o MPB - 4 com Roda viva. Em um arranjo vocal que era um espetáculo a parte do grupo MPB - 4, essa canção foi bastante aclamada, embora hoje figure no repertório mais esquecido do Chico, que lançou muitas outras canções que se tornariam clássicos em seu repertório e na música brasileira e que ofuscariam Roda viva na lista das grandes canções desse grande compositor.

2º lugar: Domingo no parque
A medalha de prata ficou com Gilberto Gil e Os Mutantes, que juntos defenderam Domingo no parque, do Gil. Vale a mesma observação para a canção do Caetano: a guitarra foi o diferencial, embora aqui a letra, a harmonia, toda a criação seja um espetáculo. Nascia a Tropicália e, talvez por isso, as duas canções, a de Caetano e a de Gil, são as mais lembradas desse evento. Destaque também para a Rita Lee que fazia parte do grupo Os Mutantes, que acompanharam Gil na interpretação.

1º lugar: Ponteio.
O primeiro lugar ficou com Edu Logo e Maria Medalha, que defenderam Ponteio, do Edu. E, embora essa canção tenha sido a vencedora e tenha rendido grandes oportunidades ao Edu, hoje pouco se sabe, pouco se lembra de Ponteio, canção esquecida no repertório dos grandes clássicos brasileiros, até por seu criador. Outras canções do Festival e seus respectivos intérpretes foram O cantador (Elis Regina), A estrada e o violeiro (Nara Leão), Bom dia (Nana Caymmi), Gabriela (MPB - 4) e Samba de Maria (Jair Rodrigues).

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Terceiro Festival da Música Popular Brasileira - 1967 - Parte 01

Em virtude do lançamento do Dvd Uma noite em 67, vamos comentar durante as postagens de hoje até domingo sobre esse Festival que mudou a história da música brasileira, sem desmerecer os demais. O terceiro Festival da Música Popular Brasileira é hoje lembrado simplesmente como Festival da Record de 1967 ou mais sucintamente como o Festival de 67.

É claro que esse tema não se trata como algo sucinto, pela grandiosidade que foi esse evento. Mas, vamos tentar lembrar um pouco o que foi um marco na carreira de muitos artistas envolvidos e dos rumos que a música brasileira tomava naquele instante, diante de tantos acontecimentos que envolvia o país há mais de 40 anos atrás!

De um modo geral, os Festivais foram importantes porque deles surgiram grandes intérpretes que aí estão e fazem escola, sendo tais acontecimentos portas para o acontecimento nacional de vários artistas, como é o caso de Milton Nascimento, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Djavan, Sandra de Sá, Guilherme Arantes, Emílio Santiago, etc. Movimentos musicais também fincaram suas raízes nesses eventos, como é o caso da Tropicália.

Sérgio Ricardo quebra e lança o violão à platéia, sob vaias.
Mas, creio que a importância do Festival de 67 se dá pelo motivo de solidificar o evento como algo importantíssimo dentro da música brasileira e ao mesmo tempo reunir tantos grandes nomes emergentes ou não em um só palco. Sem falar do público que virou um espetáculo a parte com suas vaias e suas surpresas, como o episódio em que Sérgio Ricardo, já descontente com tanta vaia e desrespeito por não conseguir apresentar seu número Beto bom de bola, quebrou o violão, o arremessando à platéia, em uma imagem histórica não só dos Festivais, mas para a Televisão Brasileira!

Na próxima quinta: as cinco canções mais bem colocadas no Terceiro Festival da Música Popular Brasileira, que aconteceu na noite do dia 21 de outubro de 1967, no Teatro Paramount em São Paulo, apresentado pela Tv Record e que reuniu em um mesmo palco nomes como Edu Lobo, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Roberto Carlos, além de Elis Regina, Nara Leão, Dori Caymmi, Rita Lee, Nana Caymmi, Jair Rodrigues, Martinho da Vila e o grupo MPB - 4, entre outros.

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Deus é brasileiro

Em 2003 o cinema nacional lançou um dos filmes mais interessantes dessa nova safra: Deus é brasileiro. Com um elenco que reune Antônio Fagundes, Paloma Duarte, Wagner Moura, Hugo Carvana, Stepan Nercessian, entre outros e sob a direção de Cacá Diegues, essa comédia dividiu opiniões quanto ao seu enredo. Alguns gostaram, outros foram ao extremo e o classificaram como um erro.

A história gira em torno de Deus (vivido pelo Antônio Fagundes) que, cansado de tantos erros cometidos pela humanidade decide tirar uma férias em alguma estrela distante. Para isso, precisa de um substituto, enquanto tiver fora e decide procurar no Brasil, por este ser um país bastante católico, embora ainda não apresentasse nenhum santo reconhecido oficialmente. Taoca (Wagner Moura) é então seu guia e buscam em vários pontos do país pela pessoa ideal.

Destaque para várias paisagens lindas que o país oferece e que presenciamos no filme que questiona essa nossa falta de percepção das coisas boas que temos e atribuímos todas as nossas dificuldades aos cuidados divinos.  No campo musical temos Djavan (Lua de abertura e Melodia sentimental), Lenine (A vida do viajante), Luiz Gonzaga (também em A vida do viajante), Roberta Miranda (Vá com Deus), etc. Vale a pipoca de janeiro, sim!

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Amor cigano

Eu adoro ouvir a Fafá de Belém. Eu só, não! O Brasil inteiro, o mundo inteiro sem sombra de dúvidas! Aqui uma das canções mais lindas de seu repertório, lançada em 1989 e composta pela dupla campeã de hits Michael Sullivan e Paulo Massadas, ambos já homenageados na série Os compositores do Brasil, pelo nosso Blog.

Amor cigano retrata aquele amor partido, mas difícil ou quase impossível de ser esquecido, de ser superado. É o que a letra segue questionando por todo seu desenrolar: como esquecer algo inesquecível, algo que deixou sua marca como uma eterna tatuagem! E a Fafá entra para dar seu toque inesquecível de grande intérprete que nós brasileiros temos o orgulho de desfrutar!

Amor cigano
(Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Como vou dizer que não te amei
Se eu ainda penso em você
Se eu ainda tenho a ilusão
De encontrar para nós a solução

Como vou dizer que te esqueci
Se eu não aprendi a te esquecer
Se eu não consigo mais dormir
Sonho acordada com você

Mesmo sem querer eu vou lembrar
Coisas impossíveis de apagar
É pra mim difícil entender
A vida sem você

Dói se você diz que não me quer
Mas eu não consigo te deixar
Faço tudo que esse amor quiser
Pra você ficar

Vida minha, vida minha
Meu amor cigano
Como posso me enganar
Fingir que não te amo

Vida minha,vida minha
Não me deixe agora
Logo quando eu mais
Preciso de você

Diz pra mim que não deixou
de me querer...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Loja de discos

Logomarca de loja fonográfica famosa do Recife
Li recentemente que uma famosa e antiga loja de discos do Rio de Janeiro simplesmente fechou as portas, depois de tanto tempo operando com esse mercado e não suportou a crise fonográfica que aportou no mundo e em nosso país, sobretudo nessa década passada. Aqui em Pernambuco e mais precisamente no Recife, presenciamos uma rede de discos frequentadíssima e com várias franquias também desaparecer nos últimos anos: a famosa Aky Discos. É claro que os tempos são outros: lojas virtuais, músicas vendidas pela internet e o pior, a pirataria assessorada pelos downloads ilegais que 95% das pessoas realizam, vamos ser francos e honestos!

Não conheço os donos da Rede e apenas expresso meu sentimento de lamentação por não ter mais uma loja que tanto visitei. Não que eu queira ser saudosista, embora meus textos sempre caminham para essas tendências, mas eu sinto falta das lojas de discos que depois se tornaram lojas de cds, mas que hoje são apenas portas fechadas. Lembro que grandes magazines possuíam um setor apenas para esses produtos, que garantiam a atratividade de aficcionados por música, como eu.

E não apenas os grandes magazines, mas grandes lojas de discos eram pontos de visitas regulares de quem gostava de saber quais as novidades. Os vinis, antigos bolachões, e posteriormente os cds sempre foram produtos cobiçados por amantes do ramo, atraíam uma clientela frequente. Hoje em dia, lojas como essas são raras e mesmo assim não podem viver unicamente desse produto. Não tenho o direito de ir contra o progresso, mas como diz a canção do Roberto (O progresso), apelaria para o bom senso: seria legal se tivéssemos mais lojas dessaspor aí!

Não sei o que seria necessário para que isso acontecesse, talvez um combate rigoroso à pirataria e um incentivo fiscal satisfatório por parte do governo, aliado a um trabalho de conscientização da sociedade fosse o começo. Sei que não dá para entrar no mérito da discussão entre o preço cobrado por uma loja e o mesmo cobrado por uma barraca de cds piratas, pois vejo esse lado de direito autoral do músico um assunto que dá pano para muitas mangas e não podemos parar por aqui! Mas, não posso deixar de registrar a falta que faz encontrar boas lojas de discos, como eram chamadas!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora...

Este é José Bezerra da Silva, o inesquecível sambista Bezerra da Silva. Descobri há pouco tempo que Bezerra é natural do Recife/PE e ainda na infância, tocava zabumba e cantava coco. Aos 15 anos partiu para o Rio de Janeiro em um navio, onde começou a trabalhar como pedreiro e pintor.  Ingressou na música sobretudo por sua paixão por instrumentos de percussão. Tornou-se o embaixador do morro, cantando seus problemas sociais através de seus partidos altos.

Entre os sucessos emplacados estão Malandragem dá um tempo, Sequestraram minha sogra, Defunto caguete, Bicho feroz, Overdose de cocada, Malandro não vacila, Meu pirão primeiro, Lugar macabro, Piranha, Pai véio 171, Candidato caô caô, Malandro é malandro e Mané é Mané, Pagode na casa do gago, Se Leonardo da vinte..., O bagaço da laranja, Se gritar pega ladrão, etc.

Bezerra partiu para a eternidade em 2005, mas sua música simples, social e direta com o coração do público, garantiram a perpetuação de seu trabalho que se reflete em novas gerações que divulgam seu trabalho e afirmam ter em Bezerra da Silva uma escola de muitas influências.

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de janeiro de 2011

O Cangaceiro trapalhão

Já ressaltei em outra postagem, quando do relançamento dos filmes dos trapalhões, toda minha admiração por esse quarteto que fez parte da minha infância. A saudade me faz visitar a obra de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias e encontrar em seus filmes um pouco do que aprendi na vida. Um dos meus favoritos foi este, O Cangaceiro Trapalhão, lançado em 1983.

Em meio a cangaceiros, ao rei do cangaço Lampião e sua Maria Bonita, os trapalhões vivem no Sertão Nordestino várias aventuras e emboscadas em torno da semelhança de Didi com o rei do cangaço. O objetivo é recuperar a filha de Lampião e devolvê-la ao pai. Temos a participação de atores como Nelson Xavier, José Dumont e Tarcísio Meira e das atrizes Tânia Alves, Regina Duarte e Bruna Lombardi.

Com direção de Daniel Filho, temos a trilha sonora de Guto Graça Melo e Rita Lee, que conta com interpretações de Ney Matogrosso, Tânia Alves e Os Trapalhões. São vários títulos do quarteto que podem ser sugeridos. Vou indicando os meus favoritos, que podem ser encontrados a preços bastante acessíveis nas lojas do ramo, atualmente. Mais um ponto na saudade e na pipoca do mês de janeiro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Fim de festa

Todo mundo sabe que aprecio muito o trabalho do Adilson Ramos, retratado aqui em algumas postagens. Foi em um mês de janeiro, Festa de São Sebastião em Limoeiro/PE, que presenciei um show seu e nunca mais deixei de dizer que sou seu fã! Seu jeito animado, com uma energia positiva de um artista sempre dedicado à música conquista qualquer fã.

E essa é uma das canções de seu repertório que não pode faltar em seus shows, pois ressalta a pureza de uma paixão de adolescentes. É uma das que mais canto em casa quando escuto seus cds. O estilo dessa canção reflete tudo isso que falei sobre o Adilson, um cantor que poderia ter o mesmo reconhecimento nacional e internacional que obtém aqui em Pernambuco: um artista indispensável ao repertório romântico de todo apaixonado da música brasileira!

Fim de festa
(Júlio César, Rodrigo Otávio e José Elias)

Onde está você
Que já me esqueceu
E eu não consigo tirar
Você do pensamento

Essa paixão tão antiga
A sua mão tão amiga
Sem ter você nessa vida
Eu já não aguento

Saio por aí
Pra lhe procurar
E pelos bailes da vida
Eu já não te vejo

Danço com gente estranha
A solidão me apanha
Por mais que eu tente esquecer
É você que eu desejo

Quero que no fim da festa
Você apareça
E chame pra dançar

E num longo abraço
Vamos esquecer
Vamos dar um show
Pra todo mundo ver
Você vai dizer
Depois de um longo beijo
É você que eu desejo

Sha, la, la la, la...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Programa Globo de Ouro

Com o Youtube, várias pessoas, sobretudo as mais jovens têm acesso a programas que não são exibidos atualmente, mas que já foram campeões de audiência. Entre eles, destacaria o Globo de Ouro. Exibido durante as décadas de 70, 80 e início de 90, o programa estreou em 1972 com o subtítulo "A super parada mensal", que elencava as 10 canções que mais tocaram nas rádios naquele mês.

Ao longo de todo esse tempo, o Globo de ouro teve diversos diretores e também apresentadores, que geralmente atuavam aos pares. Só pra citar alguns, apresentaram por lá nomes como Tony Ramos e Christiane Torloni, Dennis Carvalho e Myrian Rios, Cláudia Raia e César Filho , Isabela Garcia e Guilherme Fontes, etc. Entre os tantos diretores, podemos citar Aloysio Legey, Walter Lacet, Márcio Antonucci, Dennis Carvalho, Roberto Talma e J.B de Oliveira, o Boninho.

O programa chegou a ser semanal em alguns períodos e sua importância se reflete na apresentação dos maiores nomes da nossa música contemporânea. Só pra citar, passaram pelo palco do Globo de Ouro artistas como Tim Maia, Sandra de Sá, Djavan, Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Titãs, Zeca Pagodinho, Nelson Gonçalves, Legião Urbana, Cazuza, Simone, Gal Costa, Guilherme Arantes, Alcione, etc.

A última edição do programa aconteceu em 28/12/1990, num especial daquele fim de ano. Na atual programação das emissoras abertas e até fechadas, penso porque não voltarem com algo dessa natureza, pois estamos muito carentes de programas musicais. Quem dera se programas desse tipo tivessem ao menos 25% das atenções que têm programas esportivos ou de fofocas, ou de culinárias ou tantos outros que são exibidos atualmente!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Eu me entendo escrevendo...

Uma das novas cantoras dessa nova geração da música brasileira é a Mariana Aydar. Natural de São Paulo/SP, desde pequena convive com astros da música brasileira empresariados por sua mãe, Bia Aydar. Sua carreira artística teve início em 2000, quando começou a cantar e integrar banda nas noites paulistas.

Em 2005 conhece Seu Jorge e excursiona com este pela Europa, abrindo seus shows. Lança seu primeiro cd em 2006. Entre os sucessos já emplacados em seu repertório estão Prainha, Minha missão, Deixa o verão, Lá vem a menina, Deixa o caroço, Na gangorra, Palavras não falam, Peixes pássaros e pessoas, Aqui em casa, etc.

Além de cantora, também é compositora e muitos ainda não devem conhecer seu talento, entretanto Mariana integra essa nova safra da boa música moderna e brasileira que se renova em nomes como o seu, quando encontram a tão almejada oportunidade!

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Lisbela e o Prisioneiro

Uma das comédias nacionais que mais aprecio é Lisbela e o prisioneiro, com direção de Guel Arraes, lançado em dvd em 2003. Com um elenco que reune Selton Mello, Débora Falabella, Marco Nanini, Virginia Cavendish, Heloisa Perissé, Bruno Garcia, Aramis Trindade, André Mattos, Lívia Falcão e Tadeu Mello, a história foi toda gravada aqui em Pernambuco.

O enredo gira em torno do romance entre o malandro Leléu e a mocinha Lisbela, que de casamento marcado, desiste de tudo para ficar com seu novo amor, mesmo lutando contra suas próprias dúvidas e contra a vontade de personagens como seu pai, seu ex-noivo e todos os outros que perseguem Leléu como Inaura (amante de Leléu) e Frederico (o marido traído de Inaura e pistoleiro por profissão), que deseja matar Leléu.

A trilha sonora foi composta por artistas como Zé Ramalho (A dança das borboletas), Elza Soares (Espumas ao vento), Los Hermanos (Lisbela) e Cordel do Fogo Encantado (O amor é filme), entre outros. Entretanto, em termos de música, nada foi mais marcante que o resgate que Caetano Veloso fez para a música Você não me ensinou a te esquecer, de Fernando Mendes, pois o sucesso da canção foi além do filme, resgatando o Fernando para a música brasileira e ressaltando ainda mais o lado precioso do intérprete Caetano.

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Mulher sem razão

O Brasil tem grandes vozes femininas e Adriana Calcanhoto é uma delas, além de grande compositora, temos nela uma extraordinária intérprete. Dá um tom todo original e próprio às canções que interpreta de outros artistas. É o caso dessa canção do repertório do Cazuza e da Bebel Gilberto, também interpretada pelo Ney Matogrosso.

Mulher sem razão reforça o amor próprio que o sexo feminino precisa despertar diante dos maus tratos e da falta de reconhecimento e carinho do companheiro. É como se uma nova voz falasse à ela como promessa de que proporcionaria tudo aquilo que ainda não foi capaz de desfrutar por possuir más companhias! Genialidades da nossa música:

Mulher sem razão
(Cazuza, Dé e Bebel Gilberto)

Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou

Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou

Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som

Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem

Ouve o teu coração
No final da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dá um pouco de atenção

Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
Temos de montão
Deixa eu te levar então

Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem

Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os Intérpretes do Brasil

Começamos o ano com uma nova série, originada das demais já apresentadas. Se falamos sobre os Compositores desse país, por que não explorar os grandes intérpretes que temos? A maioria deles já foi retratada por aqui, mas de um modo geral e não específicamente destacando uma qualidade que grandes nomes de nossa música têm de sobra.

E essa característica não é algo restrito à um certo grupo ou sexo. Temos grandes cantores, cantoras, duplas, bandas, grupos que se dedicam a dar um toque todo pessoal às composições, geralmente as deixando imortais. E temos ainda aqueles artistas que compõem e geralmente cantam o que criam, mas não perdem o poder de lapidar obras, algo bastante evidente quando resolvem gravar algo de outro artista, mesmo que isso seja algo raro em suas carreiras.

A série visa retratar tudo isso e a partir da próxima postagem envolvendo esse tema, vamos explorar mês a mês os maiores intérpretes brasileiros e algumas de suas imortais leituras musicais. O leitor já pode desde já citar, se desejar, alguma obra que considera imortal e, de preferência, destacando o intérprete da valiosa obra!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Eu tiro onda pra onda não me tirar...

Ano passado comentamos sobre a Luciana, filha do Jair Rodrigues. Esse ano, começamos falando sobre outra boa herança que o eterno pai do rap proporciona à música brasileira: seu filho Jair Rodrigues Melo de Oliveira, antigamente conhecido como Jairzinho e mais atualmente, Jair de Oliveira. Natural de São Paulo/SP, Jair já está no batente desde pequeno, quando integrou o elenco do grupo Balão Mágico na década de 80.

Após o fim do grupo, seguiu carreira em dupla com Simony, também do Balão, até migrar para os estúdios de música nos Estados Unidos. Atualmente, além de cantor é também músico e produtor. Entre sucessos de sua carreira solo, temos Você por perto, Disritmia, Tiro onda, Instruções, Bom dia anjo, Sou teu nêgo, Falso amor, Amor e saudade, entre outros.

Jair integra o grupo de novos nomes da música brasileira. E torcemos que outros nomes também surjam a partir de 2011, para dar uma renovada e uma arejada à música moderna que o Brasil produz, cada vez mais trabalhada por gente assim como esse artista!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Trilogia RC - parte 3

Capa do dvd do filme.
Com essa postagem encerramos a Trilogia de filmes do Roberto Carlos e iniciamos os filmes indicados nesse mês de janeiro, como fizemos ano passado. Esse foi o primeiro filme em que o rei foi protagonista da história, com um enredo meio conturbado, mas que só pelos números musicais e pelas imagens da época, somadas à atuação do cara, já vale a "pipoca". É pena que esse dvd também esteja fora de catálogo.

Capa clássica do filme
Com direção de Roberto Farias e com a participação de atores como José Lewgoy, Reginaldo Farias e alguns integrantes da banda do rei, que na época ainda era RC - 7, a história gira em torno de bandidos internacionais que perseguem o astro da juventude, com o intuito de levá-lo aos Estados Unidos. Com mais de 2,5 milhões de espectadores, nesse filme, RC vive todas as cenas perigosas, dispensando dublê. Além disso, temos cenas acrobáticas como um helicóptero passando por um túnel e o artista dentro de um carro descendo pendurado num guindaste.

Capa do Lp, K7 e Cd de 1967.
A trilha sonora é um espetáculo a parte e foi lançada em novembro de 1967, no disco do Roberto com o mesmo nome do filme, que você confere a capa ao lado e com as canções: Eu sou terrível, Como é grande o meu amor por você, Por isso corro demais, Você deixou alguém a esperar, De que vale tudo isso, Folhas de outuno, Quando, É tempo de amar, Você não serve pra mim, E por isso estou aqui, O sósia, Só vou gostar de quem gosta de mim, com algumas delas, sendo apresentadas em clipes no filme. Outras canções já vinham do seu disco anterior como Namoradinha de um amigo meu, Eu te darei o céu e Negro gato, além de Canzone per te, lançada em disco no ano seguinte e que faria de Roberto o vencedor do Festival de San Remo de 1968, fato esse que comentaremos em outro momento!

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Amor imenso

Feliz 2011 a todos! Que tenhamos um ano novo com grandes realizações positivas em nossas vidas. Sempre com muita saúde, empenho em nossos trabalhos e paz interna e externa é o que desejamos a todos! E vamos começar 2011 com esse mesmo Amor imenso que cada um de nós traz em seu coração!

Essa canção é um clássico do repertório do Nando Cordel e um clássico entre as canções que exaltam paz, coisas que o Nando sabe fazer tão bem. Em poucas palavras, ele consegue sintetizar o sentimento fraternal de todos que buscam a paz, mesmo aqueles que a buscam sem saber como plantá-la nos corações alheios e nos próprios corações:

Amor imenso
(Nando Cordel)

Vem, tá difícil viver sem você por aqui
Vem colorir nosso mundo e me fazer feliz
Traz teu amor, que é tão forte e de muita beleza
Meu coração não consegue viver na incerteza

Abre a porta e deixe entrar
Essa paz que faz o amor imenso, imenso

Vamos deixar o amor enramar essa terra
Vamos deixar essa paz enraizar todo o mundo
Vamos deixar a pureza invadir nossos corações
Se transformar em corrente, em busca de soluções

Abre a porta e deixe entrar
Essa paz que faz o amor imenso, imenso

Um forte abraço a todos!