quinta-feira, 31 de julho de 2014

CD Roberto Carlos 1969

CD Roberto Carlos 1969
E com este trabalho encerramos a série que explora os discos do rei Roberto Carlos. Ainda falaremos de outros trabalhos paralelos de sua discografia em outras oportunidades, mas chegamos ao fim da década de 60 com este que é uma de suas pérolas maiores. Desde a capa, diferenciada e que traz o Roberto sentado em uma praia com seu até então inseparável cachimbo, até grandes clássicos que ficaram marcados na música brasileira. Alguns afirmam que este trabalho em LP vinha com um poster, mas não o tenho!

O que dizer de As flores do jardim da nossa casa, As curvas da estrada de Santos, Não vou ficar e Sua estupidez? Só por essas já teríamos um excelente trabalho. Mas, daqui também se destacaram Aceito seu coração, Nada vai me convencer, Do outro lado da cidade e Não adianta, que seguem a linha do trabalho comentado na postagem anterior ora com a voz mais potente, típico da fase soul, ora com a voz mais suave, típico da influência João Gilberto, que Roberto carrega durante toda sua carreira, mesmo imprimindo sua personalidade a essa influência.

Contracapa do CD RC 1969
Completam o trabalho as canções Quero ter você perto de mim, Oh meu imenso amor (em que Roberto apresenta uma voz diferenciada, tipo os cantores do rádio do passado) e Nada tenho a perder. Um belo trabalho que direcionava Roberto a seu romantismo incomparável e a uma carreira mais que bem sucedida. Estes discos dos anos 60 são os que menos escuto, porém este, o anterior e o de 1966 são os meus preferidos desta década onde imperou o rock, o início do soul e o sempre romantismo de Roberto Carlos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 29 de julho de 2014

CD O Inimitável Roberto Carlos

CD Roberto Carlos O inimitável
Aqui temos um disco mais maduro dos anos 60 de sua majestade. Um disco que permeia a fase soul e penetra no universo romântico que guiaria toda a carreira do maior artista da música brasileira de todos os tempos. O inimitável traz grandes canções, grandes clássicos e mesmo algumas habitando o grupo de esquecidas pelo rei em seu repertório de shows, da mesma forma, povoam o conjunto de inesquecíveis por seus fãs!

Lançado em dezembro de 1968 e sob um ambiente onde muitos surgiam querendo ser Roberto Carlos, O inimitável é apenas um título de um de seus principais álbuns em toda sua carreira. Basta dizer que temos aqui canções onde sua voz e interpretações se tornam mais "vigorosas" como em Se você pensa, Eu te amo te amo te amo, Ninguém vai tirar você de mim, As canções que você fez pra mim, Nem mesmo você, Ciúme de você e Não há dinheiro que pague.

Contracapa CD RC 1968
Mas, não paramos só nisso, pois em outra vertente estão grandes interpretações com uma voz mais suave em É meu é meu é meu, Quase fui lhe procurar, O tempo vai apagar e A madrasta. Esta última, resultado do último festival de qual o rei participou e, segundo Caetano, foi o mais vaiado, embora ele mantivesse a elegância de sempre em sua interpretação ímpar. Gosto de quase todas as canções e considero este um dos melhores discos dos anos 60, juntamente com o de 1969, quando Roberto já reinava na música brasileira. Não simpatizo tanto com as fotos nem da capa ou contracapa que lembra a apresentação dele no Festival de San Remo, do qual foi vencedor naquele ano.

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de julho de 2014

♫Todo amor que houver nessa vida♫

Dá saudade de um tempo não muito distante em que haviam grandes letras inspiradas e com frases marcantes como esta do Cazuza, já gravada pelo próprio e por outros nomes como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Frejat, Cássia Eller, entre outros. Todo amor que houver nessa vida foi a canção que despertou a atenção de todos para o poeta e para o conteúdo de sua poesia.

A letra traz um romantismo real, não aquele idealizado e difundido por tantos outros poetas. Um amor que traz consigo necessidades sexuais, financeiras e psicológicas para sobreviver ao tempo e às adversidades do cotidiano comum que Cazuza parecia entender bem quando cria esta que é também um clássico do rock nacional!

Todo amor que houver nessa vida
Cazuza

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

CD Roberto Carlos em ritmo de aventura

CD Roberto Carlos em ritmo de aventura
Outro grande trabalho de sua majestade dos anos 60 foi este disco, produzido em paralelo ao filme que levaria o mesmo nome. E também com sucessos marcantes, alguns verdadeiros clássicos, chega às lojas em novembro de 1967 o Roberto Carlos em ritmo de aventura, trabalho que mostrava porque Roberto Carlos era terrível.

Eu sou terrível, Por isso corro demais, Quando, E por isso estou aqui, Só vou gostar de quem gosta de mim são canções que habitam até hoje a mente daqueles que viveram este momento e os que não viveram essa época também. O que dizer da primeira gravação de Como é grande o meu amor por você, uma canção clássica do Brasil? E muitos outros também curtem outras esquecidas, como é o caso de Você deixou alguém a esperar, De que vale tudo isso, É tempo de amar, Folhas de outono e O sósia.

Contracapa do CD RC 1967
Como se percebe, não há aqui nenhuma canção que podemos classificar como mediana, pois trata-se de um trabalho posto no mais alto patamar, para sua época. As fotos da capa e contracapa são também fora de série, pois trazem o rei em suas aventuras no filme e podem ser classificadas num grupo restrito de capas diferenciadas em sua discografia. Enfim, um disco clássico do rei e da música brasileira.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 22 de julho de 2014

CD Roberto Carlos 1966

CD Roberto Carlos 1966
Com este trabalho, Roberto Carlos iniciou uma tradição que cumpriu por mais de 30 anos, tornando muitos brasileiros felizes, nos quais me incluo orgulhosamente: fim de ano é com disco novo do rei e diga-se disco novo como sendo um trabalho de canções inéditas. Lançado em dezembro de 1966 e sob o sucesso do programa Jovem Guarda e a coroação do rei da juventude, este trabalho é, para mim, o primeiro grande disco do rei.

Daqui temos clássicos como Eu te darei o céu, Nossa canção, Esqueça, Negro gato, Namoradinha de um amigo meu e É papo firme. Outros sucessos como Querem acabar comigo, Eu estou apaixonado por você, O gênio e Não precisa chorar são sempre lembradas. Até canções que não tiveram tanta expressão como Ar de moço bom e Esperando você são legais e eu diria que temos aqui, a meu ver, um disco daqueles que todas as faixas são boas de se ouvirem.

Contracapa do CD RC 1966
Gosto muito de Nossa canção, O gênio e da execução ao vivo de Namoradinha de um amigo meu. Já cantei diversas vezes para mim mesmo a canção Querem acabar comigo e pergunto quem nunca teve essa sensação de se sentir acuado? A capa preta, apenas com o rosto de sua majestade, sem título e com seu nome em letras minúsculas, e a contracapa com ele tocando violão deixaram a desejar, mas temos aqui um ótimo trabalho, histórico para Roberto e para a música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de julho de 2014

♫Viver e reviver♫

Os Beatles sempre foram sucesso em nossas terras e vez por outra alguém resolve fazer versões de suas canções. Bem ou mal sucedidas, tais versões alcançam êxitos por aqui, sobretudo porque uma ênfase nas canções deles é que trazem belíssimas melodias, ficando a cargo de algum bom letrista acertar ou errar. Vale salientar que nem sempre a versão é uma tradução, ao pé da letra, do original, como muitos esperam.

Essa canção, por exemplo, do repertório da Gal Costa é uma das mais belas versões feitas, a meu ver. O poeta Fausto Nilo acertou e a sempre doce voz da Gal casou direitinho em Viver e reviver, sucesso radiofônico dos anos 80 e tema da novela global Bebê a bordo. Sua letra fala de um amor que não pode ser esquecido e de como é importante acreditar nesse sentimento que edifica a cada um.

Viver e reviver (Here, there and everywere)
John Lennon, Paul McCartney e Fausto Nilo

A vida é muito mais
Quando estou perto de você

E eu bem que tentei construir
Sonhos de paz vendo a relva crescer
Pobre de quem pensar que o amor morreu

É, hoje eu lembrei de você
Noutro caminho tão longe daqui
Longe de mim eu sei o que você quer

Eu quero reviver
O que existe nas miragens que ninguém mais crê
A nossa viagem pelo céu de mel

Não ninguém pode esquecer
Que o sonho é livre, não morre jamais
Lembre de nós aonde esse amor viver
Vou viver e reviver
Viver e reviver...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

CD Roberto Carlos Jovem Guarda

CD Roberto Carlos Jovem Guarda
Lançado em novembro de 1965, este é um disco e um ano histórico para Roberto Carlos. Neste ano ele lança dois discos inéditos, façanha jamais repetida em sua carreira. Também é o ano que estreia, em agosto, o programa Jovem Guarda que dá nome a seu trabalho e traz uma das faixas mais importantes e polêmicas de sua carreira: Quero que vá tudo pro inferno.

Sucesso explosivo que levou o rei ao topo das paradas e ao tão almejado sucesso nacional, Quero que vá tudo pro inferno se tornou clássica e, nos últimos 25 anos habita a polêmica de estar banida, ao menos temporariamente como muitos sonham, do repertório de shows, embora haja tantos pedidos. Mas, nem isso apaga o sucesso arrebatador que foi naquele ano, superando artistas consagrados e firmando o rock e o movimento Jovem Guarda de vez na música brasileira, coroando Roberto na música jovem.

Contracapa do RC Jovem Guarda
Confesso que esta não é das minhas melhores músicas, nem mesmo desse disco, que aprecio mais que os anteriores. Gosto muito de O feio, Eu te adoro meu amor, Gosto do jeitinho dela e Escreva uma carta meu amor. Foram sucessos também Lobo mau, Pega ladrão, Mexericos da Candinha e a regravação do fado Coimbra. Temos ainda Sorrindo pra mim, O velho homem do mar e Não é papo pra mim, todas com expressiva repercussão. Capa e contracapa trazendo fotos de estúdio e em gravações, que se tornavam cada vez mais comum na corte do rei da música jovem!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de julho de 2014

♪Partituras musicais dos fãs 7 - Armindo Guimarães♪

Esse cara já vem sendo solicitado por muitos membros que já foram ou ainda serão temas dessa série. Natural de Porto, em Portugal, torna a série internacional, pois é o português mais amado entre os fãs brasileiros de Roberto Carlos. Um ilustre ser que muitos gostariam de conhecer pessoalmente por sua simpatia, doçura e bom humor compartilhado com todos.

Conheci Armindo Guimarães pelo Portal Clube do rei e atualmente o acompanho pelo seu site, o Portal Splish, splah, pois não conheço quem não se torne fã das histórias que ele nos conta, dos bate-papos que cria entre ele, Roberto, Eduardo e membros da equipe RC, ou das comidas e postagens temperadas com seu bom humor! Vamos à aguardada entrevista:

1 - Uma música?

♪Cavalgada, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1977.

2 - Um momento musical inesquecível?

♪O trem das onze de Adoniram Barbosa e Quero que vá tudo pro inferno, uma das músicas de Roberto Carlos que tanto me influenciou na adolescência.

3 - O que você coleciona do Roberto?

♪Existem fãs para todos os gostos. Uns que se especializaram neste ou naquele campo da carreira do rei, outros que não faltam a um show, outros que apenas se limitam a ouvir músicas, outros que se dedicam a escrever sobre isto e aquilo. Eu posso incluir-me nestes últimos. Com efeito, nunca fui apegado aos objetos, valorizando mais as coisas da vida e da alma. Contudo, tenho alguns discos de vinil (LPs e singles), CDs, DVDs, uma ou outra revista e pouco mais. De tudo, destaco o livro da Revista Saber Violão Especial, contendo por ordem alfabética todas as letras das canções de Roberto Carlos até ao ano de 1986, ano de edição do livro a que eu chamo de “minha bíblia do Rei”. Na capa e contracapa possui uma foto de Roberto Carlos que de tanto uso já quase não se vê, isto já para não falarmos na lombada cheia de fita adesiva a fim de que nenhuma página se perca. Outro objecto que guardo com carinho é o DVD Duetos que ganhei num concurso do site oficial de Roberto Carlos, contendo dedicatória escrita e assinada por ele próprio: “Amigo Armindo um abração – Roberto Carlos - 10-5-2007. Para além disso, possuo toda a obra discográfica do maestro Eduardo Lages, que me foi oferecida pelo próprio. 

4 - Como começou esse contato com RC, um artista fora de seu país?

♪A minha relação com o Roberto começou numa altura em que se ouvia as suas músicas por tudo quanto era sítio em Portugal. Estávamos em 1962/1963, tinha eu 7/8 anos e não me cansava de ouvir Susie, Triste e abandonado, Na lua não há, Splish Splash, Só por amor, Nunca mais te deixarei, É preciso ser assim, Professor de amor, etc. Depois veio O Calhambeque, É proíbido fumar, Um leão está solto nas ruas…

5 - Qual a primeira lembrança tem do Roberto?

♪O medalhão que usava ao peito e a sua inseparável pulseira que eu também uso desde criança.

6 - Você também é fã do Eduardo Lages, então qual a canção que ele interpretou que mais te emociona?

♪Escolher uma música do Mestre Maestro, como eu gosto de lhe chamar, é tão difícil como escolher uma do rei, mas assim de repente, lembro-me de Cavalgada, Confissão e E por isso estou aqui, esta última incluída há anos no meu celular e que me tem dado problemas com alguns amigos que se queixam que sempre que me telefonam eu demoro imenso tempo a atender. Pudera! O celular toca e eu, em vez de atender, deixo-me ficar a ouvir a música.

7 - E qual você ainda gostaria de ouvi-lo gravar?

♪Canção do Mar, com letra de Frederico de Brito e música de Ferrer Trindade, interpretada por Amália Rodrigues e mais recentemente por Dulce Pontes, e no Brasil gravada em 1956 por Agostinho dos Santos e em 1957 por Almir Ribeiro. 

8 - Um compositor brasileiro?

♪Milton Nascimento.

9 - Um músico brasileiro?

♪Sem dúvida, o rei!

10 - O arranjo que mais aprecia em alguma canção brasileira?

♪Construção de Chico Buarque.

11 - Fale-me um pouco sobre a criação do Portal Splish, splash.

♪O Portal Splish Splash, que criei em 7-7-2008, era inicialmente um Blog pessoal que devido aos imensos visitantes oriundos dos mais variados países, rapidamente foi batizado pelos próprios fãs com a designação de Splish Splash, que substituiu a de Armindo Guimarães que até então detinha.

12 - O que gostaria de ouvir Roberto cantar em seus shows?

♪Quero que vá tudo pro inferno.
13 - Roberto gravou Coimbra e Nem às paredes confesso. Qual fado sugere para ele gravar?

♪Teria vários fados que gostaria de ouvir na voz do rei, mas ao contrário, o meu sonho era ouvi-lo cantar Meu pequeno Cachoeiro em jeito de fado. Aliás, nem era preciso muito pois que o tema, tal qual se apresenta, já me cheira a fado.

14 - Um dueto inesquecível desses especiais?

♪Dizem que a seguir ao rei, Fafá de Belém é a cantora brasileira mais popular em Portugal e eu assino. Assim sendo, o meu dueto preferido é o de Roberto Carlos e Fafá de Belém, em Se você quer.

15 - Quem ainda merecia ser convidado para o especial de fim de ano?

♪Sou de opinião que para inovar o ideal seria um convidado português que tenha no seu repertório músicas do rei, como por exemplo, o cantor Marco Paulo ou os fadistas Nuno da Câmara Pereira ou José da Câmara, este último com um CD editado em 2010 com 13 músicas de Roberto Carlos.

16 - Você tem vontade de apresentar um programa de rádio sobre Roberto Carlos?

♪Conheço e ouço algumas rádios brasileiras com programas inteiramente dedicados a Roberto Carlos e tiro o chapéu a algumas delas. Lamentavelmente a diferença horária entre Portugal e Brasil (4 horas ou 3) é muitas vezes impeditiva de seguir tais programas de rádio. Pese embora não ter experiência nenhuma em locução, gostaria, contudo, de eu próprio ter um programa radiofônico com músicas de Roberto Carlos, mas que não se confinasse apenas a essa vertente, incluindo músicas luso-brasileiras como forma de divulgar o que nos dois países irmãos há de melhor em termos musicais, pois constato que ao contrário do que se passa em Portugal que conhece muitos músicos brasileiros, no Brasil, os músicos portugueses são praticamente desconhecidos.

17 - Além do rei, quais outros artistas aprecia na música brasileira?

♪Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Fafá de Belém.

18 - Um trecho de uma canção?
♪Este trecho que eu considero sublime:
 
"E na grandeza desse instante
O amor cavalga sem saber
que na beleza dessa hora
o sol espera pra nascer".♪

Roberto Carlos e Erasmo Carlos - Cavalgada - 1977.

19 - Como define Roberto Carlos?

♪Roberto Carlos é o protótipo do integral, sendo que a sua obra é o espelho do seu modus vivendi, refletindo não só os seus anseios e receios, mas também a sua temperança e o seu otimismo, quiçá por saber que o mundo é, se não perfeito, pelo menos o melhor dos mundos possíveis, que recusa ao mal toda a existência positiva. Quem canta o amor e o desamor, a alegria e a tristeza, a esperança e a desesperança, essas assimetrias que regem o quotidiano, tem, necessariamente, que possuir um espírito amplo e tolerante.
E é esse espírito amplo e tolerante, de meio século de integralidade e de contrastes, que faz de Roberto Carlos um caso sério de popularidade, bem patente nos milhares de fãs espalhados pelos quatro cantos do mundo onde não raro muitos aprendem português para melhor entender as suas mensagens, as suas emoções. Fãs que estejam onde estiverem, acompanham a vida artística e até pessoal do Rei. Fãs que anseiam por um novo disco, por mais um concerto, por um autógrafo. Fãs que lhe escrevem cartas de amor e de alento. Fãs que sonham poder um dia abraçá-lo, ou pelo menos ter com ele uma breve conversa só para lhe dizer quanto o admiram.

20 - Quem você sugere para entrevistarmos nesta série?

♪Carlyle Zamith.

Armindo, todas as palavras que eu pudesse usar para te agradecer seriam insuficientes. Tenha certeza que todos estávamos ansiosos por suas palavras e por conhecê-lo um pouco mais, pois a admiração já é extrema. Obrigado por, no mês de meu aniversário, você me dá esse presente tão generoso! Como te disse uma vez, você sabe fazer a amizade atravessar o oceano e nos levar à terra de onde descendemos de forma ímpar!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de julho de 2014

♫Mel na boca♫

Esse é um clássico no mundo do samba, cantado até por gente alheio a esse estilo, como é o caso da Joanna, que já a gravou em dueto com Jorge Aragão. E, além desta, temos as leituras de Alcione, Beth Carvalho, Almir Guineto, Fundo de quintal e vários outros grandes sambistas que, com suas leituras, transformaram essa belíssima canção neste clássico do samba.

A letra de Mel na boca fala de um amor partido trazido por alguém que engana com suas promessas vazias e que deixa saudades em seu lugar depois de banhar os lábios de seu amor com muito mel, que representa uma paixão desenfreada. Mas, como em todo bom samba não cabe muita tristeza, há a expectativa de um novo raio de sol que brilhará pelo caminho!

Mel na boca
David Corrêa

Oh, quanta mentira suportei
Neste teu cinismo de doçura
Pode parar com essa ideia de representação
Os bastidores se fecharam pra desilusão

É mentira
Cadê toda promessa de me dar felicidade?
Bota mel em minha boca
Me ama, depois deixa a saudade, será...

Será que o amor é isso?
Se é feitiço, vou jogar flores no mar
Um raio de luz do sol voltará a brilhar
Que se apagou e deixou noite em meu olhar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

CD Roberto Carlos Canta para juventude

CD Roberto Carlos Canta para juventude
Em abril de 1965 Roberto Carlos lança mais um álbum de sua carreira, se firmando como ídolo de juventude e já preparando o caminho para o programa que estrearia mais a frente e também inauguraria o movimento que entrou para a história da música brasileira, o Jovem Guarda, de qual seria o líder, junto a Erasmo Carlos e Wanderléa.

Desse disco, talvez o único clássico tenha sido Não quero ver você triste, que, podemos considerar o primeiro "rap", não pelo estilo, mas por usar uma forma até então não muito comum: a de declamar uma canção que só ganharia letra mais tarde, por outro autor. Merecem destaque também as canções A garota do baile e a bela Aquele beijo que te dei. No mais, temos História de um homem mau, Noite de terror, Como é bom saber, Os sete cabeludos, Parei olhei, Os velhinhos, Eu sou fã do monoquini, Brucutu e Rosita.

Contracapa do CD RC 1965
Ainda estou comentando sobre álbuns que curto pouco, pois o repertório deles me são pouco atrativos. Talvez um dia eu os redescubra ou quem sabe nunca curta tanto por não ter vivido essa época. Na capa, o primeiro disco azul do rei, fato que se tornaria constante anos mais tarde. Na contracapa, um Roberto, ou melhor dois Robertos comportados, contrastando o roqueiro que até arriscava alguns passos no palco.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de julho de 2014

CD Roberto Carlos É proibido fumar

CD Roberto Carlos É proibido fumar
Em agosto de 1964, Roberto Carlos lança outro trabalho onde se percebe uma significativa evolução em sua carreira discográfica. Clássicos como É proibido fumar e O calhambeque ficariam marcados para sempre em seu repertório e construiriam  projeções para uma carreira mais que bem sucedida. Talvez ainda não tivesse alcançado o sucesso nacional desejado, mas já começava a solidificar as bases para alcançar esse desejo.

Gosto mais deste que do disco anterior e aqui temos o Roberto moderno dos anos 60 com sua voz afinada e delicada como na canção Rosinha ou o roqueiro de Um leão está solto nas ruas e Broto do jacaré. O contestador em Nasci para chorar ou o romântico ingênuo de Jura-me. Considero que todos esses convertiam para o rock, estilo definido em seu repertório daí então!

Contracapa do CD RC 1964
E aqui também verificamos canções que atraiam bastante o público infantil, sobretudo na canção O calhambeque. Outras canções que completam o álbum são Meu grande bem, Minha história de amor, Amapola, Louco não estou mais e Desamarre o meu coração. Na capa, algo raro, Roberto Carlos de camisa vermelha e de braços cruzados. Na contracapa, todo de preto e dançando passos de uma pré-Jovem Guarda. Um bom disco, mas que não costumo ouvir tanto, por não apreciar suficientemente essa fase de sua majestade!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de julho de 2014

♫Um índio♫

Essa canção do Caetano tem, a meu ver uma interpretação definitiva com Milton, embora também tenha sido cantada pelo autor e por outros nomes, como é o caso de Zé Ramalho, que mostrou uma leitura quase declamada, típico de suas interpretações. Mas, aquela voz do Milton e todo sentimento que ele passa em sua interpretação me faz eleger sua leitura como definitiva.

Sua letra abre nossa mente para a devastação do espaço indígena, algo que já acontece há muito tempo e ainda não encontramos solução para esse fato. É como se a cultura indígena desaparecesse na surdina e quando percebermos, eles ficaram no passado, nos livros de história. E, com passagens profundas, a canção Um índio nos traz essa mesma reflexão do quanto é importante essa raça para nós e como sua cultura e influências continuam presentes em nossos costumes.

Um índio
Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

CD Roberto Carlos Splish, splash

CD Roberto Carlos Splish, splash
Este é considerado o primeiro disco oficial do Roberto Carlos e que ainda conseguimos encontrar nas lojas. (Louco por você será tema de outra postagem). Lançado em meados de novembro de 1963, este foi o trabalho que começou a dar gás à carreira de sua majestade, pois, depois de algumas tentativas frustradas, finalmente Roberto acertou o caminho do sucesso. Ainda não vendíamos aqui milhões de discos, mas já tivemos uma expressiva vendagem, num trabalho que traz o rei jovem, sorrindo e com aquele olhar meio triste que estampou tantas outras capas de seus futuros trabalhos.

Aqui temos a primeira parceria entre Roberto e Erasmo, que abre o trabalho e tornou-se um clássico na obra do rei: Parei na contramão. Além deste, outro sucesso que também tornou-se um clássico não apenas na obra do rei, mas também no rock nacional foi Splish splash, versão de Erasmo Carlos. Conste que estamos falando de uma época ainda pré-Jovem Guarda, mas que Roberto já construía o caminho da coroa que ganharia anos depois.

Gosto pouco desse disco, embora sei que muitos preferem a década de 60, onde o roqueiro RC desfilava outro estilo. Curto Na lua não há, Quero me casar contigo e Nunca mais te deixarei. Há quem diga que, em épocas que não tínhamos cantores para músicas infantis, Roberto também atingiu o público jovem com esse estilo que trazia muita ingenuidade. Completam o trabalho as canções Só por amor, É preciso ser assim, Onde anda o meu amor, Professor de amor, Baby meu bem, Oração de um triste e Relembrando Malena. E durante esse mês de julho, vamos visitar os discos dos anos 60, completando a obra discográfica do maior artista da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de julho de 2014

♪Partituras musicais dos fãs 6 - James Lima♪

Este é o "Doutor James", ou simplesmente Zé Jeimis, como o chamo! Conheço este menino desde os oito anos de idade e já conversei, brinquei, arenguei (como se chamam as brigas de meninos aqui no Nordeste), opinei, ensinei, aprendi, compartilhei, enfim, já vivi muitas emoções com este cara! Até já sonhei com ele, que o visitava em Teresina/PI, onde reside e era dono de uma padaria. A verdade é que Zé nunca me mandou alguns pães ou alguma possível broa que sua padaria fabrica!

Brincadeiras a parte, pois James não é comerciante em sua cidade, mas cursa medicina, a verdade é que todos nós gostamos muito dele e do trabalho que ele desenvolve em seu Blog Roberto Carlos Braga, junto à sua equipe, em dedicação ao Roberto e também a seus fãs, que também nos tornamos fãs do Zé! Generosamente, aceitou participar desta série comigo e eis a entrevista:

1 - Uma música?

♪Você Não Sabe - Roberto e Erasmo Carlos.

2 - Um momento musical inesquecível?

♪Uma vez, abraçado a uma pessoa que amo, no banco de trás de um carro, durante uma longa viagem, à noite, chorei, ouvindo a música "Sei", do Nando Reis, enquanto declamava os versos da canção para ela, e ela declamava pra mim. Foi um dos momentos mais inesquecíveis do quanto uma música pôde se fazer presente no meu sentimento e no meu coração.

3 - Qual show do Roberto gostaria de ter visto e não pode ver?

♪Gostaria de ter visto a estreia do "Além da Velocidade" (temporada de 1973 no Canecão). É um show que traz muitos números diferentes do que o atual Roberto está habituado a fazer.

4 - E qual foi o show inesquecível dele?

♪Em sua carreira, com certeza o show no Maracanã; em 2009. Mas pra mim, sem dúvida alguma, o primeiro show ao qual estive presente: um show de rotina, em Teresina, em maio de 2006. Nunca vou esquecer o ataque de choro e histeria que tive naquele dia rsrs.

5 - Qual a primeira peça que você conquistou para sua coleção?

♪O CD Acústico MTV 2001.

6 - E o que ainda te falta?

♪Ah, considero que sempre falta tudo rs. Porque, em se tratando de Roberto Carlos, a coleção nunca está completa. Mas tenho todos os discos do Brasil, e muitos importados. Compactos, revistas... Até autografo! Rsrsr.

7 - Há alguma que você considera como sendo seu xodó, dentro desta coleção?

♪Gosto muito de um compacto no qual Roberto canta em francês. E também do bonequinho da estrela, e da revista Io Próprio Io, que foi lançada na Itália nos anos 70, com um especial sobre RC.

8 - Um compositor brasileiro?

♪Erasmo Carlos.

9 - Um músico brasileiro?

♪Milton Guedes, admiro demais. Eduardo Lages também.

10 - O arranjo que mais aprecia em alguma canção nacional?

♪Meu Pequeno Cachoeiro - Roberto Carlos, na regravação de 2005. Também acho legal Você Não Me Ensinou a te esquecer na releitura do Caetano em 2003.

11 - Cite três discos que escuta sem pular nenhuma faixa. (pode ser do rei ou de outros artistas também)

♪Erasmo Carlos - 50 anos de estrada (2012), Maria Bethânia - As canções que você fez pra mim (1993) e o Roberto Carlos - Amor Sem Limite (2000).

12 - O que gostaria de ouvir Roberto cantar em seus shows?

♪Mais rock. Gostaria de vê-lo empunhando uma guitarra novamente. Rsrs

13 - Seu especial favorito?

♪O de 1979, pelas atuações do Roberto com atores e humoristas.

14 - Um dueto inesquecível desses especiais?

♪Acho que o dueto com Alcione em 2007 ficou muito marcante. É difícil escolher apenas um dueto, sendo que tantos foram inesquecíveis. Com Ivete também foi fenomenal.

15 - Quem ainda merecia ser convidado para o especial de fim de ano?

♪Adriana Calcanhotto, Victor e Léo, Clarice Falcão, Dorgival Dantas. Reginaldo Rossi também merecia ter ido um dia. E não sou contra duetos inusitados, como MC Leozinho, Anitta e Michel teló, que já estiveram lá. Então, quem vier de inusitado, na certa vou curtir.

16 - Qual dueto em disco gostaria de ver com Roberto?

♪Acho que Roberto devia ter gravado um disco com Julio Iglesias. Nos anos 80 eles cogitaram essa ideia varias vezes, e teria sido uma grande sacada. Pena que não decolou. Tony Bennett e Paul McCartney também seriam uma boa.

17 - Além do rei, quais outros artistas aprecia na música brasileira?

♪Costumo dizer que gosto de tudo. Meus amigos até se assustam com a quantidade e variedade de artistas que ouço. Ouço do forró de Dorgival Dantas ao rock de Erasmo Carlos. Do funk de Claudinho e Buchecha ou Anitta, ao samba do Zeca Pagodinho. Alceu Valença, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, Ivete Sangalo, Tim Maia, Jota Quest, Bethânia, Skank, Cazuza...

18 - Um trecho de uma canção?

♪Eu chegaria onde só chegam pensamentos.
Encontraria uma palavra que não existe
pra te dizer, nesse meu verso quase triste,
como é grande o meu amor. - Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1983.

19 - Como define Roberto Carlos?

♪Um amigo. Ele está comigo, e com todos os brasileiros (e estrangeiros) nos momentos bons e ruins, com palavras de força e de carinho, comemorando conosco, ou nos consolando por perdas. Reza com a gente, dá conselhos... Tudo através das canções.

20 - Quem você sugere para entrevistarmos nesta série?

♪Sugiro Ana Luiza Machado, minha colaboradora no blog Roberto Carlos Braga.

Zé, muito obrigado por tudo, por dedicar um pouco de seu valioso tempo de estudante para nós! Obrigado também por nos prestar um trabalho valioso em sua página, sempre dividindo conosco suas emoções. Posso dizer, sem medo de errar, que o vi crescer e hoje o admiro ainda mais, me sentindo mais tranquilo por saber que a saúde brasileira, um dos calos deste país assim como a educação, tem um grande agente a caminho! E parabéns por mais este aniversário que você comemora amanhã, 02/07 onde prestamos esta singela homenagem a pessoas tão ilustres como você é!

Um forte abraço a todos!