quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Os Intérpretes do Brasil - 52

E encerramos o mês de novembro com mais um grande nome nesta série. Hoje, com toques de sertanejo raiz, ritmo que representa tão bem nosso interior. E o grande nome deste ritmo é Sérgio Reis que, com o passar do tempo, tornou-se um grande intérprete neste assunto. Basta ouvir seu repertório, no decorrer de toda sua carreira para percebermos esta tona.

Tanto Boiadeiro errante, quanto O menino da porteira são clássicos associados à sua voz, do compositor Teddy Vieira. E, embora não goste muito da letra da segunda, não posso negar que, quando a escuto, a associo imediatamente à voz do Serjão, mesmo que se trate de alguma regravação, por outra voz.

Gosto também quando Sérgio empresta seu canto manso e suave para interpretar nomes que não são necessariamente associados ao ritmo sertanejo ao qual está habituado navegar. Nesse sentido, ele manda bem tanto em Todas as manhãs, de Roberto e Erasmo, quanto em O Cio da terra, de Chico e Milton. Mas, como também estamos tratando de um intérprete nato, é facilmente possível infringirmos as regras dessa postagem e citar mais que três grandes canções de seu repertório que constam como preferidas de alguém, afinal, o próprio Sérgio já cantou que panela velha...

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de novembro de 2016

♫Do Leme ao Pontal♫

Tim Maia é mais que nunca o síndico deste prédio chamado Brasil. Mas, um síndico que cuida bem de tudo e que, se realmente assim fosse, mesmo com todos os defeitos que o Tim poderia ter, tenho certeza que o país estaria um pouco melhor. E muito melhor, se pensássemos em termos musicais, em termos de alegria contagiante.

Tim possuía o dom e isso é suficiente quando se faz uma canção que, de repente, traz uma letra tão simples, tão ínfima, mas que junto com a melodia, com os arranjos que brotavam de sua cabeça genial faziam essa diferença toda que provoca essa canção, com todas aquelas frases de metais e com a letra que mistura praias do Rio de Janeiro com sua dieta nada light.

Do Leme ao Pontal
Tim Maia

Do Leme ao Pontal
Não há nada igual!

Olha o breque!

Sem contar com Calabouço
Flamengo, Botafogo
Urca, Praia Vermelha

Tomo guaraná, suco de caju
Goiabada para sobremesa

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os cem anos do samba

O samba é o ritmo do Brasil, lembrado em toda parte do planeta. Até a Bossa Nova, que também é muito associada e conhecida em outras partes do planeta, está associada a uma "evolução" do samba, com uma cadência mais leve e notas mais dissonantes. Neste mês de novembro comemoramos os cem anos do samba.

Mas, há controvérsias, como diria um famoso personagem da Escolinha do Professor Raimundo, pois há quem diga que o samba surgiu antes. O local de origem também é polêmico, pois rivalizam aí a Bahia e o Rio de Janeiro. Credita-se a Donga, o primeiro samba registrado em 1916, Pelo telefone. Polêmicas a parte, a verdade é que comemorar esse ritmo é mais que necessário.

Tudo se torna menor, até a tristeza, quando pensamos na alegria que uma roda de samba, com grandes ou pequenos sambas podem nos proporcionar. O pai da alegria nos deu grandes Martinhos, Zecas, Jorges, Paulinhos, Beths, Alciones, Chicos, Claras, Pixinguinhas, Arys, Joãos, Cartolas, Yvones, Lecis, Noel´s, Caymmis, Agepês, Bezerras, Dicrós, Adoniran´s, Candeias, Ismael´s, Ataulfos, Nelson´s, Mários, tantos grupos, cantores e cantoras que levantam essa bandeira e não deixam o samba morrer.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

CD Fábio Jr. Desejos

Um dos grandes discos de carreira de Fábio Jr. é este aqui, Desejos, lançado em 1993. Nele, nosso grande intérprete apresenta algumas composições e também navega pelo repertório de outros compositores como Nando Cordel, Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Michael Sullivan e Paulo Massadas, Paulo Sérgio Valle, além de resgatar um clássico da Jovem Guarda, que também tornou-se um clássico de seu repertório, por sua primorosa interpretação.

Exatamente, este disco é o que contém a faixa Esqueça, do repertório de Roberto Carlos, e que foi tema da novela global A viagem. Além dela, temos a faixa de abertura e carro chefe Desejos, Tudo bem, Queria ser, O resto fica pra depois, Trato de amor, Fábios, Ah como eu queria, Mel e aveloz, Meu lado sonhador, Minha namorada e Muito prazer.

Um belo disco de uma época em que ainda eram lançados grandes discos e que acabavam frutificando grandes sucessos radiofônicos, lembrados até hoje. Naquele ano, por esta época, tínhamos os lançamentos do Fábio. Hoje em dia, quase não temos lançamentos, nem do Fábio, nem de ninguém!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de novembro de 2016

♫Sentimentos complicados♫

Essa é pra quem diz que nossos gênios já não criam, eles continuam criando grandes pérolas sim! Esta canção poderia figurar na série Olhando as estrelas e destacarmos os quatro punhos abençoados que a compuseram: Caetano Veloso e Erasmo Carlos. Eles já gravaram juntos, cantaram juntos, mas ainda não haviam composto juntos, até recentemente quando no disco Gigante gentil, do tremendão, veio a primeira parceria.

Uma letra bastante romântica que destaca um amor distante e suas consequências para quem o vivencia. Então encontramos aqui elementos como saudade, existência, natureza e solução completada a dois, tudo feito e refeito pelo amor, coisa que esses dois sabem cantar e compor tão bem!

Sentimentos complicados
Erasmo Carlos e Caetano Veloso

E o que vai restar de mim
Se você me olhar de longe
Amor, sem me dizer se me viu
Eu sei, serei quem nunca existiu

Quando o mar fugir do céu
E o luar fugir do monte
A dor que o mundo sempre sentiu
Será uma visão infantil

Toda solidão que forma a terra
Se concentra lá no sol em mim
Sentimentos complicados
Fazem cantar assim

Se você me olhasse e visse
Mudava o sol, mudava o mar

Eu existiria então
Sob a bênção dos seus olhos
Amor, céu multimar e luar
A flor teimando sempre em brotar

Toda a exuberância que há na terra
Chega em mim por seu olhar assim
Tudo quanto alegra a natureza
Vai achando seu lugar em mim

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Os compositores do Brasil - 94

Evandro Ribeiro, que também adotou o pseudônimo de Eduardo Ribeiro, é o compositor homenageado desta série hoje. Uma das figuras mais importantes da história do disco neste país, presente no currículo de vários artistas, sobretudo os que gravaram pela antiga CBS, hoje Sony, nas décadas de 60, 70 e 80.

Dono de grandes canções gravadas por Roberto Carlos, foi o produtor de seus discos de 1963 até 1983 e também compôs em parceria com outros nomes, sucessos inesquecíveis como Quando o sol nascer, Nosso amor, Preciso de você, Coisas que não se esquece, Eu me vi tão só e Voltei ao passado. Muitos fãs do rei creditam à presença dele, a fase mais produtiva e atraente nas composições, arranjos, enfim, em tudo que leva o nome Roberto Carlos. 

E é certo que "seu Evandro", como era conhecido, vai muito além de algumas canções que nem se tornaram clássicos, mas que habitam algumas das coisas mais lindas que o rei gravou e também não se pode esquecer que, ele não foi apenas mais um compositor do Roberto, mas o grande produtor de seus discos e dos trabalhos de outros grandes nomes como Raul Seixas, Jerry Adriani, entre outros. E acho absurdo se encontrar tão pouco na internet sobre um nome tão importante para a música como é o seu!

Um forte abraço a todos!