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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

♫Nua ideia♫

Essa é mais uma das pérolas do Donato, também chamada de Leila XII, Nua ideia é uma canção composta em parceria com Caetano Veloso e foi tema da novela global Rainha da sucata, em 1990, tempo em que boas canções ainda eram produzidas e lançadas.

Imortalizada por Gal Costa, a letra de Nua ideia dá mesmo a impressão de que se trata de uma musa descrita com vários bons adjetivos, selecionados a dedo por um imenso coração apaixonado, onde se apela para a lua, como todo bom apaixonado do passado, para iluminar o sentimento e os caminhos dessa musa!

Nua ideia
João Donato e Caetano Veloso

Lua cheia
Ilumina a minha vida
Pura lâmina polida
Lábio, leite, peito, mãe

Nua ideia
Pavão de plumagem branca
Moça de risada franca
Meia taça de champagne

Minha seta
Atravessa o meu amado
Linha reta
Do real pro outro lado

Lua nova
Tudo agora recomeça
O mundo está posto a prova
Muda a luz e muda a cor

Lua, lua
Ilumina esta promessa
Com tua vontade crua
Ilumina o meu amor

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Caetano Veloso faz 80 anos!!!

No último dia 07, Caetano Veloso completou 80 anos e nos presenteou, junto a seus filhos, com uma live transmitida pelo globo play e com participação de sua irmã Maria Bethânia. Várias manifestações aconteceram, com vários colegas o homenageando e lembrando grandes canções que fazem parte de nossas vidas, que cantamos juntos nem que sejam pequenos trechos.

Caetano é essencial à história deste país, não apenas pelos hits que compôs nossa trilha sonora nos mais de 50 anos, mas também pela figura inteligente que sempre representou junto à música brasileira. Quem nunca foi com Alegria alegria ou cantou O leãozinho para alguma criança? O cara contradiz a ditadura e a matemática ao dizer que dois e dois são cinco, sempre Muito romântico, capaz de expressar a Força estranha que leva o rei a cantar! Aliás, Baby, você precisa ouvir aquela canção do Roberto, a dos caracóis, feita pra ele!

Então Tá combinado, Nua ideia, Luz do sol, Linha do equador, Paula e Bebeto, Dom de iludir, Sorte, Não enche, A luz de Tieta, Você é linda, Você é minha, O quereres, Eclipse oculto, Qualquer coisa, Sampa, Terra, Reconvexo, Outras palavras. Eu sempre me esqueceria de uma ou de várias, pois Você não entende nada, mas vai com ele. Adoro Caetano! E essa é minha Oração ao tempo: agradeço pela obra, pela existência e torço para que tenha saúde e mais vida conosco!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

♫Quase♫

Algumas canções se tornam inesquecíveis, mesmo quando seus intérpretes já não aparecem com a merecida frequência na mída. Lembro da novela Corpo dourado, em 1998 e de uma canção que fazia parte de sua trilha sonora que, me fascinou na época e, claro, até hoje, pois em pleno 2021 estou relembrando ela, doido pra um dia encontrar a cifra e tocá-la ao violão. Aí pesquisei e encontrei seu nome, intérprete, novela, autores...

A canção chama-se Quase, com poucas estrofes escritas por Caetano Veloso e Antônio Cícero, interpretada pela cantora Daúde. Sua letra traz aquele amor imenso, forte, brilhante, mas que por trás desse falso brilho traz muita nocividade, algo em torno de uma quase (mas, inatingível) felicidade, pois ambos seguem em sentidos sempre opostos. E, mesmo se tentando novas direções, o amor circula um poço, no qual ninguém merece cair ou permanecer. Não sei porque nenhum intérprete ou até mesmo o Caetano não resgata essa canção que tanto gosto!

Quase
Caetano Veloso e Antônio Cícero

Por uma estranha alquimia(você e outros elementos)
Quase fui feliz um dia
Não tinha nem fundamento

Havia só a magia dos seus aparecimentos
E a música que eu ouvia e um perfume no vento

Quase fui feliz um dia
Lembrar é quase promessa
É quase quase alegria, quase fui feliz à beça
Mas você só me dizia:
Meu amor vem cá sai dessa
Meu amor vem cá sai dessa

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 17 de maio de 2021

CD Gal Costa Hits de novela

Em 1997, além de lançar seu projeto acústico, Gal Costa também apresentou a seu público uma coletânea com sucessos que tocaram em novelas, no embalo da novela Zazá, em que Gal aparecia com o sucesso Jovens tardes de domingo. Curioso é que anos mais tarde, lançaram o CD Gal Costa novelas, que tinha um repertório parecido, mas também com outras canções, já que Gal sempre apareceu nas trilhas de grandes novelas.

Gosto muito desse trabalho, pois temos aqui só sucessos como Sorte, Tá combinado, Um dia de domingo, Alguém me disse, Meu bem meu mal, Caminhos cruzados, Solidão, Brasil, Futuros amantes, Desafinado, Nua ideia, Eu acredito, Viver e reviver. Acho essa coletânea superior à outra, que se refere à novelas, que falarei um dia.

Reparem que, mesmo sendo uma coletânea, esta se faz histórica, pois além de Gal, encontramos aqui a participação de Tim Maia, Tom Jobim e Caetano Veloso, além de composições de Marina Lima, Cazuza, João Donato, Chico Buarque e até Beatles, além de Roberto e Erasmo, alguns dos compositores que Gal sempre gravou e que contribuíram para que sua voz se eternizassem também em trilhas de novelas inesquecíveis.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 26 de abril de 2021

♫Quero que vá tudo pro inferno♫

Essa música é um clássico do rock nacional e da obra de RC, sobretudo dos anos 60. Esquecida, por anos pelo rei, por conta de seus transtornos que o impediam de proclamar algumas coisas desta canção, foi retomada em 2016, depois de tantos pedidos. E tantos artistas, sobretudo roqueiros, desejavam a regravar, sem obter sua autorização. Talvez por isso, ela nem teve tantas releituras, quanto poderia, ficando em destaque Nara Leão e também Erasmo junto com Caetano, em 1980.

Podemos dizer que Quero que vá tudo pro inferno é um marco na obra do Roberto, pois foi este o grande sucesso que alavancou sua carreira, juntamente com o programa Jovem Guarda, em 1965. Sua letra fala de problemas comuns, como saudade, solidão, aquela vontade impedida de estarem juntos. A força da expressão de mandar tudo pro inferno é típica de um Roberto rebelde, que mais tarde se tornaria um romântico irrecuperável que cantaria o amor, de forma diferente. Essa canção ainda foi regravada pelo próprio Roberto em 1975, com arranjo diferente do original, mas com menor êxito que a célebre leitura de 1965, com destaque ao órgão do Lafayette..

Quero que vá tudo pro inferno
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça neste inverno
E que tudo mais vá pro inferno

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

♫Chega de saudade♫

Hoje é aniversário de São Paulo e também aniversário de nosso inesquecível maestro Tom Jobim. Também é comemorado o dia da Bossa nova, em homenagem ao maestro soberano. E, embora seja um ritmo que nos remete mais ao Rio de Janeiro, vamos comemorar o aniversário de Sampa com esse clássico, afinal, São Paulo já foi cantada em tema da série As cidades cantadas. E Tom é e sempre será lembrado por uma obra tão linda, reconhecida no mundo todo. O maestro também penou para encontrar o sucesso e penso que este só começou a ser devidamente reconhecido quando João Gilberto, outro inesquecível nome, gravou o disco Chega de saudade, com a canção homônima.

Daí pra diante, toda uma boa geração se influenciou pelo canto de João, pela obra de Tom e Vinícius e pelo clássico Chega de saudade, já gravada por nomes como Gal Costa, Caetano Veloso, Roberto Carlos, dentre tantos, que fala de um amor que se foi e saúda sua possível volta, como o remédio exato para a melancolia. Tudo dito de forma simples e sofisticada, com uma levada que seria um carinho ao samba, chamada de Bossa nova. Com uma riqueza harmônica e melódica, a maioria dos clássicos desse estilo são do maestro soberano que faz festa no céu. E chega de saudade... 

Chega de saudade 
Tom Jobim e Vinícius de Moraes

Vai minha tristeza e diz a ela 
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse 
Porque eu não posso mais sofrer 

Chega de saudade, a realidade é que sem ela 
Não há paz, não há beleza, é só 
Tristeza e a melancolia 
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai 

Mas se ela voltar, se ela voltar 
Que coisa linda, que coisa louca 
Pois há menos peixinhos a nadar no mar 
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca 

Dentro dos meus braços os abraços 
Hão de ser milhões de abraços 
Apertado assim, colado assim, calado assim 
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim 

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim 
Não quero mais esse negócio de você viver assim 
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Live especial de fim de ano!

Esse ano foi mesmo o ano das lives. Começaram tímidas, de repente explodiram e todo mundo, famoso e até anônimos, fizeram as suas. Agora no final do ano tivemos algumas presenças e algumas ausências. Como fã, fiquei triste por não ter uma live de Roberto Carlos, citado em todas as outras lives que presenciei e até nas que nem vi (como a do respeitado Dj Alok). Aquela reprise de especial repetido não me animou e nem vi. Ainda bem que outros artistas não nos deixaram na mão.

É o caso da live do Caetano, no último dia 19. Muito bonita, com apenas ele ao violão e voz, algumas participações de seus filhos e seus grandes sucessos, escolhidos pelos fãs. Tudo muito perfeito. Simone, rainha das lives dos domingos, também fez uma live emocionante no dia de seu aniversário, dia 25, cantando também alguns clássicos de seu esquecido disco temático de 1995. Se não tivemos o rei, não faltou seu maestro, pois Eduardo Lages também fez muitas lives neste ano e, no Natal, emocionou muito com canções deste tema.

Teresa Cristina tem feitos lives maravilhosas quase todas as noites. Assisti a que fez em homenagem ao rei. Também vi várias da Leila Pinheiro este ano. Penso que, embora não atraiam tanto, as lives ainda são interessantes em momentos que a TV já não apresenta bons musicais. Sinto falta não apenas do tradicional especial de sua majestade, mas também de outros programas da TV voltados para a MPB. Já houve uma época em que as TVs rivalizavam com grandes especiais e agora, tudo isso faz falta. Agora no final do ano, ainda tivemos duas boas notícias, dois grandes nomes lançaram trabalho inéditos e  CD´s físicos: Fagner e Joanna. Isso, conto em 2021. 

Um feliz ano novo a todos!

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Live dos artistas

Em tempos de pandemia, muitos artistas tem feito lives em suas redes sociais: instagram, facebook, ou canais de youtube, por exemplo. Tenho acompanhado algumas, dos artistas que acompanho já há algum tempo. Através disso, conheci mais o Flávio Venturini, acompanho sempre as do Nando Cordel, que junto a seu violão e seus filhos, sempre passam muita paz e talento.

Vi de Fagner, Simone, Ivan Lins, Adriana Calcanhoto, Elba Ramalho, Zizi Possi, Fafá de Belém. Estou aguardando uma do Eduardo Lages essa semana. Está divertido a expectativa que Paula Lavigne cria em torno da live do Caetano. Alguns conseguem levar um músico, alguns tocam, outros usam playback, mas todos tem vontade de, através de sua voz, dizer: continuo brilhando na arte, e você não está sozinho, vamos comigo!

Guilherme Arantes fez mais de 4 horas de live, só sucessos e também interpretações inéditas em sua voz. E sei que outros artistas, que não aprecio, também estão obtendo sucesso com essa nova modalidade de contato com os fãs. Alguns obtém patrocínios, outros aproveitam para pedir uma colaboração para doações a instituições. Essas são algumas características desse momento e de grandes nomes de nossa música, comprometidos com seus fãs e sua arte. Sonhamos em reencontrarmos esse pessoal logo no palco, merecedores de nossos aplausos e, enquanto isso, os apreciamos nas telas de nossos aparelhos, percebendo que continuam artistas em seus cotidianos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de julho de 2019

♫Saudosismo♫

Essa canção retrata o sentimento do país hoje, de luto pela partida de seu grande gênio João Gilberto. Sempre digo que quem curte música ou ama ou detesta (e talvez por não entende-lo bem) a obra e a importância dele. Felizmente, me enquadro no primeiro grupo. Até não conhecer João, poderia perfeitamente pensar como o segundo. Mas, bastou ouvir sua divisão de voz, sua batida naquele violão que mudou a música desse país, sua interpretação ímpar para clássicos como Você não sabe amar, para me tornar de vez um fã.

João me parece ser daqueles gênios (e nosso país tem alguns desses) que, o que faz é maravilhoso, divino. Tanto que se outra pessoa tentar fazer igual, soa desnecessário porque ele é simplesmente completo e o bastante. Se cantores famosos cantam hoje, anônimos como eu também cantam baixo porque ele existiu. E isso só prova o que Caetano disse que melhor que o silêncio é João que transita entre o silêncio e o som sem risco de desafinação, pois no peito dos desafinados também tem um coração, o amor, o sorriso, a flor e o sussurro e o violão de João!

Saudosismo
Caetano Veloso

Eu, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado
Aquela flor
E outras mumunhas mais

Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E o mundo dissonante que nós dois
Tentamos inventar, tentamos inventar

A felicidade a felicidade
A felicidade a felicidade

Eu, você, depois
Quarta-feira de cinzas no país
E as notas dissonantes se integraram
Ao som dos imbecis

Sim, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
A bossa, a fossa, a nossa grande dor
Como dois quadradões

Lobo, lobo bobo
Lobo, lobo bobo

Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E eu fico comovido de lembrar
O tempo e o som

Ah! Como era bom
Mas chega de saudade
A realidade é que
Aprendemos com João
Pra sempre
A ser desafinados
Ser desafinados...

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de outubro de 2018

♫Podres poderes♫

Dia de eleição, onde escolhemos mais uma vez nomes para o executivo e o legislativo e, confesso que nunca participei de uma eleição tão ruim. Escolhemos não por opção, mas talvez por exclusão e isso é muito ruim, a meu ver. A gente cresce e nos pedem para aprendermos a votar e ultimamente não vejo como aprender, pois todos os lados desta eleição causam um certo desconforto por não despertarem na sociedade um elemento fundamental, a confiança.

Aí você pega uma canção do Caetano que, pelo título já parece ser tão atual, embora escrita há mais de 30 anos. Absurdo sua profecia de que vai cantar isso por mais zil anos e tudo que a letra diz soa muito atual, como as coisas que nos acontecem na política nos últimos 30 anos. A sensação é de que paramos no tempo ou andamos alguns passos pra frente e alguns para trás. E pra quem gosta de música, prefere acreditar nos verdadeiros heróis deste país, que são os grandes trabalhadores e, no caso com a música, aqui representado por vários Tons, miltons, Tins, Bens e tais...

Podres poderes
Caetano Veloso

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Motos e fuscas avançam
Os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais

Queria querer gritar
Setecentas mil vezes
Como são lindos
Como são lindos os burgueses
E os japoneses
Mas tudo é muito mais

Será que nunca faremos senão confirmar
A incompetência da América católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que esta minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir
Por mais zil anos

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval

Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe num êxtase
Ser indecente
Mas tudo é muito mau

Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais

Será que apenas os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais

Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo e mais fundo
Tins e bens e tais

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de julho de 2018

♫Meditação♫

Escutar, tocar ou cantar Tom Jobim é algo muito prazeroso. E, neste clássico, podemos também meditar Tom Jobim. Pensar, viver e reviver o amor é uma tarefa para corajosos. Tantos amores são feitos, desfeitos, refeitos por aí e a canção de Tom parece que cabe bem nesta reflexão que fazemos sobre este sentimento bonito, mas que precisa ser decifrado, pois aparece de forma distinta e particular para cada um.

Gravada por Frank Sinatra ainda em 1967, ano de sua composição, Caetano a regravou mais recentemente de forma maravilhosa. E o mais bonito da letra é que o amor gera este ciclo de paixão, dor, encontro, desencontro, reencontro, novo encontro, sempre com o mesmo brilho que faz tanto bem aos corajosos que se permitem amar e amam de verdade e são felizes de verdade com as nuances deste sentimento e com clássicos como este de nosso maestro soberano.

Meditação
Tom Jobim e Newton Mendonça

Quem acreditou 
No amor, no sorriso, na flor 
Então sonhou, sonhou 
E perdeu a paz 
O amor, o sorriso e à flor 
Se transformam depressa demais 

Quem no coração 
Abrigou a tristeza de ver 
Tudo isso se perder 
E na solidão 
Procurou um caminho a seguir 
Já descrente de um dia feliz 

Quem chorou, chorou 
E tanto que seu pranto já secou 

Quem depois voltou 
Ao amor, ao sorriso e à flor 
Então tudo encontrou 
Pois a própria dor 
Revelou o caminho do amor e a tristeza acabou

domingo, 24 de junho de 2018

♫Asa branca♫

E no dia de São João não poderia faltar este que é o hino do Nordeste e um dos maiores clássicos deste país. Achei curioso que até hoje nunca havia comentado sobre esta canção, a mais conhecida de Luiz Gonzaga. Assim como Gilberto Gil, também tenho outras dele das quais gosto mais, mas não podemos negar que Asa branca tornou-se uma verdadeira aula sobre o Sertão brasileiro por se tratar de um retrato cantado sobre as dores da terra e a saudade.

E este clássico (que já tem mais de 70 anos), já foi regravada por vários nomes, como Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Alcymar Monteiro, Gilberto Gil, até nomes não muito próximos deste ritmo como Maria Bethânia, Elis Regina, Caetano Veloso, Nelson Gonçalves, Lulu Santos, Raul Seixas, Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso. Até os Beatles a regravariam, segundo boato da década de 60. A verdade é que sempre é cantada pelos cantores, não apenas nesta época, reforçando a ideia de que figura entre as 20 canções mais lembradas de nossa música, em qualquer lista criada sobre este tema.

Asa branca
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão

Quando o verde dos teus oios
Se espaiar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de maio de 2018

♫João Valentão♫

Esta canção é um clássico de Caymmi e também da música brasileira. Dizem que seu autor demorou algum tempo para completar a letra, pois queria dizer exatamente aquilo que sentia e não conseguia. Depois de muito tempo, completou e nos completou  com essa pérola, já gravada por Nana, Fagner, Elis, Gal, Caetano, Beth, João Gilberto, Simone, Ângela Maria e tantos outros!

A letra fala de um personagem que é brigão, mas que traz em si tanta sensibilidade quanto ao amor, à sua terra, à vida que leva. Com tantas frases lindas, carregadas de sentidos únicos e que podem ser usadas em várias ocasiões onde definimos alguém que é brigão, mas não traz em si a violência que presenciamos atualmente, o que constatamos na extrema paz de suas interpretações, que se perdem onde a vista não pode alcançar!

João Valentão
Doryval Caymmi

João Valentão é brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção e nem pensa na vida
A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Mas tem seus momentos na vida

É quando o sol vai quebrando
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte
O ronco das ondas na beira do mar
É quando o cansaço da lida da vida
Obriga João se sentar
É quando a morena se encolhe
Se chega pro lado querendo agradar

Se a noite é de lua
A vontade é contar mentira
É se espreguiçar
Deitar na areia da praia
Que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem
Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra
Não há...

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de abril de 2018

♫Fera ferida♫

Esta canção vem lá de 1982 e também tornou-se um clássico da nossa música. Imortalizada por Roberto, regravada por Erasmo 10 anos depois e novamente revivida por Maria Bethânia em 1993, sendo o maior sucesso de seu CD e, sempre presente no repertório de seus shows. Também foi gravada por Agnaldo Timóteo e Caetano Veloso, ambos com leituras distintas e de sucessos em suas épocas.

Considero o arranjo de Bethânia supremo, mas a interpretação que Roberto deu ao cantá-la ao vivo no show Luz, nos anos 90 foi arrebatador. A letra de Fera ferida fala de um amor despedaçado, das cinzas que restam após todo incêndio. Do quanto se é guerreiro e se sobrevive nas armadilhas do destino, tudo com muitas frases filosóficas que destacam as flores do caminho, os rastros desfeitos, cicatrizes que falam e palavras que calam, a dor e a sobrevivência de uma fera.

Fera ferida
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída

Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você

Eu sei quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei, o coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer

Eu sei que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Olhando as estrelas - 65

E a série olhando as estrelas aparece mais uma vez trazendo duas das maiores estrelas musicais que possuímos: Caetano Veloso e Gal Costa. Baianos, da Tropicália, começaram a carreira praticamente juntos e penso que poderia atribuir a Gal como sendo a intérprete número um da obra dele, até mais que sua irmã, Maria Bethânia.

Músicas gravadas dele não dá nem pra citar todas, pois uma postagem seria pouco, mas vale lembrar alguns dos grandes sucessos dela como Força estranha, Tá combinado, Coração vagabundo, London london, Você não entende nada, Baby, Dom de iludir, Luz do sol, Vaca profana, Nua ideia, além de todas as canções do álbum Recanto. Em dueto, já cantaram os sucessos Sorte, A luz de Tieta, Tá combinado, entre outros.

Sem sombra de dúvidas, Caetano e Gal possuem carreira de estrelas e isso é incontestável. O encontro entre eles gera sempre alguma ótima surpresa e os amantes da música brasileira desejam que isso aconteça ainda mais, talvez em um novo show ou novas gravações de canções inéditas como sempre tem ocorrido na discografia de nossa diva, com a colaboração de nosso gênio!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de julho de 2017

♫Caminhos cruzados♫

As canções de Tom Jobim são apaixonantes e aqui temos um clássico que conheci pela gravação da Gal Costa e que depois descobri que muitas outras pessoas já interpretaram: Caetano Veloso, Vanessa da Mata, Ivan Lins, Zizi Possi, João Bosco estão entre os nomes que já deram sua lapidação a esta perfeita pérola.

Pudera, uma letra completa que fala de dois personagens maduros, que conhecem o amor e o que ele pode lhes proporcionar de bom e de aprendizado, por isso incentiva a uma nova sensação, aventura ou ilusão, destacando que é importante sempre tentar, mesmo que o sofrimento que tanto dói, também contribua para o crescimento humano.

Caminhos cruzados
Tom Jobim

Quando um coração que está cansado de sofrer,
Encontra um coração também cansado de sofrer,
É tempo de se pensar,
Que o amor pode de repente chegar

Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender,
Deixa esse novo amor chegar,
Mesmo que depois seja imprescindível chorar.

Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar!
Vem, nós dois vamos tentar...
Só um novo amor pode a saudade apagar.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 15 de março de 2017

CD e DVD Caetano Veloso e Gilberto Gil - Dois amigos, um século de música

Este foi um dos melhores trabalhos realizados em 2015, o CD e DVD que reuniu um século de música, pois matematicamente temos 50 anos de cada lado destes dois gênios da nossa canção: Caetano Veloso e Gilberto Gil  fizeram um show baseado em grandes sucessos de ambos os repertórios, acompanhados apenas por seus também geniais violões.

Cantados geralmente em duetos ou alguns números solos, tendo o outro como admirador, o repertório passa por Back in Bahia, Coração vagabundo, Tropicália, Marginália II, É um luxo só, É de manhã, As camélias do Quilombo do Leblon (única inédita composta para este projeto), Sampa, Terra, Nine out of ten, Odeio, Tonada da luna llena, Eu vim da Bahia, Super homem (a canção), Come prima, Esotérico, Tres palabras, Drão, Não tenho medo da morte, Expresso 2222, Toda menina baiana, São João Xangô menino, Nossa gente (avisa lá), Andar com fé, Filhos de Gandhi, Desde que o samba é samba, Domingo no parque e A luz de Tieta.

Com a dupla cantando em português, espanhol, italiano, inglês e, sobretudo, revivendo seus grandes sucessos, alguns em momentos solos, outros em duetos inéditos, temos aqui um trabalho para guardarmos por mais uns cinquenta anos, sempre contemplando como se fosse a primeira vez e estivéssemos diante de dois ícones que tanto contribuíram para nossa canção com essas carreiras brilhantes.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Roberto Carlos especial 2016

Roberto Carlos especial 2016
Roberto Carlos apresentou no último dia 23 um dos melhores especiais dos últimos dez anos. Cantou com grandes nomes da nossa música nacional e também com uma estrela internacional. Além de uma mexida no repertório apresentado repetidamente em alguns anos, promoveu encontros memoráveis com convidados de peso, embora nenhum que ainda não tivesse a experiência de se apresentar no programa que, há mais de 40 anos brinda o Natal da família brasileira.

Caetano, Gil e Roberto, encontro histórico.
Após começar com Emoções e Como vai você, algo que já não parecia tão novo e/ou inédito, chama ao palco a revelação do The Voice Kids deste ano, a cantora mirim Rafa Gomes, com quem cantou Ben, do Michael Jackson e Todos estão surdos. Houve também o dueto em A história de uma gata, de Chico Buarque para o musical Os saltimbancos, que foi exibido apenas na internet, pelo site do globo play. Também lá constam as interpretações de El dia que me quieras e Outra vez, além de todo o show que promoveu o clipe da canção Chegaste, gravado em dueto com Jennifer Lopez, para o próximo trabalho da diva internacional. Após uma interpretação magistral da canção Olha, com a participação mais que luxuosa de Milton Guedes na gaita, chama ao palco dois monstros da música brasileira, Caetano Veloso e Gilberto Gil com quem canta Coração vagabundo, número presente no atual show dos dois baianos. Em seguida, este encontro histórico promove mais um nome, Doryval Caymmi e a sua clássica Marina, cantada pelo trio. Só por aí, o especial já seria o máximo, mas da coroa real ainda temos outras surpresas. 

Marisa Monte e Roberto Carlos
Ele provou que está superando o TOC a cada dia e canta, após inúmeros pedidos o clássico Quero que vá tudo pro inferno, arrancando aplausos do país. Outra diva, outra vez penetra o palco do especial e dá seu show, Marisa Monte aparece cantando com o rei a canção De que vale tudo isso e, de seu repertório, Ainda bem, sendo uma das poucas em todas as edições dos especiais que também dançou com Roberto. 

Zeca Pagodinho e Roberto Carlos
E após interpretar Amada amante, Roberto chama seu último convidado da noite, o cara do samba, Zeca Pagodinho, com quem comemora os cem anos deste ritmo , cantando o medley Com que roupa/Se acaso você chegasse/O sol nascerá e, na sequência Caviar, do repertório do sambista, com quem faz um número muito alegre e divertido. Gostei do especial, pois neste ano não tivemos atrizes no palco (que me perdoem, mas acho que são melhores interpretando ou declamando poesias), nem imposição de convidados de atual sucesso (mas, que não empolgam muito nos duetos). Um repertório diferente embora sempre vai faltar esta ou aquela canção ou a hora que serão cantadas as novas canções que já não temos mais (Chegaste é linda, mas é pouco pra quem espera tanto por novas canções). Faltou um pouco mais de alusão ao Natal, um coral talvez, mas aí já reclamaríamos de mesmice, por isso, tão tradicional quanto o especial são as reclamações e, sendo assim, fico feliz pelo especial ter essa dimensão de alegria e emoção já há tanto tempo.

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de novembro de 2016

♫Sentimentos complicados♫

Essa é pra quem diz que nossos gênios já não criam, eles continuam criando grandes pérolas sim! Esta canção poderia figurar na série Olhando as estrelas e destacarmos os quatro punhos abençoados que a compuseram: Caetano Veloso e Erasmo Carlos. Eles já gravaram juntos, cantaram juntos, mas ainda não haviam composto juntos, até recentemente quando no disco Gigante gentil, do tremendão, veio a primeira parceria.

Uma letra bastante romântica que destaca um amor distante e suas consequências para quem o vivencia. Então encontramos aqui elementos como saudade, existência, natureza e solução completada a dois, tudo feito e refeito pelo amor, coisa que esses dois sabem cantar e compor tão bem!

Sentimentos complicados
Erasmo Carlos e Caetano Veloso

E o que vai restar de mim
Se você me olhar de longe
Amor, sem me dizer se me viu
Eu sei, serei quem nunca existiu

Quando o mar fugir do céu
E o luar fugir do monte
A dor que o mundo sempre sentiu
Será uma visão infantil

Toda solidão que forma a terra
Se concentra lá no sol em mim
Sentimentos complicados
Fazem cantar assim

Se você me olhasse e visse
Mudava o sol, mudava o mar

Eu existiria então
Sob a bênção dos seus olhos
Amor, céu multimar e luar
A flor teimando sempre em brotar

Toda a exuberância que há na terra
Chega em mim por seu olhar assim
Tudo quanto alegra a natureza
Vai achando seu lugar em mim

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Roberto Carlos especial 1975

Roberto Carlos especial 1975
O especial de 1975 foi exibido na noite do dia 24 de dezembro e trouxe de cara um Roberto Carlos mandando tudo pro inferno, comemorando dez anos desse sucesso. Na sequência, ainda em clima de jovem guarda, conta com as participações do tremendão e da ternurinha em um papo, animações de época e canções como Pare o casamento (Wanderléa), Lobo Mau (Roberto), Negro Gato e 1990 o projeto salva terra (Erasmo), Feito gente (Wanderléa) e Mexericos da Candinha (Roberto).

Roberto Carlos e Caetano Veloso
Com Caetano Veloso, Roberto leva um belo papo sobre seus ídolos, após este cantar Qualquer coisa e em seguida, os dois cantarem Como dois e dois. É exibido um belíssimo clipe de O homem e no palco, Roberto saúda dois grandes compositores: Fagner e Benito di Paula, que o cederam duas composições para seu então disco novo: Mucuripe e Amanheceu, respectivamente. Um encontro histórico foi com Doryval Caymmi e Silvio Caldas, onde conversaram um pouco e cantaram Ternura antiga (apenas com Silvio) e Acalanto (com as três vozes).

Caymmi, Silvio e Roberto
Do palco de um show, Roberto entoa Detalhes, O portão e encerra com Jesus Cristo. O programa se encerra com Roberto ligando para a família e voltando para casa, com Esqueça e Eu quero apenas como música instrumental de fundo. Realmente um especial pra lá de família com clássicos inesquecíveis e números memoráveis na música brasileira!

Um forte abraço a todos!