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segunda-feira, 31 de julho de 2023

DVD Chico e as cidades

O DVD Chico e as cidades é um documentário lançado em 2001, baseado no show As cidades, apresentado por nosso compositor em 1999. Trechos do show são intercalados com depoimentos de Chico, visita a alguns lugares, como Buenos Aires, a praia de Ipanema e também um passeio pela Mangueira.

Um papo sobre futebol, com o craque Tostão e também uma deliciosa conversa com Maria Bethânia também fazem parte da película. Entre as canções, podemos ouvir Paratodos, A ostra e o vento, Olhos nos olhos, Feijoada completa (com a participação de Zeca Pagodinho e Almir Guineto), Homenagem ao malandro, Cotidiano, Piano na Mangueira (com participação de Jamelão e Velha guarda da Mangueira).

E ainda Quem te viu quem te vê, Construção, Bancarrota blues, Capital do samba, entre outras. Nos extras, temos Cecília, Injuriado e Futuros amantes. Um excelente trabalho de um dos maiores artistas desse país, para termos em qualquer boa coleção de música brasileira.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

♫Hollywood♫

Semana do dia das crianças e tá aqui um símbolo de infância pra mim e creio que também para a minha geração: os trapalhões foram heróis, palhaços, saltimbancos, mocinhos, caçadores, cangaceiros, monstros, desenhos, apaixonados, fizeram a minha infância mais feliz. Daí lembro do filme Os Saltimbancos trapalhões, que já comentamos anteriormente, e que teve uma das melhores trilhas sonoras, compostas por Chico Buarque.

Não tem como não ouvir essa canção, regravada por alguém, ou no original com Lucinha Lins e participação cômica do quarteto e não sentir nostalgia ao derramar lágrimas felizes. Filmes cheios de emoção, pureza e que enchiam nossos sonhos de esperança de que nós, brasileiros, somos capazes, temos talentos para produzir algo tão belo, que fica de forma muito positiva na vida das pessoas!

Hollywood
Sergio Bardotti, Luis Enríquez Bacalov e Chico Buarque

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Hollywood fica ali bem perto
Só não vê quem tem um olho aberto

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Hollywood é um sonho de cenário
Vi um pau-de-arara milionário

E eu que nem sonhava conhecer o tal Recife
Pobre saltimbanco trapalhão
Hoje sou mocinho, sou vizinho do xerife
Dou rabo-de-arraia em tubarão

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Tem de tudo nessa Hollywood
Vi um índio cheio de saúde

Ói nós aqui
Ói nós aqui
How do you do
Caruaru
I wanna see
Piripipi
Ói nós aqui

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Camelôs, malucos e engraxates
Aproveitem enquanto o sonho é grátis

Quem há de negar que é bom dançar
Que a vida é bela neste fabuloso Xanadu
Eu só tenho medo de amanhã cair da tela
E acordar em Nova Iguaçu

Ói nós aqui
Ói nós aqui
How do you do
Banabuiú
I wanna buy
O Paraguai
Hollywood
And me
Ói nós aqui (vixe!)

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Olhando as estrelas - 72

Chico Buarque e Toquinho tem muitas histórias juntas. Já compuseram canções, batem peladas, cantaram juntos em diversos momentos, muito papo e muita história viva da música brasileira. Vale ressaltar que, quando Chico estava exilado, Toquinho o foi visitar e fizeram algumas canções.

A mais conhecida é Samba de orly, parceria dividida com Vinícius de Moraes. Outras canções foram Lua cheia e Samba pra Vinícius. E, imagino que só não houveram mais parcerias, porque ambos são suficientes sozinhos, e também são muito ocupados, pois estamos falando de dois craques (não sei em campo, mas na música sim).

E seria legal não apenas algumas composições, mas também canções em disco, como aconteceu ainda na década de 60, onde gravaram Desencontro, no disco do Chico. E também outros shows, um em homenagem ao Vinícius de Moraes seria ideal com esses dois! Quem sabe né? Grandes estrelas que brilham no céu do Brasil!

Um forte abraço a todos! 

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

CD Chico Buarque - As cidades

As cidades é mais uma obra de arte que Chico Buarque lançou em 1998 para nós. A começar pela capa, uma mistura de etnias, coisa bastante brasileira. Todas as canções autorais, algumas em parcerias com grandes compositores como Dominguinhos, Guinga, Hermínio Bello de Carvalho e seu maestro Luiz Cláudio Ramos, que também produziu o disco.

Neste trabalho encontramos Carioca, Iracema voou, Sonhos sonhos são, A ostra e o vento, Xote de navegação, Você você, Assentamento, Injuriado, Aquela mulher, Cecília e Chão de esmeraldas. Quase todas entraram na turnê que gerou o CD As cidades ao vivo, já comentado anteriormente. Carioca é um retrato do Rio. A ostra e o vento é uma bela valsa que, segundo Chico, surgiu como uma canção de ninar para seu neto.

Cecília, pra mim, é uma das suas melhores, uma poesia em forma de canção bem tocada e cantada, prova que Chico é o melhor intérprete de si mesmo. Enfim, mais uma pérola do nosso maior compositor vivo e um dos melhores da história da música brasileira, em um de seus grandes discos, dos meus favoritos.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

♫Noite dos mascarados♫

Mais um clássico da nossa música, do repertório de Chico Buarque, gravada por ele e também por tantos nomes como Elis Regina, Nara Leão, Simone, Maria Bethânia, Emílio Santiago, entre outros. Uma canção da década de 60, bastante atual, quando se deseja reviver os carnavais de antigamente, com toda a pureza do momento.

A letra da canção retrata o encontro de dois personagens que tem em uma noite de carnaval um encontro que pode se tornar uma paixão passageira (como são chamados os amores de carnaval) ou, de repente, seguir adiante, mesmo diante de informações desencontradas e meio sem fundamento de ambos os mascarados. Coisas da festa de momo e da cabeça do Chico.

Noite dos mascarados
Chico Buarque

Quem é você?
Adivinha, se gosta de mim!
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:

Quem é você, diga logo...
Que eu quero saber o seu jogo...
Que eu quero morrer no seu bloco...
Que eu quero me arder no seu fogo.

Eu sou seresteiro, poeta e cantor.
O meu tempo inteiro só zombo do amor.
Eu tenho um pandeiro, só quero um violão.
Eu nado em dinheiro, não tenho um tostão

Fui porta-estandarte, não sei mais dançar.
Eu, modéstia à parte, nasci pra sambar.
Eu sou tão menina, meu tempo passou...
Eu sou Colombina! Eu sou Pierrô!

Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr.

Deixa o dia raiar, que hoje eu sou
Da maneira que você me quer.
O que você pedir eu lhe dou,
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

CD Chico Buarque Carioca

Chico Buarque é um dos grandes artistas desse país que se mostra sempre compromissado com seu público, lançando regularmente bons trabalhos. Particularmente, aprecio cada vez mais seus CD´s e este é um bom exemplo disso, pois em 2006 a pirataria já dominava e alguns artistas já não se motivavam a produzirem e lançarem bons trabalhos, optando por projetos ao vivo e coletâneas.

Chico presenteia seu público com esse grande CD, com grandes sucessos e com uma parte gráfica primorosa. Destaque para Outros sonhos, Ode aos ratos, Ela faz cinema, Renata Maria e Sempre, todas belíssimas e que, por si, já valeriam esse projeto. Mas, ainda temos Subúrbio, Dura na queda, Porque era ela porque era eu, As atrizes, Bolero blues, Leve e uma regravação de Imagina, aqui em dueto com Mônica Salmaso.

Posteriormente foi lançado uma edição com direito a DVD do making of das gravações. Chico sempre inovando e mantendo seu compromisso com a cultura nacional, provando o porquê é um dos grandes e inesquecíveis nomes que este país se orgulha de ter em sua arte.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

DVD Os saltimbancos trapalhões

Já no finalzinho das férias de janeiro e para não perder o costume de todos os anos, falarei de mais um título dos inesquecíveis trapalhões. Em 2008, quando comecei a comentar sobre os filmes, citei este título e hoje ele tem destaque em uma postagem especial: Os saltimbancos trapalhões, lançado em 1981, foram campeões de bilheteria.

Baseado na peça teatral Os Saltimbancos, de Sérgio Bardotti e Luis Henriquez Bacalov, traduzido por Chico Buarque, além de contar com o quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, temos ainda participações de Lucinha Lins, Eduardo Conde, Mário Cardoso, Paulo Fortes, Mila Moreira, entre outros, e uma pequena participação de Ivan Lins. O enredo conta a história de funcionários humildes que são explorados no circo e que fogem para a cidade grande, junto com a filha do dono do circo. Como a realidade na cidade grande é dura, eles voltam e convencem o barão, dono do circo, que o espetáculo e o circo é de todos!

Apesar de Didi terminar triste por não ficar com a mocinha, por quem é apaixonado, a alegria do espetáculo continua. E as canções de Chico são também o ponto alto desse clássico do cinema nacional, pois algumas destas canções tornaram-se atemporais: Piruetas, Hollywood, História de uma gata e outras (A cidade dos artistas teve a participação de Elba Ramalho) tornou este talvez o filme dos trapalhões com canções mais inesquecíveis de todos os títulos! Recentemente, tivemos um remake dele, mas ainda não vi.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

CD Chico Buarque Caravanas

Um dos melhores lançamentos de 2017 foi o novo trabalho com canções inéditas de Chico Buarque. Chico passa cerca de cinco anos (o último lançamento foi em 2011), mas sempre apresenta novas canções, mesmo recebendo rótulos de repetitivo e desgastado e, abastecendo um mercado cada vez menos promissor, que é o de lançar novos CD´s. É como se mantivesse uma chama acesa, um compromisso com sua cultura e com seu público e isto só aumenta ainda mais a admiração que muitos, e me incluo nestes, que nutrem por ele.

São nove faixas, sendo que duas são releituras: A moça do sonho já havia sido gravada por Maria Bethânia e Dueto, já havia sido gravada anteriormente com Nara Leão e, depois, com Zizi Possi. Esta última tem sua atualização não apenas no arranjo, mas na letra, em que cita redes sociais ao final do dueto, agora com sua neta Clara Buarque, filha de Carlinhos Brown. E atualização é o que não falta neste lançamento que, nas inéditas, apresenta atualizações de temas: a amante (em Tua cantiga), o amor entre pessoas do mesmo sexo (Blues pra Bia), o preconceito contra o negro (As caravanas), além de parcerias com seus netos (ele também compôs uma belíssima canção com Chico Brown, outro filho de Carlinhos, a valsinha Massarandupió).

As outras faixas inéditas Jogo de bola, Casualmente (parte em português e parte em espanhol) e Desaforos completam o trabalho que só nos fazem querer um pouco mais de Chico, pois suas canções, seus arranjos, seus temas, continuam sempre tão agradáveis quanto o fato de podermos afirmar que se trata de um dos grandes gênios da nossa música e, sem sombra de dúvidas, o maior compositor contemporâneo dela!

Um forte abraço a todos! 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Olhando as estrelas - 64

A série Olhando as estrelas traz hoje dois grandes nomes consagrados da nossa música por suas respectivas obras e que, juntos, já agregaram grandes valores à música brasileira, frente a parceria que existe em canções, apresentações e ao teatro, já que também dividiram este ofício. Chico Buarque e Edu Lobo tem uma parceria invejável, dividindo a autoria de grandes clássicos.

Só pra citar alguns, temos A bela e a fera, A história de Lily Braun, A moça do sonho, Bancarrota blues, Beatriz, Choro bandido, Ciranda da bailarina, Embarcação, Ode aos ratos, Sobre todas as coisas, Valsa brasileira, entre outras.

Chico, que já compôs com tantos nomes, onde as parcerias mais constantes foram Tom Jobim, Francis Hime, Vinícius de Moraes e Edu Lobo, considero este último o mais presente desde o início da carreira, até os lançamentos mais recentes de ambos. Grandes estrelas que, juntos, conseguem enaltecer ainda mais a amizade de ambos em seus trabalhos.

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de julho de 2017

♫Sei lá (a vida tem sempre razão)♫

Gol de placa da dupla Toquinho e Vinícius de Moraes, interpretado por grandes nomes da nossa música, entre eles seus autores, Tom Jobim, Chico Buarque, Miúcha, esta canção foi tema de abertura de novela global Viver a vida e engloba um dos grandes clássicos da dupla Toquinho/Vinícius.

A letra de Sei lá é uma reflexão sobre a vida, sobre as contrariedades e adversidades da vida, recheada de frases de efeito e de um senso de equilíbrio entre coisas positivas e negativas para seguirmos de forma serena, acreditando e curtindo o que de melhor temos dessa nossa vida!

Sei lá
Toquinho e Vinícius de Moraes

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é, por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce, começa a morrer

Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação

Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, sei lá
Só sei que ela está com a razão

Ninguém nunca sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer

De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é um descuido do não

Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de abril de 2017

♫Olha♫

Essa é daquela que faz parte de uma lista de grandes declarações de amor. Olha é original de 1975 e já foi regravada por vários bons intérpretes: de Maria Bethânia, a Chico Buarque e Erasmo Carlos, de Alcione e Ângela Maria, passando por Cauby Peixoto, até Eduardo Lages em uma versão instrumental, e muitos outros já imprimiram sua marca nesse verdadeiro clássico do Roberto. Curioso é que, de tantas gravações ao vivo que este fez, esta pérola ainda não mereceu uma nova releitura sua, embora sempre a cante cada vez mais com uma delicadeza ímpar em seus shows.

Mas, engana-se quem pensa que a letra de Olha fala daquele amor fantasia, que só se encontra nos contos de fadas. A canção cita os problemas, os estresses, a inconstância de um casal, mas, ao mesmo tempo propõe que tudo pode ser resolvido com uma boa esperança de seguirem uma estrada de amor e paz e confiança no que há de vir onde qualquer problema é superado quando existe e se vivencia o amor. Como se os caminhos fossem de pedra, mas que levam a lugares fascinantes na terra onde o amor sempre reina.

Olha
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Olha, você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim

Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui

Olha, você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é pra valer

Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

♫Vai passar♫

E neste domingo de carnaval chegamos com um samba moderno, dos mais geniais, do Sr. Chico Buarque, em parceria com o Sr. Francis Hime, lá de 1984, Vai passar. Tão atual quanto a situação caótica que o país passa e parece que o tempo mesmo é que não passou porque a letra se identifica exatamente com os tempos atuais, mesmo citando acontecimentos da época da ditadura.

Como um desfile de escola de samba, Vai passar cita passagens da história do país num enredo não muito luxuoso, mas autêntico. São citadas coisas grandiosas como grandes sambas, ancestrais, uma pátria adormecida, o exílio, a volta, o carnaval. Saudando o fim da ditadura e a esperança que pairava naquele tempo, sinto que hoje precisamos de uma renovação nessa esperança. Precisamos beber deste sentimento que saudou um novo tempo que parece que ainda não chegou. Hoje, se nosso país entrasse na avenida, com toda essa politicagem e o povo sendo enganando, a bateria não seria tão afinada, o enredo seria triste e nosso carnaval acabaria antes da quarta de cinzas.

Vai passar
Chico Buarque e Francis Hime

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações

Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais

E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval

(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de março de 2016

♫Sob medida♫

Neste mês dedicado às mulheres, nada mais pertinente que citar Chico Buarque e uma das suas mais lindas composições, criada para uma mulher cantar, algo que Chico sabe fazer como poucos: colocar-se no eu-lírico feminino e dar voz aos anseios que toda alma feminina expõe.

Belíssimo bolero gravada inicialmente por Fafá de Belém e Simone, com discretas diferenças na letra e posteriormente, por outras grandes vozes, como Maria Bethânia, pelo próprio Chico e, mais recentemente por Isabella Taviani, a letra de Sob medida reflete toda a sensualidade feminina, orientando o seu companheiro a agradecer a Deus o privilégio de ter sido um dos poucos sortudos da terra a receber aquele valioso e incomum prêmio.

Sob medida
Chico Buarque

Se você crê em Deus
Erga as mão para os céus e agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou na cabeça

Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
Sou igual a você
Eu nasci pra você
Eu não presto, eu não presto

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar, sou aquela
Eu sou filha da rua,
Eu sou cria da sua costela

Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor que merece

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de novembro de 2015

♫Anos dourados♫

Um clássico da música brasileira e talvez a parceria mais linda entre Chico Buarque e Tom Jobim. Feita por encomenda para a minissérie de mesmo nome, Chico conta em seu DVD que enfrentou um problema grave, pois recebeu a música de Tom que apelava diariamente para que ele concluísse a letra que não saiu até o final da minissérie.

Com uma letra feminina, ou seja, cantada por uma mulher, Anos dourados traz uma época em que o casal foi feliz e que, de maneira confusa, desejam retomar esses momentos, esses insanos dezembros relembrados em fotografias. Um perfeito bolero gravado por grandes nomes da nossa música.

Anos dourados
Tom Jobim e Chico Buarque

Parece que dizes
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes

Te ligo afobada
E deixo confissões no gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor

Me vejo a teu lado
Te amo? Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado

Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda

Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor

Meus olhos molhados
Insanos dezembros
Mas quando eu me lembro
São anos dourados

Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Olhando as estrelas - 54

Ela bem que poderia fazer um, dois, dez discos em homenagem a ele. Nesta série de estrelas, dois astros que, por si só são verdadeiras constelações: Chico Buarque e Maria Bethânia. Ela, que já participou de DVD dele e ele que já escreveu muitas canções cantadas e imortalizadas por ela. Já gravaram disco ao vivo juntos e possuem uma afinidade musical como poucas em nossa música!

Do repertório dele, Bethânia já cantou e/ou gravou clássicos como Apesar de você, Anos dourados, Olhos nos olhos, Sonho impossível, Quem te viu quem te vê, A banda, João e Maria, Teresinha, O meu amor, Cotidiano, Gente humilde, Todo sentimento, são algumas das mais de 50 canções que ela gravou de Chico.

Se não é sua intérprete número um (pelo número de canções gravadas), ao menos está entre as cinco que mais o interpretou, tarefa difícil entre os intérpretes da nossa canção. E Chico adora Bethânia, pois sempre esteve presente em sua carreira compondo, gravando ou apenas falando de sua inconfundível voz e nós da música brasileira agradecemos o brilho de suas estrelas!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Os Intérpretes do Brasil - 38

Chico Buarque não figura na lista dos maiores intérpretes do país, mesmo sendo considerado um patrimônio da nossa música por sua contribuição artística e histórica em composições marcantes e inesquecíveis. Entretanto, isso se deve mais ao compositor que ao cantor, pois escuto muitos contestarem sua voz ou atuação nos palcos, caracterizada sobretudo por sua sempre timidez.

Considero Chico o melhor intérprete de si mesmo, por isso o incluo nesta série, sob esta ótica. Em sua carreira, poucas foram as vezes em que ousou interpretar outros nomes, caso dos anos 70 quando fez sucesso com Sinal fechado, de Paulinho da Viola, por exemplo. Gosto muito de suas interpretações da obra do Tom Jobim, como é o caso de Lígia ou Sem você e também de suas investidas em sambas do passado, como Sem compromisso, influência, segundo ele, do próprio Tom.

Mas, a meu ver, ninguém melhor para cantar alguns de seus clássicos que ele mesmo. É o caso de canções como Construção, Futuros amantes, Eu te amo ou Cotidiano que, embora tenham tido outras leituras, não conseguem se desmembrar de seu criador. E diga-se de passagem que são grandes composições, com harmonias sempre bem trabalhadas, o que reforça o patrimônio que Chico representa para todos nós!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de abril de 2014

♫Ela faz cinema♫

Sei que grande parte do público brasileiro considera as canções antigas, diga-se dos anos 70 principalmente, do Chico Buarque, como as melhores e mais inspiradas. Considero o Chico o melhor intérprete de si próprio e também uma constante na arte de compor coisas belíssimas. Um bom exemplo disso é esta canção, recente, que é uma das mais lindas de seu repertório, para mim!

Interpretar o que uma letra do Chico diz é um risco pois acabamos falando o que a letra nos causou, embora essa talvez não tenha sido a verdadeira vontade de seu autor. Neste caso, defino estar diante de uma canção romântica que descreve uma belíssima e admirada personagem que fascina nos pequenos gestos. Não sei se isso é fruto de sua extrema veneração ou realmente está envolvido com alguém que apresenta traços profissionais de uma atriz que o fascina nos lados profissional e pessoal e, por isto ele é feliz em reconhecer que está diante de uma unanimidade!

Ela faz cinema
(Chico Buarque)

Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém me faz

Eu não sei, se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração
e quando o meu coração se inflama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem e fim.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Roberto Carlos Especial 1993

Roberto Carlos especial 1993
Exibido em 23 de dezembro, este foi um dos melhores especiais da década. Mesmo não contendo cenas de estúdio ou clipes externos ao show gravado no Teatro Municipal de São Paulo, diria que foi um show épico, sobretudo por conter dois grandes nomes no palco, junto com o rei: Maria Bethânia e Chico Buarque. Após a abertura com cenas de outros especiais, Roberto entra no palco em um calhambeque vermelho e começa o show com Se você pensa, seguido de Emoções.
  
Roberto, Leandro e Leonardo
Os primeiros convidados foram a então dupla infantil Sandy e Júnior que cantaram Splish splash e chamaram ao palco Erasmo e Wanderlea, que cantaram junto com o rei um medley que envolvia Festa de arromba, Pare o casamento, Minha fama de mau, Parei na contramão, Prova de fogo, Pode vir quente que eu estou fervendo, O calhambeque, encerrando com Festa de arromba novamente. A comediante Regina Casé encena uma fã que atrapalha o show até chegar perto do rei e realizar seu sonho, arrancando risadas e aplausos da plateia.

Roberto Carlos e Maria Bethânia
Na sequência, Roberto canta um medley Amigo/As curvas da estrada de Santos, tendo um cenário com as algumas capas de Lp´s, onde falta seu novo disco, anunciado em seguida e interpretado nas canções Obsessão e Coisa bonita. Após interpretar Proposta, o rei convida ao palco Maria Bethânia, que gravou naquele ano um CD todo com suas canções e interpreta a canção homônima de seu disco As canções que você fez pra mim e Fera ferida, em dueto com o rei. No Bloco seguinte, mais uma canção do disco novo, O velho caminhoneiro e a apresentação da dupla Leandro e Leonardo que cantam seu sucesso Bobo e À distância em dueto com o rei.

Roberto Carlos e Chico Buarque
Um dos momentos mais lindos de todos esses especiais aconteceu neste ano, onde Roberto interpreta Carolina e chama ao palco seu criador, Chico Buarque, que canta seu sucesso Paratodos e O que será (à flor da pele), em um dueto histórico com Roberto. Por fim, o rei volta ao palco agora de terno branco (estava de azul royal), com direito à coral e interpreta seu novo clássico religioso Nossa Senhora, encerrando o show com Luz divina. Um dos melhores que já assisti, pelo quesito emoção. Talvez tenha faltado mais clássicos, outras canções, cenas de estúdio, mas foi emocionante do jeito que foi!

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de setembro de 2013

Olhando as estrelas - 38

Vinícius, Nara e Chico
Mais uma postagem em homenagem a nosso poetinha, Vinícius de Moraes, que comemora neste ano seu centenário. Já abordamos anteriormente seus encontros com Tom Jobim e Toquinho e hoje, mais um parceiro constante e inesquecível: Chico Buarque de Holanda.

Não foram muitas as parcerias. Entre os dois, mais especificamente foram apenas duas: Valsinha e Desalento, ambas clássicos sempre lembrados pelo Chico em seus shows. Outras, que também contaram com outro parceiro a mais foram Gente humilde, Olha Maria, Estamos aí e Samba de Orly. Com Toquinho, Chico também fez Samba pra Vinícius, em homenagem ao eterno poeta que muito o ajudou em seu início de carreira.

Vinícius era amigo dos pais de Chico e assim frequentava sua casa, quando iniciou essa amizade que originou todas estas parcerias e anos de amizade e muita bebida, relatada também no filme Vinícius. Duas estrelas da maior grandeza que a música brasileira tem a nos oferecer!

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de agosto de 2013

CD Toquinho 30 anos

Com toda sua arte, Toquinho lançou em 1994 esse CD comemorando seus então 30 anos de carreira, junto a convidados ilustres, com os quais divide duetos e/ou composições. Já na faixa de abertura, temos Gilberto Gil passando a voz no clássico Tarde em Itapoã. Em seguida, Chico Buarque e o medley Lua cheia/Samba de Orly/Samba pra Vinícius.

O Quarteto em Cy vem em seguida em outro medley formado pelas canções Como dizia o poeta/Morena flor/Samba da volta/Regra três. Eles também dividem outra faixa medley em O velho e a flor/Mais um adeus. O clássico Que maravilha, vem com a voz, em dueto, do outro autor dela, Jorge Benjor. Outros medleys, mas que agora em versões solo traz as canções Escravo da alegria/Ao que vai chegar/O caderno e Maria vai com as outras/Meu pai oxalá.

E outros clássicos também se fizeram presentes como Aquarela, O bem amado, Carta ao Tom 74 e Cotidiano nº 2, que completam este trabalho onde esse grande músico comemorava seus 30 anos até então, com seus amigos convidados, neste trabalho indispensável na coleção de todo bom apreciados da nossa música!

Um forte abraço a todos!