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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Os Intérpretes do Brasil - 60

Nesta série onde destacamos grandes intérpretes deste país, vamos abordar o alagoano mais amado desta terra. Pra começo de história, Djavan é, sem sombra de dúvidas, o melhor intérprete de si mesmo, pois gravar uma canção dele é um risco que poucos correm e obtém êxito. Gal, Bethânia, Roberto, Caetano, e outro punhado de grandes nomes já gravaram suas criações e, podemos dizer que fizeram melhor ou igual a ele. 

Mas, algumas coisas dele são só dele e ninguém ousa imaginar que alguém supere a gravação de Oceano ou Um amor puro, só pra citar algumas. Em sua carreira, ele também ousa pouco regravar colegas, tanto é que em sua discografia, encontramos algo de Tom Jobim, Paulinho da Viola, Chaplin, parcerias com Chico Buarque, Caetano Veloso. Apenas no CD Ária, ele se permitiu cantar coisas alheias às suas criações, voltando até a sua infância, coisas que ouvia sua mãe cantar, como já comentado anteriormente.

Então, pra destacar o intérprete, cito a canção Correnteza, de Tom Jobim, que entrou para a trilha da novela O rei do gado. De Gil, ele já gravou Palco e também Lamento sertanejo, ambas de forma genial. Com Paralamas, gravou a fantástica Uma brasileira, de Carlinhos Brown. Enfim, são muitas coisas legais que ele regravou e que poderia se permitir fazer mais isso, pois já mostrou que sabe lapidar bem lindas canções.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

CD Djavan Luz

Um dos melhores trabalhos do Djavan foi o LP/CD Luz, lançado em 1982. Um dos mais vendidos do artista, (o mais vendido, tirando o ao vivo de 1999, ou seja, o mais vendido "disco de carreira" do Djavan) Luz trouxe grandes clássicos para seu repertório e para a música brasileira, como Samurai, Pétala, Açaí, Sina e Capim. 

Foi um trabalho no qual Djavan foi gravar nos Estados Unidos e basta dizer que a faixa Samurai teve a participação especial de ninguém menos que Stevie Wonder, na gaita. Além dessas, temos ainda a faixa-título Luz e também as canções Nobreza, Banho de rio, Esfinge e Minha irmã.

Djavan toca guitarra em algumas faixas e também temos a participação do piano de Luiz Avellar. Gravação primorosa, grandes clássicos e aquele perfeccionismo típico dos trabalhos do Djavan que, desde o início primou pela qualidade suprema, lapidando esta obra presente em toda boa coleção de música brasileira!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

♫Flor do medo♫

Djavan é muito fera na hora de compor grandes hits. Ao vasculhar sua obra, em cada trabalho lançado você encontra pelo menos três grandes canções candidatas a hinos. Em 2004, por exemplo, ele lança essa belíssima pérola, com aquela construção harmônica e melódica, e aquela batida típica de quem escuta sabe que se trata do inconfundível mestre da música brasileira.

A letra de Flor do medo até lembra um pouco Se, por retratar uma protagonista que demora pra se decidir em abraçar esse sentimento que chegou. Mas, aqui o foco principal é a ansiedade, o medo de sentir tudo que aflora nesse instante e que o autor conceitua qualquer mal ou dor que possa vir como sendo apenas clamores do amor. Coisas de gênios!

Flor do medo
Djavan

Venha me beijar de uma vez
Você pensa demais pra decidir
Venha a mim de corpo e alma
Libera e deixa o que for nos unir

Não vá fugir mais uma vez
Vença a falta de ar que a flor do medo traz
Tente pensar
Pode até ser mau e tal
Mas pode até ser que seja demais

Tudo vai mudar
Posso pressentir
Você vai lembrar e rir
Alguma dor
Que não vai matar ninguém
Pode ser vista e nos rondar
Não precisa se assustar
Isso é clamor de amor

Venha me beijar de uma vez
Feito nuvem no ar sem aflição
Venha a mim de corpo e alma
Libera a paz do meu coração

Não vá se perder outra vez
Nesse mesmo lugar
Por onde já passou
Tente pensar
Pode até ser sonho e tal
Mas pode até ser que seja o amor

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Show de Djavan no Recife

Semana passada fui ver o show Vesúvio, novo espetáculo do Djavan no Classic hall, em Olinda e pude comprovar de perto porque este cara se trata de uma das lendas da nossa música há tanto tempo. Com um atraso de mais de uma hora (parece que é comum entre alguns esta triste prática), quando ele pisou no palco, todo atraso é perdoado pois o cara realmente deu um show.

Com cinco músicos no palco, incluindo seu grande tecladista Paulo Calasans, Djavan mesclou novos sucessos com grandes clássicos. Do novo CD, abriu o espetáculo com Viver é dever, além de passar por Vesúvio, Solitude, Madressilva, e Orquídea. Torci pra que Meu romance entrasse, mas não fez parte do roteiro que também trouxe clássicos como Oceano, Eu te devoro, Acelerou, Amar é tudo, Cigano, Esquinas, Flor de lis, Nem um dia, Se, Samurai, Sina, Um amor puro, Lilás, Seduzir.

Além disso, cantou Nuvem negra, que havia feito pra Gal e nunca a gravou. Também cantou Topázio e a belíssima Flor do medo. Completam o roteiro as canções Baile e Quero quero. O cara cantou, dançou, tocou, emocionou, emitiu e absorveu uma surpreendente energia de quem tava na plateia e pode comprovar um artista, com 70 anos, que exala jovialidade em sua riquíssima obra.

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de março de 2019

♫Amor de índio♫

Ontem no programa Altas horas tivemos uma homenagem a Milton Nascimento. Merecida e tudo que for feito em reconhecimento à obra de grandes artistas como ele sempre serão pertinentes. Grandes vozes de todas as gerações reverenciando um excepcional trabalho que, em toda sua existência, só mostrou dedicação em dar o melhor de si pela música brasileira. Já comentamos no passado essa canção em outras ocasiões que destacam o dia do trabalhador. Um clássico que não é do Milton, e sim de seus amigos do Clube da esquina Beto Guedes e Ronaldo Bastos. 

É que, sem desmerecer tantas interpretações belíssimas que esta canção já recebeu, seja de seu autor ou de outros grandes nomes da nossa música, fico com a emocionada leitura e releitura que "Bituca" sempre faz para seus fãs, como prova do que comentei acima: ser possuidor do dom que lhe confere qualquer justa homenagem que seu público possa lhe render. Esta é justamente aquela letra que mais se parece com seu intérprete, uma canção que fala de amor ao trabalho, à natureza e do respeito que devemos nutrir por ela, como os índios podem nos ensinar todos os dias.

Amor de índio
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver ao teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar

Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar
E andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser tudo

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

CD Djavan Vesúvio

Um dos melhores lançamentos de 2018 foi este: Djavan - Vesúvio. Nosso grande cantor, que completou 70 anos recentemente, continua atuando no que mais sabe fazer: boas canções e gravações marcantes, enaltecendo ainda mais todo o belo compromisso que tem com a música brasileira. Com 13 canções inéditas e todas autorais, Vesúvio é mais um daqueles grandes álbuns de sua belíssima discografia.

A contar com a faixa título e com Solitude, duas canções que já se tornam admiráveis pelos títulos e se tornam verdadeiras aulas de boas obras, sobretudo Solitude que, a meu ver, é a cara do atual despedaçado e dividido Brasil. E nesse estilo ímpar, Djavan é visto com muito romantismo e profissionalismo nas canções seguintes: Dores cris, Tenho medo de ficar só, Cedo ou tarde, Orquídea (uma verdadeira aula de botânica), Viver é dever, Madressilva, Mãos dadas, Entre outras mil, Um quase amor.

Destaco que Solitude, Tenho medo de ficar só são candidatas a se tornarem clássicas em seu repertório e, acrescento à esta lista a belíssima canção Meu romance, que também ganhou versão em espanhol no dueto com Jorge Drexler, na faixa Esplendor, que fecha o CD. As fotos de capa e encarte são um luxo a parte neste álbum que exala uma arte ímpar, como toda a obra deste grande artista que temos na nossa música. E como está cada vez mais difícil encontrar loja e/ou CD pra vender, demorei pra encontrar a mídia física, mas consegui e aqui compartilho com todos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de julho de 2018

♫As cidades cantadas - 19♫

A série As cidades cantadas volta homenageando mais uma cidade nordestina, a capital de Alagoas, Maceió, pelo seu ilustre nativo Djavan que, em 1978, homenageou a cidade com a canção intitulada pelo seu Estado Natal. Confesso que não conhecia esta homenagem e ainda não conheço a cidade, embora escuto sempre boas recomendações.

A letra de Alagoas brinca um pouco com a cultura de dizer que são muitas mulheres para um homem só e também com o linguajar nativo. Cita alguns pontos turísticos como a Matriz de Santa Rita, enfatizando a saudade que todo nativo sente de sua terra natal, claro quando a aprecia, como é o caso de Djavan.

Alagoas
Djavan

Ô Maceió
É três mulé prum homem só
Eu fui batizado na capela do farol
Matriz de Santa Rita,
Maceió
mas foi beirando estrada abaixo que eu piquei a mula
Disposto a colar grau na escola da natura
Se alguém me perguntar
Não tenho nada a dizer
Pois eu, pra me realizar
Preciso morrer

Você me deu liberdade
Pra meu destino escolher
E quando sentir saudades
Poder chorar por você
Não vê, minha terra mãe
Que estou a me lamentar
É que eu fui condenado a viver do que cantar

A--la, a--la, ala, Alagoas 

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de dezembro de 2017

Roberto Carlos especial 2017

E ontem, dia 22, foi ao ar mais uma edição do Roberto Carlos especial, programa que desde 1974 encanta a família brasileira e carimba uma tradição natalina na telinha dos brasileiros. O rei veio de azul e branco abraçar seu público, com seus clássicos e seus inusitados convidados, quase acabando com o estoque de lenços país afora (também chorei, discretamente, mas chorei).

Mesmo a letra de Fera ferida, um dos bons resgates do repertório, dizer que ele não vai mudar, nesse show tivemos significativas mudanças: Emoções deu seu lugar de abertura à Força estranha, com direito a início à capela, para na sequência termos Amigo. Mas, o clássico que tanta gente reclama por abrir os shows teve seu momento em um trecho na voz da atriz Ísis Valverde e a deixa para Roberto cantar Sereia, sucesso da novela A força do querer.

Tiago Iorc e Roberto Carlos
Além de Fera ferida, tivemos momentos solos emocionantes com o rei resgatando clássicos como Falando sério (seguindo arranjo original), O côncavo e o convexo e apresentou um novo sucesso de seu próximo álbum em espanhol (Que yo te vea) que, não sei porque não foi exibido! Roberto ainda cantou Detalhes, Desabafo, Outra vez, Se você pensa e Cama e mesa, todas disponíveis apenas no Globo play (quase um novo especial). Com Tiago Iorc, nova promessa da música brasileira, cantou É preciso saber viver e Amei te ver.

Djavan e Roberto Carlos
Não aprecio (e isso não significa que deprecio) o trabalho de Simone e Simaria, mas gostei da participação delas e da emoção em relevar o sabor de estarem ali e cantarem com ele as canções Quando o mel é bom e Eu te amo te amo te amo. E foi com Djavan o ponto alto do show, a meu ver, pois estas duas lendas vivas nos emocionaram com Pétala e As curvas da estrada de Santos (esta bem no swing Djavan). Um outro momento descontraído foi a participação de Érika Ender, uma das compositoras de Despacito, com quem cantou esse sucesso mundial, com direito à participação luxuosa da bateria da Escola de samba Beija-flor. Por fim, Esse cara sou eu e Luz divina (que substituiu Jesus Cristo), pra encerrar o tradicional programa de final de ano que emociona esse e tantos caras e por isso agradecemos a Deus por estes e tantos grandes astros da nossa música, sobretudo por Roberto Carlos, que nos garante mais uma vez esses momentos lindos!

Um forte abraço e um Feliz Natal a todos!

domingo, 14 de maio de 2017

♫Dona do horizonte♫

Dia das mães e nada melhor que vivenciar esta data com canções tão cheias de amor e sensibilidade como são esses anjos maternos. Djavan, em seu mais recente CD, escreveu sua homenagem a elas, contando como era seu relacionamento com sua mãe, pedra fundamental em sua formação, segundo relata nesta belíssima letra.

Dona do horizonte resume um menino que nem sabia por onde ir, mas que era privilegiado por ser guiado por alguém que já sentia os aplausos a seu rebento. E, dessa forma, proporcionava aos ouvidos e conhecimentos do futuro astro só enciclopédias da nossa música, sucessos da época como Orlando Silva, nosso Luiz Gonzaga e Dalva de Oliveira e Ângela Maria, sem o devido cuidado com os estudos. Djavan retribui com essa pérola de canção e com algumas frases simples, sucintas, mas precisas como: "mãe é o nome do amor"! E está certíssimo. 

Dona do horizonte
Djavan

Eu já nasci
Minha mãe quem diz
Predestinado ao canto
Ela falou
Que eu tinha o dom
Quando eu estava
Na soleira
Dos meus poucos anos!

Foi indo assim, quando dei por mim
Já não fazia outra coisa
Cantava ali, só pra ela ouvir
E me dizer coisas tão boas
Por exemplo:

Quero vê-lo o mais querido
Como nosso Orlando
Hei de ler seu nome escrito
Em placa de avenida

Não vai mudar, toda mãe é assim
Mãe é o nome do amor!

Logo cresci
Minha mãe ali
Dona do horizonte
Me fez ouvir
Dalva de Oliveira
E Ângela Maria todo dia
Deusas que adorava

Tinha prazer
Em me levar pra ver
Luiz Gonzaga cantar
Não sem deixar
De advertir
Pra que eu estudasse sempre mais
E sem descanso

Quero vê-lo o mais querido
Como nosso Orlando
Hei de ler seu nome escrito
Em placa de avenida
Não vai mudar, toda mãe é assim
Mãe é o nome do amor!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 3 de maio de 2017

CD Sérgio Reis & convidados

Um dos melhores discos do Sérgio Reis, se não, o melhor é este aqui, lançado em 2000, com grandes sucessos e grandes amigos convidados a dividir algumas faixas. O medley formado por Panela velha e Pinga ni mim abre o trabalho que traz logo em seguida a dupla Chitãozinho & Xororó no clássico O menino da porteira.

Outro clássico, Saudade da minha terra vem na sequência e, posteriormente temos a participação de Zezé di Camargo & Luciano na faixa Todas as manhãs, de Roberto e Erasmo. Depois da canção O menino da gaita, mais um medley formado por Cabecinha no ombro e Meu primeiro amor, com Roberta Miranda. Mais um medley com as canções Chico Mineiro e Chalana. 

Temos ainda Comitiva esperança, Filho adotivo, Maluco pelo Rio Grande, O caminho de partir é o mesmo de voltar, Nada me consola, além dos duetos com Reginaldo Rossi em Coração de papel e, Djavan em Estória de cantador. Para quem curte o som de um verdadeiro sertanejo raiz, tá aqui uma pérola que não pode faltar em qualquer coleção.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 12 de abril de 2017

CD Djavan Vidas pra contar

Djavan é um dos poucos artistas que lançam novos trabalhos colhendo êxitos como no passado. Se alguns de seus últimos álbuns não confirmarem isto que estou falando, basta então ouvir o seu mais recente trabalho lançado em 2015, com o título de Vidas pra contar. Sem esquecer suas raízes, ele começa o CD cantando o povo nordestino e sua cultura com a belíssima Vida nordestina.

Mas, o que mais me encanta em todo cantor e com ele não seria diferente, é a capacidade de criar e interpretar novas canções românticas. Neste sentido estamos diante de belas canções, algo raro hoje em dia, mesmo por astros consagrados, como é o caso de Não é um bolero, O tal do amor, Encontrar-te e Primazia. Aquela "batida djavan" tá cada vez mais perfeita e presente em Só pra ser o sol, Aridez, Enguiçado, Se não vira jazz e Ânsia de viver.

Completam o álbum a homônima Vidas pra contar e a autobiográfica Dona do horizonte, uma belíssima homenagem à sua mãe, sem fazer apelação a sentimentalismos, mas com a verdadeira doçura que o tema pede. Está aqui uma ótima pedida para o dia das mães e não apenas isso, estamos diante de um dos melhores discos, se não o melhor lançado por um artista do Brasil nos últimos dez anos. 

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de setembro de 2016

♫Avião♫

Djavan é mesmo o máximo. É como um grande avião, que muitos embarcam e que todos admiram e querem voar na sua obra e encontrar horizontes cada vez mais fascinantes. Ele faz parte de um grupo seleto de artistas que, vira e mexe, quando voamos rumo ao seu repertório, descobrimos coisas cada vez mais interessantes. É o caso dessa canção, que talvez não figure entre as dez ou quinze mais clássicas de seu repertório de shows, mas que está entre as dez melhores, a meu ver.

Avião tem uma letra que grita a dor de alguém que quer se libertar de alguém, de um amor que aprisiona e impõe uma vida que representa pouco e o personagem se cansa dessa vida e prefere a liberdade. Tudo dito com muita classe e com aquela pegada clássica que caracteriza sua obra.

Avião
Djavan

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você 
fazer o mesmo show 

Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, 
seu muito pra mim é pouco

Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou louco, sou não
Eu me cansei de ser seu avião, não vou voar não, dessa vez...

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você 
fazer o mesmo show 

Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, 
Nem me conformar com pouco

Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou louco, sou não
Eu me cansei de ser seu avião, não vou voar não, dessa vez...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

CD Djavan Malásia

Em 1996 Djavan lançou um dos melhores álbuns de toda sua carreira. Intitulado de Malásia, este álbum revela a maturidade deste grande astro que temos em nosso país, seja compondo e apresentando canções inéditas, canções suas já mostradas por outros intérpretes ou interpretando clássicos de outros nomes da nossa música.

O lado intérprete aparece em Coração leviano (Paulinho da Viola), Sorri (Charles Chaplin con versão de João de Barro) e Correnteza, clássico de Tom Jobim e tema da novela global O rei do gado. E outro grande sucesso, também tema de novela global foi Nem um dia, tema de Por amor. Djavan também compôs outras coisas inéditas, explorando o eu-lírico feminino em Não deu e Tenha calma, está imortalizada em 1989 por Maria Bethânia.

Completam este trabalho as canções Que foi my love?, Seca, Deixa o sol sair, Irmã de Neon, Cordilheira e Malásia. Djavan também escreve os arranjos de cordas e percussão e toca violão e tambor em algumas faixas, o que demonstra o grande artista que dispensa comentários. Ao menos, dos artistas deste país podemos nos orgulhar e Djavan, com este e com tantos outros trabalhos seus, demonstra que é merecedor do orgulho, respeito e admiração do povo brasileiro.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DVD Rainha da sucata

Para minha felicidade e de muitos que apreciam as novelas antigas, sobretudo aquelas que foram exibidas nos anos 80 e 90, foi lançado recentemente mais uma pérola desse segmento: Rainha da sucata, escrita por Silvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando. Sucesso no horário nobre global, é uma das minhas preferidas e campeã de bordões: "Coisas de Laurinha", "Colocar a prédio na chón", caracterizam uma história que mistura classes sociais, com muito humor.

É hora de matar as saudades de Regina Duarte, Glória Menezes, Paulo Gracindo, Raul Cortez, Tony Ramos, Aracy Balabanian, Antônio Fagundes, Cláudia Raia, Nicette Bruno, Cláudia Ohana, Patrícia Pillar, Maurício Mattar, Daniel Filho, Renata Sorrah, Marisa Orth, Flávio Migliaccio, Andrea Beltrão, Gianfrancesco Guarnieri, Gerson Brenner, Jandir Ferrari, Marcelo Novaes, Mônica Torres, Cleyde Yaconis, além das participações especiais de Fernanda Montenegro e Lima Duarte, para contarem a história da moça pobre filha de sucateiro que ficou rica, mas reconhecimento social, numa época em que os que tinham fama, não possuíam dinheiro. Ficou pobre, desiludida no amor, mas nunca perdeu a dignidade de recomeçar.

A trilha sonora fica por parte de grandes sucessos como Me chama que eu vou (Sidney Magal), Coração pirata (Roupa Nova), Cigano (Djavan), Foi assim (Wanderléa), A mais bonita (Maria Bethânia), Próxima parada (Marina Lima), Coisas da vida (Milton Nascimento), Nua ideia (Gal Costa), Meninos e Meninas (Legião Urbana), Lanterna dos afogados (Paralamas do sucesso), Naquela estação (Adriana Calcanhotto). A trilha sonora internacional também foi sucesso sobretudo com a canção Rebel in me, com o Jimmy Cliff. Uma das que mais aprecio e constava na lista das minhas esperas que ainda é imensa, mas que por enquanto para para desfrutarmos desse sucesso inesquecível.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

CD Djavan 1989

Este é um dos melhores, se não, o melhor CD da discografia do Djavan. Lançado em 1989, sem título e apenas o nome do artista consta na capa, é lembrado como o CD de Oceano, talvez o maior sucesso de sua carreira e se não for assim, é o maior sucesso desse disco muito bem produzido e daqueles que colocamos no patamar que escutamos todas as faixas, sem pular se quer uma delas.

Mas, além desse grande sucesso, temos também outras grandes faixas como é o caso de Cigano, Vida real, Você bem sabe, Avião, Mal de mim, Mil vezes e Curumim, que abre o CD. Temos também uma composição em parceria com Gilberto Gil, em Corisco. É claro que algumas dessas faixas devem seu sucesso, em parte, por integrarem trilhas de novelas globais.

E uma crítica que faço aqui a este trabalho é que veio apenas com 9 canções. Acho que o mínimo para um CD deveria ser 10, embora com a escassez de bons lançamentos que temos atualmente, quem dera fosse lançado um CD como este por ano, de algum artista dedicado a fazer o melhor por sua obra, como foi o Djavan nesse indispensável trabalho e é em todos os outros!

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de março de 2015

♫Correnteza♫

Tom Jobim conhecia bem este país, sobretudo quando o assunto era amor e natureza. Esta canção é um bom exemplo disso, sobretudo quando observamos os grandes e variados nomes que a regravaram. Quem anda assistindo a reprise da novela O rei do gado, escuta a versão que, a meu ver, foi definitiva, com Djavan. A dupla Chitãozinho e Xororó a regravou recentemente e disseram que ficou um primor (ainda não ouvi!).
 
A letra de Correnteza mescla um amor imenso, cantado e contado a partir das paisagens campestres, típicas de nosso país: o rio, a flor, a fruta, o barro, a boiada, a chuva, o céu azul, os sonhos, elementos que sozinho já provocam nossa emoção e juntos se encontram em mais uma pérola jobiniana, para nossa felicidade!

Correnteza
Tom Jobim e Luiz Bonfá

A correnteza do rio
Vai levando aquela flor
O meu bem já está dormindo
Zombando do meu amor

Na barranceira do rio
O ingá se debruçou
E a fruta que era madura
A correnteza levou, a correnteza levou
A correnteza levou

E choveu uma semana e eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado
Aonde a boiada passou

Depois da chuva passada
céu azul se apresentou
Lá à beira da estrada, vem vindo o meu amor
vem vindo o meu amor...

A correnteza do rio
Vai levando aquela flor
E eu adormeci sorrindo
sonhando com nosso amor
Sonhando com nosso amor
Oh, dandá, oh, dandá...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Roberto Carlos especial 1983

Roberto Carlos especial 1983
O especial de 1983 foi apresentado no dia 23 de dezembro e começa com uma pequena reportagem sobre o projeto Emoções que, naquele ano chamou a atenção pelo sucesso alcançado com a turnê que passou por várias cidades do país. Após responder algumas perguntas de pessoas comuns, Roberto aparece chegando ao palco do Ginásio do Ibirapuera para o show que apresentaria ao vivo, começando com Emoções e passando pela Jovem Guarda, com o medley Parei na contramão/Splish splash/Minha fama de mau, cantando esta última ao lado do parceiro Erasmo Carlos.

Roberto e Djavan
Na sequência, Erasmo canta sozinho Minha superestar e O calhambeque com Roberto, quando é exibido o clipe desta, do qual os dois participam. Em seguida, Roberto canta Meus amores da televisão e senta-se em um banquinho para interpretar de forma única seu então novo sucesso: Perdoa. Após interpretar outro novo sucesso, O amor é a moda e reviver Desabafo, Roberto fala de amizade e chama outro grande convidado: Djavan, com quem canta Meu bem querer e o alagoano, sozinho, canta Samurai.

Roberto Carlos e Gal Costa
Roberto volta ao banquinho e interpreta Não quero ver você triste, com direito àqueles belos assobios. Temos ainda outro novo sucesso, O côncavo e o convexo e, revive Cama e mesa para então chegar a última convidada da noite, Gal Costa, que entra ao som de Meu nome é Gal, canta Baby sozinha e, em dueto com o rei, interpreta Olha. Por fim, Roberto canta sua nova mensagem: Estou aqui e finaliza com Ele está pra chegar e Amigo! Um grande especial, uma experiência difícil de apresentar um show ao vivo, mas que o rei e seus convidados tiraram de letra!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Roberto Carlos Especial 1996

Roberto Carlos especial 1996
Esse, a meu ver, foi um dos melhores especiais do rei na década de 90. Baseado no show Amor, e exibido em 21 de dezembro, esse especial trouxe vários convidados, novas canções e eternos sucessos, entrevista com jornalistas, clipes, números emocionantes e bem produzidos. Roberto segue o roteiro de sua turnê e abre o show com Como é grande o meu amor por você, seguido de Como vai você e Emoções para então chamar seu primeiro convidado, o tremendão Erasmo Carlos e pela primeira vez cantarem juntos Amigo. Percebia que em alguns especiais, após Erasmo era apresentada a nova canção, como sempre uma parceria da dupla e, nesse caso tivemos Mulher de 40.

Sérgio, Roberto e Almir
A novela O rei do gado era sucesso nacional e o programa começou com os então dois cantores caipiras da novela realizando o sonho de cantarem com o rei da música: Saracura e Pirilampo, representados por Sérgio Reis e Almir Sater saíam da novela e rumavam para o show, sendo o especial uma continuação da novela. No palco, cantaram com Roberto a moda de viola O rei do gado, presente na trilha sonora da novela, na voz da dupla. Nos anos 90, sempre que lançava seus CD´s inéditos (bons tempos aqueles), Roberto concedia entrevistas à jornalistas do país inteiro e simulou esse momento naquele especial que contou com as perguntas de Glória Maria, Ilze Scamparini, Leilane Neubarth e Pedro Bial para em seguida ser apresentado o clipe da canção religiosa daquele ano, O terço.

Roberto Carlos e Martinho da Vila
Na sequência, a continuação do show gravado na antiga casa de show Olympia, em São Paulo, com mais uma nova canção, Cheirosa, para em seguida cantar trecho de Feitiço da Vila, de Noel Rosa, para apresentar, de forma bastante elegante Martinho da Vila e cantarem juntos Aquarela do Brasil, num número histórico. Confesso que gostava muito quando Roberto cantava alguma canção como uma espécie de preparação para o artista que viria, numa forma de reverência e respeito por ele. Com Roberta Miranda, que foi sucesso explosivo naquele ano com a canção Eu te amo te amo te amo, o rei cantou De tanto amor, que faria parte do CD dela de 1997 e arrancou lágrimas discretas da convidada pouco antes do fim do número.

Roberto Carlos e Djavan
Mais uma belíssima canção do então novo CD, Tem coisas que a gente não tira do coração e Roberto chama ao palco um artista de quem se declara fã: Djavan e o rei fazem um número histórico onde os dois interpretam clássico de Tom Jobim, gravado naquele ano pelo alagoano, a canção Correnteza. O rei fala sobre paternidade e chama ao palco seu filho Rafael Braga, que naquele ano lançara um CD e juntos interpretam As curvas da estrada de Santos. Por fim, o rei ainda nos emociona com Natal branco, Nossa Senhora (trecho) e Jesus Cristo num dos meus especiais favoritos daquela década!

Um forte abraço a todos!

domingo, 10 de novembro de 2013

♫Um amor puro♫

Vez por outra Djavan aflora seu romantismo como poucos sabem fazer dentro da nossa música. E quando associa a isso suas melodias, harmonias é o que se pode chamar de uma das mais perfeitas artes que a música brasileira possui. Essa canção foi uma das inéditas do CD ao vivo duplo de 1999 e tornou-se uma das mais românticas de seu repertório.

A letra de Um amor puro traz aquelas grandes declarações de amor bem sucedidas que arrebata qualquer coração a sonhar com um amor dessa natureza, puro e verdadeiro, em tempos em que as pessoas já não sabem o que é amar de verdade, banalizando esse sentimento a saciedades particulares de seus egos. Para quem acredita que amor assim existe, eis um grande clássico:

Um amor puro
(Djavan)

O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de março de 2013

Cigano

Essa é uma das minhas preferidas do Djavan. Talvez seja menos clássica que Oceano, Meu bem querer ou Lilás, mas sem entrar no mérito da discussão da beleza destas, Cigano me emociona muito mais. Tema da novela global Rainha da Sucata e mais uma das preferidas canções dos "artistas da noite", tem uma longa e belíssima introdução.

Sua letra apresenta um amor avassalador, que rompe barreiras, embriagado de paixão e com doses extravagantes de sensualidade. Frases de efeito e fantasias que extrapolam os limites da razão e que despertam no ser o desejo eterno de busca desse tipo de relacionamento que muitos descrentes já não enxergam. Assim como o Djavan em 1988 quando lançou essa canção, eu prefiro crer!

Cigano
(Djavan)

Te querer
Viver mais pra ser exato
Te seguir
E poder chegar
Onde tudo é só meu

Te encontrar
Dar a cara pro teu beijo
Correr atrás de ti
Feito cigano, cigano, cigano
Me jogar sem medir

Viajar
Entre pernas e delícias
Conhecer pra notícias dar
Devassar sua vida

Resistir
Ao que pode o pensamento
Saber chegar no seu melhor
Momento, momento, momento

Pra ficar e ficar
Juntos, dentro, horas
Tudo ali às claras
Deixar crescer
Até romper

A manhã
Como o mar está sereno
Olha lá
As gaivotas já
Vão deixar suas ilhas

Veja o sol
É demais essa cidade!
A gente vai ter
Um dia de calor

Um forte abraço a todos!