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segunda-feira, 26 de junho de 2023

CD Luiz Gonzaga Sanfoneiro macho

Um dos melhores trabalhos de Luiz Gonzaga saiu em 1985 em LP e depois em CD: Sanfoneiro macho. Foi um disco que trouxe o rei do baião de volta às paradas de sucesso com os clássicos Deixa a tanga voar e Forró número 1 (com a participação luxuosa de Gal Costa). Na contracapa do disco consta a participação do Dominguinhos, mas creio que seja apenas acompanhando com a sanfona, pois ele não canta em nenhuma faixa.

Gonzaguinha dividiu os vocais com o pai na faixa Eu e minha branca e Elba Ramalho participou mais uma vez em um dueto com Gonzaga, no clássico Qui nem jiló. Glorinha Gadelha e Sivuca participam da canção A mulher do sanfoneiro. Outra canção bastante conhecida é a faixa título. Lembro de muito palhoção tocando as canções desse disco nas festas mais populares da região.

Completam este trabalho as canções A puxada, Flor do lírio, Maria baiana, Morena bela, Forró do bom e Tá bom demais. Lamento não termos acesso à todos os trabalhos dele em CD. Ao menos da década de 80, todos poderiam ter sido convertidos para esta mídia, pois todo bom apreciador da música nacional sabe que Gonzaga é a melhor trilha sonora da época junina e, por que não dizer, de todas as épocas que se deseje ouvir um bom forró?

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 27 de junho de 2022

♫Não lhe solto mais♫

Aqui uma grande composição dessa dupla maravilhosa de compositores nordestinos que são Antônio Barros e Cecéu: Não lhe solto mais. Essa canção serviu de dueto para Luiz Gonzaga e Jorge de Altinho. E também já foi regravada por Elba Ramalho, além de ser sempre cantada nos shows dos chamados discípulos de Gonzaga, a exemplo de Elba e Jorge. E também por gente como Tânia Alves.

É de uma letra carregada de paixão e até certo ponto com um machismo que hoje seria mal interpretado, mas que em sua época foi levado numa boa, pois não é aquele machão que provoca violência e, sim, impõe suas habilidades com muito sentimento apaixonado. Ou seja, parece ser durão, mas no fundo, quer mostrar que é homem com todo o sentimento que a morena despertou nele, pra ela!

Não lhe solto mais
Antônio Barros e Cecéu

Morena não faça isso
Deixe desse reboliço
Não mexa comigo não, viu

Quero respeito comigo
Já cortaram o meu umbigo
Não sou mais menino não, viu

Eu sou duro, sou maduro,
E também muito seguro
Ainda posso dar no couro
Você vai gostar, vai se apaixonar
Vai cair no choro

Mais é aí que o couro come
Vou mostrar que sou é homem
Como é que um homem faz

Dou-lhe uma rasteira
Lhe castigo na esteira
Não lhe solto mais

Depois não adianta
Você gemer, você gemer
Você chorar

A gente bebe água
Quando sente sede
Cabelo se assanha
Quando o vento dá

Olha morena esse teu cheiro
Se juntar com o meu tempero
Vai ser bom demais

Dou-lhe uma rasteira
Lhe castigo na esteira
Não lhe solto mais

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 13 de junho de 2022

♫Pagode russo♫

Luiz Gonzaga é um gênio e isso fica evidente, mesmo depois de tanto tempo de sua partida. E esse clássico demonstra bem essa verdade, pois só mesmo um cara genial para pensar num tema assim que une Brasil e Rússia, que une forró e frevo. Com todos esses trocadilhos, com uma sonoridade ímpar, não poderíamos esperar nada mais que um belo clássico.

Lenine, Elba Ramalho, Zeca Baleiro e Frejat foram alguns que já cantaram ou gravaram essa canção. Mas, penso que poderia ser mais explorada por quem deseja visitar essas deliciosas canções. Animação garantida de qualquer arraial nos melhores forrós deste país chamado Nordeste. É daquelas que você visualiza a festa, seus adereços, suas tradições como uma magia, ao simplesmente ouvir uma canção como esta.

Pagode russo
Luiz Gonzaga e João Silva

Ontem eu sonhei que estava em Moscou
Dançando pagode russo na boate Cossacou
Ontem eu sonhei que tava em Moscou
Dançando pagode russo na boate Cossacou

Parecia até um frevo, naquele cai e não cai
Parecia até um frevo, naquele vai e não vai
Parecia até um frevo, naquele cai e não cai
Parecia até um frevo, naquele vai e não vai

Entra cossaco, cossaco dança agora
Na dança do cossaco, não fica cossaco fora
Entra cossaco, cossaco dança agora
Na dança do cossaco, não fica cossaco fora

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 28 de março de 2022

♫Chão de giz♫

Com essa postagem, não pretendo traduzir ou interpretar exatamente o que Zé Ramalho quis dizer nesse clássico nacional de 1978, tão a sua cara e também que leva a marca da interpretação inesquecível de Elba Ramalho. Canção visitada por vários músicos da noite, Chão de giz é clássico no repertório dos dois. Penso que como é típico da obra do Zé, ela pode ter várias linhas de pensamentos, muitas diferentes daquilo que ele seguiu quando a compôs.

Eu imagino um personagem que para pra fumar e começa a pensar sobre tudo que viveu com alguém, naquele instante em que o cigarro é tragado, como se uma vida inteira passasse em poucos minutos. E, por mais que se tente fugir de algumas verdades, dores e da solidão que essa relação gerou, não vale a pena voltar ou reviver essa história, mesmo se sentindo acorrentado a essa história cheia de saudades.

Chão de giz
Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...

Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar quem sabe uma camisa de força ou de vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom...

Agora pego um caminhão
Na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy" That's over, baby!
Freud explica...

Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 21 de junho de 2021

CD Elba Ramalho Balaio de amor

Em 2009 Elba lançou um dos trabalhos mais lindos de sua carreira, tanto na arte gráfica, como produção e repertório, a meu ver. Quando o assunto é forró, raiz nordestina, esta paraibana arretada dá show. E digo um dos melhores, porque, mesmo já numa época em que disco ou CD já não tem tanta vendagem, conseguiu bastante êxito com seus sucessos. E é nesta época que mais lamentamos não termos festas juninas, mesmo sabendo que é necessário que seja assim, pois aqui está garantida a perfeita trilha sonora.

Passeando por grandes compositores do gênero, constantes em sua discografia, nomes que vão desde Dominguinhos (com quem também divide a faixa Riso cristalino) a Petrúcio Amorim, passando por Flávio Leandro, Antônio Barros e Cecéu, Accioly Neto, Nando Cordel, Xico Bizerra, Maciel Melo e Jorge de Altinho, tivemos grandes sucessos como Fuxico, Riso cristalino, Não lhe solto mais, Me dá meu coração, É só você querer (dueto com Cezinha), Se tu quiser.

E também, temos Um baião chamado saudade, Oferendar, Recado, D´estar, Ilusão nada mais, Bebedouro e Quem é você? Como dito acima, uma perfeita pedida para arrastar sandália na noite de São João, o que pode ser feito em casa, com poucos convidados, pois ano passado já vivenciamos algo assim e torcemos para que no próximo ano possamos reascender as fogueiras de Caruaru e Campina grande, dentre outras festas tão tradicionais, onde encontramos nossas raízes nordestinas, que Elba representa com este e tantos outros bons trabalhos!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 14 de junho de 2021

♫Xamego♫

Mês de junho aqui no Nordeste e é sempre a mesma coisa, quando o assunto é música. Há dois anos sem o calor da fogueira, sem bandeiras, sem a magia da alegria de um povo sofrido. Mas, temos sempre a mesma trilha sonora composta no século passado por Luiz Gonzaga. Uma das mais interessantes é essa: Xamêgo, escrita assim, com x (o correto é chamego), que aprecio no dueto com Fagner, em um dos discos que gravaram juntos. Também já foi gravada por outros nomes, entre eles, Elba Ramalho.

Xamego com x ou com ch é apenas um detalhe, pois a linguagem que se fala nesse momento é a da paixão, junto com a dança, com a companhia, com o frio aquecido pelo calor de alguém. Todo mundo sonha em ter seu "xamego", desde o mais novo até a vovó, que mesmo com os anos passados, reclama por viver só, como diz a letra do genial Gonzaga.

Xamêgo
Luiz Gonzaga e Miguel Lima

O xamêgo dá prazer
O xamêgo faz sofrer
O xamêgo às vezes dói, às vezes não
O xamêgo às vezes rói o coração

Todo mundo quer saber
O que é o xamêgo
Niguém sabe se ele é branco
Se é mulato ou negro

Quem não sabe o que é xamêgo
Pede pra vovó
Que já tem 70 anos
E ainda quer xodó
E reclama noite e dia
Por viver tão só

Ai que xodó, que xamêgo
Que chorinho bom
Toca mais um bocadinho
Sem sair do tom
Meu comprade chegadinho
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

CD Joanna Aqui e agora

Sem lançar trabalho com composições inéditas desde 2001 e sem um CD desde 2011, Joanna surpreendeu a todos e finalmente lançou um trabalho com composições inéditas agora no finalzinho de 2020. E em meio à pandemia, depois de algumas lives ocorridas durante o ano, apresentou este novo projeto a seus fãs, que puderam adquirir o formato físico diretamente de seu site, com direito à dedicatória.

Retomando antigas parcerias, como Sarah Benchimol, com quem compôs Olhos nus, Lado b e Por detrás do espelho. Novas parcerias também surgem, como o pernambucano Maciel Melo em Imagine e O cravo e a maglólia (só dele), ou com Tiago Torres Silva em Sem como nem porquê e Como uma confissão, além da faixa-título O aqui e o agora, de Tiago e de Tozé Brito. Temos também compositores consagrados que enviaram novos sucessos para nossa diva.

É o caso da dupla Eduardo Lages e Altay Veloso, na belíssima Pelas vias do desejo, e Renato Teixeira em Eta mundo bão, dueto com Elba Ramalho. E, por fim, temos Amor eterno, com direito à declamação de poema. Um belo trabalho, feito de forma delicada e dedicada por uma das maiores intérpretes deste país, como um grande presente neste difícil 2020.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 29 de junho de 2020

♫Eu só quero um xodó♫

Sr. Domingo faz muita falta na música brasileira. E nesta época, suas canções também são muito entoadas país afora, sobretudo nas festas juninas. Essa canção é um clássico da música brasileira e já foi imortalizada pelo seu autor e também por Gilberto Gil, além de outras regravações que vão de Elba Ramalho a José Augusto, passando por Ivete Sangalo.

A letra de Eu só quero um xodó é daquelas canções tristes, que gritam a solidão de quem vive só. Mas, o ritmo e a alegria do forró disfarçam essa tristeza, como uma esperança de que logo aparecerá esse xodó, afinal é uma festa que se comemora melhor dançando a dois!

Eu só quero um xodó
Dominguinhos e Anastácia

Que Falta Eu Sinto De Um Bem
Que Falta Me Faz Um Xodó
Mas Como Eu Não Tenho Ninguém
Eu Levo A Vida Assim Tão Só

Eu Só Quero Um Amor
Que Acabe O Meu Sofrer
Um Xodó Pra Mim Do Meu Jeito Assim
Que Alegre O Meu Viver

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Live dos artistas

Em tempos de pandemia, muitos artistas tem feito lives em suas redes sociais: instagram, facebook, ou canais de youtube, por exemplo. Tenho acompanhado algumas, dos artistas que acompanho já há algum tempo. Através disso, conheci mais o Flávio Venturini, acompanho sempre as do Nando Cordel, que junto a seu violão e seus filhos, sempre passam muita paz e talento.

Vi de Fagner, Simone, Ivan Lins, Adriana Calcanhoto, Elba Ramalho, Zizi Possi, Fafá de Belém. Estou aguardando uma do Eduardo Lages essa semana. Está divertido a expectativa que Paula Lavigne cria em torno da live do Caetano. Alguns conseguem levar um músico, alguns tocam, outros usam playback, mas todos tem vontade de, através de sua voz, dizer: continuo brilhando na arte, e você não está sozinho, vamos comigo!

Guilherme Arantes fez mais de 4 horas de live, só sucessos e também interpretações inéditas em sua voz. E sei que outros artistas, que não aprecio, também estão obtendo sucesso com essa nova modalidade de contato com os fãs. Alguns obtém patrocínios, outros aproveitam para pedir uma colaboração para doações a instituições. Essas são algumas características desse momento e de grandes nomes de nossa música, comprometidos com seus fãs e sua arte. Sonhamos em reencontrarmos esse pessoal logo no palco, merecedores de nossos aplausos e, enquanto isso, os apreciamos nas telas de nossos aparelhos, percebendo que continuam artistas em seus cotidianos!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 19 de junho de 2019

CD Elba canta Luiz

Uma ótima pedida para esta e qualquer boa festa junina é este trabalho lançado em 2002, em que Elba Ramalho, a discípula número um de Gonzaga, presta sua reverência ao rei do baião, revivendo canções de seu repertório, com novos arranjos e alguns convidados.

O próprio Luiz dá, digamos uma "palhinha" em alguns trechos. Outro discípulo mor Dominguinhos, além de tocar em algumas faixas, canta na faixa de encerramento Canta Luiz. Zeca Pagodinho, talvez meio estranho no nicho do forró, mostra que de estranho não tem nada quando revive com Elba o sucesso O xamego da Guiomar. Arlindo Cruz também aparece apenas tocando, bem como músicos como Arlindo dos oito baixos e Milton Guedes.

No repertório desta festa junina temos ainda Danado de bom, A sorte é cega, Quer ir mais eu, O xote das meninas, Vem morena, Orélia, Sorriso cativante, Aquilo bom/Facilita/O cheiro da Carolina, Xamego, Numa sala de reboco, Calango da lacraia/Nega Zefa/Coco xeem. Um agradável trabalho que mostra que o tempo passa e Elba só está cada vez melhor por também beber nesta saborosa fonte chamada Gonzaga.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

DVD Os saltimbancos trapalhões

Já no finalzinho das férias de janeiro e para não perder o costume de todos os anos, falarei de mais um título dos inesquecíveis trapalhões. Em 2008, quando comecei a comentar sobre os filmes, citei este título e hoje ele tem destaque em uma postagem especial: Os saltimbancos trapalhões, lançado em 1981, foram campeões de bilheteria.

Baseado na peça teatral Os Saltimbancos, de Sérgio Bardotti e Luis Henriquez Bacalov, traduzido por Chico Buarque, além de contar com o quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, temos ainda participações de Lucinha Lins, Eduardo Conde, Mário Cardoso, Paulo Fortes, Mila Moreira, entre outros, e uma pequena participação de Ivan Lins. O enredo conta a história de funcionários humildes que são explorados no circo e que fogem para a cidade grande, junto com a filha do dono do circo. Como a realidade na cidade grande é dura, eles voltam e convencem o barão, dono do circo, que o espetáculo e o circo é de todos!

Apesar de Didi terminar triste por não ficar com a mocinha, por quem é apaixonado, a alegria do espetáculo continua. E as canções de Chico são também o ponto alto desse clássico do cinema nacional, pois algumas destas canções tornaram-se atemporais: Piruetas, Hollywood, História de uma gata e outras (A cidade dos artistas teve a participação de Elba Ramalho) tornou este talvez o filme dos trapalhões com canções mais inesquecíveis de todos os títulos! Recentemente, tivemos um remake dele, mas ainda não vi.

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de junho de 2018

♫Asa branca♫

E no dia de São João não poderia faltar este que é o hino do Nordeste e um dos maiores clássicos deste país. Achei curioso que até hoje nunca havia comentado sobre esta canção, a mais conhecida de Luiz Gonzaga. Assim como Gilberto Gil, também tenho outras dele das quais gosto mais, mas não podemos negar que Asa branca tornou-se uma verdadeira aula sobre o Sertão brasileiro por se tratar de um retrato cantado sobre as dores da terra e a saudade.

E este clássico (que já tem mais de 70 anos), já foi regravada por vários nomes, como Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Alcymar Monteiro, Gilberto Gil, até nomes não muito próximos deste ritmo como Maria Bethânia, Elis Regina, Caetano Veloso, Nelson Gonçalves, Lulu Santos, Raul Seixas, Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso. Até os Beatles a regravariam, segundo boato da década de 60. A verdade é que sempre é cantada pelos cantores, não apenas nesta época, reforçando a ideia de que figura entre as 20 canções mais lembradas de nossa música, em qualquer lista criada sobre este tema.

Asa branca
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão

Quando o verde dos teus oios
Se espaiar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de março de 2018

♫Súplica cearense♫

Esta canção é um clássico da música brasileira, imortalizada por Luiz Gonzaga e regravada também por alguns de seus discípulos como Fagner, Dominguinhos e Elba Ramalho, além de outras regravações mais inusitadas como a do grupo O Rappa. Composta em 1960, possui uma letra muito atual e que sempre emociona.

Numa época em que se pedia chuva para o Sertão nordestino, ela contradiz pedindo uma trégua para uma enchente que devastou com tudo, com a mesma simplicidade que se pedia para chover. E nada mais apropriado para a semana da água, pensarmos nas contradições que são sua falta e seu excesso entre os seres e os lugares onde habitam. Esse bem precioso tão bem cantado por nossos artistas e reverenciado por quem ama a natureza, a água precisa de nossa constante atenção.

Súplica cearense
Gordurinha e Nelinho

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou?
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CD O grande encontro 20 anos depois

Finalizando a série onde comentamos os projetos envolvendo Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, denominado de O grande encontro, chegamos à última edição com o CD/DVD lançado no finalzinho de 2016, para comemorar 20 anos do sucesso do primeiro projeto, comentado no início desta série. Infelizmente aqui também não tivemos o quarteto juntos novamente, pois se antes faltava Alceu, desta vez, Zé Ramalho optou não participar.

Sendo assim, temos Elba, Alceu e Geraldo juntando suas vozes e talentos para reviverem alguns números e também para eternizarem outros. Juntos cantam Anunciação, Caravana, Me dá um beijo, Sabiá, Táxi lunar, Ciranda da traição, Pelas ruas que andei, Banho de cheiro e Frevo mulher. Geraldo canta sozinho Sétimo céu, Dona da minha cabeça, Dia branco, Só depois de muito amor eu vou embora e, com Alceu, Papagaio do futuro/Coco das serras e Moça bonita. 

Elba canta sozinha Ai que saudade d´ocê, Chão de giz, Sangrando, Na base da chinela/Qui nem jiló/Eu só quero um xodó e, com Geraldo, Bicho de sete cabeças II e Chorando e cantando. Alceu canta sozinho La belle de jour/Girassol, Coração bobo, Cabelo no pente, Morena tropicana e, com Elba, canta Ciranda da rosa vermelha e Flor de tangerina. No formato CD, temos apenas 15 das canções citadas. Temos ainda um kit com CD duplo e DVD, além claro, do DVD simples. Nos extras do DVD, temos também as canções Tesoura do desejo, com Elba e Alceu e, O princípio do prazer, com Elba e Geraldo. Zé Ramalho, sem sombra de dúvidas, fez muita falta a este projeto que, a contar pelo repertório de sucessos deste quarteto, poderia ser menos repetitivo, embora, o objetivo não era dar continuidade e sim, reviver estes grandes momentos que foram seus inesquecíveis encontros!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

CD O melhor dos encontros

O quarteto ao qual nos referimos como O grande encontro só voltou a se reunir nessa coletânea que foi lançada em 2001. Um projeto que reuniu Elba, Zé, Alceu e Geraldo, com o melhor que foi lançado nas três edições anteriores, portanto aqui não consta nenhum fonograma inédito. Mesmo assim, é interessante, pra quem não adquiriu nenhum dos três projetos anteriores, curtir um aperitivo do que ainda não possui, neste trabalho.

A seleção do repertório consta de sucessos como Admirável gado novo, Chão de giz, Táxi lunar, Caravana, Coração bobo, Pelas ruas que andei, Asa branca/A volta da asa branca, A terceira lâmina, O trem das sete, Eternas ondas, Banquete dos signos, Disparada, Bicho de sete cabeças II, Banho de cheiro/Frevo mulher.

Claro que, como toda coletânea, cada um abordaria um repertório diferente do que consta. E o que muitos gostariam mesmo é que o quarteto se reunissem mais vezes para apresentarem outras gravações. Mas, conste que cada um sempre teve uma carreira em paralelo tão sólida e à qual sempre teve muita atenção e cuidado, por isso só teríamos uma nova chance de reviver um pouco desse encontro mágico, muitos anos depois, como veremos na próxima semana, na última postagem desta série.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CD e DVD O grande encontro 3

Lançado em 2000, este projeto volta a ser ao vivo e gravado no Rio de Janeiro. Sem contar com Alceu Valença, desta vez a proposta foi que cada um tivesse um convidado e assim tivemos as participações de Lenine, Moraes Moreira e Belchior. Elba, Zé e Geraldo cantam juntos na maioria das canções: Caravana, Táxi lunar, Petrolina/Juazeiro, Tum tum tum tum/Mulata no coco, Eu vou pra lua/O canto da ema.

Geraldo canta sozinho Dona da minha cabeça e, Canta Brasil, com seu convidado Moraes Moreira. Elba canta sozinha Frisson, Você se lembra, e, Lá e cá, com seu convidado Lenine. Zé canta sozinho A peleja do diabo com o dono do céu e, Garoto de aluguel, com seu convidado Belchior. Geraldo e Zé ainda cantam juntos Galope rasante. Elba e Zé cantam juntos A terceira lâmina.

No DVD, temos ainda Geraldo Azevedo cantando sozinho Bancarola do São Francisco, Zé Ramalho cantando solo Canção agalopada e os três juntos cantando A vida de viajante. O único projeto até então em que foi lançado também o DVD, com encontros históricos. Destaco neste trabalho os solos de Elba nas canções Frisson e Você se lembra. Esta última, a meu ver, ficou definitiva em sua belíssima interpretação!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

CD O grande encontro 2

O sucesso da primeira edição foi tão grande que o projeto seguiu para uma segunda edição com canções gravadas em estúdio, agora sem Alceu, que preferiu não participar. Li que cogitou-se substitui-lo por Fagner, fato que não aconteceu. Então tivemos Elba, Geraldo e Zé cantando juntos e alguns duetos, em 12 faixas todas gravadas em estúdio.

Com as três vozes cantando, ora solando, ora juntas, temos as canções Disparada, O princípio do prazer, Pedras e moças, Bicho de 7 cabeças II, Asa branca/A volta da asa branca e Ai que saudade d´Ocê. Elba canta sozinha Canção da despedida, em dueto com Zé as canções Banquete de signos e Eternas ondas e, com Geraldo a canção Canta coração. Geraldo e Zé cantam juntos Miragens e O autor da natureza, mas não cantam nenhuma canção solo.

Apesar de não repetirmos o mesmo sucesso da edição anterior, temos aqui um disco histórico, que reuniu três grandes nomes do nosso cenário nacional, novamente homenageando suas raízes e apresentando grandes interpretações, sobretudo em releituras como O princípio do prazer, Bicho de 7 cabeças II, Canção da despedida e Canta coração, além da participação de grandes músicos nas gravações como Robertinho de Recife, Leo Gandelman e Dominguinhos.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

CD O grande encontro

Ano passado foi revivido este projeto com um novo lançamento em CD e DVD. Vamos falar agora em janeiro de cada lançamento desta maravilhosa ideia que reuniu os grandes Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho em gravações ao vivo e em estúdio, desde 1996.

O primeiro Grande encontro foi o único que reuniu os quatro, numa gravação ao vivo no Canecão em 1996. A proposta era reunir as grandes vozes nordestinas com alguns de seus maiores sucessos, alguns duetos e seus afinados violões. Mas, os quatro só cantaram mesmo na primeira e na última canção, Sabiá e Banho de cheiro/Frevo mulher. Coração bobo ficou por conta de Zé e Alceu e este último canta sozinho Jacarepaguá blues, Pelas ruas que andei e, com Geraldo, Talismã. Geraldo canta sozinho O ciúme, de Caetano Veloso.

Elba canta sozinho Dia branco, Veja e A prosa impúrpura de Caicó, de Chico César, e Chão de giz (com Zé), Tesoura do desejo (com Alceu) e Chorando e cantando (com Geraldo). Zé Ramalho canta sozinho Admirável gado novo e Trem das sete, de Raul Seixas, e O amanhã é distante (com Geraldo). O disco foi muito bem recebido pela cena nacional, pois vendeu mais de um milhão de cópias, o que rendeu uma turnê e a vontade de continuar o projeto que, acredito que surpreendeu até seus integrantes de forma muito positiva. Lamento não termos um DVD desse show, o que ainda não estava tão em moda quanto hoje.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

CD Luiz Gonzaga Baião de dois

E hoje faz 105 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião. Em 2012, comemorando seu centenário, a Sony lançou essa coletânea, em que aproveitava a voz de "Lua" em novos duetos memoráveis, alguns mais comuns como Fagner, Gonzaguinha, Elba Ramalho e Dominguinhos, outros mais inusitados como Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Zélia Duncan.

É o que temos nas 15 faixas, todas com clássicos de Gonzagão: Asa branca (com Fagner), Siri jogando bola (com Zeca Pagodinho), Forró de cabo a rabo (com Dominguinhos), Nem se despediu de mim (com Ivete Sangalo), Estrada de Canindé (com Chico César), Danado de bom (com Zeca Baleiro), Qui nem jiló (com Zélia Duncan), A volta da asa branca (com Zé Ramalho).

E ainda, temos Deixa a tanga voar (com Jorge de Altinho), Baião de dois (com Alcione), Onde tu tá neném (com Geraldo Azevedo), Paraíba (com Elba Ramalho), Plano piloto (com Alceu Valença), Forró nº 1 (com Gal Costa) e A vida de viajante (com Gonzaguinha). Os dois últimos fonogramas, não foram feitos originalmente para este projeto, sendo aproveitados de gravações anteriores. Com produção de José Milton e do Fagner, temos aqui um grande CD para ouvirmos sempre, em todos os aniversários e festas juninas onde tocam Gonzagão!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de agosto de 2016

♫Canção da despedida♫

Uma das interpretações mais lindas de Elba Ramalho, a meu ver, é nesta canção da dupla de Geraldos, Azevedo e Vandré. Canção da despedida foi composta em 1968, censurada e passou muitos anos oculta, até ser gravada por Azevedo em 1985. E no projeto O grande encontro (que está pra ser retomado, sem a participação de Zé Ramalho), Elba deu aquilo que chamo de interpretação definitiva para esta pérola.

A letra de Canção da despedida traz uma tona romântica, cobrindo o que chamaram de crítica à ditadura vigente na época em que foi composta. O rei mau, citado na letra, seria o presidente militar que não agradava aos que optaram ou foram obrigados a abraçarem o exílio. E como acreditava que o reinado teria prazo de validade, a volta também era saudada na letra.

Canção da despedida
(Geraldo Azevedo e Geraldo Vandré)

Já vou embora, mas sei que vou voltar
Amor não chora, se eu volto é pra ficar
Amor não chora, que a hora é de deixar
O amor de agora, pra sempre ele ficar

Eu quis ficar aqui, mas não podia
O meu caminho a ti, não conduzia
Um rei mal coroado, não queria
O amor em seu reinado

Pois sabia, não ia ser amado
Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria

Perdido em seu reinado, sem Maria
Quando eu me despedia
No meu canto lhe dizia...

Um forte abraço a todos!