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segunda-feira, 8 de março de 2021

♫Maria, Maria♫

Vi nesse dia internacional das mulheres, muitas delas afirmando que esta data não é um ato romântico e sim político. Imagino que, pela origem e significado profundo da data, pensam de forma correta. Mas, também penso que podemos unir os dois sentimentos, porque falta um pouco de romantismo, carinho, atenção, cuidado com quem geralmente apresenta isso por todos! Então é momento de se retribuir algo que sempre se recebe da alma feminina.

Uma das canções mais executadas nesta data é esse clássico do Milton Nascimento, imortalizado por ele, por Elis e por quem deseje regravar. Fala das tantas  Marias que lutam cotidianamente por justiça, pelo legado de seu trabalho, pelo valor de sua força em superar suas dores e viver suas alegrias, seus sonhos, trazendo a "estranha mania de ter fé na vida", uma das frases mais célebres da música brasileira.

Maria, Maria
Milton Nascimento e Fernando Brant

Maria, Maria, é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta,

Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca possui
A estranha mania de ter fé na vida

Parabéns a todas as mulheres pelo seu dia!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

♫Estrada do sol♫

Uma das canções mais lindas do Tom Jobim, em parceria com Dolores Duran é esta aqui. Estrada do sol já foi gravada por Elis Regina, Vanessa da Matta, Gal Costa, Marisa Monte, Nana e Danilo Caymmi, Nara Leão, Fernanda Takai, entre tantos. Já foi citada em música de Zeca Baleiro e também já foi dueto entre Roberto Carlos e o maestro Tom Jobim. Aliás, foi através desse dueto que conheci essa pérola e considero esse um dos melhores duetos de todos os especiais do rei.

A canção Estrada do sol é de um romantismo que une as coisas mais lindas que possamos imaginar: o amor e a natureza, com todas as belezas que encontramos em um lindo amanhecer e unimos a isso todo o sentimento apaixonado que possamos carregar. Uma sensibilidade fora de série, oferecida em dois versos criados por esses dois extraordinários compositores da música nacional

Estrada do sol
Tom Jobim e Dolores Duran

É de manhã
vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caíram
Ainda estão a brilhar
Ainda estão da dançar
Ao vento alegre que me traz esta canção
Quero que você me dê a mão vamos sair

Por aí sem pensar no que foi que sonhei que chorei, que sofri
Pois a nova manhã, já me fez esquecer
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Livro Elis Regina - Nada será como antes

Em tempos de quarentena temos um momento para lermos grandes livros. E foi o que me aconteceu: acabei de ler Elis Regina - Nada será como antes, de Júlio Maria, lançado em 2015 pela editora Master Books. Com mais de 400 páginas, divididas em 25 capítulos, conheci um pouco sobre a história de um dos maiores nomes da nossa música, para muitos, a maior.

Desde sua estreia no planeta, no Rio Grande do Sul, até sua estreia no Rio, até sua estreia em disco, até sua estreia em shows, até sua estreia na música brasileira, onde marcaria para sempre com todos os seus sucessos, com toda a alma exposta em suas interpretações, com toda repercussão de sua carreira internacional, com toda sua interação com outros nomes da nossa música.

Realmente, além de conhecer a história desse ícone da música popular dos anos 60 e 70, o leitor também tem a chance de entender todo o universo cultural e histórico do Brasil nestes anos difíceis e de como Elis e tantos outros fizeram a diferença para o povo brasileiro, que perdeu sua estrela tão cedo, mas que ainda contempla o brilho eterno de sua passagem entre nós!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

♫Noite dos mascarados♫

Mais um clássico da nossa música, do repertório de Chico Buarque, gravada por ele e também por tantos nomes como Elis Regina, Nara Leão, Simone, Maria Bethânia, Emílio Santiago, entre outros. Uma canção da década de 60, bastante atual, quando se deseja reviver os carnavais de antigamente, com toda a pureza do momento.

A letra da canção retrata o encontro de dois personagens que tem em uma noite de carnaval um encontro que pode se tornar uma paixão passageira (como são chamados os amores de carnaval) ou, de repente, seguir adiante, mesmo diante de informações desencontradas e meio sem fundamento de ambos os mascarados. Coisas da festa de momo e da cabeça do Chico.

Noite dos mascarados
Chico Buarque

Quem é você?
Adivinha, se gosta de mim!
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:

Quem é você, diga logo...
Que eu quero saber o seu jogo...
Que eu quero morrer no seu bloco...
Que eu quero me arder no seu fogo.

Eu sou seresteiro, poeta e cantor.
O meu tempo inteiro só zombo do amor.
Eu tenho um pandeiro, só quero um violão.
Eu nado em dinheiro, não tenho um tostão

Fui porta-estandarte, não sei mais dançar.
Eu, modéstia à parte, nasci pra sambar.
Eu sou tão menina, meu tempo passou...
Eu sou Colombina! Eu sou Pierrô!

Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr.

Deixa o dia raiar, que hoje eu sou
Da maneira que você me quer.
O que você pedir eu lhe dou,
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Minissérie Elis - Viver é melhor que sonhar

Neste mês de janeiro, a Globo exibiu a Minissérie Elis - Viver é melhor que sonhar, dividida em quatro capítulos. Com Andréia Horta como protagonista e baseada no filme sobre Elis, a minissérie fez uma adaptação para as telinhas da história de uma das maiores cantoras que este país conheceu.

Com Mel Lisboa como Rita Lee, Sérgio Guizé como Tom Jobim, Thelmo Fernandes como Vinícius de Moraes, além de Lúcio Mauro Filho como Miélle, Gustavo Machado como Ronaldo Bôscoli e Caco Ciocler como César Camargo Mariano, entre outros, a produção conta não apenas a história desta marcante artista, mas um pouco da história polícia, cultural e social deste país nos últimos 60 anos.

A minissérie também contou com depoimentos de vários artistas em diferentes épocas, o que reforça aquilo que todos deveriam saber: quando se fala em cantoras deste país, Elis deve figurar entre as dez mais de todas as listas e qualquer produção nacional revigora essa verdade. Fico feliz de, ao menos no mês de janeiro, termos produções como esta que nos remetem à história de grandes nomes da nossa música. Quem dera que, ao menos uma vez por mês, tivéssemos sempre programas assim!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

CD Elis & Tom

Alguns trabalhos, como alguns encontros são históricos. Em 1974, o maestro soberano da nossa música encontrou a voz feminina número um da interpretação nacional e juntos produziram esse fantástico trabalho: Elis & Tom, em comemoração aos dez anos de carreira da nossa eterna pimentinha.

O disco contou com arranjos de César Camargo Mariano e conta com alguns clássicos, dentre eles, o maior sucesso Águas de março, Corcovado, Inútil paisagem, Brigas nunca mais, Fotografia e Chovendo na roseira. E ainda, Pois é, Só tinha de ser com você, Modinha, Triste, Retrato em branco e preto, Por toda a minha vida e Soneto da separação.

Sendo o disco preferido de tantos outros artistas que vieram depois e beberam da fonte Elis/Tom, este é um dos melhores trabalhos aclamados no exterior e que melhor representa a música brasileira, pois aqui temos grandes composições, grandes músicos, duas enormes estrelas, sendo um grande maestro e uma grande voz, tudo em um só trabalho que sempre reluz na música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de maio de 2018

♫João Valentão♫

Esta canção é um clássico de Caymmi e também da música brasileira. Dizem que seu autor demorou algum tempo para completar a letra, pois queria dizer exatamente aquilo que sentia e não conseguia. Depois de muito tempo, completou e nos completou  com essa pérola, já gravada por Nana, Fagner, Elis, Gal, Caetano, Beth, João Gilberto, Simone, Ângela Maria e tantos outros!

A letra fala de um personagem que é brigão, mas que traz em si tanta sensibilidade quanto ao amor, à sua terra, à vida que leva. Com tantas frases lindas, carregadas de sentidos únicos e que podem ser usadas em várias ocasiões onde definimos alguém que é brigão, mas não traz em si a violência que presenciamos atualmente, o que constatamos na extrema paz de suas interpretações, que se perdem onde a vista não pode alcançar!

João Valentão
Doryval Caymmi

João Valentão é brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção e nem pensa na vida
A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Mas tem seus momentos na vida

É quando o sol vai quebrando
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte
O ronco das ondas na beira do mar
É quando o cansaço da lida da vida
Obriga João se sentar
É quando a morena se encolhe
Se chega pro lado querendo agradar

Se a noite é de lua
A vontade é contar mentira
É se espreguiçar
Deitar na areia da praia
Que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem
Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra
Não há...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CD Elis Regina Falso brilhante

Da discografia da Elis Regina vem essa grande pérola da música brasileira. Mesmo Elis não possuindo uma discografia tão vasta, cada álbum é um momento único da nossa música e da vida da eterna pimentinha.

Basta citar que só neste trabalho temos os clássicos Como nossos pais e Fascinação. Conheci recentemente outra canção que acho um espetáculo, composta pelo Belchior e imortalizada por Elis: Velha roupa colorida, que possui frases musicais bastante atuais, embora ditas há mais de 40 anos, pois este álbum foi lançado originalmente em 1976.

Outras canções que completam o disco são Los hermanos, Um por todos, Jardins de infância, Quero, Gracias a la vida, O cavaleiro e os moinhos, Tatuagem. Num álbum que reúne a maior intérprete deste país a compositores como Belchior, Chico Buarque, João Bosco, Aldir Blanc, com produção de Mazzola e arranjos de César Camargo Mariano só podemos mesmo classificar este álbum clássico como uma grande pérola da nossa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2017

♫Nada será como antes♫

Elis Regina, Milton Nascimento, Roupa Nova. Três grandes vozes que tornaram essa canção um verdadeiro clássico da nossa música. Seu título também foi emprestado para uma recente minissérie. Curioso é que em algumas versões desses artistas, o trecho "alvoroço em meu coração" não é cantado, substituído por "sei que nada será como está", como na segunda parte da letra apresentada aqui.

Como o vento que passa ou como as ondas que vem e vão, nada será igual. Uma canção que fala de uma partida, uma despedida, algumas saudades, esperança de momentos melhores, a resistência em ficar, a necessidade de partir, genialidade de artistas que emprestam a alma para compor e interpretar sentimentos tão comuns e sensíveis à alma humana.

Nada será como antes
Milton Nascimento e Ronaldo Bastos

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de janeiro de 2017

♫Corcovado♫

Cantar uma cidade, com suas belezas e nuances já não é tarefa muito fácil. Agora, cantar um ponto desta cidade e obter êxito com isto talvez seja tarefa mais difícil ainda. Isso se não estivéssemos falando do Rio de Janeiro, uma das cidades mais importantes do mundo, com seu Corcovado, morro que se tornou um  símbolo maior desta cidade, e de Tom Jobim, também um dos melhores do planeta.

Tom conseguiu, com sua sensibilidade ímpar, enfatizar a natureza e sua beleza na canção que dedicou ao morro e ao monumento carioca. E essa conexão entre o romantismo e a natureza que ele fazia tão bem é, sem sombra de dúvidas, um de seus melhores segredos. E é por essas e outras que temos aqui um clássico cantado por tanta gente e, cada uma à sua maneira, deixou seu carimbo no melhor cartão postal do país.

Corcovado
Tom Jobim

Um cantinho, um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado,
O Redentor que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de agosto de 2016

♫Corsário♫

Esta é mais uma daquelas belas canções que a gente tem que parar pra ouvir, refletir e buscar entender o que ela tem para nos dizer e deixar em nós contínuas reflexões. Gravada por Elis, Ney e principalmente por seu criador, João Bosco, não vou entrar no mérito de interpretar aquilo que imagino que a letra vem nos dizer, verso a verso, mas apenas o que ela deixou em mim.

Há quem diga que a letra fala dos tempos difíceis, na época da ditadura e que nas entrelinhas há muito mais a se dizer, sobretudo pelo título, corsário, que remete a comandantes autorizados a atacar outros navios. Mas, observo um lado avassalador e também romântico ao citar as garrafas que vão por entre os mares, como antigamente, que levam as mensagens de um coração preso, coberto por neve, mas que ferve na vontade de atingir o caminho desejado que leva a algo ou, a meu ver, a alguém.

Corsário
João Bosco e Aldir Blanc

Meu coração tropical está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais

Roserais, Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar, procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Olhando as estrelas - 60

Agora me diga se essa postagem não torna qualquer espaço mais nobre quando se fala em música brasileira e se cita o encontro dessas duas estrelas que fisicamente, já não estão entre nós, mas que seus talentos continuam brilhando e suas luzes sempre estarão onde encontramos uma boa referência de canto e som: Tom Jobim e Elis Regina.

Tom e Elis se encontraram de forma significativa em 1974, quando gravaram um disco juntos, considerado um dos melhores de todos dos tempos da música brasileira. A maior intérprete deste país, então casada com o grande pianista César Camargo Mariano, encontra criação e criatura, vivendo grandes clássicos como Águas de março, Só tinha de ser com você, Corcovado, Brigas nunca mais, Fotografia, Chovendo na roseira, entre outras.

E pra quem nem simpatizava tanto com Bossa Nova, como diziam na época, Elis arrasou e Tom encontrou sua merecida popularidade, conquistada lá fora e descoberta aqui por um público hoje saudoso de grandes talentos como esses que brilham em séries como esta!

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de março de 2016

♫Mucuripe♫

Já pensou em uma canção gravada por nomes como Roberto Carlos e Djavan, Elis Regina e Nelson Gonçalves, Dory Caymmi e Fagner? Esta canção existe e foi composta há muitos anos por uma grande dupla de então novos compositores: Raimundo Fagner e Antônio Carlos Belchior, para Elis Regina gravar e posteriormente Roberto.

A canção reflete um personagem do campo que vai ao mar refletir sobre um grande amor, iluminado por esse grande sentimento levado ao mucuripe, nome de um bairro boêmio de Fortaleza. E descreve um figurino atípico, mas bastante elegante: um personagem relativamente jovem, mas que já traz consigo muito tempo de amor, coisa de 20 anos, com esta letra que apresenta uma riqueza poética ímpar!

Mucuripe
Fagner e Belchior

As velas do Mucuripe
Vão sair para pescar
Vou levar as minhas mágoas
Pras águas fundas do mar
Hoje a noite namorar
Sem ter medo da saudade
Sem vontade de casar

Calça nova de riscado
Paletó de linho branco
Que até o mês passado
Lá no campo ainda era flor
Sob o meu chapéu quebrado
O sorrido ingênuo e franco
De um rapaz novo encantado
Com 20 anos de amor

Aquela estrela é dela
Vida, vento, vela, leva-me daqui

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Olhando as estrelas - 56

Elis Regina foi a maior seguidora de Ângela Maria, dito pela própria ainda em vida. Talvez, se estivesse entre nós, é provável que isto fosse demonstrado com um disco todo dedicado à sapoti, a quem afirmou imitar descaradamente no início de sua carreira.

Essa foto foi de um especial da TV Globo de 1972, da Elis, quando, de surpresa a Ângela entra e cantam juntas Vida de bailarina, clássico do repertório de Ângela, que Elis também gravou. No Som Brasil de 1996, dedicado à Ângela, é apresentado um vídeo do final da década de 70 ou começo dos anos 80 em que Elis afirma essa influência, com toda emoção que sempre trouxe em si.

Talvez ainda haja tempo para quem sabe, a Ângela também gravar algo do repertório da Elis, de quem também sempre foi admiradora. E quem neste país, que goste de uma boa música e de grandes vozes, não bebeu das fontes Ângela Maria e Elis Regina?

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de novembro de 2014

♫Como nossos pais♫

Algumas canções são verdadeiros clássicos, sobretudo pelas letras que apresentam, sempre atuais a qualquer época. Como nossos pais pode entrar perfeitamente nesta afirmação, pois passam os anos e os novos e antigos cantores revivem esta pérola de Belchior, imortalizada pela Elis Regina.

A letra desta canção remota à época da ditadura neste país e vem carregada de metáforas, o que seria uma ousadia descrever cada significado dela e confesso não ter condições para tamanha ousadia. Por isto, destaco trechos que mexem bastante comigo como a importância de sonhar e construir tal sonho, não se inquietando com a conformidade das coisas e sempre cutucando nossa criatividade em busca de uma evolução humana melhor!

Como nossos pais
Antônio Carlos Belchior

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa

Por isso cuidado, meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço
O seu lábio e a sua voz

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva
Do meu coração

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando o vil metal

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de setembro de 2014

♫Aquarela do Brasil♫

E em pleno domingo, temos o feriado pela Independência do Brasil, apesar de que poucos possuem aquele sentimento cívico que levava as escolas de todos os municípios a desfilarem como um gesto de amor à pátria. Musicalmente falando e em tempos de protestos, talvez essa canção não fosse a mais indicada para este momento. Entretanto, temos várias formas de protestar e uma delas é lembrando as belezas pelas quais lutamos e defendemos todos os dias.

Nesse contexto, Aquarela do Brasil vai além dos limites que possui em ser a canção brasileira mais conhecida em todo mundo. Clássico de Ary Barroso, de 1939, já foi interpretada por nomes internacionais como Os três tenores (Carreras, Domingos e Pavarotti), Julio Iglesias, Frank Sinatra, Ray Conniff e Dionne Warwick e, nacionais como Erasmo Carlos, Elis Regina, Tom Jobim, João Gilberto, Simone, Ney Matogrosso, Emílio Santiago, Martinho da Vila, Daniela Mercury e por Gal Costa, a quem credito a interpretação mais marcante. Sua letra apresenta o lado bonito de nosso país, com suas riquezas culturais que fazem desta terra um ambiente saudável, embora tantos problemas sociais. Um emblemático samba como nenhum outro, ecoado em toda parte do mundo com as cores verde e amarelo.

Aquarela do Brasil
Ary Barroso

Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim

Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil, pra mim

Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor

Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim!

Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto

O Brasil samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim!

Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil pra mim

Ah! ouve estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro

Brasil pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil pra mim, pra mim, Brasil, Brasil!

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de maio de 2014

♫O bêbado e a equilibrista♫

Esta é uma das canções mais emblemáticas de nosso país! Uma letra que nos remete ao período da ditadura, onde tudo era vigiado, cada palavra, ideia ou vírgula pensada, pois a tesoura da censura andava afiada para o lado de quem ousasse descrever momentos escuros pelos quais passava essa terra de sol! João Bosco fez e cantou, Elis imortalizou e outros também ousaram cantar este clássico nacional!

Encontramos na letra de O bêbado e a equilibrista a descrição, embora de forma meio discreta, de um país afogado em mágoas, mas que ainda nutria esperanças de tempos melhores! Uma letra inteligente e rara nos dias atuais e que, com muitas metáforas, alusão a Chaplin (que muito ensinou sem mencionar uma palavra), e com a ajuda luxuosa do nosso ritmo genuíno, o samba, soube driblar a tal tesoura citada acima e tomou seu lugar na voz de uma das melhores cantoras de todos os tempos!

O bêbado e a equilibrista
(João Bosco e Aldir Blanc)

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos

A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!

Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil

Meu Brasil!
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete

Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarices
No solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança

Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de maio de 2014

♫As curvas da estrada de Santos♫

Esta canção é um clássico nacional, graças a seu autor e intérprete Roberto Carlos, ao outro autor Erasmo Carlos, à Elis Regina (que esqueceu das críticas que fazia à guitarra e mandou ver em sua interpretação), à Paula Toller (que também a regravou de forma brilhante), a Lulu Santos que a regravou, à sua maneira, recentemente. Enfim, temos um clássico do Roberto que se limita ao Brasil, pois não foi regravada por ele em outro idioma, mas que nem por isso a tornou menor em sua obra.

A letra de As curvas da estrada de Santos é triste, pois revela uma angústia e a solidão de alguém que viu pelo retrovisor o seu amor deixado no caminho junto à poeira. E a velocidade, nesse instante, é a única companhia pra fugir da tristeza e desse mundo de lamentações. Vale lembrar que esta canção refere-se a uma estrada perigosa, cheia de curvas que hoje já não existe em Santos, mas que na letra, só seria substituída pela volta daquele grande amor!

As curvas da estrada de Santos
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Se você pretende saber quem eu sou
Eu posso lhe dizer
Entre no meu carro na estrada de Santos
E você vai me conhecer

Você vai pensar que eu
Não gosto nem mesmo de mim
E que na minha idade
Só a velocidade anda junto a mim

Só ando sozinho e no meu caminho
O tempo é cada vez menor
Preciso de ajuda, por favor, me acuda
Eu vivo muito só

Se acaso numa curva
Eu me lembro do meu mundo
Eu piso mais fundo, corrijo num segundo
Não posso parar

Eu prefiro as curvas da estrada de Santos
Onde eu tento esquecer
Um amor que eu tive e vi pelo espelho
Na distância se perder

Mas se o amor que eu perdi
Eu novamente encontrar,
As curvas se acabam
E na estrada de Santos não vou mais passar
Não, não vou mais passar,
As curvas se acabam
E na estrada de Santos eu não vou mais passar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Olhando as estrelas - 39

A série Olhando as estrelas traz hoje dois astros da década de 60, que apresentaram o programa O fino da bossa juntos e atuaram em vários momentos, na TV Record, em seus programas e em programas de colegas. Conhecidos como A pimentinha e o Cachorrão, estamos falando de Elis Regina e Jair Rodrigues.

Até hoje, Elis foi e sempre será a maior saudade artística de Jair, que sempre presta homenagens à sua eterna colega, cantando algum de seus sucessos, desde a época em que atuaram juntos, também no filme Dois na bossa. Seria interessante pensar na ideia de um disco só com músicas dela, cantada por ele.

Na década de 70, cada um seguiu sua carreira, o que provocou uma natural distância entre eles, pois suas carreiras sempre foram intensas e com agendas lotadas de shows. Acredito que se fosse possível, teriam gravado um disco ou shows juntos e é lamentável não termos arquivos da época em que apareciam em seus programas e também em festivais, onde as estrelas se encontravam!

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de abril de 2013

Cais

Uma belíssima criação de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, sucesso na voz de seu primeiro criador e também nas interpretações de nomes como Caetano Veloso, Elis Regina e Nana Caymmi, cada um, com seu toque pessoal e ímpar! Gosto da interpretação do Caetano, que foi tema da novela global Cara & Coroa. Uma canção que remete ao mar, ao se lançar de forma externa e interna, sobre seus pensamentos e reflexões!

Sua letra ambienta um cais e o desejo de reflexões que esse local traduz nos pensamentos daqueles que se dedicam a meditar diante da imensidão desse lugar. A meu ver, é um ponto de partida para uma nova etapa da sua vida, depois de problemas pelos quais cada um passa. Um cais, onde tudo começa ou tudo termina, mas sem sombra de dúvidas, um local de todas essas sensações reflexivas.

Cais
(Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)

Para quem quer se soltar, invento cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento amor e sei a dor de me lançar

Eu queria ser feliz, invento o mar
Invento em mim o sonhador

Para quem quer me seguir, eu quero mais
Tenho um caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais e sei a vez de me lançar

Um forte abraço a todos!