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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

João Gilberto em Juazeiro/BA

Nestas férias de janeiro, visitei também a cidade de Juazeiro/BA, terra de Ivete Sangalo e de João Gilberto. Não andei pelo comércio, apenas passei e parei um pouco na orla. Lá me deparei com essa estátua do eterno papa da Bossa Nova. Luiz Gonzaga, Roberto Carlos e João Gilberto são alguns dos artistas, pelos quais que nutro muita admiração, mas que nunca pude estar perto para fazer uma foto, portanto, me restam as estátuas deles.

É pena que tais monumentos não são muito bem cuidados. Essa de João, por exemplo, estava cheio de gente bebendo ao redor, alguns zombando com a imagem. Foi meio constrangedor outra pessoa pedir licença para fazer a foto, quando também aproveitei e fiz a minha. Não que uma imagem mereça reverencia ou adoração. Mas, pela figura que representam, mereceriam mais zelo, conhecimento e respeito da parte de todos!

Queixas a parte, confesso que fiquei até feliz em imaginar que estava perto de João e que, de repente, estava cantando com ele talvez Rosa morena ou Você não sabe amar. Acho que fui tomado do orgulho de saber que em nosso país existe alguém assim tão importante para nossa cultura. E como coleciono fotos com estátuas (rsrrsrs) quem sabe um dia, não apareça ao lado de Tom, Chico, Caetano, Bethânia, Milton,...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

♫Chega de saudade♫

Hoje é aniversário de São Paulo e também aniversário de nosso inesquecível maestro Tom Jobim. Também é comemorado o dia da Bossa nova, em homenagem ao maestro soberano. E, embora seja um ritmo que nos remete mais ao Rio de Janeiro, vamos comemorar o aniversário de Sampa com esse clássico, afinal, São Paulo já foi cantada em tema da série As cidades cantadas. E Tom é e sempre será lembrado por uma obra tão linda, reconhecida no mundo todo. O maestro também penou para encontrar o sucesso e penso que este só começou a ser devidamente reconhecido quando João Gilberto, outro inesquecível nome, gravou o disco Chega de saudade, com a canção homônima.

Daí pra diante, toda uma boa geração se influenciou pelo canto de João, pela obra de Tom e Vinícius e pelo clássico Chega de saudade, já gravada por nomes como Gal Costa, Caetano Veloso, Roberto Carlos, dentre tantos, que fala de um amor que se foi e saúda sua possível volta, como o remédio exato para a melancolia. Tudo dito de forma simples e sofisticada, com uma levada que seria um carinho ao samba, chamada de Bossa nova. Com uma riqueza harmônica e melódica, a maioria dos clássicos desse estilo são do maestro soberano que faz festa no céu. E chega de saudade... 

Chega de saudade 
Tom Jobim e Vinícius de Moraes

Vai minha tristeza e diz a ela 
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse 
Porque eu não posso mais sofrer 

Chega de saudade, a realidade é que sem ela 
Não há paz, não há beleza, é só 
Tristeza e a melancolia 
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai 

Mas se ela voltar, se ela voltar 
Que coisa linda, que coisa louca 
Pois há menos peixinhos a nadar no mar 
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca 

Dentro dos meus braços os abraços 
Hão de ser milhões de abraços 
Apertado assim, colado assim, calado assim 
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim 

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim 
Não quero mais esse negócio de você viver assim 
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de julho de 2019

♫Saudosismo♫

Essa canção retrata o sentimento do país hoje, de luto pela partida de seu grande gênio João Gilberto. Sempre digo que quem curte música ou ama ou detesta (e talvez por não entende-lo bem) a obra e a importância dele. Felizmente, me enquadro no primeiro grupo. Até não conhecer João, poderia perfeitamente pensar como o segundo. Mas, bastou ouvir sua divisão de voz, sua batida naquele violão que mudou a música desse país, sua interpretação ímpar para clássicos como Você não sabe amar, para me tornar de vez um fã.

João me parece ser daqueles gênios (e nosso país tem alguns desses) que, o que faz é maravilhoso, divino. Tanto que se outra pessoa tentar fazer igual, soa desnecessário porque ele é simplesmente completo e o bastante. Se cantores famosos cantam hoje, anônimos como eu também cantam baixo porque ele existiu. E isso só prova o que Caetano disse que melhor que o silêncio é João que transita entre o silêncio e o som sem risco de desafinação, pois no peito dos desafinados também tem um coração, o amor, o sorriso, a flor e o sussurro e o violão de João!

Saudosismo
Caetano Veloso

Eu, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado
Aquela flor
E outras mumunhas mais

Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E o mundo dissonante que nós dois
Tentamos inventar, tentamos inventar

A felicidade a felicidade
A felicidade a felicidade

Eu, você, depois
Quarta-feira de cinzas no país
E as notas dissonantes se integraram
Ao som dos imbecis

Sim, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
A bossa, a fossa, a nossa grande dor
Como dois quadradões

Lobo, lobo bobo
Lobo, lobo bobo

Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E eu fico comovido de lembrar
O tempo e o som

Ah! Como era bom
Mas chega de saudade
A realidade é que
Aprendemos com João
Pra sempre
A ser desafinados
Ser desafinados...

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de maio de 2018

♫João Valentão♫

Esta canção é um clássico de Caymmi e também da música brasileira. Dizem que seu autor demorou algum tempo para completar a letra, pois queria dizer exatamente aquilo que sentia e não conseguia. Depois de muito tempo, completou e nos completou  com essa pérola, já gravada por Nana, Fagner, Elis, Gal, Caetano, Beth, João Gilberto, Simone, Ângela Maria e tantos outros!

A letra fala de um personagem que é brigão, mas que traz em si tanta sensibilidade quanto ao amor, à sua terra, à vida que leva. Com tantas frases lindas, carregadas de sentidos únicos e que podem ser usadas em várias ocasiões onde definimos alguém que é brigão, mas não traz em si a violência que presenciamos atualmente, o que constatamos na extrema paz de suas interpretações, que se perdem onde a vista não pode alcançar!

João Valentão
Doryval Caymmi

João Valentão é brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção e nem pensa na vida
A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Mas tem seus momentos na vida

É quando o sol vai quebrando
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte
O ronco das ondas na beira do mar
É quando o cansaço da lida da vida
Obriga João se sentar
É quando a morena se encolhe
Se chega pro lado querendo agradar

Se a noite é de lua
A vontade é contar mentira
É se espreguiçar
Deitar na areia da praia
Que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem
Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra
Não há...

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de janeiro de 2017

♫Corcovado♫

Cantar uma cidade, com suas belezas e nuances já não é tarefa muito fácil. Agora, cantar um ponto desta cidade e obter êxito com isto talvez seja tarefa mais difícil ainda. Isso se não estivéssemos falando do Rio de Janeiro, uma das cidades mais importantes do mundo, com seu Corcovado, morro que se tornou um  símbolo maior desta cidade, e de Tom Jobim, também um dos melhores do planeta.

Tom conseguiu, com sua sensibilidade ímpar, enfatizar a natureza e sua beleza na canção que dedicou ao morro e ao monumento carioca. E essa conexão entre o romantismo e a natureza que ele fazia tão bem é, sem sombra de dúvidas, um de seus melhores segredos. E é por essas e outras que temos aqui um clássico cantado por tanta gente e, cada uma à sua maneira, deixou seu carimbo no melhor cartão postal do país.

Corcovado
Tom Jobim

Um cantinho, um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado,
O Redentor que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Olhando as estrelas - 48

Difícil em apenas um texto falar de dois astros dessa grandeza. Muitos pensam que Tom e João se encontraram bastante, mas foram poucos, porém decisivos encontros os que houveram entre essas duas estrelas de maior grandeza na história da música brasileira.

Basta dizer que graças à composição de um e a voz do outro, a Bossa nova ganhou seu maior clássico: Chega de saudade, canção antológica nacional e a música brasileira ganhou outros tantos também. João sempre cantou Tom e Vinícius e arriscaria dizer que é seu maior intérprete, se não pela quantidade de obras gravada por ele, mas pela expressividade que tais gravações representam. Entre elas, Eu sei que vou te amar, Wave, Desafinado, O amor em paz, Águas de março, etc.

Entretanto, em shows, foram poucos os encontros, até 1962 e depois dessa data, apenas mais um encontro, em um show que foi especial da globo em 1992 com Tom Jobim e João Gilberto no palco e várias estrelas também na plateia e em suas residências contemplando esses grandes artistas da nossa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de setembro de 2014

♫Aquarela do Brasil♫

E em pleno domingo, temos o feriado pela Independência do Brasil, apesar de que poucos possuem aquele sentimento cívico que levava as escolas de todos os municípios a desfilarem como um gesto de amor à pátria. Musicalmente falando e em tempos de protestos, talvez essa canção não fosse a mais indicada para este momento. Entretanto, temos várias formas de protestar e uma delas é lembrando as belezas pelas quais lutamos e defendemos todos os dias.

Nesse contexto, Aquarela do Brasil vai além dos limites que possui em ser a canção brasileira mais conhecida em todo mundo. Clássico de Ary Barroso, de 1939, já foi interpretada por nomes internacionais como Os três tenores (Carreras, Domingos e Pavarotti), Julio Iglesias, Frank Sinatra, Ray Conniff e Dionne Warwick e, nacionais como Erasmo Carlos, Elis Regina, Tom Jobim, João Gilberto, Simone, Ney Matogrosso, Emílio Santiago, Martinho da Vila, Daniela Mercury e por Gal Costa, a quem credito a interpretação mais marcante. Sua letra apresenta o lado bonito de nosso país, com suas riquezas culturais que fazem desta terra um ambiente saudável, embora tantos problemas sociais. Um emblemático samba como nenhum outro, ecoado em toda parte do mundo com as cores verde e amarelo.

Aquarela do Brasil
Ary Barroso

Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim

Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil, pra mim

Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor

Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim!

Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto

O Brasil samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim!

Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil pra mim

Ah! ouve estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro

Brasil pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil pra mim, pra mim, Brasil, Brasil!

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Rosa Morena

Um clássico da Bossa Nova, um clássico da música brasileira, um clássico dos Caymmis, um clássico para todo bom intérprete que se atreve a gravar essa belíssima canção da obra de Dorival Caymmi. O estilo Caymmi foi e sempre será ressaltado em belezas como esta, sobretudo por ser único e inimitável, afinal não é todo mundo que consegue fazer uma canção tão simples e ao mesmo tempo tão sofisticada como esta.

A simplicidade se tem ao relatar a beleza de uma Rosa, como tantas da música brasileira. Mas, esta não se destaca apenas por ser morena, mas por ser senhora do samba, do andar de moça prosa, de também ter consigo outra rosa, no cabelo. Uma Rosa dengosa que deixa o samba, o estilo brasileiro, cansado de esperar por sua presença! Detalhes da cabeça daquele senhor de cabelos brancos lá da Bahia que sabia fazer tudo isso de uma forma que traz tanto bem.

Rosa Morena
(Dorival Caymmi)

Rosa Morena
Onde vais morena Rosa?
Com essa rosa no cabelo
e esse andar de moça prosa
morena, morena Rosa

Rosa morena o samba está esperando
Esperando pra te ver
Deixa de lado esta coisa de dengosa
Anda Rosa vem me ver

Deixa de lado esta pose
Vem pro samba, vem sambar
Que o pessoal tá cansado de esperar,
Ô Rosa!

Que o pessoal tá cansado de esperar,
morena Rosa...

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de novembro de 2011

Manhã de carnaval

Imagina uma canção gravada por Sinatra e Pavarotti, Julio Iglesias e Luis Miguel, Gal e Bethânia, Emílio e Fagner, Caetano e João Gilberto, Maysa e Nara. Tal canção existe e é um clássico nacional e que ultrapassou as fronteiras desse país, tornando-se uma das mais conhecidas internacionalmente: Manhã de Carnaval.

Uma das poucas canções do filme Orfeu Negro que não era de Tom e Vinícius, Manhã de carnaval se popularizou como a canção do filme, interpretada por Agostinho dos Santos. E é nessa hora que a gente entende como surge um clássico, pois com mais de 50 anos, essa canção continua sendo atual e cultuada como uma das mais belas canções da música brasileira.

Curioso é que ela tem três versões de letras diferentes. Dizem que a esposa de Luiz Bonfá, Maria Helena Toledo, alterou a primeira versão para o filme. Percebi também nos encontros de Pavarotti com Caetano e depois com Gal e Bethânia, que era apresentado uma versão diferente, mais extensa. Segue as versões, todas românticas, desde a mais tradicional até as outras versões com seus primeiros registros:

Manhã de carnaval
(Antônio Maria e Luiz Bonfá)

(Versão tradicional)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso e tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que verás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábio teus

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada pela Maysa

Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu no surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração

Depois desse dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã
Tão bela afinal
Manhã de carnaval

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada por Pery Ribeiro

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Em cada flor, o amor
Em cada amor, o bem
O bem do amor faz bem
Ao coração

Então vamos juntos cantar
O azul da manhã que nasceu
O dia já vem
E o seu lindo olhar
Também amanheceu

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 2

Começando essa série, resolvi falar mais uma vez do João Gilberto, coisa que já tinha feito antes em uma postagem geral sobre ele e depois, quando falei de um de seus discos, Eu sei que vou te amar, de 1994. Mas, falar sobre o João nunca é demais e o intérprete e lendário João Gilberto não cabe em uma, duas ou três postagens apenas. Ele, com seu violão único, com sua voz mansa que quebrou a ideia de que cantor só aquele que possui vozeirão, é simplesmente a maior influência para a maioria dos outros grandes intérpretes que ainda abordaremos por aqui.

O papa da Bossa Nova é citada por uma geração que, posteriormente daria continuidade não à sua escola, mas a essa universidade que se credita ao estilo manso, sereno, carregado de harmonias dissonantes e de uma forma ímpar de interpretar as canções que ganham o prêmio de passar por sua voz. João compôs pouco e talvez por isso mesmo tenha se destacado como intérprete, solidificando a Bossa Nova ainda nos anos 50 no mundo inteiro e sendo uma referência dela.

Como intérprete navega fluentemente no repertório do Tom Jobim, imortalizando canções como Desafinado, Eu sei que vou te amar, Wave, Fotografia, Garota de Ipanema e a mais marcante Chega de saudade, entre outras. Mas, João também deixa sua marca na obra do Caymmi, levando os ouvintes ao delíro quando interpreta coisas como Você não sabe amar, Rosa Morena e Saudade da Bahia. Só por aí, já lhe renderia o posto máximo da interpretação nacional. Mas, navega em uma faixa que vai da obra do Caetano, passando pelo Carlos Lyra e chegando até o Lobão.

Que João é uma lenda da nossa música, isso já é de praxe para todos. Mas, o que mais chama atenção é a sua forma de interpretação, numa musicalidade diferenciada e única. Às vezes, parece omitir notas, outras vezes, lapidá-las. Às vezes pensamos que só ele mesmo se acompanharia daquela forma e para uns passa a impressão de que ele está cantando rápido demais. Eu sei que há que não o entenda, há quem não o suporte. Mas, existe um time que ouve, se fascina e nunca mais se esquece e eu faço parte deste!

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de novembro de 2010

Eu sei que vou te amar

Essa não é apenas uma das mais lindas de Tom e Vinícius, mas é uma das mais lindas e românticas do mundo. Todos os apaixonados sonham em cantar ou ter essa canção como trilha sonora de suas vidas. Muitos artistas já gravaram essa canção e entre eles temos Roberto Carlos, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Fagner, João Gilberto, Cauby Peixoto, Emílio Santiago, Eduardo Lages e quase todos os grandes intérpretes desse país.

Desde que foi composta em 1958, só comprova que boas canções, bons clássicos não se perdem com o passar do tempo e, ao contrário, alcançam a façanha da imortalidade no pensamento, na lembrança e na voz das pessoas. Há quem afirme que não se trata de uma canção de um amor imortal, embora alguns como eu prefere a versão da interpretação desse amor eterno que pressupõe frases como "Por toda minha vida".

Eu sei que vou te amar
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Isto aqui, o que é?

Ary Barroso é clássico em termos de Brasil, pois basta mencionar sua mais célebre composição: Aquarela do Brasil, conhecida no mundo todo e tida como um hino de exaltação às belezas de nossa terra tupiniquim. Mas, engana-se quem pensa que ele ficou por aí! Temos outro clássico na mesma levada, com o mesmo tema, algo até inusitado para muitos compositores, mas não para ele. É o caso da canção Isto aqui o que é, outro clássico ufanista não apenas do seu repertório, mas de todo um país que é o tema principal.

Já gravada por João Gilberto, Emílio Santiago e principalmente por Caetano Veloso que deu seu toque mais popular e, podemos dizer, que a imortalizou. Aproveitando o feriado de hoje, presenteamos nosso leitor com a letra dessa canção que nos proporciona nossa terra, orgulho de nossos ritmos, nossas cores, nosso povo. Não é um ufanismo barato, pois o brasileiro sabe exatamente o que precisa para ser feliz com tudo que Deus nos dá, e em termos de músicas, nos encontramos com clássicos como esses que nos leva à reflexão de como é grande o nosso amor à essa pátria verde e amarela:

Isto aqui, o que é?
(Ary Barroso)

Isto aqui, ô ô
É um pouquinho de Brasil iá iá
Deste Brasil que canta e é feliz,
Feliz, feliz

É também um pouco de uma raça
Que não tem medo de fumaça ai, ai
E não se entrega não

Olha o jeito nas 'cadeira' que ela sabe dar
Olha só o remelexo que ela sabe dar
Morena boa, que me faz penar,
Bota a sandália de prata
E vem pro samba sambar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de março de 2009

É melhor ser alegre que ser triste...

Dizem que filho de peixe, peixinho é. Bom, aqui é uma das maiores provas que esse ditado popular apresenta na música brasileira. Filha de João Gilberto e Miúcha, sobrinha de Chico Buarque, eis Isabel Gilberto de Oliveira, ou como é mais conhecida: Bebel Gilberto. Nascida em Nova York, onde seus pais moravam, Bebel solidifica a cada instante sua carreira internacional e também nacional, embora seja pouco conhecida no Brasil.

E sua estréia musical se deu justamente ao lado de seu pai em 1980, em um especial de TV. Um ano mais tarde participou de uma das faixas do filme Os saltimbancos trapalhões. A amizade com Cazuza rendeu uma das mais belas canções de seu repertório: Preciso dizer que te amo, já gravada por diversos artistas, entre eles Emílio Santiago, Marina Lima e pela própria Bebel que gravou-a em seu primeiro trabalho em 1986, que também continha a canção Mais feliz, gravada posteriormente por Adriana Calcanhoto.

Sempre ligada à Bossa nova, fundida com novas tendências, não lançou muitos discos em sua carreira, dedicando-se a shows, algo comparável à carreira de seu pai. Em 2000 lança seu primeiro disco solo, com regravações de clássicos da Bossa nova como Samba da bênção, Samba e amor, além de composições inéditas. Outros sucessos de seu repertório são Baby, Tanto tempo, Desafinado entre outros que garantem a Bebel uma carreira ascendente no exterior e que no Brasil começa a ganhar espaço como um grande nome contemporâneo da música brasileira.

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de novembro de 2008

João Gilberto - Eu sei que vou te amar

Um dos discos preferidos que tenho é esse: João Gilberto ao vivo - Eu sei que vou te amar! Em época de comemoração pelos 50 anos da Bossa Nova, nada mais apropriado. Demorei pra ter um disco do João, primeiro porque sua discografia é meio rara, segundo porque queria um disco que reunisse suas maiores interpretações, o que não é tão fácil! Entretanto, nesse álbum podemos afirmar que estão algumas de suas maiores interpretações, afinal, qual interpretação sua não é maior?

Confesso que fiquei apreensivo quanto a ouvir João. Por ser um disco voz e violão, pensei: ou eu adoro como muitos ou odeio, por não compreendê-lo. O resultado foi surpreendente: Uma divisão de voz perfeita e um violão com uma batida única e dissonantes lançados aos ouvidos dos apaixonados pela boa música! Apaixonante!

João abre o show com Eu sei que vou te amar, de Tom e Vinícius, os dois compositores que mais tiveram sucesso em sua voz e, sem sombra de dúvidas, seus preferidos. Temos mais Tom em Desafinado, para então surgir a suavidade perfeita na interpretação da obra de Caymmi em Você não sabe amar, que só o João sabe interpretar com toda aquela doçura.

Tom alternadamente aparece no show com Fotografia, Meditação, Se é por falta de Adeus, Chega de Saudade, Corcovado e O amor em paz. Caymmi também reaparece em Rosa Morena e Lá vem a Bahia. Outros clássicos do repertório do João surgem com Pra que discutir com Madame, Isto aqui o que é?, Da cor do pecado, Guacyra, A valsa de quem não tem amor, Estate e Aos pés da cruz. Os fonogramas foram colhidos de um show para a Tv Cultura em 1994.

Acredito que existe aquele que não gosta dele, mas confesso que é muito bom, fascinante admirá-lo e contemplar sua obra que beira à perfeição, com sua batida, sua dissonância, sua interpretação única!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de abril de 2008

O Papa da Bossa Nova

João Gilberto é considerado o criador da bossa nova, ritmo esse que completa 50 anos em 2008. Nascido na Bahia, na cidade de Juazeiro, João ganhou um violão aos 14 anos de idade, e jamais o largou. Numa época em que os cantores de rádio imperavam, João surgiu para quebrar essa tradição e mostrar que cantor de voz baixa pode ser até mais elegante para a música.

A Bossa Nova é uma mistura do ritmo sincopado da percussão do samba numa forma simplificada e ao mesmo tempo sofisticada, que pode ser tocada num violão. É como se vestissem os sambas antigos de notas dissonantes e diminuíssem seu tempo percussivo. Quanto à técnica vocal (parte integral do conceito de bossa nova), é cantar em tom de voz uniforme, de forma a eliminar quase todo o ruído da respiração e outras imperfeições. O resultado beira a perfeição, sobretudo quando João Gilberto é o intérprete. Todos simplesmente ficaram boquiabertos com aquele novo jeito de tocar, unânime até então e sempre.

A primeira gravação do João foi como violonista no disco da Elizeth Cardoso em Canção do amor demais, de Tom e Vinícius em 1958. Há controvérsias de que esse seria o marco inicial da Bossa Nova. Pouco depois, João grava seu primeiro Lp, Chega de saudade, uma gravação antológica que, para muitos é um divisor de águas na música brasileira, pois marcaria definitivamente um jeito de cantar, um estilo musical. Outras canções da década de 30 também estavam presentes, mas em estilo bossa, além de lançar novos compositores como Carlos Lyra e Roberto Menescal.

A partir daí, João ganha os Estados Unidos, o México, o mundo... E ganha também a admiração e o respeito de quase todos os artistas nacionais, que se dizem influenciados por João, de uma forma ou de outra, seja por seu violão, fraseado ou canto suave. E quem não delira ao ouvir Chega de saudade, A felicidade, Acontece que eu sou baiano, Amor em paz, Águas de março, Aquarela do Brasil, Brigas nunca mais, Caminhos cruzados, Coisa mais linda, Dindi, Da cor do pecado, Desafinado, Ela é carioca, Eu sei que vou te amar, Garota de Ipanema, Insensatez, Lígia, Manhã de carnaval, Meditação, O barquinho, Rosa Morena, Sampa, Wave, Você não sabe amar e tantas outras com a marca João Gilberto? Além de Caymmi, Tom e Vinícius João regravou Caetano Veloso, que também produziu seu disco Voz e violão em 2000, retomando os clássicos de sempre do pai da bossa.

João Gilberto tem, há muito, a reputação de excêntrico, recluso e perfeccionista. Continua a fazer (raras) apresentações, com enorme sucesso no Brasil e no exterior. Entrevista, é quase impossível, poucas vezes alguém conseguiu. É aquele típico artista que alguns adoram, outros, talvez por não compreenderem bem o detestam ou simplesmente, por gosto musical mesmo, não simpatizam com seu perfeccionismo! Mas, nunca podemos negar que é quase impossível encontrar um artista completo como ele é, pois muitos são intérpretes, outros são músicos, outros conseguem deitar e rolar com suas orquestras, mas, João é apenas voz e violão, a maior estrela desse estilo único, que é ele mesmo!

Um forte abraço a todos!