Mostrando postagens com marcador Ney Matogrosso. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ney Matogrosso. Mostrar todas as postagens

domingo, 5 de agosto de 2018

♫Poema♫

Sempre gostei dessa canção, para mim uma das melhores do repertório do Ney. Mas, só agora percebi que se tratava de mais uma grande composição do Cazuza e do Frejat. Pelo que li, esta letra não foi feita para se tornar uma canção. Segundo o livro de Lucinha, mãe de Cazuza, ele a fez em homenagem à sua avó. E quem não tem uma avó para guardar em sua saudade e tê-la nas melhores regiões de seus carinhos?

Anos mais tarde, Lucinha pediu para Frejat musicar e depois entregaram a Ney, que deu toda magistral interpretação que conhecemos. Mas, Poema parece mesmo ser uma canção de amor, de dor, que qualquer um poderia recebê-la assim. Ou, como sua ideia original, alguém que sente falta de alguém que já não proporciona sua presença física constante.

Poema
Cazuza e Frejat

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim

De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de julho de 2017

♫O mundo é um moinho♫

A sabedoria dos artistas está além da forma como interpretam aquilo que cantam e/ou compõem. Um grande exemplo disso é esta pérola do Cartola, já interpretada por tantos outros grandes intérpretes como Cazuza, Joanna, Beth Carvalho, Ney Matogrosso, dentre outros. Uma canção bastante atual, embora hoje em dia são raras as coisas escritas assim, com a mesma carga de grandes sentimentos e inteligência na construção da letra.

O mundo é um moinho fala de uma precipitação, algo que está acontecendo sem pensar, muito cedo. Alguém que aparenta pouca idade e experiência e já quer ganhar o mundo em busca de novas aventuras ou desilusões. E este equilíbrio que a letra sugere como rumo ideal está não apenas nos quatro versos, mas também no violão, na calma de quem canta e convence quem ouve. Mágicas da música.

O mundo é um moinho
Cartola

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de agosto de 2016

♫Corsário♫

Esta é mais uma daquelas belas canções que a gente tem que parar pra ouvir, refletir e buscar entender o que ela tem para nos dizer e deixar em nós contínuas reflexões. Gravada por Elis, Ney e principalmente por seu criador, João Bosco, não vou entrar no mérito de interpretar aquilo que imagino que a letra vem nos dizer, verso a verso, mas apenas o que ela deixou em mim.

Há quem diga que a letra fala dos tempos difíceis, na época da ditadura e que nas entrelinhas há muito mais a se dizer, sobretudo pelo título, corsário, que remete a comandantes autorizados a atacar outros navios. Mas, observo um lado avassalador e também romântico ao citar as garrafas que vão por entre os mares, como antigamente, que levam as mensagens de um coração preso, coberto por neve, mas que ferve na vontade de atingir o caminho desejado que leva a algo ou, a meu ver, a alguém.

Corsário
João Bosco e Aldir Blanc

Meu coração tropical está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais

Roserais, Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar, procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de abril de 2016

♫Amor perfeito♫

Quando esta canção foi lançada, em 1986, eu tinha apenas 6 anos, mas, com ela, me apaixonei por uma menina na escola. O que acho curioso nisso tudo é a força que uma canção do Roberto tem de mexer, por exemplo, com uma criança que encontrava sua primeira paixão. Tocou bastante nas rádios, mas Roberto só veio cantá-la em seus shows em 2002, associando seu verdadeiro sucesso à Cláudia Leite, que estourou com esta canção na banda Babado novo.

Amor perfeito, mesmo sendo atribuída ao rei, foi composta por quatro grandes gênios: Sullivan, Massadas, Robson e o maestro Lincoln. Uma letra que fala de uma saudade cortante, de um amor nomeado por delicados adjetivos. Sinto que não se trata de um amor que acabou e sim de alguém que é tão representativo que, uma simples ausência, já provoca toda essa sensação de saudade. Os amores se vão e as canções ficam, como esta.

Amor perfeito
Michael Sullivan, Paulo Massadas, Robson Jorge e Lincoln Olivetti

Fecho os olhos pra não ver passar o tempo
Sinto falta de você
Anjo bom, amor perfeito no meu peito
Sem você não sei viver

Vem, que eu conto os dias, conto as horas pra te ver
Eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você, sem você

Os segundos vão passando lentamente
Não tem hora pra chegar
Até quando te querendo, te amando
Coração quer te encontrar

Vem, que nos seus braços
Esse amor é uma canção
Eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você, sem você

Eu não vou saber me acostumar
Sem sua mão pra me acalmar
Sem seu olhar pra me entender
Sem seu carinho, amor, sem você

Vem me tirar da solidão
Fazer feliz meu coração
Já não importa quem errou
O que passou, passou, então vem, vem, vem, vem

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de setembro de 2014

♫Aquarela do Brasil♫

E em pleno domingo, temos o feriado pela Independência do Brasil, apesar de que poucos possuem aquele sentimento cívico que levava as escolas de todos os municípios a desfilarem como um gesto de amor à pátria. Musicalmente falando e em tempos de protestos, talvez essa canção não fosse a mais indicada para este momento. Entretanto, temos várias formas de protestar e uma delas é lembrando as belezas pelas quais lutamos e defendemos todos os dias.

Nesse contexto, Aquarela do Brasil vai além dos limites que possui em ser a canção brasileira mais conhecida em todo mundo. Clássico de Ary Barroso, de 1939, já foi interpretada por nomes internacionais como Os três tenores (Carreras, Domingos e Pavarotti), Julio Iglesias, Frank Sinatra, Ray Conniff e Dionne Warwick e, nacionais como Erasmo Carlos, Elis Regina, Tom Jobim, João Gilberto, Simone, Ney Matogrosso, Emílio Santiago, Martinho da Vila, Daniela Mercury e por Gal Costa, a quem credito a interpretação mais marcante. Sua letra apresenta o lado bonito de nosso país, com suas riquezas culturais que fazem desta terra um ambiente saudável, embora tantos problemas sociais. Um emblemático samba como nenhum outro, ecoado em toda parte do mundo com as cores verde e amarelo.

Aquarela do Brasil
Ary Barroso

Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim

Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil, pra mim

Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor

Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim!

Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto

O Brasil samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim
Pra mim, pra mim!

Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil pra mim

Ah! ouve estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro

Brasil pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil pra mim, pra mim, Brasil, Brasil!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de agosto de 2013

Os Intérpretes do Brasil - 28

Ney Matogrosso é também um intérprete por excelência e não poderia faltar nessa série em que destacamos os grandes nomes da nossa música que perpetuam essa arte tão bem, a arte de expor todas as profundezas da alma da música brasileira. Ney não compõe, mas é um dos intérpretes favoritos dos grandes compositores desse país, sobretudo por suas ecléticas interpretações que, claro, trazem sua marca.

Eu diria que Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes, tem nele sua imortalidade, pois ninguém a interpretou com tanta alma e delicadeza quanto ele. Como um dos maiores intérpretes de Cazuza, de quem já gravou vários sucessos, eu destacaria a canção Poema, como uma das que mais marcou à sua interpretação, fazendo quem a ouve, pensar que se trata de uma composição sua.

Eu não diria que é sua versão definitiva, mas gosto muito da interpretação que ele deu a Mesmo que seja eu, de Roberto e Erasmo, que figura no repertório do tremendão e da Marina. Ney deu muita personalidade a essa canção e ficou marcante com ele. Pra quem já gravou discos tributos a Cartola e Chico Buarque, por exemplo, são muitas outras canções que poderia destacar para justificar o grande intérprete que ele representa e que até dispensa qualquer outro comentário meu!

Um forte abraço a todos!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Nada por mim

Gosto muito dessa canção, da dupla Hebert Viana, dos Paralamas e Paula Toller, do Kid Abelha. Nelson Gonçalves, a seu modo deu uma interpretação belíssima. O mesmo pode ser dito para Ney Matogrosso, versão esta que consta na novela Fina Estampa. O mesmo pode ser dito para cantoras como Simone e Marina que também a regravaram, cada uma a seu tempo e modo. Paula também a gravou e todos que gravam é porque realmente gostam dessa canção e o tratamento dado é sempre maravilhoso.

Nada por mim fala de um amor difícil, de uma pessoa que não sabe valorizar o sentimento e as qualidades da pessoa amada. Que, às vezes, prefere mandar embora a perceber a dedicação que esta pessoa lhe rende. E, apesar de toda essa queixa, o sentimento parece mais forte, pois do outro lado tem alguém que diz: não te obedeço por completo!

Nada por mim
(Hebert Viana e Paula Toller)

Você me tem fácil demais
Mas não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vai, e eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só pra te agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar, por onde ir
Mas não me pede pra voltar

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Som Brasil Ângela Maria 1996 - parte 1

Com Fagner.
Outra grandiosa e justa edição do Som Brasil dos anos 90 foi este em homenagem a Ângela Maria. Apresentado em maio de 1996 foi resultado do lançamento do CD Ângela Maria Amigos (já comentado aqui no Blog), lançado no mesmo ano e que continha duetos com 15 ilustríssimas vozes da nossa música, como bem definiu a Ângela.

Com Zezé di Camargo e Luciano
De todos os convidados do CD, apenas Gal Costa, Maria Bethânia e Chico Buarque não participaram do show, gravado no antigo Metropolitan, hoje Citibank Hall, no Rio de Janeiro/RJ. Sob a direção de Márcio Antonucci, da dupla os Vips, o show contou com 12 duetos e ao final, um depoimento de 1980 de Elis Regina, sobre a "sapoti", a quem afirmou imitar no início da carreira.

Com Milton Nascimento
O show foi tão bom que dividimos em duas postagens. Nessa primeira, lembramos os dois primeiros capítulos em que tivemos Ney Matogrosso (em Babalu), Fagner (em Lábios de mel), Zezé di Camargo e Luciano (em Falhaste coração), Agnaldo Timóteo (em Tango para Teresa), Fafá de Belém (em Abandono) e Milton Nascimento (em Balada triste).

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Som Brasil Simone 1993

Simone e Roberto, com Eduardo ao piano
Uma das melhores edições do Som Brasil aconteceu em 1993, quando Simone completou 20 anos de carreira, lançou o CD Sou eu (que comentaremos em breve) e ganhou da Rede Globo um programa especial onde comemorou essa data com seus sucessos e também com alguns amigos que cruzaram sua estrada e ajudaram a construir essa carreira bem sucedida sempre.


Com Ivan Lins
Com imagens de show gravado em Curitiba/PR, intercalado com imagens de estúdio, Simone visita alguns de seus compositores prediletos como Suely Costa, Chico Buarque e Milton Nascimento e entoa clássicos de seu repertório e da música brasileira como Tô que tô, Gota d`água, Maria Maria, Cigarra, Caçador de mim, Jura secreta, Alma e O amanhã. E claro, por ser um show comemorativo pelos seus 20 anos, sucessos posteriores obviamente não aparecem. 

Com Ney e Ricardo ao piano

Os convidados são um espetáculo a parte,  a começar pela narração de Fernanda Montenegro, atores e atrizes globais fazendo perguntas e grandes nomes da nossa música juntos à sua voz marcante e aos clássicos Como vai você (com Roberto Carlos), Começar de novo e Ai ai ai ai (com Ivan Lins), O que será (à flor da pele) (com Milton Nascimento), Rosa de Iroshima e Imagine (com Ney Matogrosso), Yolanda (com Pablo Milanés). Um grande show, reapresentado recentemente pelo canal Viva e que merecia um lançamento em DVD.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de janeiro de 2011

O Cangaceiro trapalhão

Já ressaltei em outra postagem, quando do relançamento dos filmes dos trapalhões, toda minha admiração por esse quarteto que fez parte da minha infância. A saudade me faz visitar a obra de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias e encontrar em seus filmes um pouco do que aprendi na vida. Um dos meus favoritos foi este, O Cangaceiro Trapalhão, lançado em 1983.

Em meio a cangaceiros, ao rei do cangaço Lampião e sua Maria Bonita, os trapalhões vivem no Sertão Nordestino várias aventuras e emboscadas em torno da semelhança de Didi com o rei do cangaço. O objetivo é recuperar a filha de Lampião e devolvê-la ao pai. Temos a participação de atores como Nelson Xavier, José Dumont e Tarcísio Meira e das atrizes Tânia Alves, Regina Duarte e Bruna Lombardi.

Com direção de Daniel Filho, temos a trilha sonora de Guto Graça Melo e Rita Lee, que conta com interpretações de Ney Matogrosso, Tânia Alves e Os Trapalhões. São vários títulos do quarteto que podem ser sugeridos. Vou indicando os meus favoritos, que podem ser encontrados a preços bastante acessíveis nas lojas do ramo, atualmente. Mais um ponto na saudade e na pipoca do mês de janeiro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Mulher sem razão

O Brasil tem grandes vozes femininas e Adriana Calcanhoto é uma delas, além de grande compositora, temos nela uma extraordinária intérprete. Dá um tom todo original e próprio às canções que interpreta de outros artistas. É o caso dessa canção do repertório do Cazuza e da Bebel Gilberto, também interpretada pelo Ney Matogrosso.

Mulher sem razão reforça o amor próprio que o sexo feminino precisa despertar diante dos maus tratos e da falta de reconhecimento e carinho do companheiro. É como se uma nova voz falasse à ela como promessa de que proporcionaria tudo aquilo que ainda não foi capaz de desfrutar por possuir más companhias! Genialidades da nossa música:

Mulher sem razão
(Cazuza, Dé e Bebel Gilberto)

Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou

Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou

Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som

Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem

Ouve o teu coração
No final da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dá um pouco de atenção

Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
Temos de montão
Deixa eu te levar então

Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem

Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto...

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de setembro de 2010

CD e DVD Fagner - Amigos e canções

Mais um dos grandes trabalhos do cearense Fagner, o cd duplo e o dvd Amigos e canções. Gravados em 1998 e 1999, respectivamente, o projeto recebe o mesmo nome e capa, embora apresentem sutis diferenças tanto nos convidados quanto no repertório que prezam por grandes sucessos do cearense em seus até então aproximados 25 anos de carreira, alguns em duetos inéditos em sua carreira dele. Ambos os projetos, com a produção de José Milton.

No cd temos as canções Custe o que custar, Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo (com Zé Ramalho), Fracasso (com Fafá de Belém), Espere por mim morena, Retrato marrom (com Ney Matogrosso), Traduzir-se (com Chico Buarque), Noves fora (com Emílio Santiago), Horas azuis, Revelação, Mucuripe (com Djavan), Morro velho (com Milton Nascimento), Retrovisor (com Zezé di Camargo e Luciano), Semente, Saudade (com Joanna), Sangue e pudins (com Luiz Melodia), Monte castelo (com Ângela Maria), Quarto escuro (com Ivan Lins) e Distância.

O dvd saiu no ano seguinte e foi fruto de um show realizado no Canecão para celebrar o cd, com as seguintes canções: Revelação, Noturno, Deslizes, Custe o que custar, Borbulhas de amor, Mucuripe e As rosas não falam (com Dori Caymmi), Lábios de mel (com Ângela Maria), Saudade e Meu primeiro amor (com Joanna), Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo e Dois querer (com Zé Ramalho), Gostoso demais e Pedras que cantam (com Dominguinhos). Fica apenas a pergunta: dá pra faltar na coleção de alguém que curte esse tipo de música?

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de agosto de 2010

Ney Matogrosso Vivo

Ney Matogrosso é um artista de muitos discos ao vivo. Por si só apresenta uma arte apreciável e quem curte seu trabalho com afinco sabe melhor que eu que tudo isso é uma verdade. Eu conheço pouco do Ney, mas gostei bastante desse trabalho, intitulado de Vivo e que traz os maiores sucessos de sua carreira, além de interpretações mais recentes e sempre marcantes.

Esse projeto também foi lançado em dvd em 2000 e possui as canções Mulher barriguda, Com a boca no mundo, Miséria no Japão, Vira-lata de raça, Novamente, Poema, Mesmo que seja eu, Faço de tudo, A balada do cachorro louco, O vira, Exagerado, Bomba H, O último dia, A cara do Brasil, Sangue latino, Rosa de Hiroshima, Balada do louco, Homem com H, Pro dia nascer feliz e Metamorfose ambulante. O dvd ainda traz Olhos de farol, Fazê o quê?, Garota Nacional  e bis em Poema e Miséria no Japão.

Olhando por aí, com um repertótio desses e com a sempre arte do Ney não há quem questione a qualidade dessa obra-prima e não a qualifique como um grande presente para os amantes da boa música e para quem curte a obra do Ney, pois ter em sua casa um dos melhores se não o melhor trabalho realizado por ele é algo genial, afinal todos seus trabalhos, carregados de muito profissionalismo, podem ser considerados os melhores!

Um forte abraço a todos!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Os Dois Filhos de Francisco

Dando continuidade com essa série de janeiro, que une férias, cinema e música brasileira, vamos falar hoje de um campeão de bilheterias: Dois filhos de Francisco, que conta a história persistente e mais que bem sucedida da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Lançado em 2005 e produzido por Breno Silveira, a história é a biografia dos irmãos que nasceram pobres no interior de Goiás e, através dos sonhos de Sr.Francisco, pai dos garotos, trilharam um caminho árduo até o sucesso merecido.

Com Dira Paes, Ângelo Antônio, Paloma Duarte, José Dumont, entre outros no elenco, a trilha sonora traz artistas como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Antônio Marcos, e a própria dupla que emocionaram a cada passagem de tempo. A persistência é a mensagem do filme, a marca principal de Sr. Francisco. Depois de tudo bem trabalhado, quando todos cansaram de tentar, tava lá o homem comprando fichas e divulgando a canção É o amor.

Clássicos sertanejos e brasileiros como Tristeza do Jeca, É o amor, Luar do Sertão, Calix Bento e No dia que saí de casa se uniram a cenas que emocionaram o país em uma das maiores bilheterias de todos os tempos do nosso cinema nacional. A faixa Como vai você foi regravada com voz do Antônio Marcos, numa homenagem à atriz Paloma, que interpretou Zilu, a mulher de Zezé. E, embora pairem críticas, o filme emocionou o país e mostrou porque eles são sucessos hoje e sempre! Enfim, mais uma dica que se une à pipoca, ao refrigerante, à pizza, às férias, à música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de setembro de 2008

Ângela Maria Amigos

Amigos, hoje abordaremos um dos discos mais lindos dos últimos vinte anos e que reuniu alguns dos maiores nomes da nossa música. Esse disco existe? Sim: Ângela Maria - Amigos, lançado em 1996. Com a direção artística de Miguel Plopschi, produção de José Milton, arranjos dos maestros Daniel Salinas, Lincoln Olivetti, Cristóvão Bastos, Luis Cláudio Ramos, Eduardo Souto Neto e Jaime Alem, e duetos com grandes nomes da música brasileira com os clássicos da eterna "sapoti".

O disco começa com Desabafo, clássico do rei em um dueto inédito: Ângela Maria, a rainha da voz e Roberto Carlos, o rei da música brasileira! Arrasador e arrepiante, repetido no especial do rei em 1995 e no progama Som Brasil em homenagem à cantora! Depois do maior artista da música brasileira, veio o maior compositor, Chico Buarque com Gente humilde, clássico enternizado na voz da Ângela, que logo em seguida traz a maior intérprete brasileira: Maria Bethânia, em Orgulho, outro clássico de seu repertório.

Lábios de mel não pode faltar em qualquer show da Ângela, com direito a grandes vocais ao final da canção e não poderia faltar nesse projeto, ao lado do maior cearense Fagner. A maior dupla sertaneja do Brasil cantou um bolero com Ângela: Falhaste Coração trouxe Zezé di Camargo e Luciano, traduzindo um certo eclétismo da sapoti, que em seguida traz o maior intérprete da música brasileira: Emílio Santigado divide os vocais em Escuta de Ivon Curi. A maior sambista desse país aparece em Fósforo Queimado: a marrom Alcione solta a voz ao lado da diva Ângela.

O maior amigo e ex-funcionário Agnaldo Timóteo aparece em Tango pra Tereza. O maior nome da Tropicália aparece em Noite chuvosa, simplesmente um dueto fantástico com Caetano Veloso. O maior clássico de Ângela, Babalu aparece com Ney Matogrosso que, anos antes, presta homenagem com disco em homenagem à sapoti, caracterizando então o maior intérprete de seu repertório, depois dela própria. O maior compositor baiano também aparece: Dorival Caymmi está representado por outra baiana de talento inquestionável, Gal Costa, a voz mais doce da música brasileira, divide os vocais no clássico Nem eu.

O maior Alagoano da música brasileira se faz presente com sua canção preferida do repertório da diva: Djavan e Ângela em Vida de bailarina. A maior gargalhada do país está no talento de Fafá de Belém e no bolero Abandono. A maior voz do país, Milton Nascimento se faz presente em Balada triste! E para encerrar o projeto, Estava escrito que a grande Nana Caymmi não poderia faltar nesse clássico de Lourival Faissal.

Bom, o que falar, um disco onde estão os maiores juntos à maior voz feminina que o Brasil já teve em toda sua história? O disco rendeu especial para globo onde só Gal, Chico e Bethânia estiveram ausentes. E rendeu mais ainda um prêmio para Ângela: o reconhecimento tardio da mídia para seu trabalho feito com muita dedicação e admiração por parte de todos os astros da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de setembro de 2008

Mil perdões

A letra que apresentaremos hoje é uma das minhas preferidas do maior compositor da música brasileira de todos os tempos - Chico Buarque! A canção foi gravada no disco de 1984, Mil perdões e teve uma releitura recente de Ana Carolina, além de outras como Ney Matogrosso!

Mil perdões fala de uma relação difícil, carregada de ciúmes, angústias, extrema preocupação e ao mesmo tempo, indiferença em relação a todos esses sentimentos. É um atrevimento tentar decifrar o que é dito em uma canção do Chico, mas às vezes, com nossas interpretações conseguimos debater e convergir algo subjetivo, deixando mais próximo do entendimento real da letra!

Mil perdões é uma daquelas canções românticas a anos 70 que arrebata qualquer coração, escancarando as razões pelas quais o ciúme e a cobrança existem! A meu ver, quando ele fala em "Te perdoo por te trair" não deixa claro uma infidelidade, mas sim, uma traição de valores e desejos opostos aos mencionados pela outra parte da relação! Aparenta uma inversão de valores onde quem mais sofre é a outra parte que está angustiada com a perseguição por conta do excessivo ciúme! E ainda com ironia ou paciência, oferece seu perdão como forma de resolver tudo! Simplesmente, um clássico da música brasileira:

Mil perdões
(Chico Buarque)

Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz

Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais

Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim

Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim

Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti

Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir

Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí

Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo por te trair

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Meu sangue latino minh´alma cativa...

Esse é Ney de Sousa Pereira, o nosso Ney Matogrosso. É mais uma artista que caracteriza a versatilidade dos músicos brasileiros. Um timbre de voz único, interpretação e arte ímpares fazem dele uma figura unânime na música brasileira.

Remanescente do grupo Secos e molhados, um fenômeno da década de 70, Ney ainda pensou em ingressar para a aeronáutica antes de se inclinar para o campo artístico. Ao conhecer João Ricardo, já em São Paulo, que buscava um cantor de voz aguda para um conjunto musical foi convidado para ser o cantor do grupo Secos & Molhados e bateu todos os recordes de vendagens e sucesso na época.

Em 1975, Ney saiu do grupo e lançou seu primeiro disco solo, mas só obteve reconhecimento com seu disco de 1976, Bandido quando estreou um show de mesmo nome tendo como número principal a faixa Bandido Corazón, composto especialmente para ele por Rita Lee. Numa época em que o regime militar perseguia, sobretudo os artistas, Ney apresenta em shows coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, acabando por influenciar toda uma geração de artistas e enveredando para outras artes. Hoje é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais. Já dirigiu outros artistas como Chico Buarque, iluminação do show As cidades, e também a cantora Simone, entre outros.

Ney também é campeão em homenagear astros em discos como fez com Ângela Maria, Chico Buarque e Cartola. Também já fez duetos memoráveis com Ângela Maria, Fagner, Chitãozinho e Xororó e o grupo carioca Pedro Luís e a Parede. Atualmente está em cartaz com o elogiadíssimo show Inclássificáveis, lançado em cd e dvd.

Suas maiores interpretações são Não existe pecado ao sul do Equador, Homem com H, Pro dia nascer feliz, Vereda tropical, Maria escandalosa, Coubanakan, Acontece, Amendoim Torrado, Babalu, Balada do louco, Bambolêo, Retrato marrom, Rosa de Hiroshima, Mesmo que seja eu, Sangue latino, Cálix bento, entre outros que fazem do Ney um artista ímpar na música brasileira, um grande sangue latino...

Um forte abraço a todos!