Mostrando postagens com marcador Zé Ramalho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Zé Ramalho. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 8 de maio de 2023

CD Zé Ramalho - Estação Brasil

Em 2003 Zé Ramalho lançou o projeto em que se mostra mais intérprete que o compositor e cantor autoral com o qual geralmente estamos acostumados. Sua autoria aparece nas inéditas Mote das amplidões, Desejo de mouro, Dança das luzes, Hino amizade, Kamikaze e Nesse Brasil Cabôco de Mãe Preta e Pai João. Produzido por Robertinho de Recife, o CD duplo contou com alguns convidados e inusitadas regravações.

Águas de março (com Tetê Espíndola), O trenzinho do caipira, Caçador de mim, O que é o que é, Meu bem querer, Não quero dinheiro, Cantiga do sapo, Planeta água, Tempos modernos, Romaria (com Fagner), Asa branca, Bete balanço, Mesmo que seja eu e Malandragem dá um tempo são o ponto alto do projeto em que Zé poderia ter ousado mais e regravado mais colegas, pois ficaram releituras muito interessantes, o que o revela também como um ótimo intérprete.

Ele, que já havia cantado coisas de colegas mais próximos, tipo Alceu, Geraldo ou Gonzaga, mostrou algumas coisas que aprecia muito. E alguns de seus sucessos não são de sua autoria, como é o caso de Entre a serpente e a estrela, versão de Aldir Blanc, ou coisas de Bob Dylan. Vincularam na época que gravou com Fagner a canção Amigo, que foi vetada por seu autor, Roberto Carlos, liberada posteriormente. Estação Brasil é um excelente trabalho do Zé que conta um pouco sobre suas influências nessas terras tupiniquins.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 28 de março de 2022

♫Chão de giz♫

Com essa postagem, não pretendo traduzir ou interpretar exatamente o que Zé Ramalho quis dizer nesse clássico nacional de 1978, tão a sua cara e também que leva a marca da interpretação inesquecível de Elba Ramalho. Canção visitada por vários músicos da noite, Chão de giz é clássico no repertório dos dois. Penso que como é típico da obra do Zé, ela pode ter várias linhas de pensamentos, muitas diferentes daquilo que ele seguiu quando a compôs.

Eu imagino um personagem que para pra fumar e começa a pensar sobre tudo que viveu com alguém, naquele instante em que o cigarro é tragado, como se uma vida inteira passasse em poucos minutos. E, por mais que se tente fugir de algumas verdades, dores e da solidão que essa relação gerou, não vale a pena voltar ou reviver essa história, mesmo se sentindo acorrentado a essa história cheia de saudades.

Chão de giz
Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...

Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar quem sabe uma camisa de força ou de vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom...

Agora pego um caminhão
Na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy" That's over, baby!
Freud explica...

Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de junho de 2018

♫Asa branca♫

E no dia de São João não poderia faltar este que é o hino do Nordeste e um dos maiores clássicos deste país. Achei curioso que até hoje nunca havia comentado sobre esta canção, a mais conhecida de Luiz Gonzaga. Assim como Gilberto Gil, também tenho outras dele das quais gosto mais, mas não podemos negar que Asa branca tornou-se uma verdadeira aula sobre o Sertão brasileiro por se tratar de um retrato cantado sobre as dores da terra e a saudade.

E este clássico (que já tem mais de 70 anos), já foi regravada por vários nomes, como Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Alcymar Monteiro, Gilberto Gil, até nomes não muito próximos deste ritmo como Maria Bethânia, Elis Regina, Caetano Veloso, Nelson Gonçalves, Lulu Santos, Raul Seixas, Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso. Até os Beatles a regravariam, segundo boato da década de 60. A verdade é que sempre é cantada pelos cantores, não apenas nesta época, reforçando a ideia de que figura entre as 20 canções mais lembradas de nossa música, em qualquer lista criada sobre este tema.

Asa branca
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão

Quando o verde dos teus oios
Se espaiar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

CD O melhor dos encontros

O quarteto ao qual nos referimos como O grande encontro só voltou a se reunir nessa coletânea que foi lançada em 2001. Um projeto que reuniu Elba, Zé, Alceu e Geraldo, com o melhor que foi lançado nas três edições anteriores, portanto aqui não consta nenhum fonograma inédito. Mesmo assim, é interessante, pra quem não adquiriu nenhum dos três projetos anteriores, curtir um aperitivo do que ainda não possui, neste trabalho.

A seleção do repertório consta de sucessos como Admirável gado novo, Chão de giz, Táxi lunar, Caravana, Coração bobo, Pelas ruas que andei, Asa branca/A volta da asa branca, A terceira lâmina, O trem das sete, Eternas ondas, Banquete dos signos, Disparada, Bicho de sete cabeças II, Banho de cheiro/Frevo mulher.

Claro que, como toda coletânea, cada um abordaria um repertório diferente do que consta. E o que muitos gostariam mesmo é que o quarteto se reunissem mais vezes para apresentarem outras gravações. Mas, conste que cada um sempre teve uma carreira em paralelo tão sólida e à qual sempre teve muita atenção e cuidado, por isso só teríamos uma nova chance de reviver um pouco desse encontro mágico, muitos anos depois, como veremos na próxima semana, na última postagem desta série.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CD e DVD O grande encontro 3

Lançado em 2000, este projeto volta a ser ao vivo e gravado no Rio de Janeiro. Sem contar com Alceu Valença, desta vez a proposta foi que cada um tivesse um convidado e assim tivemos as participações de Lenine, Moraes Moreira e Belchior. Elba, Zé e Geraldo cantam juntos na maioria das canções: Caravana, Táxi lunar, Petrolina/Juazeiro, Tum tum tum tum/Mulata no coco, Eu vou pra lua/O canto da ema.

Geraldo canta sozinho Dona da minha cabeça e, Canta Brasil, com seu convidado Moraes Moreira. Elba canta sozinha Frisson, Você se lembra, e, Lá e cá, com seu convidado Lenine. Zé canta sozinho A peleja do diabo com o dono do céu e, Garoto de aluguel, com seu convidado Belchior. Geraldo e Zé ainda cantam juntos Galope rasante. Elba e Zé cantam juntos A terceira lâmina.

No DVD, temos ainda Geraldo Azevedo cantando sozinho Bancarola do São Francisco, Zé Ramalho cantando solo Canção agalopada e os três juntos cantando A vida de viajante. O único projeto até então em que foi lançado também o DVD, com encontros históricos. Destaco neste trabalho os solos de Elba nas canções Frisson e Você se lembra. Esta última, a meu ver, ficou definitiva em sua belíssima interpretação!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

CD O grande encontro 2

O sucesso da primeira edição foi tão grande que o projeto seguiu para uma segunda edição com canções gravadas em estúdio, agora sem Alceu, que preferiu não participar. Li que cogitou-se substitui-lo por Fagner, fato que não aconteceu. Então tivemos Elba, Geraldo e Zé cantando juntos e alguns duetos, em 12 faixas todas gravadas em estúdio.

Com as três vozes cantando, ora solando, ora juntas, temos as canções Disparada, O princípio do prazer, Pedras e moças, Bicho de 7 cabeças II, Asa branca/A volta da asa branca e Ai que saudade d´Ocê. Elba canta sozinha Canção da despedida, em dueto com Zé as canções Banquete de signos e Eternas ondas e, com Geraldo a canção Canta coração. Geraldo e Zé cantam juntos Miragens e O autor da natureza, mas não cantam nenhuma canção solo.

Apesar de não repetirmos o mesmo sucesso da edição anterior, temos aqui um disco histórico, que reuniu três grandes nomes do nosso cenário nacional, novamente homenageando suas raízes e apresentando grandes interpretações, sobretudo em releituras como O princípio do prazer, Bicho de 7 cabeças II, Canção da despedida e Canta coração, além da participação de grandes músicos nas gravações como Robertinho de Recife, Leo Gandelman e Dominguinhos.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

CD O grande encontro

Ano passado foi revivido este projeto com um novo lançamento em CD e DVD. Vamos falar agora em janeiro de cada lançamento desta maravilhosa ideia que reuniu os grandes Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho em gravações ao vivo e em estúdio, desde 1996.

O primeiro Grande encontro foi o único que reuniu os quatro, numa gravação ao vivo no Canecão em 1996. A proposta era reunir as grandes vozes nordestinas com alguns de seus maiores sucessos, alguns duetos e seus afinados violões. Mas, os quatro só cantaram mesmo na primeira e na última canção, Sabiá e Banho de cheiro/Frevo mulher. Coração bobo ficou por conta de Zé e Alceu e este último canta sozinho Jacarepaguá blues, Pelas ruas que andei e, com Geraldo, Talismã. Geraldo canta sozinho O ciúme, de Caetano Veloso.

Elba canta sozinho Dia branco, Veja e A prosa impúrpura de Caicó, de Chico César, e Chão de giz (com Zé), Tesoura do desejo (com Alceu) e Chorando e cantando (com Geraldo). Zé Ramalho canta sozinho Admirável gado novo e Trem das sete, de Raul Seixas, e O amanhã é distante (com Geraldo). O disco foi muito bem recebido pela cena nacional, pois vendeu mais de um milhão de cópias, o que rendeu uma turnê e a vontade de continuar o projeto que, acredito que surpreendeu até seus integrantes de forma muito positiva. Lamento não termos um DVD desse show, o que ainda não estava tão em moda quanto hoje.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

CD Luiz Gonzaga Baião de dois

E hoje faz 105 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião. Em 2012, comemorando seu centenário, a Sony lançou essa coletânea, em que aproveitava a voz de "Lua" em novos duetos memoráveis, alguns mais comuns como Fagner, Gonzaguinha, Elba Ramalho e Dominguinhos, outros mais inusitados como Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Zélia Duncan.

É o que temos nas 15 faixas, todas com clássicos de Gonzagão: Asa branca (com Fagner), Siri jogando bola (com Zeca Pagodinho), Forró de cabo a rabo (com Dominguinhos), Nem se despediu de mim (com Ivete Sangalo), Estrada de Canindé (com Chico César), Danado de bom (com Zeca Baleiro), Qui nem jiló (com Zélia Duncan), A volta da asa branca (com Zé Ramalho).

E ainda, temos Deixa a tanga voar (com Jorge de Altinho), Baião de dois (com Alcione), Onde tu tá neném (com Geraldo Azevedo), Paraíba (com Elba Ramalho), Plano piloto (com Alceu Valença), Forró nº 1 (com Gal Costa) e A vida de viajante (com Gonzaguinha). Os dois últimos fonogramas, não foram feitos originalmente para este projeto, sendo aproveitados de gravações anteriores. Com produção de José Milton e do Fagner, temos aqui um grande CD para ouvirmos sempre, em todos os aniversários e festas juninas onde tocam Gonzagão!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de junho de 2017

♫Não vendo nem troco♫

Mês de junho e mais uma vez vamos reverenciar este ritmo tão nordestino que é o autêntico forró e nada melhor que começar com esta canção emblemática, este dueto histórico composto e cantado por Gonzagão e Gonzaguinha e revivido posteriormente por Dominguinhos e Zé Ramalho.

A canção Não vendo nem troco relata algo de muito valor, cobiçado por muitos, como conta um dos personagens. O outro, proprietário do produto, até concorda com alguns adjetivos, mas já prevendo os excessos como algo duvidoso e classificando isto como grande "inchirimento", segue com suas advertências de que não tá pra vender, nem trocar. Em algum momento da letra parece uma mulher, mas ao final é revelado o verdadeiro objeto de cobiça, uma égua. Coisas de gênios, fazer algo assim com tão bom humor e riqueza cultural.

Não vendo nem troco
Luiz Gonzaga e Gonzaga Jr.

Olha que pedaço nacional
Que coisa mais bonita, que belo animal
Você está querendo se engraçar
Não é para vender nem é pra comprar

Olha que molejo que ela tem!
Beleza sem igual e graça tem também
Ela é formosa, sei muito bem
Por isso é que ela é minha
Não divido com ninguém

É meu xodó, é meus 'amor'
Ela me acompanha pelos canto 'adonde' eu vou
É companhia de qualidade
É de confiança, que tranqüilidade

Tenha mais vergonha, tenha mais respeito
Ela não se engraça com qualquer sujeito
Mas com esse molejo, com esse tempero
Você não compra nunca, guarde seu dinheiro

Mas é que ela é cobiçada em todo esse sertão
Essa 'véia' é minha vida, eu não troco, não
Essa 'véia' é minha vida, eu não troco, não
Essa 'véia' é minha vida, vendo não senhor
Essa égua eu não vendo, não troco nem dou

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CD e DVD Fagner & Zé Ramalho

Pensei que já havia citado este grande encontro. E o citei, mas foi na série Olhando as estrelas. Como projeto de CD e DVD ainda não comentei sobre esta grande pérola, indispensável na coleção de quem ama música brasileira: o encontro entre estes dois grandes nomes que resolveram unir suas carreiras neste projeto ao vivo, gravado no Rio de Janeiro.

Guiado apenas por seus violões, num projeto inicialmente acústico e depois acompanhado pela banda, o repertório passeia por clássicos de ambos: Dois querer, Asa partida, Pelo vinho e pelo pão, Mucuripe, Noturno, Chão de giz, Romance no deserto, A terceira lâmina, Jura secreta/Revelação, Fanatismo, Garoto de aluguel, Eternas ondas, Kamikaze, Pedras que cantam e Admirável gado novo com novos arranjos e duetos inéditos.

A belíssima Canção da floresta é a melhor faixa, a meu ver, do projeto que reúne estes dois astros que já haviam gravado um ao outro, um no disco do outro e vice-versa e finalmente resolveram nos presentear com este belíssimo projeto ao vivo. Acho que cabia uma homenagem a Gonzaga, figura ilustre que é raiz de ambos, a meu ver, mas não posso deixar de enfatizar que temos aqui um dos melhores projetos da carreira de ambos.

Um forte abraço a todos! 

domingo, 15 de maio de 2016

♫Admirável gado novo♫

Esta canção foi gravada na década de 70 e continuará sempre atual. A questão da reforma agrária, revivida nos anos 90 quando foi tema da novela global O rei do gado tornam Admirável gado novo um dos principais clássicos de Zé Ramalho e também muito atual nos momentos de crise pelos quais passa nossa nação.

A passividade, o comodismo de alguns, as contradições enormes de opiniões políticas que geram apenas interesses particulares produz um ser social cada vez mais confuso e distante de soluções iluminadas. Um país dividido, explorando a parte mais humilde produz passos na contramão da evolução social e humana.

Admirável gado novo
Zé Ramalho

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer

Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam esta vida numa cela

Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível,
Não voam, nem se pode flutuar

Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CD e DVD Paula Fernandes Encontros pelo caminho

Ano passado Paula Fernandes lançou este belíssimo projeto em CD e DVD que reuniu duetos com cantores, músicos ou duplas, realizados em seus discos anteriores e também em discos dos colegas, aqui reunidos como os Encontros realizados em seu caminho. Mas, engana-se quem pensa que não tivemos material inédito, pois temos 4 gravações assim.

Entre os inéditos, o carro-chefe do projeto foi a canção You´re still the one, com Shania Twain (em que cantam parte em português e inglês), além de Depois com Victor e Léo, Pegando lágrimas com Chitãozinho e Xororó e Pássaro de fogo com Eric Silver. Ainda com Victor e Léo, temos Não precisa. Alguns números só temos em CD como Brazil com Frank Sinatra, Highway don´t care com Tim MacGraw, Over the raibown com Michael Bolton e Humanos a marte com Chayanne.

E completamos com Caminhoneiro com Dominguinhos, Criação divina com Zezé di Camargo e Luciano, Se tudo fosse fácil com Michel Teló, Hoy me voy com Juanes e Harmonia do amor com Zé Ramalho. E apenas no DVD temos Índia com Leonardo, Quando a chuva passar com Marcus Viana, Meu grito de amor com Eduardo Costa, Tristeza do Jeca com Sérgio Reis e Renato Teixeira, Romaria com Tânia Mara, Tocando em frente com Hebe Camargo e Jeito de mato com Almir Sater. Belas imagens e encontros inesquecíveis que enriqueceram ainda mais a carreira desta grande cantora que alça voos nacionais e internacionais de forma brilhante!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de março de 2015

♫Garoto de aluguel♫

Gosto muito do Zé Ramalho. De sua voz, de sua musicalidade, de suas ideias, de sua forma ímpar de escrever um estilo próprio dentro da música brasileira. E aqui está uma das mais originais, geniais e belas composições de sua autoria. E falo de originalidade porque ele foi profundo no tema, tratando de forma bastante simples algo inédito na música: o garoto de aluguel, pois até então só conhecia este tema abordado dentro do universo feminino.
 
A letra de Garoto de aluguel traz um cara ciente da "profissão" que possui, pois sabe que é um prazer passageiro para suas clientes e trata logo de alertá-las, quanto ao perigo de se apaixonarem a toa, pois o encanto deve acabar assim que ele se levantar e partir apenas com a moeda de troca acordada entre ambos.

Garoto de aluguel
Zé Ramalho

Baby!
Dê-me seu dinheiro que eu quero viver
Dê-me seu relógio que eu quero saber
Quanto tempo falta para lhe esquecer
Quanto vale um homem para amar você

Minha profissão é suja e vulgar
Quero um pagamento para me deitar
E junto com você, estrangular meu riso
Dê-me seu amor que dele não preciso

Baby!
Nossa relação acaba-se assim
Como um caramelo que chega-se ao fim
Na boca vermelha de uma dama louca
Pague meu dinheiro e vista sua roupa

Deixe a porta aberta quando for saindo
Você vai chorando e eu fico sorrindo
Conte pras amigas que tudo foi mal
Nada me preocupa de um marginal

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de julho de 2014

♫Um índio♫

Essa canção do Caetano tem, a meu ver uma interpretação definitiva com Milton, embora também tenha sido cantada pelo autor e por outros nomes, como é o caso de Zé Ramalho, que mostrou uma leitura quase declamada, típico de suas interpretações. Mas, aquela voz do Milton e todo sentimento que ele passa em sua interpretação me faz eleger sua leitura como definitiva.

Sua letra abre nossa mente para a devastação do espaço indígena, algo que já acontece há muito tempo e ainda não encontramos solução para esse fato. É como se a cultura indígena desaparecesse na surdina e quando percebermos, eles ficaram no passado, nos livros de história. E, com passagens profundas, a canção Um índio nos traz essa mesma reflexão do quanto é importante essa raça para nós e como sua cultura e influências continuam presentes em nossos costumes.

Um índio
Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Olhando as estrelas - 45

Já entrando no clima das festas juninas que fazem um verdadeiro arrastão (mas, aqui no bom sentido, de alegria e felicidade de um povo), a série traz o encontro desses dois grandes nomes do nosso cenário nacional, um paraibano e o outro, cearense, que possuem carreiras musicais admiráveis e juntos também já brilharam em vários encontros: Zé Ramalho e Raimundo Fagner!

Dizem que pretendem gravar um CD juntos, fato este que já deveria ter acontecido pela afinidade musical que ambos possuem, sobretudo em suas raízes nordestinas, as quais sempre divulgaram! Queria ver um disco em homenagem a Gonzaga, feito por eles e creio que neste possível projeto anunciado, pode vir algo assim. Mas, Fagner e Zé Ramalho já entrelaçaram muitas vezes suas carreiras, seja em duetos ou em composições!

Fagner já gravou Zé e imortalizou a canção Eternas ondas. Já gravaram juntos diversas vezes, como na canção Astro vagabundo (no CD e também no DVD do cearense, que também contou com a canção Dois querer). Já compuseram juntos na canção Filhos do câncer, gravada pelo Zé. Já se uniram para gravar também outros compositores: Roberto e Erasmo, na canção Amigo, no CD do Zé Ramalho, em ritmo de chorinho! E se ainda não bastarem esses e outros encontros, aguardemos então os próximos encontros e contemplaremos ainda mais essas duas estrelas da nossa música!

Um forte abraço a todos! 

domingo, 30 de junho de 2013

Olhando as estrelas - 36

E encerramos esse mês junino tão festivo com duas das maiores estrelas nordestinas e por que não dizer, nacionais? Zé Ramalho e Geraldo Azevedo tem carreiras fascinantes e nos momentos em que estiveram juntos, seja em gravações de discos ou em apresentações em shows, fizeram nesses encontros suas estrelas brilharem ainda mais.

Várias gravações são verificadas no projeto O grande encontro, sobretudo na faixa O amanhã é distante, um clássico. Algumas canções que compuseram juntos ou com mais alguém foram Táxi lunar, Miragens, Pedras e maçãs e Bicho de 7 cabeças. São muitas as apresentações em suas carreiras realizadas juntas.

Seria uma boa pedida um novo show só com os dois ou quem sabe reverenciando algum mestre em comum, tipo Luiz Gonzaga ou Jackson do Pandeiro e todos nós torcemos para que mais encontros como os relatados aconteçam, pois talento é o que não sobra a Geraldo e a Zé!

Um forte abraço a todos! 

sábado, 4 de maio de 2013

Ouro de tolo


Confesso que não curto tanto Raul Seixas, mas algumas canções dele são verdadeiras pérolas e filosofias de vida. É o caso de Ouro de tolo, sucesso na década de 70, regravada posteriormente por Caetano Veloso e Zé Ramalho. Com uma letra extensa, Raul detona o comodismo que abate alguns e ao mesmo tempo o tédio da vida moderna, onde parece que nada o entusiasma.

O jeito correto de ser, a vontade de agradecer pelo que se conseguiu com lutas cotidianas parece não ser o limite para que se estabeleça esse comodismo que Raul denuncia. A luta não para e mesmo diante de adversidades, devemos sempre buscar motivações para seguirmos adiante. Outro ponto curioso é que tudo brilha como ouro até conseguirmos (um automóvel, bens materiais em geral) e depois tudo perde seu brilho original e o que brilha ainda não está em nossas mãos.

Ouro de tolo
(Raul Seixas)

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos

Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho e se sentir
Um grandissíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal

E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de novembro de 2012

CD e DVD Zé Ramalho canta Raul Seixas

Em 2002 Zé Ramalho revive o seu colega de profecias, como ele mesmo define, ao realizar o projeto ao vivo em que canta alguns clássicos de Raul Seixas. E como Zé mesmo define, não é um trabalho de cover, pois ele acaba mesclando sucessos do "maluco beleza", com clássicos seus, realizando um show tributo a esse artista inesquecível da nossa música.

No CD, temos As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor, Metamorfose ambulante, O trem das 7, Ouro de tolo, S.o.s, Dentadura postiça (só no CD), How could I know(só no CD), Prelúdio (com participação de Roberta de Recife, só no CD), Você ainda pode sonhar (só no CD), Planos de papel (só no CD) e Para Raul. No DVD, temos ainda Jardim das Acácias, Beira mar, Amar quem eu já amei, Kriptnônia, Avohai, Vila do sossego, Chão de giz, Admirável gado novo, Pra não dizer que não falei das flores, Frevo Mulher, Não quero mais andar na contramão e um bis de Metamorfose ambulante.

Nos extras, entrevista com Zé Ramalho descrevendo o projeto e sua amizade com Raul, além do Making of e clipe de Metamorfose ambulante. E no Canecão, palco da história da música brasileira, hoje fechado, esse show histórico aconteceu e ficou de brinde para os amantes da música brasileira, a voz inconfudível e o jeito místico e profético de Zé Ramalho unido às maluquices belezas do eterno Raul Seixas.

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de julho de 2012

Olhando as estrelas - 26

Eles são parentes, parceiros musicais em tantos momentos de suas carreiras. Eles tem as mesmas origens e muitas influências musicais em comum. Eles são compositor e intérpretes. Zé Ramalho e Elba Ramalho. O encontro dessas duas estrelas passa pelo fato dela ser uma das principais intérpretes da obra dele, inclusive já tendo prometido um CD todo com o trabalho do primo.

Elba já imortalizou algumas canções de Zé, como por exemplo Chão de giz que, solo ou em dueto com o próprio, emocionou muitos brasileiros. Mas, outras canções do Zé mereceram sua lapidação, como Táxi lunar, Frevo mulher, Banquete dos signos, Bicho de sete cabeças, Admirável gado novo, Eternas ondas, entre outras.

Sem falar nos shows que eles já fizeram e já se encontraram país afora e também no Projeto O grande encontro, que já abordamos anteriormente, Elba e Zé Ramalho tem em Luiz Gonzaga, em Jackson do Pandeiro e em tantos outros as mesmas origens musicais e torcemos para que mais encontros em discos, shows e em qualquer modalidade que essas estrelas possam mostrar o brilho na música brasileira que escrevem com seus trabalhos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O disco mais vendido de trilhas de novelas - O rei do gado de 1996

Capa do CD O rei do gado. Atriz Patrícia Pilar
Disco de novela sempre foi um atrativo para o público que acompanha capítulo por capítulo aquela trama que faz parte do cotidiano de muitos brasileiros. Já falamos anteriormente que muitos sucessos da nossa música surgiram de mãos dadas com cenas inesquecíveis. É como se o clipe viesse antes do sucesso radiofônico e o originasse.

Essa história de trilha sonora sempre foi bom para as gravadoras que lançavam a trilha nacional e a internacional. Em 1996, por exemplo, tivemos o ápice disso com essa coletânea da novela O Rei do gado que vendeu 1,5 milhão de cópias de seu primeiro volume. Vale lembrar que já na década de 70, a marca de um milhão foi alcançada com Estúpido cupido. Dancin days internacional também bateu recordes em seu tempo.

Mas, voltando ao primeiro volume de O rei do gado (já que o sucesso foi tanto e lançaram um segundo volume) entre os maiores êxitos do disco, que saiu em LP, K-7 e CD, estão Coração sertanejo (Chitãozinho e Xororó), Admirável gado novo (Zé Ramalho), Eu te amo te amo te amo (Roberta Miranda), Correnteza (Djavan), À primeira vista (Daniela Mercury), Sem medo de ser feliz (Zezé di Camargo e Luciano) e Doce mistério (Leandro e Leonardo) que, também alavancaram as vendas de seus respectivos intérpretes.

Completam a coletânea da Som livre a abertura Rei do gado (Orquestra da terra), La forza della vita (Renato Russo), Vaqueiro de profissão (Jair Rodrigues), The woman in me (Shania Twain), O que vem a ser felicidade (Orlando Morais), Cidade Grande(Metrópole) e Caminhando só (Evara Zan). Com muitos sucessos radiofônicos e com pouca pirataria na época, esse CD bateu recordes de vendas, não alcançadas nem pelo segundo volume (que trazia mais canções interpretadas por Sérgio Reis e Almir Sater, que participavam da novela), nem por lançamentos posteriores.

Um forte abraço a todos!