domingo, 16 de março de 2008

Se você vier, pro que der e vier comigo...

Geraldo Azevedo não é apenas um grande nome na música nordestisna, mas seus acordes ecoam em todos os extremos do país, alcançando com êxito o exterior. Nascido em Petrolina, aqui em Pernambuco, navega pelos ritmos raízes de sua terra como frevo e forró, além das canções líricas românticas que formam a trilha sonora de muitos apaixonados.

Na década de 70, participou de diversos festivais, entre eles o Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro em 1972, obtendo êxito e rendendo seu primeiro disco em parceria com Alceu Valença, seu conterrâneo e amigo. De lá pra cá só sucessos ajudando a contruir a história musical desse país.

Violonista, cantor e compositor, seus hits são regravados por outros intérpretes como Fagner, Elba Ramalho, Alceu Valença e Simone são alguns dos nomes que já visitaram sua obra como Dia branco, Moça bonita, Bicho de sete cabeças, Canção da despedida, Caravana, Canta coração, Chorando e cantando, Coração bobo, Disparada, Dona da minha cabeça, Inclinações musicais, Letras negras, O amanhã é distante, Sabiá, Táxi Lunar e Você se lembra. Geraldo participou dos projetos Grande encontro na década de 90 com Alceu, Elba e Zé Ramalho, onde gravaram participações ao vivo em cd e dvd.

Particularmente, algumas músicas do Geraldo, prefiro com outros intérpretes a exemplo de Fagner que gravou tão bem Letras negras e Dona da minha cabeça ou Elba Ramalho que é uma de suas intérpretes mais constantes. Outras canções formam o perfil do Geraldo e só cabem em sua interpretação. Assisti ano passado um show seu com voz e violão e pude comprovar o enorme talento que esse músico expõe. Já havia visto um show com banda e pensei que esse seria mais tedioso, o que me enganei pois Geraldo é uma marca de profissionalismo e musicalidade! Ficamos com a letra de Você se lembra, uma das minhas favoritas que evocam imagens nordestinas e passagens musicais da canção As time goes by, do filme Casablanca:

Você se lembra
(Geraldo de Azevedo / Pippo Serra / Fausto Nilo)

Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão

Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem, em que país
Me diz em que lugar, cadê você

Você se lembra...
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção

Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história...

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão

Você se lembra...

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de março de 2008

Ao meu Brasil...

Julio Iglesias está no Brasil, mais precisamente aqui em Recife, hoje! Julio é um cantor que se popularizou no Brasil nas décadas de 70 e 80 e intensificou sua dedicação profissional e pessoal com esse povo que tanto ama. Há um bom tempo fora dos palcos brasileiros, decidiu fazer uma turnê sul americana, incluindo o Brasil e passando em capitais como Porto Alegre, São Paulo, Recife e Brasília para divulgar o álbum Romantic Classics, lançado em 2006 e comentado aqui no blog em dezembro de 2007 (É só procurar nos arquivos).

Seu amor pelo país é tão intenso que em 2001 fez um disco com o título Ao meu Brasil. Com todas as canções gravadas em português, sendo algumas versões de canções originalmente gravadas em espanhol, e outras feitas exatamente para esse projeto. Vale lembrar que o último disco totalmente em português lançado no Brasil aconteceu há mais ou menos 20 anos atrás. Foi o disco Minhas canções preferidas, onde o Julio fez versões de seus sucessos em espanhol até então, penetrando de vez no mercado brasileiro, forte para o cantor hispânico. Depois desse, sempre lançava um disco com mesclas em português, espanhol e mais raramente em inglês. Vale reforçar que Julio é dos poucos cantores internacionais a fazerem esse tipo de projeto aqui no Brasil, uma visão mercadológica que lhe rende êxitos, o que explica em parte, suas expressivas vendagens.

O disco inicia com Dizem que os homens não devem chorar, versão de Fernando Adour para Los hombres no deben llorar, canção que o rei Roberto já apresentara em 1992 ao Brasil, só que com uma adaptação de letra diferente da que o Julio ofereceu. Em seguida, canta Mal acostumado, canção do grupo baiano Araketu que o Julio gravara no ano anterior em espanhol e que também já foi regravada por Simone e Joanna. História de amor, Água doce água do mar e A estrada, originalmente do cd 1995 voltam a figurar nesse projeto, exatamente como no original.

Algumas ousadias do Iglesias podem ser conferidas com Se um dia fores minha, versão inédita em português do famoso tango de Garldel, El dia que me quieras que Julio já havia gravado em espanhol no álbum Tango de 1996, e na adaptação do fado Canção do mar (Meu Brasil, Meu Portugal), provavelmente com o propósito de levar o projeto a Portugal e a países hispânicos. Constam ainda no disco as canções Jogue para mim a culpa, Vida, Voa amigo voa alto e Pelo amor de uma mulher, esta última já um clássico do Julio no Brasil, originalmente gravada em 1984 no álbum Julio, e reformulada em 1994 no álbum Crazy.

Julio sempre plantou amigos no Brasil e recentemente, demonstou isso em seus lançamentos, visitando o gênero sertanejo e realizando duetos com Daniel, na canção Viver a vida de 2000, e Zezé di Camargo e Luciano, na canção Dois amigos de 1998, ambas presentes nesse projeto. Alheio as possíveis críticas em relação a esses duetos por conta de preconceitos existentes, visitou os principais programas de televisão do país para promover esses duetos. Gravou na Suécia o clipe da composição que encomendou pessoalmente a Zezé di Camargo.

Mas, seu grande sonho é gravar com Roberto Carlos, seu ídolo no Brasil. Talvez a forte amizade e admiração de ambos possa um dia fazer com que estejamos falando sobre isso ou até uma grande turnê desses dois grandes artistas que fizeram a história da música mundial divulgando o amor onde estiveram. Por isso é motivo de alegria saber que o Julio está aqui em minha cidade porque com certeza os ares estão mais repletos de romantismo que esse artista tanto proporciona!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Não aprendi dizer adeus...

A música neo-sertaneja não seria completa se não existissem dois goianos como esses: Leandro e Leonardo. Trabalhadores da roça e fãs dos Beatles e Roberto Carlos, conseguiram gravar seu primeiro disco em 1983, um fracasso que só vendeu 500 discos. Em 1986 gravaram o Leandro e Leonardo volume 1 e em 1987, o volume 2 tornando-se conhecidos no meio sertanejo e em Goiás.

Mas, foi em 1989 com o volume 3 que a dupla alcançou sucesso nacional com a faixa Entre tapas e beijos. Em 1990, estouraram com Pense em mim e Desculpe, mas eu vou chorar e daí pra frente passaram a ter seus discos sempre nas paradas de sucesso com canções como Paz na cama, Não aprendi dizer adeus, Cadê você, Temporal de amor, Não olhe assim, Festa de rodeio, Cerveja, Eu juro, Doce mistério, Mexe-mexe, Talismã, Rumo a Goiânia, Solidão, Cumade e cumpade, Deu medo e Um sonhador.

Até que uma dessas coisas que o destino reserva e não sabemos explicar acontece e leva o Leandro para o andar de cima! Leonardo, embora muito triste, dá continuidade à sua carreira e, com o excepcional talento que possui, envereda para o romântico mas, sempre com os traços do sertanejo e emplaca sucessos como Coração espinhado, Eu deixaria tudo, 120 150 200 km/h, Mano, além dos projetos Grandes Sucessos volumes 1 e 2, onde aborda canções românticas, algumas esquecidas das décadas de 70 e 80 como Meu mel, Pareço um menino e Pouco a pouco, passeando em sucessos de Marquinhos Moura, Gilliard, Fábio Jr. e Roberto Carlos.

Segue abaixo a letra de Mano, a canção que Leonardo cantou e sempre cantará em homenagem ao irmão:

Mano
(Paulo Debétio/Paulinho Resende/Chitãozinho/Xororó)

Mano, você é meu sangue, mais que um amigo
Me dizia coisas que até hoje eu sigo
E será pra sempre um pedaço de mim...

Mano, cantar a seu lado me deixou orgulhoso
Agradeço a Deus foi maravilhoso
Eu sempre sonhei com imagens assim...

Mano, eu me lembro do nosso pequeno universo
O primeiro acorde, os primeiros versos
Parei pra pensar hoje no camarim...

Juntos, nós fomos a voz de uma linda canção
Digo a você lá do fundo do meu coração...
Nossa missão foi cantar e levar alegria
Mano, você é a letra, eu sou a melodia...

Mano, você sempre foi mais que um companheiro
Nas horas difíceis foi tão verdadeiro
Me deu a certeza que no fim vou vencer...

Todas as dificuldades muralhas, barreiras
Você me dizia que depois da poeira
Um lindo horizonte vai aparecer...

Mano, as suas palavras me fizeram de aço
E hoje eu sei que em tudo que eu faço
Eu posso cantar e contar com você...

Juntos, nós fomos a voz de uma linda canção
Digo a você lá do fundo do meu coração
Nossa missão foi cantar e levar alegria
Mano, você é a letra eu sou a melodia...(2x)

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de março de 2008

A Música Instrumental no Brasil

A música instrumental sempre teve destaque no Brasil seja no erudito ou popular. Antigamente, alguns artistas gravavam seus discos e instrumentistas faziam as versões de algum sucesso ou até do disco completo. Os The fevers, por exemplo, chegaram a gravar alguns discos instrumentais de seus próprio sucessos cantados.

Alguns artistas internacionais também alcançaram êxitos em terras tupiniquins. O melhor exemplo é o francês Richard Clayderman que vendeu muitos discos nos países latinos e Brasil, até a década passada. Nos últimos dez anos tivemos poucos destaques nessa área. Embora, a passos lentos, estão se destacando artistas nesse ramos e com isso, torcemos para que os incentivos sejam cada vez maiores, afinal a música transforma uma sociedade...

Hoje quero prestar uma homenagem a um grande músico que vem fazendo um trabalho excepcional nessa área, o maestro mais conhecido do Brasil, afinal, ele faz parte da côrte musical, o meu amigo Eduardo Lages. Em 2005 lançou, sem muita pretensão o cd Emoções, com clássicos do rei, seu cumpadre. A ótima recepção e alcance de público assustaram até o próprio Eduardo, que se viu na condição de grande resgatador da música instrumental. Mandou ver no segundo projeto, Cenário com bastanet êxito e, ano passado triunfou com um cd/dvd chamado Com amor, onde continua, sempre de forma elegante, divulgando as mais belas melodias que Deus nos dá!

Fico feliz em conhecer o Eduardo, em tê-lo como amigo. Realmente é um cara muito simpático, muito humilde e atencioso! Hoje, 11/03 está aniversariando e esse blog presta essa singela homenagem desejando muita saúde e paz, para o maestro e para toda sua família, seus netos que formam outra de suas paixões, além da música! Parabéns Eduardo Lages, parabéns Brasil por termos nossa trilha sonora regida por esse grande maestro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de março de 2008

Bandida, solta na vida e sob medida pra os carinhos seus...

Fafá de Belém, a grande voz do Brasil, em termos de romantismo e interpretação. Nascida em Belém/PA, Maria de Fátima Palha de Figueiredo começou sua carreira no início dos anos 70, fortemente influenciada por Maysa, Roberto Carlos e Beatles. De lá pra cá tem alcançado êxitos em vendagens e sucessos além de vários shows que incluem das feiras de agropecuária no interior do país e shows em praça pública até temporadas no eixo Rio - São Paulo, incluindo o Casino Estoril, em Portugal, onde é sempre vitoriosa.

- Hoje me vejo como uma cantora dos grandes amores, das perdas e dos reencontros. Se a música não me arrepiar, não gravo. Se não for personagem da letra, não consigo interpretar. Sou um dramalhão, uma passional - costuma afirmar, entre gostosas risadas, a intérprete que já visitou todos os grandes compositores brasileiros sem algum preconceito e sempre com seu toque pessoal, foi de Luiz Gonzaga a Roberto Carlos, de Michael Sullivan a Chico Buarque. Este último a presenteou com um de seus maiores sucessos: Sob medida, além de receber da intérprete uma grande homenagem no disco de 2004, onde dividiu os vocais na faixa Fado Tropical.

Fafá também tem envolvimento ativo na política do Brasil. Em 1984 participou do movimento Diretas já, gravando o Hino Nacional. Alheia às críticas de que oscila entre o popular e o elitizado, Fafá navega por ritmos que mexem com sua personalidade e com o país e talvez esse seja seu segredo, sua perfeita identificação com o público ao gravar sertanejo, forró, romântico, boleros, etc., tornando seus sucessos inesquecíveis: Meu disfarce, Bilhete, Atrevida, Abandonada, Coração do agreste, Vermelho, Nuvem de lágrimas, Meu dilema, Sob medida, Raça, Memórias, e projetos como os discos Meu fado - 1992 (onde faz homenagens a grandes fados e a Portugal, onde tem sucesso impressionante), Fafá ao vivo - 1995 (Disco que resgata seus grandes sucessos em 20 anos de carreira) e Tanto mar - 2004 (Fafá de Belém interpretando Chico Buarque).

Fafá vivenciou grandes momentos em sua carreira, como artista e como mulher. Um deles foi em 1991, quando gravou a canção Se você quer, ao lado de seu ídolo Roberto Carlos, de quem guarda recordações e amizade antiga. Outra grande emoção aconteceu em 1997, quando expressou sua religiosidade e cantou Ave Maria (Vicente Paiva/Jaime Redondo) para o então papa João Paulo II. Atualmente, Fafá participa como atriz da novela Caminhos do coração, da Redord e paralelo a isso, divulga seu mais recente trabalho: Fafá de Belém ao vivo em cd e dvd. E para nós, ela sempre reserva momentos emocionantes, na voz, no carisma, na risada inconfundível, na musicalidade de Fafá do Brasil!

Um forte abraço a todos!

Mulher Sexo Frágil!?

Hoje, dia internacional da mulher, esse blog tem a alegria de parabenizar a todas as mulheres através da música! Escolhi a canção que mais traduz, a meu ver, a alma feminina: Mulher (sexo frágil) do tremendão Erasmo Carlos em parceria com a Narinha, sua falecida esposa.

Na mpb encontramos muitas canções em homenagens às mulheres... Algumas recebem nomes para que a homenagem seja mais específica: Rosinhas, Anas, Luizas, tantas Marias com a estranha mania de ter fé na vida! Tantas Baixinhas, gordinhas, de óculos, de 40 ou Senhoras, grávidas e cheirosas e cantadas pelo Roberto e tantas super stars compostas em parcerias com o Erasmo... A alma feminina é adorada pela mpb.

Alguns artistas masculinos também tentam descrever a alma feminina, se pondo do lado oposto na hora de compor. Como exemplo do que falo temos Esse cara do Caetano ou Palavra de mulher, O meu amor e Bárbara do Chico; ou Super-homem do Gil, são exemplos de uma tentativa em se vivenciar a alma feminina.

Mas, voltando a Mulher (Sexo frágil) do Erasmo, essa é a canção mais tocada e preferida pelos brasileiros para homenagearem as mulheres nessa e em qualquer época que se queira descrever o cotidiano, a importância e o brilho do ser feminino. Nela o Erasmo deixa sua alma à flor da pele e descreve, mesmo através de exemplos pessoais e íntimos, que forte mesmo só as mulheres, e que não chega a seus pés:

Mulher (sexo frágil)
Erasmo Carlos/Narinha

Dizem que a mulher é o sexo frágil,
Mas que mentira absurda!
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas...

Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça...

Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito...

O outro já reclama a sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher...

Mulher! Mulher!
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração prá decantar você nessa canção...

Mulher! Mulher!
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um 10 sou forte mas não chego aos seus pés...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Trilhas sonoras de novelas

As trilhas de novelas, sobretudo globais fazem parte do cotidiano brasileiro. Quem nunca se pegou amando ao som de alguma dessas trilhas? Quem nunca se apaixonou por tal canção após ter ouvido sua execução na novela ? Ou quem não defende que tais trilhas deixam cenas, capítulos ou até novelas inesquecíveis?

A popularização das trilhas sonoras de novelas começou em 1969, quando a gravadora Philips lançou, em parceria com a Rede Globo, o disco de “Véu de Noiva”, de Janete Clair. Em 1971, a emissora criou a Som Livre, selo que passou a ser responsável pela produção das trilhas sonoras. A primeira trilha lançada pela gravadora das Organizações Globo foi “O Cafona”. Discos de vinil de “Selva de Pedra”, “Escalada” e “Pecado Capital” alcançaram grande comercialização, mas não se comparam a “Estúpido Cupido”, de 1976, a primeira trilha de novela a alcançar a marca de um milhão de discos vendidos.

Lançar discos com trilhas de novelas tornou-se algo bastante vantajoso para a gravadora que trabalhava ao menos duas trilhas diferentes: a nacional e a internacional. Com isso, todos os artistas da mpb já tiveram pelo menos um de seus hits reforçado com imagens, que de repente nem tinham inspirado na criação daquele tema, isso quando não são "encomendadas" tais trilhas baseadas na história do personagem ou no tema geral da novela. Alguns artistas chegam a lançar coletânea só com canções que fizeram parte das trilhas sonoras, ao decorrer dos anos como é o caso de Djavan, Rita Lee, Fagner, Caetano Veloso e Gal Costa. A trilha sonora mais vendida da história das novelas é a primeira de “O Rei do Gado”, com a marca de 1,5 milhão de discos, seguida por “Dancin Days” internacional.

Acho a música de novela algo marcante pelo que disse no começo: sempre tem alguma cena ou novela inesquecível associada ao áudio daquele momento! Lembro quando Roque Santeiro, personagem de José Wilker voltou à cidade - até hoje é inesquecível De volta pro aconchego com Elba, em 1985. Ou quando Tieta voltou à sua cidade, com Fafá cantando Coração do Agreste em 1989. Nessa mesma novela vinha a Simone com Uma nova mulher, fascinante! Quem não associa "Brasil, mostra tua cara...", interpretada por Gal Costa com a novela Vale tudo - 1988? Ou quem não lembra da Rosana com o Amor e o poder na novela Mandala - 1987 (Como uma deusa...)? Quem Esquece de Oceano, do Djavan em Top Model - 1989? Enfim, são muitas as lembranças! E você tem alguma música, trilha de novela que lhe remete ao passado?

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de março de 2008

Os ao vivos do Chico...

Chico Buarque tem um repertório e uma discografia fascinante e isso não é novidade aos amantes da boa música brasileira! Destacarei os registros ao vivo feitos por esse que é o melhor compositor da história do país!

Em 1990, gravou o Chico Buarque ao vivo Le Zenith em Paris. Com arranjos do maestro Cristóvão Bastos, Chico passeia por alguns de seus clássicos, dando uma roupagem diferente das versões originais, sem perder a força de intérprete que possui para suas criações. A banda que o acompanha não leva apenas o grande maestro, mas músicos de peso no cenário nacional como o baterista Wilson das Neves e o percussionista Mestre Marçal, este último divide os vocais com Chico nas faixas Sem compromisso e Deixa a menina.

O show começa como Desalento, após apresentar os músicos e penetra a fundo no repertório com sambas como A Rita e Samba do grande amor. Depois passa por Gota d´água e As vitrines. Passeia pela Volta do malandro e Partido alto e encontra o Marçal nas canções já citadas. Inclusive o Chico afirmou que aprendeu Sem compromisso quando se encontrava para compor com o Tom.

Suburbano coração é uma faixa que por si só mereceria um post pois fala em sexo sem perder a elegância, coisa rara nos dias de hoje. Em Palavra de mulher, Chico destaca uma composição que faz no feminino, certamente para alguma das tantas intérpretes que já o visitaram. O romantismo está presente em Todo o sentimento, Joana Francesa, João e Maria e O que será (à flor da pele), esta última uma das mais líricas do nosso cancioneiro. O carnaval, uma das paixões do Chico, está presente em Rio 42 e Não existe pecado ao sul do Equador. O lado político também marca presença em Vai passar e Samba de Orly, que compôs com Toquinho quando este o visitou na Itália, quando estava exilado. As questões sociais estão bastante evidentes em Brejo da cruz, que também merece um tópico só por sua sensibilidade! O show é finalizado com Eu quero um samba...

As pessoas criticam que o Chico não é bom cantor, mas basta observar a precisão de suas interpretações em suas dissonantes criações para comprovarmos que isso é no mínimo um comentário de quem desconhece esse carioca tão importante para a cultura do país! O cd é uma ótima pedida pois recentemente todos os discos do Chico foram remasterizados e como na época não tínhamos dvd, ficamos com o registro auditivo de ótima qualidade e bom gosto como é esse trabalho!


Um abraço a todos!

domingo, 2 de março de 2008

Hoje eu me peguei pensando em você...

Sandra de Sá, o balanço, a voz, o romantismo e o carisma... Quem a descobriu foi a sambisa Leci Brandão, que gravou sua primeira composição "Morenando", em meados de 1977. Destacou-se no festival da Globo de 1980 com a canção Demônio colorido entre as dez melhores, alcançando sucesso nacional.

Na década de 80, estourou nas rádios com um hit atrás do outro, coisas como Retratos e canções, Joga fora, Bye bye tristeza, Solidão, Olhos coloridos, Quem é você, entre tantas outras que tornaram Sandra a rainha da black music nacional, chegando a ser taxada como a Tim Maia de saias. Sandra sempre foi irreverente como o Tim, inclusive brincando com o título mpb que, pra ela significa música preta brasileira! Ao Tim, também dedicou uma homenagem especial - o disco Eu sempre fui sincero, você sabe muito bem de 1998, todo com o repertório formado por sucessos na voz do "Síndico".

Realmente Sandra tem um timbre de voz agradável e uma influência black incomparável, mas não se resume a isso. Além de ser a grande cantora, intérprete e compositora que é, possui adereços que vão das roupas, cabelos, até óculos que a tornam inconfundível no cenário nacional que poderia olhar um pouco mais para artistas como essa, que arrasa em composições próprias ou de outros compositores como Michael Sullivan, Paulo Massadas, Peninha, Nando Reis, Tim Maia, Jorge Ben, Cazuza, Marcos Valle, Carlos Colla, etc.

Para comprovar tudo isso que foi dito e muito mais que podemos oferecer a uma artista dessa grandeza, ficamos com a letra de Retratos e canções, uma das mais lindas do repertório da Sandra:

Retratos e canções
Michael Sullivan/Paulo Massadas

Hoje eu me peguei, pensando em você
Te amo e nem sei como eu amo (Coisas do amor)
Quero não lembrar, que às vezes sem querer
Me apanho falando em você

Lembranças de nós dois, (Retratos e canções)
Um filme de amor, que nunca chega ao fim
Quem sabe se você ainda pensa em mim? (Te amo e nem sei como eu amo)

Dói no coração, às vezes que eu lembrar
Te amo, e não quero te amar...

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de março de 2008

Faz meu gênero ser seu fã número um...

Antes de ser o grande cantor e compositor que é, Guilherme Arantes já era tecladista da banda Moto Perpétuo. Desde que cantou aquela famosa frase "Quando fui ferido, vi tudo mudar..." da canção Meu mundo e nada mais, tema da novela global Anjo Mau em 1976, identificada nos primeiros acordes de seu famoso piano que Arantes despontou e conseguiu algo não muito comum ao ter, de lá pra cá, 25 temas de novelas, além de ter várias canções nos especiais infantis como o Lindo balão azul, que o tornaria famoso nacionalmente.

Pianista na melhor influência e linhagem Tom Jobim, acumulou em seu currículo canções gravadas por Roberto Carlos, Elis Regina, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Chitãozinho & Xororó, Maria Bethânia, Joanna, Zé Ramalho, Zezé di Camargo & Luciano, Fafá de Belém, entre tantos...

Arantes chega a fazer algo em torno de 140 shows pelo Brasil afora, com 20 canções em média nos shows, sempre cantadas em côro com o público. Um fato curioso é que ele tem mais coletâneas que discos de carreira, além de ser também campeão de dvds ao vivo e o único a ter o certificado Steinway, uma éspecie de Iso 9002 dos pianistas mundiais, concedido pela famosa fábrica de pianos.

Guilherme nunca negou sua eclética formação de quem começou tocando chorinho as quatro anos de idade num cavaquinho que ganhou do pai, tendo com isso um trânsito livre pela mpb e rock nacional com seus inesquecíveis sucessos como Amanhã, Brincar de viver, Cheia de charme, Deixa chover, Êxtase, Fã número 1, Meu mundo e nada mais, Brilho estranho, Lendas, Marina no ar, Planeta água, Pedacinhos, Toda vã filosofia, Um dia um adeus... e tantos outros que fazem desse cara um grande nome respeitado e cultuado no mundo musical brasileiro.

Ficamos com a letra da romântica Fã número 1:

Fã número 1
Guilherme Arantes

Você nem desconfia
E o que eu não daria
Por seu amor?

Onde você anda
Nem sei como chamo
A sua atenção

Que eu existo
Aposto que pode dar certo
Esse romance
Aberto dentro de mim

Você nem imagina
Que eu te inundaria
Toda de som

Luz da ribalta
Te quero no palco,
Palco...

Entra em cena faz seu número
Faz meu gênero ser seu fã nº1
Ali no gargarejo jogando beijo

Um forte abraço a todos!