sábado, 31 de maio de 2008

Os compositores do Brasil - 3

A série os compositores do Brasil que vez por outra figura nesse espaço vem hoje destacar um dos maiores compositores populares da música desse amado território - Aroldo Alves Sobrinho. Não conhece? O Peninha! Ainda não conhece?

Mas, com certeza já ouviu alguma composição sua nas rádios em interpretações de Ângela Maria, Fábio Jr., Daniel, Caetano Veloso, Tim Maia, Sandra de Sá, Alcione, José Augusto, Paul Mauriat, Elymar Santos, Wando, entre outros. Quem você acha que compôs faixas inesquecíveis como Sonhos, Sozinho, Por eu ter me machucado, Adoro amar você, Alma gêmea, Nosso sonho não é ilusão, Que dure para sempre, Seus beijos, Vai dar samba, etc.?

Peninha tentou a carreira de cantor e seu primeiro disco foi fracasso em 1972. Seu primeiro grande hit despontou em 1977 com Sonhos, gravado mais tarde por outros nomes, entre eles Caetano Veloso, que também imortalizou Sozinho, tendo vendido mais de um milhão de cópias com essa canção que também foi interpretada antes por Sandra de Sá e pelo saudoso Tim Maia. Outro grande sucesso dele é Alma gêmea na interpretação do Fábio Jr, sendo sucesso em 1994, ano de seu lançamento e mais recentemente com a apresentação da novela de mesmo nome.

Seu mais recente trabalho foi o cd Sonhos e Sucessos em 2004, com seus grandes sucessos em sua singela, mas sincera e autêntica interpretação, como define! E o Brasil agradece composições sempre tão presentes e que deixa o público cada vez mais apaixonado!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eu só quero um xodó...

São João chegando e grandes homenagens vão surgindo nessa festa folcórica brasileira, sobretudo nordestina. Esse ano, temos algumas merecidas homenagens a um grande nome da música brasileira: Dominguinhos.

Esse grande forrozeiro, pernambucano de Garanhuns será um dos homenageados do São João de Recife e do Prêmio Tim de Música. Por sua história de quase cinquenta anos de carreira, discípulo do mestre Luiz Gonzaga, Dominguinhos tem história marcante na música brasileira. Já participou de vários discos de quase todos os artistas brasileiros, desde Fagner e Zé Ramalho, até Chico Buarque e Roberto Carlos. Desde Amelhinha e Elba Ramalho até Maria Bethânia e Gal Gosta. Na área da composição, já dividiu criações com artistas como Gilberto Gil, Chico Buarque e Nando Cordel. Lamenta não ter feito algo com Vinícius de Moares, pois quase tiveram uma composição juntos.

Dominguinhos já foi tema desse blog em 25/01, num post que enfatiza um de seus grandes projetos: o disco em homenagem a seu grande mestre Luiz Gonzaga, onde divide vocais com grandes nomes da música brasileira. Além desse disco, ele acumula sucessos inesquecíveis do povo brasileiro como Abri a porta, De volta pro aconchego, Dedicado a você, Eu só quero um xodó, Gostoso demais, Isso aqui tá muito bom, Lamento sertanejo, Tantas palavras, Tenho sede, entre outros. É um músico digno de todas as homenagens, não apenas por sua afinadíssima sanfona, mas pelo ser humano humilde e verdadeiro que passa, através de sua musicalidade, toda sua dedicação à arte a um povo apaixonado pela boa música. Abaixo a letra de Abri a porta, composição em parceria com o ministro Gilberto Gil:

Abri a porta
(Dominguinhos e Gilberto Gil)

Abri a porta
Apareci
A mais bonita
Sorriu pra mim

Naquele instante
Me convenci
O bom da vida
Vai prosseguir

Vai prosseguir
Vai dar pra lá do céu azul
Onde eu não sei
Lá onde a lei
Seja o amor

E usufruir do bem, do bom e do melhor
Seja comum
Pra qualquer um
Seja quem for

Abri a porta
Apareci
Isso é a vida
É a vida, sim

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gal Costa canta Tom Jobim

Esse é um dos meus cds/dvds favoritos, um dos melhores trabalhos dos últimos 10 anos. A diva Gal Costa interpretando clássicos do maestro soberano Tom Jobim. Lançado em 1999 em cd e dvd, reune clássicos do Tom e seus vários parceiros como Newton Mendonça, Dolores Duran, Chico Buarque e Vinícius de Moraes.

Começamos com a orquestra regida pelo grande maestro Cristóvão Bastos e em seguida um suave violão e a voz doce e inconfundível da Gal em Fotografia. Confesso que é de arrepiar ouví-la cantando: "Eu, você, nós dois, aqui nesse terraço a beira-mar..." Em seguida, na mesma linha romântica, Gal interpreta como ninguém a faixa Por causa de você, que guarda uma história curiosa: Dolores ouviu a música de Tom que Vinícius daria letra e fez antecipadamente a composição que conhecemos hoje e ainda mandou um recado para o poeta - "Vinícius, outra é covardia". O poeta que também teria feito um trabalho excepcional, foi cavalheiro com Dolores e, ganhamos mais esse clássico. Mas, o disco tem outras levadas e a seguir, Gal arrasa com o clássico Garota de Ipanema, numa versão em português e inglês. A língua americana também aparecerá mais a frente com Bonita, interpretada nessa língua.

Gal passeia facilmente entre clássicos do Tom como Wave, Estrada do sol, Brigas nunca mais, Desafinado, Corcovado, Anos dourados, Piano na mangueira, Falando de amor, Lígia e arrasa em interpretações fantásticas de Se todos fossem iguais a você, Chega de saudade (com direito a corinho do público), Samba do avião, Chovendo na roseira e A felicidade. Ainda apresenta canções nem tão exploradas do eterno maestro como Derradeira primavera, Esquecendo você, Tema de amor por Gabriela, Janelas abertas e Frevo. E é nessa cadência que o show cresce a cada instante numa alternância entre um samba-canção, uma bossa nova e um samba da melhor safra Tom Jobim, com direito a bolero em parceria com Chico - Anos dourados e até frevo.

Estrada do sol está presente apenas no cd. Algumas canções já foram interpretadas pela Gal em outros trabalhos, mas a versão nesse projeto é inédita e ao vivo. Nos extras do dvd, Gal afirma que era uma das intérpretes favoritas do Tom, que deixa muita saudade ao visitar sua obra. Realmente, a baiana sempre passeou nessa praia, a exemplo do grande sucesso Desafinado e também Caminhos cruzados, que não entrou nesse trabalho. É simplesmente um projeto lindo, sofisticado que mostra porque o seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de maio de 2008

Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...

Essa frase da música brasileira é bastante reflexiva. A canção, idem, atualíssima. Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, ou simplesmente Belchior é mais um grande cantor/compositor que o Ceará apresenta para o mundo. Durante sua infância foi cantador de feira e poeta repentista, algo bastante comum na época nas feiras livres do Nordeste do país.

Após abandonar o curso de medicina, dedicou-se inteiramente à música. Já no Rio de Janeiro, venceu o Festival Universitário da Mpb em 1971, com a canção Na hora do almoço.

Elis Regina foi sua madrinha musical, pois em 1972 gravou sua composição Mucuripe, em parceria com Fagner e regravada depois pelo rei Roberto Carlos. A gravação de Elis abriu portas para seu primeiro disco em 1974. A partir de então, seus sucessos alcançaram o povo brasileiro e outros cantores também puderam interpretar criações suas: Como nossos pais, Apenas um rapaz latino-americano, Medo de avião, Paralelas, Velha roupa cigana, entre outras são lembradas e regravadas por muitas pessoas da música brasileira.

Belchior anda meio afastado da mídia mas segue fazendo seus shows e encantando seu público fiel que canta sempre junto seus sucessos, sobretudo os mais populares. Quem nunca cantou o início de medo de avião? Quem não admira a interpretação de Paralelas que Elba Ramalho e tantos outros cuidaram tão bem? E quem não se emociona com a interpretação de Elis Regina pra essa canção abaixo?:

Como nossos pais
(Belchior)

Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa

Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz

Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova nova estação

Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos Como nossos pais

Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que tô por fora ou então que tô inventando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem

Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos Como os nossos pais...

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de maio de 2008

Erasmo Carlos convida

"Nunca na história desse país, e desta vez é verdade, uma dupla de compositores criou tantos sucessos e clássicos como Roberto e Erasmo Carlos, que o tempo faz cada vez melhores". Essa frase do Nelson Motta poderia iniciar esse post e encerrá-lo. Erasmo já nos presenteou com dois discos de duetos de arrasar qualquer apaixonado pela boa música. Capas apresentadas nesse post.

Em 1980, Erasmo Carlos convida com alguns clássicos de seu repertório e de seu parceiro, dividindo os vocais com grandes nomes da música e alguns novatos da época. Em pouco tempo, Erasmo conseguiu reunir um grupo inédito em um único projeto como Gal Costa (Detalhes), Rita Lee (Minha fama de mau), Caetano Veloso (Quero que vá tudo pro inferno), Gilberto Gil (Mané João), Maria Bethânia (Cavalgada), Wanderléa (Na paz do seu sorriso), Tim Maia (Além do horizonte), Jorge Benjor (O comilão), Nara Leão (Café da manhã), Frenéticas (Se você pensa), A cor do som (Sou uma criança, não entendo nada) e o seu grande amigo Roberto Carlos (Sentado à beira do caminho). Todos achavam que seria difícil ter tantos nomes em um só projeto, mas Erasmo mostrou que isso era possível e mais que isso, lançou um projeto a frente de seu tempo com direito a lançamento pelo selo nobre da então Phillips. Sucesso nacional, o disco ainda é encontrado em box do Erasmo, lançado recentemente.

Em 2007, Erasmo repetiu a dose e lançou o Erasmo Carlos convida II. O propósito seria reunir nomes que não tinham participado do projeto anterior e seguir os mesmos moldes, canções de seu repertório e do repertório do rei da jovem guarda. Os novos duetos foram Lulu Santos (Coqueiro verde), Chico Buarque (Olha), Skank (A banda dos contentes), Marisa Monte (Tema de Não quero ver você tão triste), Zeca Pagodinho (Cama e mesa), Los Hermanos (Sábado morto), Adriana Calcanhoto (Ilegal, imoral ou engorda), Djavan (De tanto amor), Simone (Vou ficar nu pra chamar sua atenção), Kid abelha (O portão), Os cariocas (Pão de açúcar) e Milton Nascimento (Emoções). Com artistas contemporâneos e alguns veteranos, esse disco conta também com a versão do making off de sua gravação. Cada convidado trouxe, além de sua voz, arranjos, idéias e concepções para as novas leituras de clássicos de nossa música brasileira. Bárbaros os novos arranjos de Olha, Emoções, Coqueiro verde...

Nesses projetos, podemos observar gente que nunca cantou RC/EC se deleitando em interpretações fantásticas. Estilos diferentes juntos em canções de amor que são o retrato do Brasil apaixonado. Erasmo tem carisma, talento e é um gênio. Isso todo mundo já sabe! E, também tem convidados e idéias para muitos outros projetos como esses. Que venha o Erasmo Carlos convida 3, 4, 5... porque esse artista tem musicalidade infinita... E vou finalizar com outra frase do Nelson Motta : "O tempo só fez bem a Erasmo, que está cantando cada vez melhor e sempre nas melhores companhias".

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O pianista Richard Clayderman

Richard Clayderman é o nome artístico do pianista francês Philippe Pagés. A música instrumental sente-se abençoada pelas notas elegantes emitidas por esse músico mundialmente conhecido.

Romântico, popular e clássico, é assim que se define o pianista que conquistou todos os continentes com mais de 65 milhões de discos vendidos e um carisma reconhecido em cada nota de suas interpretações. "Eu me alegro de ter um público e poder fazer concertos pelo mundo todo, é o que realmente me importa", afirma o francês que tinha pai professor de piano e que já com seis anos de idade lia as canções com mais facilidade.

Aos 12 anos de idade fez conservatório e em 1976 lançou seu primeiro e grande sucesso Ballade pour Adeline, reconhecida e executada no mundo inteiro, sobretudo em eventos de casamentos e festas de 15 anos. A partir daí, Richard interpretou todos os grandes compositores do mundo, passeando por Beatles, Sinatra, trilhas sonoras de filmes, tangos, boleros, músicas italianas, francesas, enfim, clássicos da melodia mundial.

A relação de Richard com o Brasil é muito forte. Existe uma admiração muito grande pelos compositores do Brasil. Já gravou discos sobre bossa nova e com vários outros compositores como Roberto Carlos e Erasmo Carlos, Djavan, Pixinguinha, Tom Jobim, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Ivan Lins, entre outros, sendo mais um porta-voz da música instrumental ao mundo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de maio de 2008

O show tem que continuar...

O show tem que continuar com o samba fascinante de Beth Carvalho, essa grande intérprete que emociona o Brasil há décadas. Desde criança já era fascinada pela música, quando ouvia Aracy de Almeida, Silvio Caldas e Elizeth Cardoso, todos amigos de seu pai, advogado. A avó tocava bandolim e a mãe, piano clássico, o que levou Beth a alguns anos depois tornar-se professora de música.

Nos anos 60 teve destaque nos festivais de música, ficando em 1968, em terceiro lugar no Festival Internacional da canção com a música Andanças de Paulinho Tapajós, Danilo Caymmi e Edmundo Souto. Nascia aí um clássico brasileiro, uma voz talentosa e inconfundível e uma grande sambisa, exploradora desse estilo, navegando por nomes como Nelson Sargento, Cartola, Chico Buarque e Jorge Aragão.

Alguns dos sucessos de Beth, se tornaram clássicos da música brasileira, alcançando até outros planetas como Coisinha do pai (Jorge Aragão e Nelson Cavaquinho), que aterrissou em Marte através do robô da Nasa. Outros sucessos da Beth são A jardineira, Acontece, Ainda é tempo pra ser feliz, Apesar de você, As rosas não falam, Carinhoso, Do fundo do nosso quintal, Folhas secas, Mel na boca, Meu guri, Triste madrugada, Vou festejar entre tantas outras.

Beth Carvalho também é tida como madrinha de muitos artistas reconhecidos hoje em dia como Jorge Aragão, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila, Sombrinha, Arlindo Cruz, Quinteto em Branco e Preto, Zeca Pagodinho, Yamandú Costa e Alessandro Penezzi. Em 2007 lançou um dvd com os sambas da Bahia e a participação de grandes nomes como Gil, Caetano, Bethânia, Margerth, Ivete, Daniela, entre outros.

Beth Carvalho é daquelas vozes que esperamos sempre ouví-la cantando e encantando esse país, pois quando ouvimos suas canções sabemos que vamos festejar, que vai ter mel em nossa boca e que o show vai sempre continuar...

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de maio de 2008

Se eu digo pare, você não repare...

Zeca Baleiro é um dos nomes da música contemporânea. José Ribamar Coelho dos Santos é natural de São Luís, mas foi em São Paulo que obteve seu reconhecimento nacional. O apelido surgiu porque desde criança sempre gostou de balas, daí surgiu o termo "baleiro".

Compositor de sucessos como Flor da pele, Lenha, Proibida pra mim e Palavras e silêncio, respectivamente gravadas por Gal Costa, Simone, Charles Brown Jr. e Fagner, Zeca também interpreta outros artistas como Roberto Carlos, Zé Ramalho e Fagner, com quem já gravou um disco recentemente.

Ele já participou de discos de diversos artistas, tidos como ídolos seus como Gal Costa, em acústico mtv, com a canção Flor da pele, que fez inspirado em Vapor barato, sucesso da baiana; Alceu Valença, no recente dvd do pernambucano, divide a faixa Vassourinha aquatica e com Elba Ramalho, no cd Cirandeira, em que também toca violão na faixa Alma nua.

Mas, a parceria mais marcante, no quesito trabalhos realizados é com Fagner. O cearense que é veterano em discos com outros artistas e duetos, como os dois discos que fez com Luiz Gonzaga, foi generoso e, após regravar algumas composições e duetos com Zeca, partiu para um projeto mais ambicioso, um disco com composições da dupla e gravado pelos dois, em 2003, onde mesclamos a genialidade e experiencia do cearense com a modernidade do maranhense e dois artistas do Nordeste do Brasil para o mundo.
Zeca, com seu violão afinado e seu jeito calmo de interpretar as canções só vem mostrar que se ele disser pare, não reparemos o que possa parecer, porque com certeza, do Zeca, sempre virá uma musicalidade respeitável.



Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de maio de 2008

Eu vejo um museu de grandes novidades...

Cazuza é sem sombra de dúvida um dos grandes nomes do rock brasileiro de todos os tempos. Do início dos anos 80, com o Barão Vermelho até o final da década com sua carreira solo, conseguiu deixar na música brasileira sua marca de irreverente, romântico e polêmico. Tentou desmascarar o país, numa época pós-ditadura.

No início dos anos 80, junto com Frejat, Dé, Maurício e Guto, fundaram a banda Barão Vermelho. Gravaram um disco simples em 1982, com o pai de Cazuza - João Araújo, diretor da Som livre que, relutante não pensou muito numa carreira assim para seu filho. Entretanto o primeiro reconhecimento veio rápido e por parte de Caetano Veloso que incluiu o sucesso Todo amor que houver nessa vida em show e criticou as rádios por não tocarem aquela banda. Começava aí a carreira curta e marcante de Agenor de Miranda Araújo Neto, que só aceitou seu primeiro nome quando soube que Cartola, um de seus ídolos, também tinha esse nome.

O segundo disco da banda foi mais marcante, mas ainda não vendeu tanto, embora viesse com o clássico Pro dia nascer feliz, regravado por Ney Matogrosso. Em 1984 com o filme Bete Balanço e a música feita por encomenda, o Barão chegou ao grande público, com sucessos como Maior abandonado. Em 1985, Cazuza segue carreira solo e deixa a banda após a primeira edição do Rock in Rio.

E a carreira solo apresenta o Cazuza de corpo e alma com canções arrasadoras como Exagerado, Codinome Beija-flor, O nosso amor a gente inventa, Ideologia, Brasil, Faz parte do meu show, O tempo não pára, Preciso dizer que te amo, e interpretações fantásticas como O mundo é um moinho do Cartola.

Cazuza está no andar de cima, mas sua canção é sempre atual, marcante, tanto é que outros roqueiros seguiram sua linha como Cassia Eller, que interpretou como ninguém a canção Malandragem. E até outros intérpretes como Nelson Gonçalves que interpretou Faz parte do meu show ou Simone, que imortalizou Codinome Beija-flor e tantos outros se renderam ao seu trabalho memorável. Em 2004 foi lançado o filme Cazuza (o tempo não pára) relatando a carreira desse grande astro da música brasileira.

E muitas são as frases reflexivas deixadas como "Tuas idéias não correspondem aos fatos, o tempo não pára..." ou "Nessa novela não quero ser seu amigo, eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem enganos..." ou "Meu cartão de crédito é uma navalha, Brasil mostra tua cara..." ou "Pra quê usar de tanta educação pra destilar terceiras intensões...?" enfim, letras inesquecíveis relembradas sempre por outros intérpretes como Gal Costa, Maria Bethânia, Luiz Melodia, Fábio Jr., entre outros. Ficamos com a letra de Preciso dizer que te amo, uma das minhas favoritas dele, interpretadas por ele mesmo, Marina Lima e Emílio Santiago:

Preciso Dizer Que Te Amo
(Dé/Bebel Gilberto/Cazuza)

Q
uando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo!
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo ,tanto...

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo

E nessa novela eu não quero ser teu amigo, que amigo!?
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo, tanto...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Os ao vivos do Chico 2...

Continuando a falar dos grandes discos ao vivo do Chico Buarque, hoje abordaremos o Chico Buarque - As cidades ao vivo de 1999. Gravado durante a turnê As cidades, explora canções mais recentes e também grandes clássicos do Chico em um disco duplo!

O cd começa com o Chico homenageando a classe artística de quem tanto se orgulha com a faixa Paratodos. Depois segue uma sequência de sambas de sua safra como Amor barato, A noiva da cidade, A volta do malandro e Homenagem ao malandro. A ostra e o vento traz essa lindíssima valsa composta pelo Chico para o filme de mesmo nome. O lado intérprete aflora em Sem você de Tom e Vinícius, uma das poucas regravações que o Chico fez em sua carreira.

Com arranjos do maestro Luis Cláudio Ramos, e parceiro na composição da faixa Cecília, o disco conta com músicos de peso como a pianista Bia Paes Leme e o baterista Wilson das Neves, que sempre acompanha o Chico em suas turnês. A partir de Aquela mulher, uma sequência de clássicos interpretados pela alma feminina como Sob medida, O meu amor, Teresinha, além de Injuriado e Quem te viu, quem te vê, grande clássico que emociona pela lembrança!

O segundo disco abre com As vitrines, seguindo por Iracema Voou, Assentamento, Como se fosse a primavera e o clássico Cotidiano, contrariando quem diz que o Chico todo dia faz tudo sempre igual. Em seguida, apresenta a banda com a faixa Bancarrota blues, seguindo Xote de navegação e o grande clássico Construção, com um novo arranjo de arrasar!

E o show se finaliza com Sonhos sonhos são, Carioca, Capital do samba/Chão de esmeraldas e Futuros amantes, numa homenagem à cidade do Rio de Janeiro. Não poderiam faltar clássicos consagrados do Chico como Vai passar e João e Maria.

É um grande disco que figura entre os melhores do Chico Buarque. Um fato curioso é que esse disco saiu em duas versões, duas capas diferentes, apresentadas nesse post. Foi também lançada uma versão em dvd, com o Chico comentando algumas passagens de sua vida e muitas dessas canções mencionadas do cd cantadas ao vivo. Um disco que resgata alguns clássicos não interpretados no ao vivo anterior e apresenta outras canções também candidatas a clássicas no repertório desse grande compositor da história da música brasileira.

Um forte abraço a todos!