domingo, 31 de agosto de 2008

O novo disco!?

Ao ouvir um cd de Julio Iglesias de 1989, Romances, me deparei com uma pergunta de alguém que passava: Esse é o novo cd dele? De início, compreendi que por essa pessoa não conhecer a discografia do Julio, e por este apresentar uma qualidade sonora sempre tão elevada, essa pergunta sempre faria sentido. Mas, isso me despertou outras discussões: Nós que crescemos com lançamentos anuais, não apenas do Julio, mas de tantos outros artistas, sobretudo os brasileiros, temos hoje um espaçamento maior entre os lançamentos de dois, cinco ou mais anos. Tudo isso porque o mercado fonográfico simplesmente faliu!

A pirataria não permite à gravadora e, por tabela, ao artista, lucros com seu trabalho. Os discos tem produções caras, com despesas que vão desde o pagamento de músicos até os trabalhos de divulgação e marketing, encontrando por esse caminho os direitos autorais, o trabalho de confecção gráfico, aluguel de estúdio, impostos, etc. E simplesmente o ambulante copia o trabalho e o vende com gastos mínimos de uma mídia virgem. Na hora da divulgação do produto, outro problema: as rádios andam presas a modismos e não tocam mais os bons artistas, de um modo geral. Apenas uma ou outra rádio especializada em música brasileira de qualidade faz esse trabalho, mesmo assim, por sua auto-seleção acaba soando como elitista.

Por outro lado, o produto sai da fábrica a um preço e chega ao consumidor, via lojas virtuais ou não, por outro preço com margem altíssima de lucro para vendedores. O poder aquisitivo da população de um modo geral é baixo para adquirir um cd, que nas lojas custa em torno de R$ 30,00, quando nas bancas de pirataria, encontramos o mesmo copiado por R$ 3,00.

Esse tema é polêmico e envolve muitos outros argumentos e conhecimentos que as meras palavras acima. Mas, voltando para as novas canções, os penalizados somos nós mesmos que vemos o tempo passar e perdemos as novas criações dos nossos artistas preferidos, pela ausência de motivação diante um mercado em decadência plena. Sinto saudades da época em que visitava as lojas e conferia os lançamentos dos principais artistas da música brasileira. O do Roberto Carlos então, nem se fala, o quanto aguardava esse momento, mas isso é outra história que contarei outro dia. Fica apenas aquele trecho de uma canção do Skank: "Não quero estar sendo mal, moralista ou banal, aqui está o que me afligia..." Gostaria de sua opinião a respeito do tema!

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de agosto de 2008

Roupacústico

Um dos melhores projetos dos últimos anos foi o lançamento do cd/dvd Roupacústico em 2004, 18º da carreira do grupo e continuado em 2006 com Roupacústico 2. Na realidade, o segundo projeto foi mais um complemento do primeiro, com alguns sucessos que ficaram de fora desse trabalho que trouxe de volta à mídia uma das melhores bandas românticas do Brasil, formada por Serginho, Paulinho, Kiko, Nando, Feghali e Cleberson, que produziram esse grandioso trabalho. Abordaremos hoje o primeiro Roupacústico.

Com esse disco, o grupo estreava seu próprio selo, o Roupa Nova music. O cd traz 19 canções por questões de espaço, enquanto o dvd, 25. Gravados no então Olympia, em São Paulo, contou com a participação de músicos como Milton Guedes, Eduardo Souto Neto, além das vozes de Ed Motta e Chitãozinho e Xororó. O show é um resgate dos grandes sucessos da banda, começando por Whisky a go go, A força do amor, Canção de verão, Seguindo no trem azul, Volta pra mim, Anjo e Linda demais.

À flor da pele é apresentada como inédita até então, seguida de Clarear e A lenda, que foi imortalizada pela dupla Sandy e Júnior. Ed Motta é convocado, com toda sua musicalidade e simplicidade para dividir os vocais em Bem Simples. Na sequência, mais clássicos como Meu universo é você, A viagem, Coração Pirata, Sapato velho e Dona. Em seguida, um novo dueto com Chitãozinho e Xororó, (já haviam gravados juntos a canção Frio da solidão, no disco da dupla), agora na canção Já nem sei.

A canção Roupa Nova, composta especialmente para o grupo por Milton Nascimento foi outro momento emocionante no palco, seguida de Corações psicodélicos, Amar é... e Chuva de prata, clássico do repertório da Gal Costa. No momento homenagens, a primeira, apenas vocais para o medley Yesterday/Hey Jude em homenagem aos Beatles; a segunda com o maestro Eduardo Souto Neto e o Tema da Vitória, mais conhecido pelo Tema de Ayrton Senna. E chegamos ao final do espetáculo com Show de Rock´n Roll e Razão de viver, essa última, outra inédita.

Uma oportunidade única de reviver sucessos que acompanham gerações e, sobretudo para nos sentirmos abastecidos pelos clássicos de uma banda que sempre apresenta um excelente trabalho com músicos de altíssimos gabaritos e com um repertório inesquecível para todo apaixonado pela música brasileira.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Nos horizontes do Brasil

Outra grande cantora, compositora e pianista, diretamente de Belém do Pará: Leila Toscano Pinheiro. Aos dez anos já estudava piano. Seu pai era gaitista e foi forte influência, além dos movimentos de Bossa Nova, Tropicália e Jovem Guarda. No início dos anos 80, desistiu do curso de Medicina e dedicou-se à peça Sinal de partida, onde estréia como cantora profissional. Em 1981 já residindo no Rio de Janeiro, grava seu primeiro Lp.

Seu sucesso veio mesmo após o prêmio de cantora revelação no Festival dos festivais da Rede Globo em 1985, onde interpretou a canção Verde, um grande sucesso de seu repertório. Seus discos, sob a direção de Roberto Menescal, se tornaram lançamentos premiados sobretudo o Bênção Bossa Nova, em homenagem aos 30 anos do movimento musical. No Japão, esse mesmo disco atingiu 200 mil cópias, sendo o disco mais vendido desse gênero até então. Leila ainda gravaria outro disco em homenagem à Bossa, Isso é Bossa Nova, em 1994 e também discos tributos aos compositores Guinga e Aldir Blanc, e Ivan Lins e Gonzaguinha, com Na ponta da língua e Reencontro, respectivamente.

Outros discos destaques de Leila são Coisas do Brasil - 1993, Mais coisas do Brasil - 2001 e Nos horizontes do mundo - 2005, onde interpreta grandes nomes da música brasileira, além de composições próprias. São sucessos do seu repertório: Ah! se eu pudesse, O barquinho, O amor em paz, Andar com fé, Caminhos cruzados, Chega de saudade, Corcovado, Coração vagabundo, Diga lá coração, É..., Ela é carioca, Espere por mim morena, Garota de Ipanema, Iluminados, Lembra de mim, Mais uma vez, Meditação, Monte castelo, Nada por mim, Preciso aprender a ser só, Samba de verão, Que maravilha, Renata Maria, Resposta ao tempo, Samba da bênção, Samba do avião, Sentado a beira do caminho, Vitoriosa, Você em minha vida, entre outros, que caracterizam uma voz suave e doce de se ouvir e uma musicalidade agradável aos ouvidos de qualquer amante da boa música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Os compositores do Brasil - 6

A série Compositores do Brasil homenageia um grande nome contemporâneo da nossa música brasileira: Paulo Sérgio Valle. Na década de 70, ainda aviador, começou a compor suas canções com seu irmão Marcos Valle, até trocar a aviação pela música. Marcos fazia as músicas e Paulo, as letras. Foi assim que a música brasileira conheceu grandes pérolas como Samba de verão, Preciso aprender a ser só, Viola enluarada, entre outras.

Por essa mesma época, também estabeleceu parcerias com outros grandes nomes como João Donato e Taiguara. Uma das canções mais famosas de final de ano é de sua autoria, juntamente com Marcos e Nelson Motta: O jingle Um novo tempo da Rede Globo.

Em parceria com Eduardo Lages, o maestro do rei, compôs vinte canções gravadas pelo Roberto, entre elas Cenário, Confissão, Eu quero voltar pra você, Coisas do coração, Momentos tão bonitos, Como foi, Assunto predileto, entre outras. E com o próprio Roberto, compôs para a peça infantil Sonho de Alice, estreada por Mirian Rios, na década de 80. Por essa época também estabeleceu contato e composições com Chico Roque, José Augusto, Michael Sullivan, Nenéo, etc.

Com Hebert Viana, escreveu uma das mais belas canções dos últimos anos: Se eu não te amasse tanto assim, imortalizada por Ivete Sangalo. Outras canções suas, com diversos compositores, alguns citados aqui são: Evidências, Você me vira a cabeça, Abandonada, Aonde quer que eu vá, Essa tal liberdade, Paixão antiga, Tanta solidão, Separação, Quando você não está aqui, entre tantas canções que já compuseram nossa trilha sonora e hoje aprendemos um pouco sobre o criador dela, esse grande letrista e poeta da música brasileira que tanto canta nosso cotidiano, nossos amores, enfim, nossa vida!

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de agosto de 2008

Deixa eu me deitar na tua praia...

Antônio Carlos Moreira Pires, o baiano Moraes Moreira é o nosso tema de hoje. Natural de Ituaçu, sertão baiano, começou tocando sanfona nas festas de São João e outros eventos municipais. Ao mudar-se para Salvador, aprendeu violão com Tom Zé, além de se aproximar do rock, esquecendo medicina, curso que faria, e dedicando-se à música.

Mais tarde, ao conhecer Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão formou o grupo Novos baianos, sendo compositor de quase todos os temas do grupo com Luiz Galvão. A partir de 1975, segue carreira solo, se dedicando sobretudo ao carnaval e aos temas carnavalescos como marchinhas, frevos, sambas e todos os ritmos que animassem a festa, com fortes influências de Braguinha, Zé Kéti e Lamartine Babo, entre outros. Foi cantor do Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar e lançou em 1978 o sucesso "Pombo Correio", música instrumental da dupla que ele colocou letra.

Daí pra frente, grandes sucessos sob sua interpretação ou com outros intérpretes como Gal Costa que imortalizou Festa do interior. Sucessos como Bloco do prazer, Brasil pandeiro, Lá vem o Brasil descendo a ladeira, Preta pretinha, Sintonia, Pão e poesia, Meninas do Brasil, Acabou chorare, Dê um rolê, entre outras. O disco Acabou chorare, ainda na época dos Novos baianos é antológico para a música brasileira. O mais recente trabalho do Moraes foi lançado em 2003, Meu nome é Brasil, tendo como tema o Brasil ao qual tanto se dedica com sua musicalidade.

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de agosto de 2008

Antônio Carlos Jobim em Minas ao vivo...

Eis aqui um show com voz e piano dos mais suaves que encontramos na música brasileira. Em 15 de março de 1981, Tom Jobim se apresentou no Palácio das Artes em Belo Horizonte, com um recital que rendeu o cd do qual falaremos hoje, onde Tom homenageia seus parceiros e alguns dos principais sucessos de sua carreira, sua enorme contribuição à música brasileira.


Um trabalho lindo que mostra um Tom que não esquece ao piano as bobagens de amor, que julga dizer. O show é iniciado com Desafinado, canção que homenageia Newton Mendonça e que Tom lembra ser uma espécie de gênese do seu reconhecimento, posteriormente por intérpretes como João Gilberto. Ainda da safra com Newton temos Samba de uma nota só. Com Dolores Duran, outra grande parceira, Tom relembra Por causa de você e, só instrumental do piano, Estrada do Sol.

Mas, é com Vinícius de Moraes que Tom fez a maioria de seus clássicos, presentes nesse trabalho como Se todos fossem iguais a você, Água de beber, Eu não existo sem você, Eu sei que vou te amar, Modinha, Chega de saudade e Garota de Ipanema, que encerrou o show. Aloysio de Oliveira também foi lembrado nas parcerias em Dindi e Eu preciso de você. Chico Buarque também esteve presente na composição de Retrato em branco e preto. Da safra de composições em que o Tom teve como parceiro apenas seu fiel piano estão presentes Corcovado, Lígia, Falando de amor e Águas de março.

Tom conta curiosidades de sua carreira em algumas canções que interpreta como em Desafinado em que brinca dizendo “ninguém quis gravar, os editores não queriam editar e nem João Gilberto quis nada com ela", ou em Por causa de você, onde conta como a Dolores fez a letra: "Toquei a música, ela tirou o lápis de sobrancelha da bolsinha, em cinco minutos escreveu a letra e botou assim: Vinícius, dois pontos. Outra letra é covardia”. Ou como foi o início da parceria com o Vinícius: “Ele era diplomata e veio de Paris com a idéia de fazer uma peça de teatro chamada Orfeu da Conceição. Chegou no Rio e procurou um músico para compor com ele as músicas da peça... Lúcio Rangel me apresentou ao Vinícius, que me levou ao grande mundo carioca, em casas com pianos de cauda e senhoras bem lavadas. Eu andava com uma pastinha cheia de arranjos, competindo com o aluguel. Perguntei: Escuta tem um dinheirinho nisso? Lúcio ficou escandalizado: ô Tom Jobim, esse aí é o poeta Vinícius de Moraes. Eu digo, ah, bom!” Ou sobre o Chico Buarque onde cita: “parceiro meu de olhos azuis, que dizem que são verdes, depende da luz do dia. O rapaz é um gênio, é craque mesmo, tipo Pelé, Garrincha”.

Repertório, piano, maestro e compositor divino. Um disco histórico, como tudo que se refere a Tom Jobim, o maestro soberano, criador de tantas obras poéticas de um país marcado pelo amor e pela natureza poética de suas paisagens!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Elymar Popular...

O Brasil possui grandes intérpretes. O carioca Elymar Santos é um dos mais populares dessa área. Batizado com o nome de Elimar, nasceu no Morro do Alemão e cresceu em meio à favela. Trocou o ‘i’ de seu nome pelo ‘y' quando começou a cantar em barezinhos e churrascarias ainda na adolescência. Tornou-se razoavelmente conhecido ao ganhar concursos de calouros nos programas de Chacrinha e Flávio Cavalcanti. Antes de adquirir um estilo próprio, imitava Cauby Peixoto, seu grande ídolo.

Elymar atingiu o sucesso e reconhecimento nacional num lance de ousadia: vendeu tudo o tinha para fazer um espetáculo na maior casa de shows do Rio e das mais importantes do país, o Canecão, em 1985. Conseguiu lotar a casa e firmar-se como grande nome na música brasileira, interpretando canções geralmente românticas, especialmente boleros. Entre 1991 e 2000 foi homenageado quatro vezes por escolas de samba do Rio e de São Paulo, com o enredo de sua história, marcada por essa ousadia.

Elymar já interpretou canções como A noite do meu bem, Alguém me disse, Apelo, Aquarela do Brasil, Bandeira branca, Bilhete, Brigas, Cabecinha no ombro, Carinhoso, Devolvi, Eu nunca mais vou te esquecer, Eu sei que vou te amar, Fascinação, Fica comigo essa noite, Gente humilde, Lábios de mel, Matriz ou filial, Medo da chuva, Explode coração, Negue, Nem às paredes confesso, Nervos de Aço, Nunca, Nada além, Pensando em ti, Por isso corro demais, Preciso aprender a ser só, Pro dia nascer feliz, Romaria, Sentimental demais, Súplica cearense, Sonhar contigo, entre tantas outras, provando seu ecletismo como intérprete e sua versatilidade rítmica profissional! E isso criou seu alicerce, sendo hoje reconhecido por ser um dos maiores intérpretes do país, navegando com muita propriedade pela música brasileira e seus diversos compositores!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Meu mundo é você quem faz...

Marina Lima é mais uma cantora talentosa, mas meio esquecida da mídia atual! Natural do Rio de Janeiro, morou nos Estados Unidos e ainda na infância ganhou um violão do pai, para matar as saudades da terra natal. Sua carreira pode ser contada a partir de 1977, quando Gal Costa gravou seu primeiro sucesso: Meu doce amor. Sua parceria mais constante se forma com seu irmão e poeta Antônio Cícero.

Lançou seu primeiro Lp em 1979, interpretando sucessos próprios e de Caetano Veloso, Dolores Duran e Ângela Rô Rô. Seu primeiro sucesso nas rádios veio com Nosso estranho amor, composto e gravado em parceria com Caetano. E a partir daí, grandes hits radiofônicos como À francesa, Ainda é cedo, Eu não sei dançar, Eu te amo você, Eu vi o rei, Fullgás, Garota de Ipanema, Mesmo que seja eu, Nada por mim, Pierrot, Preciso dizer que te amo, Uma noite e meia, entre outras.

Apesar de algumas depressões, Marina segue fazendo seus shows e curtindo seu público cativo, com seu estilo e influências que vão da Bossa Nova até a Música Eletrônica, passando pelo Pop Rock. Outra curiosidade de sua carreira é que ao estrear a MTV no Brasil, o primeiro clipe ao qual assistimos foi com Marina interpretando Garota de Ipanema. Em 2003, Marina sela uma nova parceria com a MTV com seu acústico! E prova que seu mundo é você, seu grande público, quem faz e reconhece a cada show, a cada novo lançamento, a sempre talentosa Marina!

Um forte abraço a todos!

domingo, 17 de agosto de 2008

Estrela Caymmi...

Amigos, ontem foi ao andar de cima Dorival Caymmi. Simplicidade e musicalidade: são essas palavras que definem mais um grande nome da música brasileira que se vai! Caymmi já foi tema de post nesse blog no dia 23 de março! E toda e qualquer homenagem deve ser a mais singela possível para que combine com esse estilo musical único que o Caymmi se tornou! Seus filhos e amigos seguem divulgando suas poucas, mas inesquecíveis canções! Obra que marcou a música brasileira, em sua maioria grandes clássicos:

"Ah insensato coração, por que me fizeste sofrer? Porque de amor para entender é preciso amar, por quê..."

"Ela mexe com as cadeiras pra cá, ela mexe com as cadeiras pra lá, ela mexe com o juízo do homem que vai trabalhar..."

"Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu..."

"Onde vais morena Rosa, com essa rosa no cabelo e esse andar de moça prosa...?"

"Se fizer bom tempo amanhã eu vou, mas se por exemplo chover, não vou!..."

"O amor acontece na vida, estavas desprevenida e por acaso eu também..."

"É tão tarde, a manhã já vem, todos dormem, a noite também..."

"Depois num bar à meia-luz: Copacabana. Eu esperei por essa noite uma semana..."

"E assim adormece esse homem, que nunca precisa dormir pra sonhar..."

E nós ficamos com a letra de Você não sabe amar, uma das mais lindas do Caymmi e essa singela homenagem a essa estrela que brilha no céu até onde a vista não mais alcança, ao lado de grandes nomes da música brasileira como Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Gonzaga Jr., Nelson Gonçalves, Pixinguinha, Noel Rosa, Vinícius de Moraes, Cartola e tantas outras estrelas da magnitude do Caymmi!

Você não sabe amar
(Dorival Caymmi)

Você não sabe amar, meu bem
Não sabe o que é o amor
Nunca viveu, nunca sofreu
E quer saber mais que eu

O nosso amor parou aqui
E foi melhor assim
Você esperava e eu também
Que esse fosse seu fim

O nosso amor não teve querida
As coisas boas da vida
E foi melhor para você
E foi também melhor pra mim

Um forte abraço a todos!

sábado, 16 de agosto de 2008

Nando Cordel Acústico

Em 1999, Nando Cordel, esse grande compositor nordestino lançou seu trabalho acústico! Um apanhado que reuniu seus maiores sucessos em sua interpretação e na voz de grandes nomes da nossa música brasileira!

O trabalho começa com Coração da gente, tema da novela Tropicaliente, na voz de Elba Ramalho. Em seguida, outro clássico da obra do Nando e da música brasileira: De volta pro aconchego, que também foi sucesso na voz da Elba na inesquecível Roque Santeiro. Aqui desfrutamos dos violões e a interpretação suave de Nando. Na sequência, Doido pra te amar que foi sucesso na voz do próprio Nando na novela Tieta.

Gostoso demais é mais um clássico que vem na sequência, da obra do Nando, em parceria com Dominguinhos, sucesso na voz de Maria Bethânia, entre tantos que a regravaram. É de dar água na boca é daquelas mais animadas do repertório dele, flertando entre as festas carnavalescas e juninas. O primeiro medley presente no disco é Enfeitiçou meu coração/Isso aqui tá muito bom, essa última mais uma parceria com o Dominguinhos e mais um tema da novela Roque Santeiro, gravada em trio: além dos dois compositores, tivemos a participação mais que especial do Chico Buarque.

Você endoideceu meu coração foi um forró imortalizado por Fagner, mas aqui o Nando dá uma versão mais romântica para sentirmos a letra. O segundo e último medley aparece em Dedicado a você/Vem ficar comigo, a primeira já foi gravada por Zizi Possi e a última mais recentemente pela Elba. Ainda temos em versão acústica e também suave Minha doce estrela que foi gravada originalmente com o Nando em parceria com o Fagner! O disco traz algumas menos conhecidas como Simbora bora bora, Diz pra mim e a inédita Flor de cheiro, que tornou-se mais um clássico da obra do Nando! E se encerra com É tão bom te amar, que foi imortalizada pela Fafá de Belém como tema da novela A Indomada!

É um disco único, suave e marcante na música brasileira com um dos melhores compositores interpretando seus maiores sucessos que foram imortalizados por ele e por grandes intérpretes, sempre de forma gratificante para a música brasileira!

Um forte abraço a todos!