terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Estudando Tom Zé

Já tava devendo um post a esse grande músico brasileiro: Antônio José Santana Martins, mais conhecido como Tom Zé. Cantor e compositor, Tom é associado ao movimento musical conhecido como Tropicália, nos anos 60. Baiano, desde pequeno aprecia a música, tendo estudado violão.

Em 1968, participa da Tropicália ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia em shows que aconteceram em Salvador e São Paulo e na gravação do disco Tropicália ou Panis et circenses em 1968. Ainda nesse ano, leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção São, São Paulo, Meu Amor.

Tom lançou vários discos na década de 70, entretanto não obteve o reconhecimento merecido. Já na década de 80, seus lançamentos obtiveram espaçamentos maiores, mas sempre experimentando um som todo próprio e original. No final dos anos 80, finalmente é redescoberto pelo músico David Byrne, que em visita ao Rio de Janeiro resolveu lançar toda sua obra nos Estados Unidos, onde obteve sucesso de crítica. Foi a partir daí que Tom conseguiu êxito merecido no mercado americano, europeu e brasileiro, sobretudo após o lançamento de seu álbum Com defeito de fabricação, em 1998, que foi eleito um dos dez melhores do ano pelo jormnal The New York Times.

Em 2006 foi lançado um documentário sobre sua vida e obra, intitulado Fabricando Tom Zé. Ano passado, Tom mereceu destaque com seu cd Estudando a Bossa, onde aproveita as comemorações dos 50 anos de Bossa e completa sua trilogia de "Estudando", pois já havia lançado antes Estudando o Samba e Estudando o pagode. No Estudando a Bossa, além de abordar o movimento de forma particular, Tom divide os vocais com 12 artistas, entre eles Fernanda Takai, David Byrne, Zélia Duncan, entre outras. E, com esses e tantos outros trabalhos, Tom mostra porque merece nosso reconhecimento, sobretudo por alguns sucessos como 2001, A felicidade, Amar, A volta do trem das onze, Asa branca, Iracema, Mã, Um Oh! e um Ah!, Nave Maria, Cademar, Xique-xique, Se, Taí, entre outras.

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Planeta Água

Hoje abordaremos um clássico da obra do Guilherme Arantes: Planeta água. E essa canção cabe em qualquer discussão sobre o bom trato desse nosso bem mais que precioso, dessa nossa verdadeira riqueza: a água.

Não sei porque, mas nós parecemos tão descuidados em relação a esse assunto que nunca se esgota! Precisamos tratar nosso planeta com mais carinho, com mais amor, reconhecer as belezas que ele nos proporciona e cultivar nele um bom arado para que essas belezas se perpetuem em direção a nossas decendências, afinal, não queremos encontrar paisagens apenas em museus no futuro!

Então creio que seja por aí, amarmos o nosso planeta e isso conseguimos em simples atitudes como economizar nossa água, cuidar do verde, plantar boas palavras e colher sempre bons frutos de nossas atitudes!

Planeta água
(Guilherme Arantes)

Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um profundo grotão

Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção

Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Encontro musicais em discos...

Nossos artistas sempre nos presentearam com ótimos trabalhos, alguns dos quais destaco semanalmente para todos vocês! Imaginem quando eles se juntam para realizarem um trabalho em comum, tipo compor alguma canção, tocarem juntos, gravarem juntos uma faixa. E o que dizer : gravarem um disco inteirinho juntos?

Foi o que aconteceu por exemplo em 2008, com o cd/dvd Amigo é casa que reuniu duas grandes vozes femininas da melhor qualidade: Simone e Zélia Duncan juntas em um projeto que reuniu grandes hits de sua carreira e traçou um paralelo de como suas obras se encontram, sobretudo pela influência que uma exerceu sob a outra. Destaque para canções como Grávida, Meu ego, Idade do céu, Encontros e despedidas, Jura secreta, Alma e Tô voltando.

Pois é, 2008 foi um ano em que tivemos ao menos três grandes lançamentos nesse formato. Um deles já foi comentado aqui nesse blog no dia 14/12/2008 (é só procurar nos arquivos de dezembro ou no campo "Quero saber sobre"), que é o projeto que reuniu Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim, numa comemoração aos 50 anos de Bossa nova. Destaque para Wave, Inútil paisagem, Por causa de você, Corcovado/Samba do avião e Tereza da praia.

E ainda em 2008, tivemos outro encontro musical em outra praia. O rock brasileiro recebeu de presente a união pra lá de especial das bandas Paralamas do Sucesso e Titãs, juntos e ao vivo, em cd e dvd. Destaque para Marvin, Uma brasileira, A novidade, Comida e Meu erro.

Mas, não é de hoje ou de ontem que nossos artistas se juntam. E isso ocorre nos mais variados estilos: Nos anos 90, por exemplo, as três maiores duplas sertanejas do país gravavam anualmente discos que os uniam em torno de seu especial de final de ano e de seus convidados. Pois é, Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e, tantos outros ilustres participaram de várias edições do projeto Amigos.

Agora, me responda: o que dizer desses dois medalhões ao lado juntos? Pois é, Milton Nascimento e Gilberto Gil já fizeram um disco inteiro juntos em 2000, depois de tanto tempo fazendo música de qualidade, separados. Destaque para Sebastian, Duas sanfonas, Ponta de areia, Palco e Baião da garoa.

Mas, é claro que não podemos parar por aqui. O que falar do Fagner? Fez isso de forma brilhante em dois momentos de sua carreira, um com os dois discos que gravou com Luiz Gonzaga (destacados no post do dia 21/06/2008) e, mais recentemente, no disco que gravou em parceria com Zeca Baleiro. O que dizer dos discos gravados por Ângela Maria e Agnaldo Timóteo? Mas, não podemos esquecer de Chico Buarque e Maria Bethânia ainda na década de 70, ou de Chico e Caetano nos anos 80! Poderíamos também falar do projeto Grande encontro, gravado pelos nordestinos Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Zé Ramalho. Bom, mas isso pode ser temas de posts futuros. E claro, poderíamos citar muitos outros discos em duplas, por artistas que não são duplas convencionalmente, porém, enxergam em sua união um novo formato de trabalho onde os premiados somos todos nós!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Conhecer as manhas e as manhãs...

Mais um grande nome da música sertaneja raiz, Almir Eduardo Melke Sater é o Almir Sater, violeiro, cantor, compositor e ator, natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Atuando sempre ao lado de parceiros marcantes em sua carreira como Sérgio Reis e Renato Teixeira, Almir oferece a música sertaneja regional.

Chegou a cursar Direito, trocando o curso pela música. Já em São Paulo, acompanhou artistas como Tetê Espíndola e lançou seu primeiro disco em 1981. Paralelamente à sua carreira de cantor, a partir dos anos 90 atuou nas novelas Pantanal, Bicho do mato, Ana Raio e Zé Trovão e Rei do gado, fazendo, nesta última, o papel de dupla caipira ao lado de Sérgio Reis.

As canções mais conhecidas de seu repertório, compostas por ele ou interpretadas são A saudade é uma estrada longa, Amanheceu peguei a viola, Beijinho doce, Cabecinha no ombro, Chalana, Moreninha linda, No rancho fundo, O cio da terra, Rei do gado, Romaria, Saudade, Tristeza do Jeca, Um violeiro toca, Viola enluarada e Tocando em frente, seu maior sucesso já gravado por diversos artistas e imortalizado por Maria Bethânia.

Almir é esse grande nome da música sertaneja raiz, que encanta com seu violão e seu jeito manso de cantar canções que retratam o interior desse país tão lindo e tão cantado em suas mais diversas paisagens, que são facilmente descritas no repertório de artistas como esse!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os compositores do Brasil - 11

As série Compositores do Brasil traz hoje, talvez o maior compositor de todos os tempos, ou ao menos o maior de seu tempo: Noel de Medeiros Rosa. Dez a cada dez compositores brasileiros reconhecem seu talento e sua contribuição imensurável na música brasileira. E curioso é que o carioca Noel viveu pouco, apenas 26 anos, mas teve uma obra criativa fantástica, unindo o samba do morro ao do asfalto.

Noel foi um garoto de classe média e na adolescência aprendeu a tocar bandolim e posteriormente violão, sempre "tocando de ouvido", ou seja, sem aulas. Tentou o curso de Medicina, mas seduziu-se pela música. Suas noitadas de boemia renderam participação em vários grupos, entre eles o Bando dos Tangarás, do qual também participou João de Barro, o Braguinha. Em 29, arriscou suas primeiras composições: Minha viola e Toada do céu.

Mas, foi em 1930 que veio o sucesso com a canção Com que roupa?, que atravessa décadas como algo irreverente e um samba dos mais refinados. E foram mais de trezentas composições nesse curto espaço de vida artística ( até 1937), como algumas que se tornaram clássicos de nossa música e atravessaram o tempo de forma sempre atual: Conversa de botequim, Feitiço da Vila, Feitio de oração, Fita amarela, Palpite infeliz, Pra que mentir, Dama do cabaré, Pierrô apaixonado e tantas outras interpretadas por Francisco Alves, Mário Reis e Aracy de Almeida que visitaram sua obra constantemente.

Noel foi um artista a frente de sua época e um simples post como esse é ínfimo diante de sua oferta e memória musical. Entretanto é importante saber que há mais de um século que nossa música é, sem sombra de dúvidas, a melhor do mundo e não é pretensão pensar assim pois pessoas como Noel Rosa estão aí para provar essa "atrevida" frase!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A janela

Domingo é dia de letra de música brasileira. E hoje abordaremos a temática casa x família. Muitos de nós já tivemos vontade de sair de casa, de nos aventurarmos pelo horizonte em busca de nossos ideais, de nossa tão sonhada liberdade.

É o que nos traz essa canção de Roberto e Erasmo, gravada pelo rei em 1972 e tão atual, nos pondo em confronto de gerações com nossos pais, com nosso lar, com nossa maneira de buscar e pensar nosso futuro. E ao refletir sobre essa letra tão fantástica, tão decisiva, tão completa, só posso pensar: Meu Deus, que bom que o Roberto é um dos mais afinados instrumentos do mundo em termos de afinação divina!

À janela
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Da janela o horizonte
A liberdade de uma estrada eu posso ver
O meu pensamento voa livre em sonhos
Pra longe de onde estou

Eu às vezes penso até onde essa estrada
Pode levar alguém
Tanta gente já se arrependeu e eu
Eu vou pensar, eu vou pensar

Quantas vezes eu pensei sair de casa
Mas eu desisti
Pois eu sei lá fora eu não teria
O que eu tenho agora aqui

Meu pai me dá conselhos
Minha mãe vive falando sem saber
Que eu tenho meus problemas
E que às vezes só eu posso resolver

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Novamente eu penso ir embora
Viver a vida que eu quiser
Caminhar no mundo enfrentando
Qualquer coisa que vier

Penso andar sem rumo
Pelas ruas, pela noite sem pensar
No que vou dizer em casa
Nem satisfações a dar

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Penso duas vezes me convenço
Que aqui é o meu lugar
Lá fora às vezes chove
E é quase certo que eu vou querer voltar

A noite é sempre fria
Quando não se tem um teto com amor
E esse amor eu tenho mas, me esqueço
Às vezes de lhe dar valor

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Tudo tem seu tempo
E uma vida inteira eu tenho pra viver
E nessa vida é necessário a gente
Procurar compreender

Coisas que aborrecem
Muitas vezes acontecem por amor
E esse amor eu tenho esquecido às vezes
De lhe dar valor

Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida, coisas da vida...

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Os eternos Trapalhões...

Há algum tempo que desejo destacar esses lançamentos. Embora seja um Blog de música, gostaria de destacar àqueles que ainda não sabem que os filmes dos trapalhões estão nas lojas, por preços acessíveis. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fizeram a alegria de minha e de muitas infâncias país afora.

E não podemos dissociá-los da música, pois nem todos perceberam, mas grandes nomes brasileiros participaram da trilha de diversos filmes dos trapalhões, que foram campeões de bilheteria em um tempo em que o cinema nacional tinha pouquíssimo investimento. Cantores como Lenine, Ney Matogrosso, Rita Lee, Jorge Aragão, entre outros participaram da trilha sonora de filmes que marcaram a infância e juventude de muitos que não viviam sem aquelas atrapalhadas ingênuas.

Em 1981, o quarteto lançou o filme que seria o campeão de bilheteria. Com repertório de Chico Buarque, fizeram uma adaptação de uma de suas mais famosas peças e lançaram Os Saltimbancos trapalhões, esse em destaque na imagem. Outros títulos entraram para a história do cinema nacional como As minas do rei Salomão, Na serra pelada, O rei do futebol, O casamento dos trapalhões, No rabo do cometa, O mágico de Oroz, O cangaceiro trapalhão, No planalto dos macacos, etc.

Os trapalhões fizeram história no cinema e nas telinhas brasileiras. Basta comprovar o filme O mundo mágico dos trapalhões onde comemoram 15 anos e dominavam a audiência dominical durante vários anos. Mussum e Zacarias já estão no andar de cima, mas é sempre prazeroso reviver esse momento não apenas de nostalgia, mas de gargalhadas do eterno quarteto que brilhou na vida dos brasileiros durante anos.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Queijinho de Minas

Martha Vieira Figueiredo Cunha é mais um nome inesquecível da Jovem Guarda: a Martinha, como é sempre reconhecida. Natural de Belo Horizonte, o apelido que abre esse post ganhou do rei Roberto Carlos, que imortalizou um de seus maiores sucessos Eu daria minha vida, também gravada posteriormente por Fafá de Belém.

Martinha começou sua carreira muito cedo, pois aos 19 anos já compôs essa que seria o pontapé para sua carreira de grandes composições. De lá pra cá, já lançou 23 discos e compôs para diversos artistas, sobretudo os sertanejos mais atualmente. Para o rei, além da citada, compôs a canção Tudo, presente no álbum Amor sem limite de 2000.

Entre outros sucessos da Martinha, interpretados por ela ou por outros intérpretes como Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Ângela Maria, Gilliard, Moacir Franco, podemos citar Eu te amo mesmo assim, Barra limpa, Aqui, Só sonho quando eu penso que você sente o que eu sinto, Nossa canção, Contradições, Vai ser assim, Vem provar de mim, Queixas, Pouco a pouco, Machucando o coração, etc.

Martinha continua fazendo shows com sua inconfundível voz e, em seu piano, compondo canções cada vez mais lindas, sendo relembrada sempre como grande nome da Jovem Guarda e das baladas românticas!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Calor musical

Já abordamos no mês de setembro, as Flores musicais que esse país tupiniquim nos oferta, em reverência à Primavera. Hoje, em decorrência do Verão, vamos abordar o calor, não como uma energia em trânsito, como observamos em física, mas envolto a notas musicais verde e amarelas.

O calor é um tema recorrente no repertório de diversos artistas. Margareth Menezes por exemplo já mandou um "Vem mostrar pra mim o seu calor..." em Me abraça e me beija. Ney Matogrosso também expressou sua temperatura em Um pouco de calor com "Eu preciso de um pouco de calor..." Mas, isso não se restringe apenas à musica brasileira: Julio Iglesias já lançou um disco com o título Calor. Não é que essa temperatura é mesmo abrangente?

Adriana Calcanhoto foi indiferente a essa energia em Depois de ter você onde afirma " Depois de ter você, pra que querer saber que horas são, se é noite ou faz calor..." Mas, muito antes dela, Dalva de Oliveira já demonstrava outra forma imprescindível de calor em Que será: "Que será da minha vida sem o teu calor..." Arnaldo Antunes recentemente pediu Socorro por não sentir a mesma energia debatida: "Socorro não estou sentindo nada, nem medo, nem calor, nem fogo, nem vontade de chorar, nem de rir..."

Caetano Veloso também defeniu um certo Menino do rio com "Menino do rio, calor que provoca arrepio..." E o que dizer do clássico Carinhoso de Pinxiguinha num convite tentador: "Vem, vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus..." Em Bye, bye Brasil, Chico Buarque define o tempo: "Aqui ta fazendo calor, deu pane no ventilador..."

A temperatura sobe quando a referência é a estação Verão como em No mesmo verão do rei Roberto Carlos: "Você é mais quente que vinte janeiros, que dez fevereiros no mesmo verão..." Marina Lima anunciou a chegada da estação em Uma noite e meia: "Vem chegando o verão, um calor no coração..." José Augusto cantou as Chuvas de verão e Marcos Valle o Samba de verão. Roupa Nova aclamou a estação em Canção de verão: "É verão, bom sinal, já é tempo de abrir o coração e sonhar..." Carlos Lyra saiu com seu barquinho em um "Dia de luz, festa do sol..." Tom Jobim também alertou para o fim do verão com as Águas de março. Cartola sofreu com o término dessa estação em As rosas não falam: "Pois já vai terminando o verão enfim..."

Pois é! Com uma riqueza musical como essas e outras desse meu amado país, ficaríamos aqui horas e horas relembrando canções que fazem menção a altas temperaturas como as que estamos sentindo! Mas, há pouco mais de um mês do início oficial do Verão aqui no Brasil, só nos resta seguir como disse Dolores Duran em Estrada do sol: "me dê a mão, vamos sair pra ver o sol..."

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A lista

Essa filosofia composta e cantada por Oswaldo Montenegro nos dá a dimensão do tempo x amizade. Quanto tempo passa sem percebermos, e junto com ele, amigos vão e outros vêm? E isso é uma questão delicada porque amizade é algo raro nos dias de hoje. Ter um amigo é difícil e mantê-lo é mais árduo ainda.

Sem sombra de dúvidas, contamos nos dedos os verdadeiros amigos que temos. E mais agravante é conservar esses amigos ao nosso lado, diante de tantas adversidades. Estamos sempre em busca de novos ideais e nem sempre é fácil desmontar a distância que, às vezes, separam grandes amigos.

Nesse caso, resta apenas a compreensão de que a verdadeira amizade não é afetada pela distância, afinal, a saudade também alimenta a vontade fraterna de um abraço em um amigo nunca esquecido. E o tempo é sempre aliado pois oferece experiências e as linhas para escrevermos nossa vivência:

A lista
(Oswaldo Montenegro)

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Um forte abraço a todos!