terça-feira, 17 de novembro de 2009

Não é pouco o que eu gosto de você...

Natural de Natal/RN, Gilliard Cordeiro Marinho é um cantor/compositor que traz na bagagem muito sucesso, principalmente no final dos anos 70 e por toda década de 80. Canções que pintavam, ora nos rádios, ora nos programas mais populares da televisão da época o tornaram um dos artistas mais requisitados para shows, cumprindo uma agenda de apresentações país afora até hoje, embora esbarre em uma mídia injusta na atualidade com artistas como ele.

Começou a cantar aos oito anos de idade e já adolescente trabalhava em rádios. No final dos anos 70 vai para o Rio de Janeiro, onde grava no final de 79 seu grande sucesso nacional: Aquela nuvem. Nem todos o reconhecem hoje, mas para muitos, é algo inesquecível canções como Coisas de nós dois, Como posso te chamar de amiga se chamei de amor, Coração materno, Doce paixão, Festa dos insetos, Pouco a pouco, Você só pensa em você, Eu amo amar você, Não diga nada, Pensamento, Quem me dera, Flor mamãe, entre outros.

Existe muita discriminação, muito preconceito, mas muitos artistas persistentes em levar seu trabalho a um público que reflete uma recepção amorosa em virtude de um trabalho que traz alegria às pessoas. Gilliard é um desses artistas que, com muita luta, não esquece aquelas pessoas que cantaram e cantam seus sucessos onde ele se apresentar!

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de novembro de 2009

Djavan ao vivo

Um dos melhores dvds da carreira do Djavan, fruto do show e do disco ao vivo, gravado no Rio de Janeiro em 1999, este trabalho apresenta clássicos de sua carreira até então, além de depoimentos do artista retratado em Barcelona. Além disso podemos desfrutar de canções que não estão no cd duplo como Maçã, Doidice, Dupla traição, Irmã de Neon, Pára-raio e Capim.

E são nos grandes clássicos do Djavan que existe a maior interação entre público e astro, seja em canções com novos arranjos como Meu bem querer e Oceano que não perdem o poder de tocar os fãs e se unem a eternos clássicos de seu repertório como  Samurai, Nem um dia, Cigano, Açaí, Fato consumado, Faltando um pedaço, Flor de Lis, Eu te devoro, Se, Sina, Pétala e Lilás, transformando esse num de seus maiores projetos em 25 anos de carreira até então.

Com a produção do próprio Djavan que também toca violão ao lado de seu filho Max Viana e de toda sua banda, temos ainda outras canções menos radiofônicas, mas não menos importantes em um show como esse: Azul, Álibi, Um amor puro, Amar é tudo, Acelerou, A carta, Boa noite e Seduzir completam o excelente repertório. De bônus, além da entrevista com o cantor, também três clipes de Eu te devoro, Acelerou e Esquinas.

O dvd é um retrato de um dos maiores artistas da nossa música, um cara que tem um público fiel e um respeito enorme vindo dos colegas. Esse projeto só vem a enaltecer que mesmo aqueles que não curtem seu trabalho, suas grandes interpretações românticas, reconhecem em Djavan um nome que expõe um trabalho valiosíssimo para a boa música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de novembro de 2009

Não posso ficar nem mais um minuto sem você...

Adoniran Barbosa é o nome artístico de João Rubinato, um dos maiores músicos, ator, cantor e compositor que nossa música teve. Natural de Valinhos/SP, Adoniran Barbosa era um dos personagens que Rubinato apresentava nas rádios e acabou se firmando, pela sua popularidade. Considerado o Noel Rosa paulista, Adoniran foi figura imprescindível para o samba, entrando para a história como um dos maiores nomes da cultura e produção artística paulista.

Suas primeiras composições foram Minha vide se consome e Socorro. Foi nos programas de rádio, se apresentando também fazendo radioteatro, que Adoniran iniciou sua carreira artística. Mais tarde, participa da formação inicial do grupo Demônios da garoa e seu primeiro disco vem em 1951 com os sucessos Os mimosos colibri e Saudosa maloca. Seu primeiro disco solo viria em 1974, registrando antigas e novas canções.

Outros sucessos de sua autoria são Bom dia tristeza, Iracema, Samba do Arnesto, Tiro ao Álvaro, Trem das onze, As mariposas, Aguenta a mão João, Despejo na favela, Malvina, Vila esperança, Torresmo à milanesa, Um samba do bixiga, entre tantas relembradas por outros intérpretes como Elis Regina, Djavan, Gal Costa, Mpb 4 e outros nomes que reconhecem nele mais uma figura fundamental para a história da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

As cidades cantadas - 9

Ontem foi aniversário da cidade de Cachoeiro de Itapemirim e hoje prestamos nossa homenagem a essa cidade do interior do Espírito Santo, com nossa série As cidades cantadas. Cachoeiro é como toda cidade provinciana, com a pracinha, a igrejinha, Estação ferroviária, relevo marcado por serras e cortada pelo rio Itapemirim e é conhecida nacionalmente como a terra do rei Roberto Carlos. Mas, Cachoeiro também abriga a origem do escritor Rubem Braga, a bailarina Luz Del Fuego e os cantores Sérgio e Raul Sampaio.

E é do Raul Sampaio, na voz do rei Roberto Carlos, a canção que retrata toda geografia da cidade, além da saudade que os filhos ilustres expressam enquanto estão distantes. Meu pequeno Cachoeiro teve sua gravação original em 1970, obtendo regravação em 2005, numa versão mais raiz:

Meu pequeno Cachoeiro
(Raul Sampaio)

Eu passo a vida recordando
de tudo quanto aí deixei
Cachoeiro, Cachoeiro
vim ao Rio de Janeiro
p'ra voltar e não voltei!

Mas te confesso na saudade
as dores que arranjei pra mim
pois todo o pranto destas mágoas
ainda irei juntar nas águas
do teu Itapemirim

Meu pequeno Cachoeiro
vivo só pensando em ti
ai que saudade dessas terras
entre as serras
doce terra onde eu nascí!

Recordo a casa onde eu morava
o muro alto, o laranjal
meu flamboyant na primavera
que bonito que ele era
dando sombra no quintal

A minha escola, a minha rua
os meus primeiros madrigais
ai como o pensamento voa
ao lembrar a Terra boa
coisas que não voltam mais!

Meu pequeno Cachoeiro
vivo só pensando em ti
ai que saudade dessas terras
entre as serras
doce terra onde eu nascí

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Fazer sinais de fogo pra você me ver...

Mais uma daquelas que se pode dizer "filho de peixe, peixinho é": Preta Maria Gadelha Gil Moreira, ou simplesmente Preta Gil. Natural do Rio de Janeiro, embora todos achem que também é da Bahia, além de cantora, é atriz e produtora. Em 2002 lançou-se como cantora e em 2003 sai seu primeiro trabalho contendo canções inéditas de compositores como Ana Carolina, Pedro Baby e Davi Moraes, além da regravação de Espelhos d´água. Também coincide com o ano de estreia de Preta em novelas.

Em 2005 lança segundo trabalho com canções de Adriana Calcanhoto, Sandra de Sá, Pedro Luís e Moraes Moreira, entre outros. Entre seus sucessos, podemos citar Sinais de fogo, Mutante, Cheiro de amor, Medida do amor, Toda menina baiana, Estéreo, Estágio no perigo, Vá lá, Calor da Bahia, entre outros.

Preta pretende gravar seu primeiro dvd e mesmo estando no início de sua carreira, comprova a cada trabalho que não é apenas a filha do grande Gilberto Gil e sim, mais um nome promissor na música brasileira que se renova em trabalhos bem sucedidos como os que apresenta e com os quais conquista cada vez mais um bom público.

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de novembro de 2009

elas cantam Roberto Carlos

O Natal chega mais cedo aos amantes da boa música. Desde a semana passada está nas lojas o dvd elas cantam Roberto Carlos. O cd já havia sido lançado mês passado, ambos frutos do especial ocorrido em maio desse ano, transmitido em parte pela Rede Globo e comentado aqui nesse espaço como parte das comemorações pelos 50 anos de carreira do maior artista da música brasileira!

Dizer que o show está um primor é mais que esperado para um fã do Roberto, mas esse trabalho extrapola o requinte e a elegância, desde o figurino das cantoras até a excelente qualidade gráfica. O making off é um capítulo a parte, pois além de ser algo inédito em dvds do rei e muito bem recebido por seus fãs, retrata toda a sinceridade de um trabalho primoroso, onde várias intérpretes, dos mais variados estilos, reverenciam o rei da música brasileira, através de seus depoimentos.

São canções com uma nova roupagem que arrasam qualquer coração romântico. O que dizer de Zizi Possi interpretando Proposta? Alcione arrasando em Sua estupidez? Fafá, com toda sua perfomance em Desabafo? Martn´ália mandando ver em Só você não sabe, samba altamente estilizado! Nana em Não se esqueça de mim, dispensa comentários! Claudinha Leite surpreendendo em Falando Sério! Marina, improvisando e dizendo que tudo está deserto, sem Roberto em Como dois e dois é demais! Aliás, é esse sentimento que passa em mim quando alguém canta Roberto: uma saudade de sua figura carismática no palco. Mas, essa saudade dura pouco, pois Ivete, após seu número com Eduardão no piano, chama o rei ao palco que, após nos presentear com suas eternas Emoções, divide o vocal com todas as 20 divas em um encontro histórico e inesquecível número: 21 vozes em torno de Como é grande o meu amor por você, comprovando que elas cantaram mesmo Roberto e em grande estilo!

O dvd aborda um Roberto como vimos nesses 50 anos de carreira: um repertório ímpar e uma seleção que abrange todos os ritmos, todas as classes, sem espaço para nenhuma discriminação ou preconceito. É claro que ficaram alguns outros grandes nomes de fora e sempre ficaríam, afinal, além da questão de seus compromissos, tem todo um processo de marketing e patrocínio que acaba vetando algumas das pessoas que gostaríamos que ali estivesse. Mas, é inegável que o resultado expõe, além de grandes interpretações, uma verdadeira e sincera reverência por parte das grandes cantoras brasileiras, aqui representadas por 20 divas, as divas do rei!

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de novembro de 2009

Retrovisor

Uma das minhas canções preferidas do repertório do Fagner, Retrovisor, lançada em 1990 e regravada em 1998 em dueto com Zezé di Camargo e Luciano, retrata amor e saudade através da velocidade. Um tema apaixonante para quem dirige e junta a isso a saudade daquele velho amor!

Com algumas metáforas, Retrovisor é uma das letras mais lindas desse cearense que possui uma legião muito grande de fãs e que o classifico como dos meus favoritos. Mais uma parceria bem sucedida com outro grande compositor, Fausto Nilo, essa canção apresenta trechos fantásticos como "De repente a velocidade chora..., no espelho a minha solidão... sou levado pelo movimento que tua falta faz..." Demais, demais! Grande Fagner, Grande Fausto Nilo:

Retrovisor
(Raimundo Fagner e Fausto Nilo)

Onde a máquina me leva não há nada
Horizontes e fronteiras são iguais
Se agora tudo que eu mais quero já ficou prá trás

Qualquer um que leva a vida nessa estrada
Só precisa de uma sombra prá chegar
A saudade vai batendo e o coração dispara

Mas de repente a velocidade chora
Não vejo a hora de voltar prá casa
A luz do teu olhar no fim do túnel
E no espelho a minha solidão

O céu da ilusão que não se acaba
A música do vento que não pára
Será que a luz do meu destino vai te encontrar?

Vejo a manhã de sol entrando em casa
Iluminando os gritos das crianças
Os momentos mais bonitos na lembrança não vão se apagar

Ai quem me dera encontrar contigo agora
E esquecer as curvas dessa estrada
Eu prefiro sonhar com os rios e lavar minh'alma

Alguém sentando à beira do caminho
Jamais entenderá o que é que eu sinto agora
Sou levado pelo movimento que tua falta faz

Havia tanta paz no teu carinho
Na despedida fez um dia lindo
Quem sabe tudo estará sorrindo quando eu voltar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Os Músicos do Brasil - 3

Grande nome da Bossa Nova e um dos maiores violonistas brasileiros, além de extraordinário compositor. Assim é Baden Powell de Aquino, natural de Itaperuna/RJ. Filho de violonista, apesar de canhoto, tocava o instrumento como destro, o explorando de forma única, desde os oito anos de idade.

Iniciou sua carreira musical aos 15 anos e com a autorização do Juizado de Menores, tocava na noite carioca. Acompanhou diversos artistas como Ângela Maria, Silvinha Telles, Maysa, Claudette Soares, Elis Regina, Elizeth Cardoso, entre outros. Como compositor, sua primeira canção foi Samba triste, em parceria com Billy Blanco, gravada em 1959 por Lúcio Alves.

A parceria com Vinícius foi das mais sólidas e entre suas composições com este e com outros grandes parceiros, podemos citar Apelo, Samba da bênção, A volta, Lapinha, Quaquaraquaquá, entre outras também em parcerias com Paulo César Pinheiro, outro grande compositor com quem dividiu canções. Baden foi ao andar de cima em 2000, mas continua presente na memória do país como um dos maiores e mais representativos músicos que o Brasil possui!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Os compositores do Brasil - 20

Natural de Niterói/RJ e um dos fundadores do Clube da esquina, Ronaldo Bastos Ribeiro é o homenageado da série Os compositores do Brasil. Compositor e produtor musical, desde criança já compunha suas marchinhas carnavalescas. Sua carreira artística começou no Clube da esquina, compondo com Milton Nascimento as canções Três pontas, Nada será como antes e Fé cega faca amolada.

Entre outras canções de sua autoria com diversos parceiros, podemos citar Cravo e canela, Um certo alguém, Nada mais, Quando te vi, Amor de índio, A força do amor, Cais, Canção do sonho bom, Chuva de prata, Cigarra, Samba do soho, Sol de primavera, Todo azul do mar.

Ronaldo já foi interpretado pelos mais variados nomes da nossa música e só pra citar alguns, temos Tom Jobim, Caetano Veloso, Djavan, Milton Nascimento, Flávio Venturinni, Beto Guedes, Roberto Carlos, Gal Costa, Roupa Nova, Cauby Peixoto, Elis Regina, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Lulu Santos, Ed Motta, Paralamas do Sucesso, entre tantos. E com um leque de tantas criações e com tantos grandes intérpretes, Ronaldo Bastos merecia essa singela homenagem onde retratamos um pouco de sua obra e contribuição musical!

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de novembro de 2009

Tim Maia - Vale tudo

E aproveitando as Bienais de livros que ocorrem, sobretudo nessa época do ano, indicarei dois livros que andei lendo e que muito gostei! O primeiro, Vale Tudo, de Nelson Motta (de quem ano passado havíamos comentado sobre outra obra aqui mesmo no Blog, o Noites Tropicais), uma biografia sobre o eterno síndico Tim Maia. O segundo, Diário de um salafrário, um livro de contos do meu amigo Vinícius Faustini.

Vale tudo, lançado pela Ed. Objetiva em 2008, aponta várias passagens da vida do Tim, desde sua infância, juventude, formação musical ao lado de Ben, Roberto e Erasmo, a turma da Tijuca, a ida aos Estados Unidos, as primeiras composições e gravações, seus discos, shows presentes e shows ausentes, e tantas histórias que envolveram a figura polêmica, mas sobretudo musical de um dos maiores astros de todos os tempos que a música brasileira conheceu.

Diário de um salafrário é o primeiro trabalho do meu amigo Vinícius Faustini, que apresenta seus contos e toda habilidade literal de um escritor que, sem sombra de dúvidas, ainda irá nos presentear com outros grandes trabalhos, reflexos de textos inteligentes que encontramos nessa obra. Lançado em setembro de 2009 pela Editora Litteris, não é um livro musical, mas seus textos nos convidam a viajar na mesma arte, de quem conhece bem as palavras e sabe manipular as ideias de uma forma que o som das palavras chegue no mais perfeito tom! Elegância total! E por enquanto, em termos de literatura, ficamos por aqui, mas voltaremos em breve para falarmos sobre o lançamento do Erasmo - Minha fama de mau!

Um forte abraço a todos!