domingo, 17 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1992

Capa do CD 1992.
Esse disco já me coloca como um fã mais precavido. Comecei a juntar dinheiro em agosto para comprar um disco que só sairia em dezembro. Vale lembrar que existia a inflação no Brasil, em crise política de 92, e eu não queria correr o risco de não poder comprá-lo assim que o visse, como foi no ano anterior. Ouvindo uma rádio AM, o radialista falou que o disco sairia em 04/12 e nessa data fui à loja, onde fui informado que o disco só seria lançado no dia 09/12.

Lembro como hoje, dia 9 de dezembro todo feliz indo logo cedo à loja buscar o meu disco que pôde ser comprado com minhas economias. Não é que o disco fosse tão caro, é que eu ganhava pequenos trocados, suficiente para um menino de 12 anos. Bom, novamente a loja enfeitada com o LP 1992 e o pessoal todo comprando. As músicas me surpreendiam pois soavam como algo estranho, muito diferente, o que contradiz as pessoas que insistem em dizer que Roberto é muito repetitivo.

Foto interna do CD 1992.
Achei Mulher pequena com uma levada muito diferente de tudo que ele tinha feito até então e era mesmo. Além dessa, tivemos como canções mais tocadas Você é minha e Dizem que um homem não deve chorar. Gosto muito desse disco até hoje e o acho um dos mais românticos daquela década com canções até menos conhecidas, mas não menos lindas como é o caso de Eu preciso desse amor, De coração, Você como vai? e Você mexeu com a minha vida, além de Dito e feito, tema da novela Renascer.

Contra-capa do CD 1992.
Completam o disco Herói calado, uma mensagem que remete à luta cotidiana do povo e Una en un millon, que tem um arranjo belíssimo. Com uma capa azul, mas diferente de todas até então lançadas, ouvia esse disco todos os dias até decorar todas as letras. Naquele fim de ano, gravei pela primeira vez o especial do rei em vhs. Foi um tormento conseguir alguém que gravasse pra mim em video cassete aquele especial que veria quase todos os dias. Mas, todas essas recordações são muito boas e esse foi e é um dos meus discos preferidos do Roberto, não só da década de 90, mas de toda sua carreira.

Um forte abraço a todos!

sábado, 16 de julho de 2011

Nos bailes da vida

Nos bailes da vida é um clássico da música brasileira imortalizada por seu criador Milton Nascimento e por outros intérpretes como Joanna, Roupa Nova, Fafá de Belém, entre outros e é constantemente cantada pelos cantores da noite, tornando-se um hino para essa classe que busca a cada dia uma nova oportunidade almejando o merecido sucesso. Imaginamos quantos bons cantores, cantoras, duplas, grupos tocam na noite e grande parte destes permanecem no anonimato.

Milton Nascimento descreve, com uma riqueza de detalhes de quem também foi da noite, esses momentos de luta dessas pessoas, enfrentando muitas vezes o que mais faz falta: o aplauso e o reconhecimento. Quantos cantores não se frustram derramando suas interpretações em canções que fazem parte apenas de fundos musicais em praças de alimentações dos shoppings e churrascarias país afora? Mas é a persistência que faz com que em seus cotidianos entoem o la, ra, la, ra dessa e de outras canções!

Nos bailes da vida
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Foi nos bailes da vida ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim

Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim

Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar

La, ra, la, ra...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1991

Capa do CD 1991.
Bom, aqui as coisas já mudaram bastante. Já existia o fã lá de Limoeiro/PE, que se juntava ao côro do um milhão de amigos. Que ainda não podia comprar discos, mas adquiria fitas cassetes e pesquisava os sucessos antigos do rei, descobrindo um a um e ficando cada vez mais maravilhado com as coisas que aprendia com tudo isso. Quando esse disco saiu, fui pego de surpresa porque não imaginava que tudo era na base da surpresa. Não ouvia rádios e quando ligava o som era pra ouvir outras fitas cassetes do Roberto com canções antigas.

Então, de repente, um carro de som passa na rua fazendo propaganda da loja com o novo disco, tocando Luz Divina. Passei pela loja no outro dia e me surpreendi com tantas capas juntas. O LP 1991 enfeitava a loja toda. Nas rádios só tocava o novo disco, alternando entre uma música de outro artista e os novos sucessos do Roberto. Depois, as mais pedidas ficavam nas paradas e estas foram Todas as manhãs, Se você quer e Luz divina. Mais tarde, tivemos Pergunte pro seu coração na trilha sonora da novela Pedra sobre pedra. Outras que tocaram bastante, mesmo em menor expressão foram Primeira dama e Mudanças, que se somavam a Não me deixe, Oh oh oh oh e Diga-me coisas bonitas.

Foto interna do CD 1991.
Poucas vezes na carreira, Roberto dividiu uma faixa com outro artista e a premiada nesse disco foi Fafá de Belém em Se você quer. Fafá relatou que fez a primeira gravação e não gostou de sua atuação por estar muito nervosa e contou isso para Carminha, secretária do rei. Dias depois, Roberto em um gesto elegante, pede para ela ir novamente ao estúdio para refazerem a faixa, pois ele corrigiria a atuação dele. Eu ficava entre Não me deixe, que tinha até assobios do rei, e Pergunte pro seu coração como a faixa preferida.

Contra-capa do CD 1991.
Com uma capa em tons azuis e azulada em uma foto interna, com chapéu, Roberto sinalizava sua aproximação com o mundo sertanejo que despontava naquele início de década, mas o trabalho não era sertanejo, apenas tinha uma levada na canção Todas as manhãs. Eu não tinha o dinheiro para comprar o disco e sofri muito com isso, pois minha ansiedade era tanta para ter logo esse presente. Fui juntando tudo que ganhava e antes do Natal já tava com o disco que minha tia comprou pra mim no Recife onde era mais barato. Também acompanhei o especial daquele ano com empolgação total, além da participação do Roberto nos especiais da Xuxa e do Fábio Jr., pois o fã já estava querendo ver tudo sobre RC.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 12 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1990

Capa do CD 1990.
E começamos nossa viagem aos anos 90, com o Cd 1990. Na verdade, naquele final de ano, eu não tinha o cd, que não era popular, tinha uma fita cassete do meu pai com as canções desse disco, que ouvia bastante e foi esse trabalho que me tornou fã definitivamente. Acredito que as vendas giraram em torno da fita e principalmente do LP. Eu já cantava desde os 4 anos Caminhoneiro em 84, Verde e amarelo em 85, Amor perfeito em 86. A partir  desse disco de 90 me defini como fã.

Produzido por Roberto Carlos, acredito que o único ou um dos poucos em que o próprio rei assinou a produção quase total, esse disco trouxe vários sucessos radiofônicos e de cara tivemos Meu ciúme, Por ela, Quero paz e Cenário. Também foi o primeiro trabalho do rei a constar em trilhas de novelas: Super-herói em O dono do mundo e Mujer em Lua cheia de amor. Outras canções desse trabalho são Pobre de quem me tiver depois de você, Um mais um, Porque a gente se ama e Como as ondas voltam para o mar. Ouvindo atualmente esse cd, destaco os solos de Por ela, algo diferente na obra RC, com influências espanholas e também gosto bastante dos solos de metais de Quero paz e Meu ciúme, além da clássica Cenário, uma nova Emoções, inclusive com frases musicais desta. O piano de Como as ondas voltam para o mar é lindo.

Foto interna do CD 1990.
 Eu ficava indeciso sobre qual canção gostava mais e sempre trocava de faixa predileta. Depois de um tempo, adquiri o LP, que foi um dos que me deixou mais feliz e mais tarde o CD. A faixa Um mais um também tocou bastante, embora seja pouco lembrada atualmente. Eu também gostava muito da capa branca, com um Roberto sério, sereno e ainda com a pena que simbolizava um defensor da natureza. A foto interna trazia um rei meio bravo, algo meio incomum de se ver nas telinhas.

Contra-capa do CD 1990.
Mas, ser fã foi algo gradativo. Lembro que no Natal daquele ano fui com meu pai para a pracinha de Limoeiro e ele falou ansioso: "Vamos voltar logo para ver o especial do Roberto Carlos". Daí perguntei qual a canção que ele mais gostava e ele falou que era Emoções. Lembro de ter visto o começo com pouca empolgação e só veria esse especial há alguns anos atrás. Ouvindo essas canções desse disco, me defini como fã no decorrer de 1991, quando ouvia quase que diariamente a fita e a vida começava a seguir sob essa trilha sonora.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Feliz Aniversário!!!

Mais um aniversário que também compartilho com vocês, amigos virtuais, sempre agradecendo todas as bênçãos que recebo de Deus, na forma de um grande amor, uma grande família, grandes amigos, colegas, chance de conhecer paisagens lindas de meu Estado e apreciar a melhor música do mundo, a brasileira, com todos esses artistas que passam por aqui e são reverenciados com todo o respeito, por seus dedicados trabalhos.

Escolhi esse mês de julho para comentar sobre os cds do Roberto Carlos dos anos 90 e o que eu fazia para comprar esses discos que saíam todo mês de dezembro e me levavam a garimpar as rádios em busca das novidades reais, às portas das lojas logo cedo (muitas vezes fui o primeiro de Limoeiro/PE a comprar o disco) e todas as impressões e emoções que esse presente me proporcionava. É uma forma que tenho de reviver esses momentos tão bonitos, abri meu coração e meu passado e me presentear com essas recordações, além de compartilhar isso com os fãs que faziam o mesmo!

Vamos viajar juntos pelos discos de 1990 até 1998, a partir de amanhã e relembrar as canções que marcaram essa década, que muitos críticos definem como improdutiva e pouco atraente do rei. Contrariando essa ideia, vou mostrar porque não acredito que seja o único fã do Roberto que se sentiu enlouquecido com esses lançamentos e com essas canções nesse tempo. Por enquanto, vou soprando as velinhas, passando mais um aniversário em Limoeiro e levantando um brinde à saúde, à paz, ao amor, a todos os amigos, à música brasileira, sempre agradecendo a Deus por tantas coisas maravilhosas que a vida nos proporciona!

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 3

Roberto vai ao programa do Silvio em 1997.
E hoje chegamos ao final dessa série que essa semana lembrou um pouco sobre a história desse Troféu que destaca em algumas categorias nossa música. O melhor cantor do ano sempre foi aguardado com muita ansiedade por mim, durante toda a década de 90, quando comecei a acompanhar a premiação e torcer pelo Roberto que sempre venceu naquela década. Para os fãs do Roberto, duas festas: a votação e a entrega do troféu, quando o rei foi duas vezes nessa década receber seus prêmios no programa do Silvio Santos.

Nessa premiação, Roberto também é rei, pois foi o vencedor no ranking da categoria canção e também o cantor mais premiado na história do troféu com 19 premiações. Sua primeira indicação foi em 65, mas perdeu para Agnaldo Rayol. Em 67 perdeu para Jair Rodrigues e em 68 para Wilson Simonal. Em 69, numa disputa acirrada com Jair, Rayol e Simonal, não obtiveram votação suficiente para receberem o prêmio. Em 71, venceu com Chico Buarque, mas como ambos não foram receber o prêmio, decidiram que o vencedor seria o terceiro colocado que foi o Altemar Dutra.

Roberto recebe seu troféu na década de 70.
Roberto também perdeu em 74 para o Chico Buarque, em 75 para Benito di Paula, em 82 para o Djavan, em 83 para o Ritchie e em 85 para o Tim Maia. Depois, em todas as indicações das quais participou, venceu, inclusive da mais recente, sendo um dos mais premiados, somando todas as categorias. Depois do Roberto temos o Zeca Pagodinho com três prêmios e Jair Rodrigues, Seu Jorge, Tim Maia, Djavan e Caetano, ambos com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 2

Ivete, uma das campeãs das premiações.
A briga pela melhor cantora do ano, apresentada no Troféu Imprensa ano a ano sempre se mostrou saudável e acirradíssima. A importância desse prêmio está em que talvez ele seja o único do Brasil ou da televisão brasileira que em seu currículo de prêmios apresenta Elis Regina, Isaurinha Garcia, Gal Costa, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Rita Lee, Elba Ramalho, Marina, Simone, Marisa Monte, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Zizi Possi, Ana Carolina, Maria Rita, Ivete Sangalo.

Quem imagina uma disputa tão acirrada como foi em 1975 entre Clara (a vencedora), Bethânia e Elis? Ou em 81 e 82 com Gal (vencedora de 82), Simone e Rita (vencedora de 81)? Ou em 83, 84 e 85 entre Elba (vencedora de 83), Gal (vencedora de 84 e 85) e Simone? No ranking das cantoras, Elis e Ivete dividem o topo com 5 prêmios; seguidas de Marina e Gal com 4 prêmios; Daniela, Clara e Elizeth com três e Marisa, Rita e Ana com duas premiações cada uma.

Outras categorias relacionadas com a música e quem não apareceram em todos os anos são Conjunto Musical onde os campeões foram Skank e Titãs e, Duplas sertanejas, onde os destaques são Chitãozinho e Xororó e Zezé di Camargo e Luciano, com duas premiações, cada dupla. Em poucas edições tivemos categorias como Produtor musical, Compositor, Orquestra, Programa musical, Programa sertanejo e Cantor ou cantora sertanejo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de julho de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 8

Olha, em se tratando de intérpretes, o Brasil não tem o que reclamar, pois disfrutamos de grandes vozes, sejam masculinas ou femininas. Emílio Santiago é sem dúvida um dos nomes que integram o topo dos melhores no quesito interpretação. Em diversos ritmos, por diversos autores, Emílio navega apresentando sempre uma qualidade sonora de poucos artistas brasileiros, além de sua privilegiada e inconfundível voz.

Apesar de já ter navegado pela praia de Tom Jobim, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, Ivan Lins, Gonzaga Jr., João Bosco, Djavan, Caymmi, e todos os melhores compositores da música brasileira, gostaria de destacar as interpretações que ele fez para três de suas muitas pérolas, pois esse sim é um artista que alguém não se aventura regravar algo que ele já fez.

A primeira é Saigon, pois essa é daquelas que alguém desconhece o compositor (é do Claudio Cartier, Paulo Feital e Carlão) atribuindo ser a canção do Emílio e talvez seu maior clássico. A segunda, igual a primeira é Verdade chinesa, (do Gilson e do Carlos Colla) e digo igual porque todos também a atribuem ao Emílio. E a terceira é Preciso dizer que te amo (de Cazuza, Dé e Bebel Gilberto), que considero ter a interpretação definitiva na voz desse astro da nossa música. É claro que poderíamos falar de muitas outras, pois a voz do Emílio é como poucas que consegue lapidar ainda mais canções como Um chopp pra distrair, Eu sei que vou te amar, Papel machê, Coisas do coração, Cadê juízo, Essa fase do amor, Um dia desses, etc.

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de julho de 2011

Paciência

Essa canção, essa mensagem é uma das mais lindas do repertório do Lenine, regravada por outros nomes como Simone, Milton Nascimento e mais recentemente por Fábio Jr. Paciência oferece trocadilhos em torno do tema e do equilíbrio entre os bons sentimentos humanos como a calma versus as pressões externas e internas.

Um questionamento bastante atual, para essa sociedade moderna: paciência, um sentimento tão nobre, tão raro e que faz tanto bem também tem limite, ou deve ser visto e oferecido sem limites? E é nesse equilíbrio de sentimentos que a letra, de forma genial, aponta, às vezes, com a evasão da loucura do estresse cotidiano, outras vezes, com o envolvimento total nas cobranças do dia-a-dia, tendo na paciência, uma aliada nessa luta.

Paciência
(Lenine e Dudu Falcão)

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara, tão rara...

Um forte abraço a todos!