terça-feira, 11 de outubro de 2011

Romaria

Amanhã, dia 12 é dia das crianças e também dia da Padroeira do Brasil e nós, católicos, veneramos a Virgem Mãe de Nosso Senhor, principalmente em dias como este, dedicado à Nossa Senhora Aparecida. Uma canção clássica para esta data é Romaria, do Renato Teixeira, que já foi intepretada por tantos nomes como Elis, Bethânia, Sérgio, Fábio e várias duplas sertanejas.

O Santuário de Nossa Senhora, em Guaratinguetá/SP, recebe hoje fiéis do mundo inteiro. E a música brasileira se orgulha de ter um clássico como esse que representa o autêntico sertanejo, peão, sobre seu cavalo e devoto da Virgem, que, mesmo sem elevado grau de instrução, apresenta elevado grau de sentimento e religiosidade ao refletir sobre sua sorte, pedir e agradecer à Mãe do Nosso Salvador.

Romaria
(Renato Teixeira)

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó
De jibeira o jiló
Dessa vida
Cumprida a só

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

O meu pai foi peão
Minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
À custa de aventuras

Descasei, joguei
Investi, desisti
Se há sorte
Eu não sei, nunca vi

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Prá pedir de romaria e prece
Paz nos desaventos

Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar
Meu olhar

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de outubro de 2011

CD Zezé di Camargo e Luciano 1998

Em junho, assisti a um show de Zezé di Camargo e Luciano lá em Limoeiro/PE e pude perceber ao vivo quanto esses dois astros são grandes profissionais, pois fizeram o melhor show que aquela cidade recebeu até hoje. Gosto da dupla, de suas canções românticas e já demonstrei isso me colocando em oposição ao preconceito que existe em relação a esses grandes artistas.

Tenho alguns CDs da dupla do período de 1996 a 2000 quando lançaram os melhores trabalhos e este foi lançado em 1998, e apresenta clássicos até hoje relembrados em seus shows como Pra não pensar em você, Dois corações e uma história, Pior é te perder, Quando a cabeça não pensa, À queima roupa, Meu país, Deus salve a América e Felicidade que saudade de você.

Outras canções do CD são Flor de Flamboyant, Imperfeito, Amores que vem e que passam, Volta pro meu coração, Seca malvada, Sabor de pecado, Fim de festa, A mais louca paixão, Vida viola e violeiro. A sonoridade é incontestavelmente uma das melhores do gênero o que justifica a dupla ocupar o topo, com o reconhecimento pelo esforço que sempre demonstram  em qualquer trabalho que realizam.

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de outubro de 2011

Te ver

Gosto demais do Skank e aqui temos um dos clássicos da banda, uma canção que não pode faltar em seu repertório de shows. Além do romantismo pop, a canção traz alguns trocadilhos bem legais e brinca com as contradições de se ter tudo e não ter nada, quando falta o principal: a presença da pessoa amada!

Na melhor levada Skank, Te ver foi e ainda é um grande sucesso radiofônico, sendo bastante interessante perceber que o público jovem tem algo bom, com essa qualidade pra apreciar. Gosto também da alfinetada que se dá na política, pois realmente é impossível não ter raiva desse assunto dos quais somos chamados de alienados por não termos o "conhecimento adequado". Grande Skank!

Te ver
(Samuel Rosa, Lelo Zanetti e Chico Amaral)

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível

É como mergulhar no rio e não se molhar
É como não morrer de frio no gelo polar
É ter o estômago vazio e não almoçar
É ver o céu se abrir no estio e não se animar

É como esperar o prato e não salivar
Sentir apertar o sapato e não descalçar
É ver alguém feliz de fato sem alguém pra amar
É como procurar no mato estrela do mar

É como não sentir calor em Cuiabá
Ou como no Arpoador não ver o mar
É como não morrer de raiva com a política
Ignorar que a tarde vai vadiar e mítica

É como ver televisão e não dormir
Ver um bichano pelo chão e não sorrir
E como não provar o nectar de um lindo amor
Depois que o coração detecta a mais fina flor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Agora aprendi por que o mundo dá volta...

Uma das recentes revelações entre as cantoras brasileira é Mônica Salmaso. Natural de São Paulo, iniciou sua carreira musical no final da década de 80 e em 1995, lançou seu primeiro cd, só com canções afro-sambas compostos por Vinícius de Moraes e Baden Powell, projeto este muito bem aceito pelo público.

Outras canções de destaque de seu repertório são A felicidade, Na volta que o mundo dá, Por toda minha vida, A canoa virou, A permuta dos santos, Valsinha, É doce morrer no mar, Onde ir, Cabrochinha, Beatriz, etc, além de Imagina, em que gravou com Chico Buarque no cd dele.

Mônica também participou da trilha sonora do filme Vinícius e é, sem sombra de dúvidas, um grande nome da música brasileira contemporânea, o que vem sendo comprovado em trabalhos como o Dvd que fez todo em homenagem à obra do Chico Buarque e em cada lançamento que apresenta!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu não sei como apagar o que você foi pra mim...

Alguns grupos surgiram nos últimos anos. Entre eles, gostaria de destacar o KLB, formado pelos irmãos Kiko, Leandro e Bruno. Filhos do empresário Franco Scorvanacca, se lançaram na carreira musical em 2000, quando lançaram seu primeiro cd e contaram já com os sucessos radiofônicos A dor desse amor e Ela não está aqui.

E daí em diante emplacaram vários sucessos como Te amar ainda mais, Por que tem que ser assim, Minha timidez, A cada dez palavras, Muito estranho, Olhar 43, Seu nome, Por causa de você, Amor de verdade, Todo azul do mar, Só dessa vez, Um sonho a dois, etc.

Eu gosto da banda que anda meio sumida, mas creio que estejam preparando algo novo para nós. Nesses anos, eles evoluiram bastante como músicos e não costumo ver com preconceitos alguém que faz algo valioso, em que acredita e é por isso que o KLB é uma banda que conquista novos fãs país afora nesses mais de dez anos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de outubro de 2011

Os Intépretes do Brasil - 11

E a Série que homenageia os grandes intépretes chega a décima primeira edição, trazendo um grande cantor e compositor romântico que, quando intepreta canções de outros autores, dá à canção um tratameto especial, semelhante ao que dá às suas criações: José Augusto!

Com um vasto repertório de belíssimas canções, fica difícil escolher uma ou outra apenas que se destaca como grande interpretação. Mas, podemos citar algumas delas como foi o caso do clássico de seu repertório Fui eu, da dupla Sullivan e Massadas, mas que foi imortalizado por ele.

Chuvas de verão, Aguenta coração, Eu e você e Sonho por sonho são outros clássicos do Zé, que não foram compostas por ele. Gosto muito das releituras que ele deu para Te amo (imortalizada pela Wanderléa) e Vida cigana, gravadas recentemente, bem como Coisas do coração que, embora lembre muito a versão do Roberto, sentimos a marca José Augusto presente, como o grande intérprete que é!

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de outubro de 2011

Letras negras

Mais uma belíssima canção do Geraldo Azevedo, em parceria com o grande compositor Fausto Nilo e regravada de forma brilhante pelo Fagner: Letras negras. Uma composição com uma longa letra que descreve um sonho relembrado ao se folhear o jornal. Considero também uma letra de difícil interpretação, pois expõe algumas metáforas, coisas típicas de sonhos que lembramos e que muitas vezes parecem confusos em nossa mente, apresentando elementos sem ligação com o tema central do sonho. Interpretar uma canção como essas é como interpretar um sonho, algo bastante difícil e particular.

Em minha singela opinião fica a ideia de um amor forte, mas que está apenas na lembrança, a ponto de ignorar as letras do jornal ou até buscar nelas a saudade que se sente! É como se houvesse uma comparação entre o que sempre existiu de maravilhoso e o vazio que restou naquelas letras do jornal. E a frase: "O sonho é um sinal que tem fruta madura no quintal do vizinho" chegou a mim como se o autor apontasse que o sonho do retorno será realizado mediante a autorização alheia, da pessoa amada. É um risco que se corre ao expor as interpretações particulares, pois você apenas demonstra humildemente como aquelas frases chegaram a você, sem a certeza que foi essa a vontade do autor, mas é assim que descrevo essa belíssima canção que tanto aprecio:

Letras negras
(Geraldo Azevedo e Fausto Nilo)

Pelo jornal o dia chega
Com as letras negras
Do que está por vir
Pelo meu sonho era tudo bem
Você passava e olhava pra mim

Seu olhar selvagem
Perdido na paisagem
De fumaça e luz
No paraíso amor um dia
Imaginamos cidades azuis

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora?

Serenai! Serenai! Oh verde mar
A madrugada chegou
Começa o dia e você me incendeia
Amor me incendeia até florescer

E nada mais bonito
Que o grito selvagem
Do subúrbio lado blue
Desconstruindo os muros
Até o sonho amanhecer

Oh, meu amor
Meu grande amor
E agora?

A voz na sacada
Da casa rosada
A solidão da voz
E na varanda branca da alvorada
O tempo cansa de esperar por nós

Será que é preciso imaginar o cosmo pra compreender
que esse bebê no colo tenta resistir
Essa madona quer sobreviver

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora?

De lá das estrelas
Eles querem ver esse mundo explodir
Lágrimas na rua de verdade
Tudo pode acontecer

Afinal o sonho é um sinal
Que tem fruta madura no quintal do vizinho
Por tanto tempo eu fiquei sozinho
Pelo jornal o mundo acabou

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mas, a filosofia hoje me auxilia...

E finalizamos o mês de setembro com um retorno à Era do rádio, com esse artista autêntico desse momento: Mário da Silveira Meireles Reis. Natural do Rio de Janeiro, Mário Reis é considerado um dos melhores de seu tempo, sendo também lembrado como um dos precursores da Bossa Nova, pois seu canto manso teria influenciado João Gilberto. Lançou seu primeiro LP em 1928.

Considerado o Bacharel do Samba, lançou vários sucessos como Eva querida, Filosofia, Gosto que me enrosco, A razão dá-se a quem tem, O que será de mim, etc. Consagrou-se como um dos principais intérpretes de Francisco Alves e Noel Rosa em seu tempo.

Mário partiu para a eternidade em 1981, mas será sempre um marco na Era do rádio. Gravou o primeiro sucesso popular de Ary Barroso e, além dos citados, foi intéprete de nomes como Ismael Silva, João de Barro e até Chico Buarque. Em 1995 foi lançado um filme que focou a música do século 20, destacando sobretudo sua obra - O mandarim.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os Músicos do Brasil - 25

E não só de músicos antigos vive o país. Apesar de poucos incentivos e uma educação deficiente também nessa área, podemos nos orgulhar de bons nomes contemporâneos para essa arte. E um deles é Yamandú Costa. Natural de Passo fundo/RS e filho de musicista, Yamandu já tocava aos 4 anos de idade, sendo um garoto prodígio.

Atualmente esse garoto toca violão de seis, sete e oito cordas. Isso não é pra qualquer um e quem é da área sabe do talento dele, elogiado por grandes nomes da nossa música com os quais trabalhou como Baden Powell, Nelson Ayres, Paulo Moura, Armandinho, Dominguinhos, entre outros. Já lançou alguns trabalhos onde podemos comprovar sua desenvoltura, além de encontros com alguns desses nomes que tanto o elogiaram.

Tido como um mestre nas improvisações, Yamandu conquista o respeito e admiração do público brasileiro por seu talento e dedicação à música. E é prova de que se existissem mais incentivos, com certeza, teríamos mais músicos brasileiros talentosos como esse. Será que alguém ainda duvida que a música é uma ótima chave para combater muitos problemas sociais?

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de setembro de 2011

Olhando as estrelas - 18

Quando comecei essa série, falando dos grandes encontros de nossas estrelas, um dos primeiros que me veio à mente foi esse: Fafá de Belém e Nelson Gonçalves. Com certeza, um foi ídolo e influenciou a carreira da outra, mas a verdade é que os seus encontros e duetos foram dos mais simpáticos que a música brasileira tem para nos apresentar.

Eles gravaram juntos em dois momentos: na canção O negócio é amar (Carlos Lyra e Dolores Duran), em 1984 para o disco Ele e elas vol. 1 e, em 1989, no disco Auto-retrato, na faixa Falando de amor (Tom Jobim). O encontro mais marcante e inesquecível foi mesmo com a canção O negócio é amar, de Dolores Duran, que Carlos Lyra pôs letra para Nelson gravar junto com Fafá. Talvez o maior sucesso daquele disco, retrata um encontro fantástico que uniu toda a paíxão dos dois, com direito a um diálogo descontraído e risadas no solo da canção.

Vale lembrar que no dvd Eternamente Nelson, comentado aqui esse ano, temos esse encontro, com direito a clipe do Fantástico em imagens que vocês vêem ao lado. Fafá também gravou Nem às paredes confesso, sucesso imortalizado no Brasil pelo Nelson. Talvez fosse interessante para ela lançar um disco só com clássicos desse amigo inesquecível, afinal, como ele mesmo afirma no dueto: "Tô contigo e não abro...". E nós estamos com eles e com esses encontros inesquecíveis!

Um forte abraço a todos!