terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Os Músicos do Brasil - 29

O Brasil deve ser orgulhar de grandes nomes da nossa música. E os virtuosos, aqueles músicos que ficam em segundo plano na apresentação de determinado artista ou de uma orquestra, merece toda reverência por serem boas referências. Um deles chama-se Jacob Pick Bitencourtt, mais conhecido como Jacob do Bandolim.

Natural do Rio de Janeiro/RJ, foi compositor e músico, firmando-se como uma das maiores referências de choro desse país. Tocou com nomes como Elizeth Cardoso, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo e foi um dos fundadores do conjunto Época de ouro. Partiu para a eternidade em 1969, mas continua sendo forte referência como já foi dito.

Entre suas composições podemos citar Noites cariocas, Benzinho, Vidinha boa, De Limoeiro a Mossoró, Receita de samba, Pérolas, Modinha, Doce de coco, Vibrações, Brejeiro, etc. Músicos como Jacob, que embora tenha partido para a eternidade há um bom tempo e mesmo assim continua como referência em sua arte, devem ser sempre lembrados por um país que dizem não ter memória, mas tem talentos como ele!

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Olhando as estrelas - 22

Quem gosta de Djavan? Quem gosta da Alcione? Ambos já estiveram nesta série, junto a outros nomes. Pois é, esses dois também já estiveram juntos em alguns momentos de suas carreiras e agora aparecem aqui na série Olhando as estrelas onde contemplamos o brilho de duas estrelas que se encontram em prol da música brasileira.

Ambos começaram lá na década de 70 como crooner. No CD celebração, da "marrom", Djavan é um dos convidados para dividirem a faixa Gostoso veneno. No CD/DVD Duas faces da Alcione lançado ano passado, esse encontro é reeditado, agora na faixa Capim, composta pelo alagoano. Alcione também já gravou Flor de lis.

E nós que gostamos da Alcione e do Djavan torcemos para que mais encontros como este aconteçam. A marrom poderia gravar mais composições dele, tipo Oceano ou Samurai, que creio ficar muito bonitas em sua voz. E Djavan também, aproveitando essa fase de intéprete, poderia visitar o repertório da sambista, mandando ver no seu lado de perfeito crooner. A música brasileira agradece aos dois!

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Estrela

Como já comentado em outros momentos, essa é uma das minhas canções preferidas do Gilberto Gil. Fez parte do segundo volume da trilha sonora da novela global A indomada, de 1997. E também do CD Quanta e, na versão ao vivo, no CD Quanta gente veio ver. Com um romantismo regionalista (com o carinho de "ocê"), Estrela poderia ser mais lembrada até pelo próprio Gil, incluindo mais essa canção em seus shows.

A letra de Estrela fala de um amor que anda em paralelo com os astros. A estrela surge no céu ou desaparece de acordo com o estado de felicidade da pessoa amada. E o bonito é ele dizer que o contrário também pode acontecer: uma estrela se joga pra ver o sorriso ou brilhará com a lágrima. Coisas geniais de nosso baiano.

Estrela
(Gilberto Gil)

Há de surgir uma estrela no céu
Cada vez que ocê sorrir
Há de apagar uma estrela no céu
Cada vez que ocê chorar

O contrário também
Bem que pode acontecer
De uma estrela brilhar
Quando a lágrima cair

Ou então, de uma estrela cadente se jogar
Só pra ver a flor do seu sorriso se abrir

Hum! Deus fará
Absurdos, contanto que a vida seja assim
Sim, um altar
Onde a gente celebre tudo o que Ele consentir

Resultado da promoção: como podemos comprovar através das respostas dadas à postagem do dia 05/02/2012, na qual comentamos sobre a Coleção Gil 70 anos, a vencedora foi Merenciana Wanderley, que foi a primeira a responder corretamente às três perguntas. Favor enviar email para evefrc@hotmail.com, com todos seus dados e repassaremos suas informações para a Innovant Editora, que o enviará o Kit com o CD Realce, do Gilberto Gil. A todos que participaram nosso muito obrigado!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Só porque tenho por ela um apreço imenso...

Falamos nesses dias de samba, frevo e agora vamos abordar o axé na figura de uma cantora da Bahia, afinal, esses três ritmos formam o carnaval diversificado que esse país oferece. Emanuelle Araújo é natural de Salvador/BA e obteve seu alcance nacional como cantora (já que também é atriz e já atuou em várias novelas globais) em 1999, quando substitui Ivete Sangalo no comando da Banda Eva.

Em 2002, Emanuelle deixa a banda e segue carreira solo e atualmente se apresenta junto a Banda Moinho. Entre seus sucessos estão Esnoba, Ela briga comigo, Na Lapa, Hoje de noite, É de manhã, Samba do moinho, Casa de bamba, Falsa baiana, Rainha do mar, etc.

Emanuelle concilia os trabalhos como atriz e como cantora da banda Moinho, que foi bem aceita pela crítica e nesse carnaval deve ter feito a alegria de muitos foliões que buscaram em Salvador diversão e canções como a que vem apresentando a seu público.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Luiz Gonzaga na Unidos da Tijuca!

A alma da sanfona . Foto Antônio Lacerda
Gosto das Escolas de Samba, sobretudo quando o enredo envolve alguma personalidade popular. E quando é algum artista da nossa música pra mim está perfeito. Este ano é comemorado o centenário de Luiz Gonzaga, nosso artista pernambucano número um! Gonzaga que cantou o amor, sua terra, detalhes de sua vida, de sua caminhada, é tema da Escola de Samba Unidos da Tijuca.

Os trapalhões, Chacrinha e Silvio Santos foram algumas das personalidades que já desfilaram por Escolas em anos anteriores. Da música, temos nomes como Dorival Caymmi, Noel Rosa, Pixinguinha, Herivelton Martins e Cartola até Tom Jobim, Chico Buarque, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa. Ano passado, a Beija-flor mandou seu torcedor mais ilustre: o rei Roberto Carlos. E esse ano temos Gonzaga na Tijuca.

Foto Paulo Jacob/Oglobo
O carnavalesco Paulo Barros mais uma vez arrasou ao apresentar não apenas a vida de Gonzagão, mas toda a cultura nordestina que foi inspiração para esse mestre da nossa música como o Rio São Francisco, o coração do Sertão, o barro de Vitalino, festa do vaqueiro, a religião e tantas outras coisas que emocionam a quem conviveu e ainda presencia essa região cantada em seus eternos versos. Vários reis vieram para participar da coroação. Inté Asa Branca bateu asas pro sertão para coroar seu cantor mais ilustre! Eis a letra do samba-enredo:

Boa Sorte Tijuca e Viva Luiz Gonzaga, o Rei do Baião
(Vadinho, Josemar Manfredine, Jorge Callado e Silas Augusto)

Nessa viagem arretada
“Lua” clareia a inspiração
Vejo a realeza encantada
Com as belezas do Sertão!

“Chuva, sol” meu olhar
Brilhou em terra distante
Ai que visão deslumbrante, se avexe não!
Muié rendá é rendeira
E no tempero da feira
O barro, o mestre, a criação!

Mandacaru a flor do cangaço
Tem “xote menina” nesse arrasta pé
Oh! Meu Padim, santo abençoado
É promessa eu pago, me guia na fé

Em cada estação, a “triste partida”
Eu vi no caminho vida severina
À margem do Chico espantei o mal
Bordando o folclore raiz cultural

Simbora que a noite já vem, “saudades do meu São João”
“Respeita Véio Januário, seus oito baixo tinhoso que só”
“Numa serenata” feliz vou cantar
No meu pé de serra festejo ao luar
Tijuca a luz do arauto anuncia
Na carruagem da folia, hoje tem coroação!

A minha emoção vai te convidar
Canta Tijuca vem comemorar
“Inté asa branca” encontra o pavão
Pra coroar o “Rei do Sertão”

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

CD Zeca Pagodinho Juras de amor

Uma boa coletânea pra quem gosta de samba e do repertório do "homem da cerveja", nosso Zeca Pagodinho: Juras de amor. Lançado em 2000, esse CD reune grandes sucessos da carreira do Zeca, alguns em versão ao vivo e também com alguns duetos com pessoas importantes em sua carreira.

Beth Carvalho, a madrinha do Zeca, aparece em dueto na faixa Ainda é tempo pra ser feliz. Almir Guineto, outro grande parceiro, aparece em Insensato destino, em versão ao vivo. Outra versão ao vivo deliciosa é a faixa Saudade louca. Outros clássicos do Zeca neste CD são Jura, Verdade, O dono da dor, Lama nas ruas, Seu balancê e Samba pras moças.

Completam a coletânea Pra você menina, À distância, Prova de amor, Presença incerta e Papel principal. Como toda coletânea, falta esse ou aquele sucesso. Mas, em tempos de carnaval, um domingo onde não apenas o dessa festa, mas todos do ano pedem um bom samba, Zeca Pagodinho é, sem sombra de dúvidas, uma boa pedida e aqui está um CD que comprova isso.

Um forte abraço a todos!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Bom demais

Nessa época de carnaval, Pernambuco ferve, ou melhor freva ao som de grandes canções que são verdadeiros clássicos entoados nesses dias nas ruas de Recife, Olinda e em alguns focos do interior do Estado. Hoje em locais como o Galo da madrugada em Recife, onde é vivenciado o "sábado de Zé Pereira" com o maior bloco carnavalesco ao ar livre do mundo, canções como esta serão entoadas várias vezes ao dia, junto a outros clássicos relembrados aqui em outros anos.

Bom demais foi o primeiro sucesso que Alceu Valença gravou deste compositor e que o revelou nacionalmente. E realmente não pode faltar em qualquer festa onde o frevo impere, sobretudo por ser um culto a este estilo musical genuínamente pernambucano. A letra descreve com perfeição o que se passa quando esse ritmo contagiante reina junto a Momo.

Bom demais
(J. Michiles)

Eu tenho mais que tá nessa
Fazendo mesura na ponta do pé
Quando o frevo começa
Ninguém me segura, vem ver como é

O frevo madruga lá em São José
Depois em Olinda, na Praça do Jacaré

Bom demais, bom demais
Bom demais, bom demais
Menina vem depressa
Que esse frevo é bom demais

Bom demais, bom demais
Bom demais, bom demais
Menina vamos nessa
Que esse frevo é bom demais

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Os compositores do Brasil - 45

Quando o assunto é frevo, vários nomes pernambucanos se destacam, sobretudo na composição. Entre eles temos Nelson Heráclito Alves Ferreira, ou simplesmente Nelson Ferreira, nome citado como referência para todos que curtem esse ritmo. Natural de Bonito/PE, Nelson aprendeu cedo a tocar violão, violino e piano e aos catorze anos fez sua primeira composição: a valsa Vitória.

Nelson foi diretor artístico da Rádio Clube, da Fábrica de discos Rozenblit (a única fora do eixo Rio/São Paulo) e maestro, estando a frente de uma orquestra que percorreu todo o país, divulgando o frevo. Como compositor, sua canção mais conhecida é Evocação nº 1. Outras Evocações (ao todo foram sete) foram feitas para homenagear carnavalescos companheiros seus e outros compositores e imortais da poesia.

Outras composições suas são Quarta-feira ingrata, Frevo da saudade, Chora palhaço, Boca de forno, Pernambuco você é meu, Arlequim, Gostosinho, Gostosão, Gostosura, Come e dorme, Borboleta não é ave, Cabelos brancos, Bloco da Vitória, entre tantos frevos de rua, de blocos e frevo-canções, interpretadas por gente como Claudinor Germano, Carlos Galhardo, Francisco Alves, Aracy de Almeida, Nelson Gonçalves, Expedito Baracho, entre outros. Fez também canções que viriam a se tornar verdadeiros hinos, embora não oficiais do Náutico e do Sport. Nelson partiu para a eternidade em 1976 e continua eterno no coração do frevo pernambucano.
 
Um forte abraço a todos!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu...

A boa música deve ser vista sem preconceitos, sobretudo em relação às novas gerações. Um grupo que já tem mais de 25 anos de carreira, com grandes sucessos deve ser visto com o respeito e admiração que conquistaram durante todo esse tempo. É assim que acontece com o Exaltasamba. Com mudanças em suas formações, é um dos poucos grupos que sobreviveram à "febre de pagodes e pagodeiros" que estouraram nos anos 90.

O grupo foi formado em 1986 e o primeiro disco saiu em 1992. Mas, o sucesso foi gradativo e só teve alcance nacional em 1996 com o CD Luz do desejo. Péricles, Pinha, Brilhantina, Thell e Tiaguinho são os atuais integrantes dessa banda. Tiaguinho pretende sair do grupo e seguir carreira solo, assim como Chrigor, o ex-integrante mais conhecido dessa banda que viveu sucessos tanto com um, quanto com outro vocalista e a gente torce para que continue assim.

Entre tantas canções radiofônicas da banda, citamos Luz do desejo, Telegrama, Desliga e vem, Cartão postal, O rei na beija-flor, Tá vendo aquela lua, Fugidinha, Eu me apaixonei pela pessoa errada, Eu e você sempre, A gente faz a festa, Gamei, Carona do amor, Dez a um, entre tantas. O futuro é incerto, mas o que já é certo é que eles contribuíram para o mundo do samba e para seus fãs com esses e outros grandes hits!

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O disco mais vendido de trilhas de novelas - O rei do gado de 1996

Capa do CD O rei do gado. Atriz Patrícia Pilar
Disco de novela sempre foi um atrativo para o público que acompanha capítulo por capítulo aquela trama que faz parte do cotidiano de muitos brasileiros. Já falamos anteriormente que muitos sucessos da nossa música surgiram de mãos dadas com cenas inesquecíveis. É como se o clipe viesse antes do sucesso radiofônico e o originasse.

Essa história de trilha sonora sempre foi bom para as gravadoras que lançavam a trilha nacional e a internacional. Em 1996, por exemplo, tivemos o ápice disso com essa coletânea da novela O Rei do gado que vendeu 1,5 milhão de cópias de seu primeiro volume. Vale lembrar que já na década de 70, a marca de um milhão foi alcançada com Estúpido cupido. Dancin days internacional também bateu recordes em seu tempo.

Mas, voltando ao primeiro volume de O rei do gado (já que o sucesso foi tanto e lançaram um segundo volume) entre os maiores êxitos do disco, que saiu em LP, K-7 e CD, estão Coração sertanejo (Chitãozinho e Xororó), Admirável gado novo (Zé Ramalho), Eu te amo te amo te amo (Roberta Miranda), Correnteza (Djavan), À primeira vista (Daniela Mercury), Sem medo de ser feliz (Zezé di Camargo e Luciano) e Doce mistério (Leandro e Leonardo) que, também alavancaram as vendas de seus respectivos intérpretes.

Completam a coletânea da Som livre a abertura Rei do gado (Orquestra da terra), La forza della vita (Renato Russo), Vaqueiro de profissão (Jair Rodrigues), The woman in me (Shania Twain), O que vem a ser felicidade (Orlando Morais), Cidade Grande(Metrópole) e Caminhando só (Evara Zan). Com muitos sucessos radiofônicos e com pouca pirataria na época, esse CD bateu recordes de vendas, não alcançadas nem pelo segundo volume (que trazia mais canções interpretadas por Sérgio Reis e Almir Sater, que participavam da novela), nem por lançamentos posteriores.

Um forte abraço a todos!