sábado, 31 de março de 2012

Bastidores

Essa música é a cara do Cauby. Não sei se tem tudo a ver com o Cauby, mas é como se ela descrevesse direitinho este personagem da nossa música, quando ele interpreta essa canção. A força é tanta que ele incorpora o personagem da música e ninguém consegue imaginar alguém diferente do Cauby sofrendo o que a letra do Chico diz, mesmo quando o autor ou outro intérprete se arrisque a cantá-la.

Bastidores foi feita para a irmã do Chico, Cristina Buarque, e fala do amor sofrido, desesperado e que busca força no canto, na música para ressurgir das cinzas com a glória do aplauso. Tornou-se praticamente uma tatuagem do Cauby que chora com sua interpretação. Uma genialidade do Chico colocar em confronto a atuação da estrela com o sentimento oculto nos bastidores que o acompanha ao palco em seus pensamentos. Com cenas que remetem ao teatro, Bastidores é um dos clássicos da música brasileira que põe seu imortal intérprete no topo dos grandes talentos que esse país oferece em sua música.

Bastidores
(Chico Buarque)

Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim
E me tranquei no camarim
Tomei o calmante, o excitante
E um bocado de gim

Amaldiçoei
O dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei
Me pintei, me pintei

Cantei, cantei
Como é cruel cantar assim
E num instante de ilusão
Te vi pelo salão
A caçoar de mim

Não me troquei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar
Vais voltar, vais voltar

Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo o cabaré
Me aplaudiu de pé
Quando cheguei ao fim

Mas não bisei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que nunca mais vais voltar

Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bêbados e febris
A se rasgar por mim

Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Os Músicos do Brasil - 30

Eles formam um dos grupos mais bem sucedidos dos últimos anos, divulgando a música instrumental, sobretudo aquela que envolve violinos, trabalhando o clássico e o popular. Naturais do Rio Grande do Sul, formam o grupo Família Lima: o pai José Carlos, os filhos Amon-rá, Moisés e Lucas e o primo destes Allen Campos.

A música sempre aconteceu em família, mas o estouro ocorreu em 1994 com a primeira apresentação e com o lançamento da música Primeiro amor. A partir disso, conseguiram popularizar seu estilo e também se apresentaram em várias partes do país e no exterior. Entre os sucessos da banda, temos Teu beijo, Não vá, Funiculi funicula, Escrito no céu, O barbeiro de Sevilha, Meu anjo, Nunca mais, etc.

É interessante perceber que, em muitos casos, músicos talentosos aproveitam o espaço que dispõem para popularizar o instrumento e a música que este emite, seu som enfim. Não sei se é este o próposito da banda, mas é muito interessante vê-los com aquelas cordas e com toda a classe que lhes são peculiares, divulgando sua arte por aí!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de março de 2012

Bate agora, mais um pouco, outra vez, obrigado...

Formação clássica da dupla
A gênese da música caipira nacional encontra nessa dupla uma das suas mais gratas origens. Eles são  Murilo Alvarenga, natural de Itaúna/MG, e Diésis dos Anjos Gaia, natural de Jacareí/SP, que desde o final dos anos 1920, até a década de 70, encantaram o país como a dupla Alvarenga e Ranchinho. Diesis ficou na dupla até 1965 quando saiu e foi substituído por Homero de Souza Campos, natural de Campos Gerais/MG e tido como o Ranchinho 2.

A dupla cantou em circos desde os anos 1929 e só gravaram o primeiro compacto em 1936. Caracterizaram-se por serem mestres em sátiras políticas, o que os levou a participar de várias campanhas eleitorais, além de participarem de vários filmes. Entre os sucessos inesquecíveis, temos Seu condutor, Rancho fundo, Drama da Angélica, Nóis em Buenos Aires, Valsa das palmas, Seresta, Boi amarelinho e um clássico que remete a todos à capital paulista: Ê! São Paulo.

Alvarenga partiu para a eternidade em 1978, Ranchinho em 1991 e Ranchinho 2 em 1997. Mas, toda música sertaneja tem em Alvarenga e Ranchinho o começo de tudo e se hoje temos uma diversidade tremanda nesse estilo, não podemos jamais esquecer de personagens musicais como estes que foram responsáveis por muitas lutas, defendendo esse estilo do interior do país!

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de março de 2012

Olhando as estrelas - 23

João e Zizi no Som Brasil, em 2009
Aqui é o encontro de dois nomes da nossa música, sendo ela, uma das intérpretes mais constantes da obra dele: Zizi Possi e João Bosco. Zizi é uma das que mais regrava João e, se não for algo já pensado, creio que daria pra montar uma coletânea do tipo Zizi interpreta João só com as canções que já gravou no decorrer de sua carreira.

Desde o primeiro trabalho até o mais atual da cantora tem João. Claro que não em todos os discos gravados, mas sempre ela visita seu repertório com clássicos ou algumas canções menos conhecidas que fazem parte dessa lista como: Vida noturna, Papel marché, Corsário, Quando o amor acontece, Incompatibilidade de gênios, O bêbado e a equilibrista, entre outros.

No recente DVD da cantora Cantos e contos, os dois se encontram nas faixas Incompatibilidade de gênios, Bala com bala e Milagre, de Dorival Caymmi. E no Som Brasil em homenagem ao cantor em 2009, ambos cantaram O bêbado e a equilibrista e Dois pra lá dois pra cá. E muitos outros encontros como estes esperamos acontecer, muitas outras regravações e shows para que continuemos a contemplar essas estrelas!

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de março de 2012

Brincar de viver

Guilherme Arantes sempre foi presença constante nesse espaço, sobretudo com suas belíssimas e marcantes canções, como esta que, tomou formato imortal após a interpretação de Maria Bethânia em 1983 e depois pelo próprio autor. Diria que, apesar de ser uma canção triste, é uma das mais belas do repertório da Bethânia e considero esta esquecida por ela, que nunca a regravou em tantos projetos ao vivos que já lançou.

Constitui um dos clássicos do Guilherme, geralmente presente em seus shows. Fala de um amor partido, mas o(a) protagonista descreve a força que restou para retomar sua caminhada e refazer sua vida, talvez junto a outro amor menos confuso e mais sério. É como um renascer, um novo dia, com o sol sempre brilhando e iluminando o novo caminho.

Brincar de viver
(Guilherme Arantes e Jon Lucien)

Quem me chamou?
Quem vai querer voltar pro ninho
Redescobrir seu lugar

Pra retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"

A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz "não"

Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver

Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"

A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz "não"

E eu desejo amar
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho

Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo

Vem!
Agora é brincar de viver...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ouço a sua voz e a alegria dentro de mim faz moradia...

Ela é a cantora italiana mais popular da atualidade. Seu nome Laura Alice Rossella Pausini, que conhecemos por Laura Pausini. Despontou para a carreira musical após vencer o Festival de San Remo de 1993 com a canção La solitudine, que viria a ser gravada posteriormente por Renato Russo, versionada para o português.

Não é a toa que a consideramos a italiana mais popular da atualidade, pois lança seus trabalhos em vários países europeus e americanos, cantando em italiano e também em espanhol, português, francês e inglês, tornando-se uma grande vendedora de discos e colecionando prêmios e hits por onde passa.

Entre seus sucessos podemos citar Strani Amori, Incancellabile, Due innamorati come noi, Benvenuto, Volevo dirti che ti amo, In assenza di te, Speranza, The extra mille, etc. Sempre visita o Brasil, onde tem vários admiradores que ficam na expectativa de seus shows e de suas apresentações, sempre com interpreações agradáveis aos amantes da boa música.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de março de 2012

Eu caio no suingue é pra me consolar...

Pedro Luís e a Parede é o nome de uma banda idealizada em 1996 por Pedro Luís Teixeira de Oliveira e que tem os integrantes Pedro Luís (voz e violão), Mário Moura (baixo), Sidon Silva (percussão), Celso Alvin (percussão) e Carlos Alexandre Ferrari (percussão). Mesclando rock, rap, funk e samba, a banda vem colecionando êxitos, além do reconhecimento de grandes nomes da música brasileira.

O primeiro CD lançado em 1997, contou com a participação de Ney Matogrosso, que viria a gravar um CD em parceria com o grupo em 2004, e se tornando um dos principais divulgadores deles. Entre os sucessos da banda, temos Fazê o quê, Miséria no Japão, Máquina de escrever, O mundo, Tudo vale a pena, Soul, Tem juízo mas não usa, Caio no suingue, Menina bonita, Rap do real, Mulher carioca, Navilouca, etc.

Pedro Luís e a Parede formam uma das bandas contemporâneas mais bem aceitas pela crítica, sobretudo por suas inovações em seus sons e também por suas parcerias com nomes como Zélia Duncan, Lenine, Fernanda Abreu, Roberta Sá, Lula Queiroga, Paralamas do Sucesso, Zeca pagodinho, etc.

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de março de 2012

CD Caetano canta

Caixa Caetano canta com 3 CD´s
Que Caetano Veloso canta, ninguém duvida. Que ele é senhor da Tropicália, dono de vários clássicos da nossa música brasileira, isso também ninguém duvida. E além de ser o extraordinário compositor que é, também interpreta como poucos, fato este que será comentado posteriormente na série Os intérpretes do Brasil. E alguns desses fonogramas, muitos deles ao vivo em diversas apresentações são lançados em discos avulsos de sua discografia oficial.

Caetano canta 1
Uma prova disto é a coletânea que a Som livre lançou em 1994 reunindo grandes interpretações suas para alguns clássicos nacionais e até internacionais, intitulada de Caetano canta. Nele, encontramos Sonhos, Ouro de tolo, Super homem, Acontece, Oceano, Amanhã, Partido alto, Meia lua inteira, Todo amor que houver nessa vida e Debaixo dos caracóis dos seus cabelos. Completam a coletânea Charles anjo 45, Help, Tu me acostumbraste e o medley Nêga maluca/Billie Jean/Eleanor Rigby.

Caetano canta 2
O sucesso foi interessante e em 1997 lançaram o volume 2, com a capa igual ao primeiro volume, só mudando a cor e com as canções: Mora na filosofia, Chuvas de verão, Asa branca, A Rita/Esse cara, Coração materno, Tonada de luna llena, Calúnia, Lua e estrela, Dans Mon Ilê, Pra que mentir, Fera ferida, Mano a mano, Eu sei que vou te amar e Nature Boy.


Caetano Canta 3

Em 2000 finalmente lançaram o terceiro volume com capa diferente e as canções Sozinho, Drão, Lábios que beijei, Chega de saudade, Pensando em ti, Chora tua tristeza, Na asa do vento, Coisa mais linda, Samba e amor, Sina, Tudo se transformou, Maria Bethânia, Morena dos olhos d´água e Badauê. Os três volumes também podem ser obtidos juntos em uma caixa que foi lançada em 2002. E percebendo que ainda existem outras canções deste generoso intérprete que não constam nessas coletâneas expostas só podemos concluir que trata-se de um gentleman da interpretação brasileira e creio que isso também ninguém duvida!

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de março de 2012

As cidades cantadas - 13

A cada mês estamos publicando algo referente a Luiz Gonzaga, nosso Gonzagão, por conta de seu centenário de nascimento comemorado no decorrer de todo este ano. Já tivemos a homenagem da Unidos da Tijuca e agora vamos voltar a abordar mais uma cidade brasileira na série As cidades cantadas, onde uma canção de Gonzaga se faz presente.

Não sei se esta é a canção mais tradicional em homenagem à esta cidade que aniversaria em 12 de janeiro, mas é muito conhecida e executada na voz de Gonzaga e de seus seguidores, a exemplo de Dominguinhos que a regravou com Joquinha Gonzaga, irmão do rei do baião. E tudo isso só reforça que Gonzaga sabia não apenas cantar sua terra, mas as tradições, as comidas, os costumes dos lugares por onde passava.

Tacacá
(Luiz Gonzaga - Lourival Passos)

Quem vai a Belém do Pará
desde a hora em que sai
não se esquece de lá, quer voltar

Lembrar o açaí, o tacacá,
que saudade que dá
de Belém do Pará

Orar na Matriz de Belém,
conversar com alguém
como é bom recordar

Jesus em Belém foi nascer
eu quisera morrer
em Belém do Pará

Tá aqui tucupi,
tem mais o jambu,
também camarão
Quem quer tacacá?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Os compositores do Brasil - 46

Este é o jornalista e compositor David Nasser, um dos melhores de seu tempo. Natural de Jaú/SP, tem músicas gravadas por nomes como Aracy de Almeida, Carmem Miranda, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, Silvio Caldas, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga, Miltinho, Ângela Maria, Agnaldo Timóteo, Gal Costa, entre outros.

Tendo vários parceiros, entre eles os mais constantes Haroldo Lobo e Herivelton Martins, algumas de suas composições de maiores sucessos são Atiraste uma pedra, Canta Brasil, Carlos Gardel, Fim de ano, Hoje quem paga sou eu, Mamãe, Nêga do cabelo duro, Normalista, Confete, Pensando em ti, entre outras.

David Nasser partiu para a eternidade em 1980. Fica a lembrança do grande e polêmico jornalista que foi e também sua contribuição musical a seu tempo que vem como herança às novas gerações de uma música que fez e ainda faz muita gente cantar.

Um forte abraço a todos!