domingo, 16 de agosto de 2009

As cidades cantadas - 7

E a série As cidades cantadas volta hoje para homenagear mais uma representante nordestina: a aniversariante do dia, Teresina/PI. Confesso que quando iniciei essa série, algumas cidades e homenagens me vieram à mente, mas Teresina não foi uma delas e isso porque conhecia pouco sobre essa belíssima capital. Mas, eu apenas esquecera que o James me daria a dica. O James, ou melhor, Zé Jeimis como o chamo, é um garoto esperto criador do site RCBraga, presente em meus favoritos, ao lado! O site tem sido campeão na divulgação dos passos e da obra do rei!

Teresina é cantada no repertório de Gonzaga, De Teresina a São Luiz, numa belíssima viagem realizada pelo rei do baião! Mas, é imortalizada na canção do Caetano, Cajuína! Não conheço pessoalmente, mas pelas fotos que encontrei trata-se de uma belíssima cidade do Nordeste brasileiro! Então Zé Jeimis, eis aqui sua cidade, sua Cajuína e nossa singela homenagem a você também, ilustre morador e amigo nosso sempre!

Cajuína
(Caetano Veloso)

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina

Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de agosto de 2009

Perfil Rita Lee

Rita Lee também ganhou sua coletânea Perfil, com alguns de seus principais sucessos! Com tantos hits radiofônicos fica difícil reunir em um só disco, seus clássicos. Acredito que, mesmo se fosse duplo, deixaria a desejar. Mas, a coletânea Perfil foi fiel às várias fases da Rita, com seus sucessos originais de todas as fases de sua carreira.

É o que comprovamos na mais antiga On the rocks ou na mais recente Amor e sexo. Ou nos clássicos Lança perfume, Mania de você, Baila comigo, Banho de espuma, Caso sério. Ou nas menos lembradas, mas não menos marcantes Chega mais e Saúde. Ou nas mais inusitadas Nem luxo nem lixo, Agora só falta você e Jardins da Babilônia. Ou nas outras clássicas Doce vampiro, Ovelha negra, Bwana e Desculpe o auê!

Rita é sem sombra de dúvidas uma senhora de repertório vasto e apaixonante! Uma coletânea como essa que traz as letras é ótima para quem quer ter algo dela, mas nunca será suficiente, muito menos para seus fãs que devoram tudo que a "Zorra" apresenta, sempre com um profissionalismo impressionante!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quantas flores colhi nos jardins dos meus sonhos e te dei...

A música neo-sertaneja continua tocando e alcançando um público cada vez mais forte! Talvez poucos tenham ouvido falar na dupla de goianos Bruno Vinícius Félix de Miranda e José Roberto Ferreira Marrone. Mas, em Bruno e Marrone, muitos já ouviram e cantaram seus sucessos, embora esse estilo ainda seja um dos que mais sofre preconceitos nesse país!

Como muitos outros artistas, começaram na noite, quando se conheceram em 1986, apresentados por Leonardo. Durante dez anos cantaram em bares, restaurantes, comícios e festas agropecuárias. Só em 1994 conseguiram gravar seu primeiro disco com o sucesso Dormi na praça. A cada lançamento, os discos vendiam mais e a dupla tornava-se mais conhecida. Entretanto, foi em 2001, com o lançamento do Acústico, o primeiro sertanejo nesse molde, que a dupla despontou para o sucesso nacional. E o mais curioso é que esse disco surgiu de uma gravação pirata, obrigando a dupla a oficializar o lançamento que reviveu o sucesso Dormi na praça.

A partir disso, vários sucessos se sucederam e a dupla se estabilizou como uma das mais importantes do país, com canções como Quer casar comigo, A saudade não passa, Agora vai, Amor perfeito, Você não me ensinou a te esquecer, Choram as rosas, Vai dar namoro, Vida vazia, Passou da conta, Ligação urbana, Meu disfarce, Detalhes, Amor de carnaval, Nossa Senhora do Brasil, Doce desejo, Por te amar demais, Cavalgada, entre tantos que caracterizam uma das mais respeitadas duplas do país, com um trabalho simples e dedicado a seu público fiel que lota seus shows país afora!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dia do estudante!!!

Vez por outra comemoramos, sempre com música, algumas datas brasileiras, o que comprova que o brasileiro gosta de cantar suas datas festivas! É o que acontece com o dia de hoje, dedicado aos estudantes! Como sou professor e estudante também, posso olhar pelos dois lados e perceber o quanto é difícil comemorar um dia como esses com tantas dificuldades pelas quais passamos!

Por outro lado, sabemos que o caminho para o bem é esse, plantar a semente do bem no coração das pessoas e é essa mensagem que o Milton traz pra nós com sua canção, seu hino para essa data Cuidar do broto, da boa semente, esse é o caminho! Parabéns a todos os estudantes, pois são os verdadeiros arquitetos desse país!

Coração de estudante
(Milton Nascimento e Wagner Tiso)

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar

Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor

Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu

Mas renova-se a esperança
Nova aurora, cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê flor e fruto

Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade

Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração, juventude e fé.

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de agosto de 2009

Feliz dia dos pais!!!

É com o sucesso do rei Roberto Carlos e do tremendão Erasmo Carlos, de 1979, que comemoramos o Dia dos Pais nesse segundo domingo de agosto. Essa data mais que justa para a figura masculina de nossa vida, o senhor da família, o ser abençoado que conduz uma família a um mundo mais justo e respeitador! Sobretudo porque ser pai nos dias de hoje é um dom, uma tarefa dificílima diante de valores contraditórios que o ser humano cada dia difunde mais!

Meu querido, meu velho, meu amigo foi lançada no finalzinho dos anos 70 em homenagem a Sr. Robertino, relojoeiro e pai do Roberto. Um ano antes, seria sucesso Lady Laura, canção com a qual Roberto homenageava sua mãe. Parabéns a todos os pais e que Nosso Senhor, Pai dos pais e Nosso Pai, nos cubra de bênçãos sempre!

Meu querido, meu velho, meu amigo
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Esses seus cabelos brancos, bonitos,
Esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito
Me ensinando tanto do mundo

E esses passos lentos, de agora
Caminhando sempre comigo
Já correram tanto na vida
Meu querido, meu velho, meu amigo

Sua vida cheia de histórias
E essas rugas marcadas pelo tempo
Lembranças de antigas vitórias
Ou lágrimas choradas, ao vento

Sua voz macia me acalma
E me diz muito mais do que eu digo
Me calando fundo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo

Seu passado vive presente
Nas experiências contidas
Nesse coração consciente
Da beleza das coisas da vida

Seu sorriso franco me anima
Seu conselho certo me ensina
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo

Eu já lhe falei de tudo,
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto...

Olhando seus cabelos tão bonitos
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de agosto de 2009

Coração do agreste

Essa canção é uma das que mais emociona qualquer pessoa natural do interior, como é o meu caso. Não dá pra não lembrar de Limoeiro/PE, minha terra natal, quando ouço Fafá interpretar essa belíssima poesia! Já expressei esse amor por minha terra na série as cidades cantadas em 06/04.

Coração do agreste fez sucesso na trilha sonora de uma das mais belas novelas brasileiras: Tieta do Agreste, adaptação da obra do grande Jorge Amado. E que saudade de grandes novelas assim, onde os temas casavam direitinho com a história e com a paisagem apresentada na novela. Essa canção aborda a volta de um personagem a seu interior, com suas paixões, mágoas e ilusões! Conta com a interpretação fantástica da Fafá de Belém! Na foto, Bonito, cidadezinha do interior de Pernambuco!

Coração do agreste
(Moacyr Luz e Aldir Blanc)

Regressar é reunir dois lados
À dor do dia de partir
Com seus fios enredados
Na alegria de sentir

Que a velha mágoa
É moça temporã
Seu belo noivo é o amanhã

Eu voltei pra juntar pedaços
De tanta coisa que passei
Da infância abriu-se o laço
Nas mãos do homem que eu amei

O anzol dessa paixão me machucou
Hoje sou peixe
E sou meu próprio pescador

E eu voltei no curso
Revi o meu percurso
Me perdi no leste

E a alma renasceu
Com flores de algodão
No coração do agreste

Quando eu morava aqui
Olhava o mar azul
No afã de ir e vir

Ah! Fiz de uma saudade
A felicidade
Pra voltar aqui

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tom Jobim in Concert

Tom Jobim e Gal Costa sempre estiveram próximos em diversos trabalhos. Gal foi uma de suas grandes intérpretes, inclusive lançando trabalho em sua homenagem já comentado aqui no blog! Relançado recentemente, Tom Jobim in Concert é uma prova dessa parceria maravilhosa: um show do Tom em Los Angeles, em 1987, com a participação especial da Gal!

Com uma banda formada por grandes músicos como Danilo Caymmi, Paulo Braga, Jacques Morelembaum e Paulo Jobim, entre outros, o repertório passeia pela obra do Tom em versões brasileiras e americanas. Intercalando com solos de flautas, cordas e piano, temos Samba de uma nota só, Desafinado e Água de beber.

Gal é chamada ao palco e interpreta junto com Tom e banda as canções Dindi, Wave, Anos dourados e Gabriela. E Tom continua sua belíssima apresentação com canções pouco conhecidas como Two Kites, Samba do soho e outras mais conhecidas e clássicas como Chega de saudade, Sabiá e Samba do avião.

O show é encerrado com Waters of March, versão em inglês para Águas de março, e Corcovado, esta última com a Gal de volta aos palcos. Vale ressaltar a beleza do coro que acompanha o Tom, além das vozes de Paulo Jobim em Samba do soho e Danilo Caymmi em Samba do avião, caracterizando um show histórico desse maestro soberano da nossa música brasileira, com a participação de uma de suas principais intérpretes.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os compositores do Brasil - 17

Um dos compositores mais celebrados da música brasileira: Paulo César Francisco Pinheiro. Natural do Rio de Janeiro, Paulo César Pinheiro começou a compor ainda na época da Bossa Nova para as letras de Baden Powell. E suas canções foram descobertar por ninguém menos que Elis Regina.

Paulo também teve outros parceiros como Ivan Lins, Dori Caymmi, Toquinho, Guinga, Tom Jobim, Aldir Blanc, Francis Hime, Lenine, entre outros. Vários intérpretes gravam seu trabalho até os dias atuais, dentre mais de oitocentas composições. Entre eles, podemos citar Mpb 4, Elizeth Cardoso, Elba Ramalho, Clara Nunes, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Fagner, Joanna, Paulinho da Viola, entre outros.

Suas canções mais conhecidas são Leão do Norte, Quaquaraquaquá, Cai dentro, Lapinha, O poder da criação, Samba do perdão, Aviso aos navegantes, Cicatrizes, Matita perê, À flor da pele, Ana Luiza, Amor alheio, entre outras. Com tantas composições na praça, Paulo César não poderia faltar nessa série que homenageia tantos autores maravilhosos e como é seu caso!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de agosto de 2009

Luiz eterno Gonzaga!!!

Há exatos 20 anos atrás, Luiz Gonzaga partia para a eternidade! Olha pro céu meu amor, vê como ele tá lindo! E essa frase é sentida em todos os momentos desses 20 anos e será sempre, pois Gonzaga tornou-se aquele artista eterno em nossa história musical há muitos anos atrás! Ninguém cantou o Nordeste, sua terra, seus sentimentos, as tristes partidas e as voltas alegres, personagens e folclore, muitos Gonzagas! São modestas as homenagens prestadas diante de imensa contribuição! Gonzaga foi o porta-voz do Sertão, cantou essa paisagem para o mundo com seus valores!

O candeeiro se apagou, o sanfoneiro cochilou, a sanfona não parou e o forró continuou. Podemos resumir tudo com esse trecho de um de seus clássicos! Mas, outros clássicos dizem mais. Saudade, meu remédio é cantar! E como ele cantava a saudade como ninguém: Ai que saudades tenho, eu vou voltar pro meu sertão! Lá eu sou boiadeiro, vaqueiro, sou viajante!

E os amores heins? Nem se despediu de mim, chegou contando as horas... é que ela só quer, só pensa em namorar... Todo tempo o quanto houver pra mim é pouco pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco e se a chuva não atrapalhar meus planos, vou casar no fim do ano! Luiz, respeita Januário e Pensa n´eu vez em quando... Minha vida é andar por esse país pra ver se um dia, descanso feliz! Densacansa Luiz, quem sabe no Riacho do navio que se esconde entre as nuvens!

Gonzaga teve uma importância imensa também em minha vida! Meu avô, quando jovem, era flautista e tocava em uma bandinha local! Com seu irmão, entre outros integrantes, desfilavam os sucessos de Gonzaga! Ainda pequeno, presenciei os dois tocando em casa mesmo e essa lembrança é uma das maiores saudades e também certezas de que Gonzaga é eterno porque onde se ouvir uma simples nota ou acorde de sanfona por aí, sabemos que tem algo de Luiz Gonzaga presente!

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de agosto de 2009

Frio musical

Com esse post, encerramos a série que relaciona as estações do ano com canções da música brasileira. Já abordamos as flores, o calor, os frutos e agora, com o inverno, temos o frio musical. Na música brasileira, essa estação é tida como algo que requer o oposto: o aquecimento! Ou seja, para os amantes da boa música, a solução para quem não quer o frio é encontrar algo para se aquecer.

É o que podemos verificar no clássico do rock Quero que vá tudo pra o inferno, em que o rei afirma: "Quero que você me aqueça nesse inverno...". Chitãozinho e Xororó, junto com o Roupa Nova cantaram o Frio da solidão: "Se existe amor entre nós dois, não me deixe aqui no chão...". Caetano falou em Escândalo que, depois de tanto aprontar restou o frio: "Mas agora faz um frio aqui...".

No Samba de Orly, Chico, Vinícius e Toquinho disparam contra a estação: "Pega esse avião, você tem razão de correr assim desse frio..." Dolores Duran também abordou o frio em Ternura antiga: "Ai, a rua escura e o vento frio...", sempre associando à estação aos sentimentos de saudade, solidão e tristeza, segue a música e o sentimento brasileiro em relação ao inverno! É o que relata Chico César em À primeira vista: "Quando tive frio, tremi...". Lupicínio Rodrigues também já cantava o frio em Volta: "Não há nada no mundo que possa afastar esse frio do meu peito..."

Djavan define que em um dia frio, o pensamento tá lá em você, em Nem um dia. Outras canções abordam e aquecem nossos ouvidos nessa época. Como disse também Gonzaguinha em Espere por mim, morena "Nas noites de frio, serei o teu cobertor, representaremos a estação de pequenas distâncias com o cobertor com a canção Inverno, de Adriana Calcanhoto:

Inverno
(Adriana Calcanhoto e Antônio Cícero)

No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir

De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
No deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu reuniu-se à terra um instante por nós dois
Pouco antes de o ocidente se assombrar

Um forte abraço a todos!