quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tá tudo cinza sem você...

Cantor, compositor, baterista e guitarrista, esse é João Luiz Woerdenbag Filho, ou como todos já conhecem: Lobão. Natural do Rio de Janeiro, Lobão é também apresentador de um programa de debates sobre vários assuntos na MTV. Foi na emissora que também gravou um dos discos mais aplaudidos recentemente, seu Acústico MTV, onde faz releituras de grandes sucessos como Me chama, gravado também por João Gilberto.

Lobão atuou com artistas como Lulu Santos e Ritchie na banda Vimana, em seu início de carreira. Mais tarde, Cazuza gravou seu sucesso Vida louca vida. Trabalhou com Luiz Melodia e Marina Lima e fundou a Blitz, saindo dessa antes de seu sucesso nacional. Entre outros sucessos, podemos destacar: Corações psicodélicos, Bambina, Vou te levar, A gente vai se amar, O mistério, Pra onde você vai, Noite e dia, A vida é doce, etc.

Lobão é tido como uma figura polêmica, mas apesar de ainda conhecer pouco sobre seu trabalho, gosto do seu programa e de como o conduz de forma sempre inteligente, nos debates sobre os temas abordados. E suas canções cultivam um público forte e fiel que reconhecem nele um grande nome de nossa música!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Tudo que há em mim só quer sentir saudade...

Ela foi a maior cantora de seu tempo, um nome inesquecível para muitos artistas que ainda hoje estão na ativa: Elizeth Moreira Cardoso, natural do Rio de Janeiro. Desde pequena, Elizeth já cantava, influenciada pelo pai, seresteiro que tocava violão e, pela mãe que gostava de cantar.

Seus primeiros passos como profissional foram dados na Rádio Guanabara, onde apresentou-se com artistas já consagrados como Vicente Celestino, Moreira da Silva, Araci de Almeida e Noel Rosa. Destacou-se no choro e na interpretação de Samba-canções, sendo considerada a melhor nesse estilo ao lado de nomes consagrados também em sua época como Ângela Maria, Dolores Duran e Maysa. Mais tarde, há quem considere Elizeth como a percussora da Bossa Nova. Muitos apontam seu disco Canção do amor demais, de 1958, com direito a João Gilberto no violão, como o marco inicial desse movimento!

Na década de 60, Elizeth teve um programa de televisão, o Bossaudade, onde vários ídolos de hoje, pupilos seus, começaram sua carreira. Entre as canções que foram sucesso em sua voz, entre outras, podemos destacar Eu bebo sim, Naquela mesa, Chove lá fora, Eu não existo sem você, Chega de saudade, A noite do meu bem, Apelo, No rancho fundo, As rosas não falam, Chão de estrelas, Bom dia tristeza, Demais, Carinhoso, Feitiço da Vila, Carolina, Preciso aprender a ser só, Por causa de você, Manhã de Carnaval, Outra vez, Foi a noite, Eu disse adeus, Tive sim, Se todos fossem iguais a você, Insensatez, etc. Elizeth se foi em 1990, mas continua sendo lembrada simplesmente como Divina, por sua contribuição à música brasileira, uma diva por excelência!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de setembro de 2009

Eduardo Lages - Nossas canções

Este é o trabalho mais importante que indico esse ano. Falei e falarei de diversos outros trabalhos maravilhosos, mas este aqui tem algumas importâncias peculiares: é de um grande ídolo, de um amigo, de uma pessoa admirável e posso afirmar com orgulho e humildade que tem um pouquinho de mim nele!

Produzido pelo próprio maestro, Nossas canções chegou às lojas há poucos dias e já é sucesso garantido. Há um bom tempo, um cd não me levava às lágrimas, mas acredito que o motivo foi a escolha certeira das melodias e letras mais tocantes da obra do rei Roberto Carlos, que completa 50 anos de carreira, e tem nesse trabalho uma homenagem com todo o requinte e elegância que a música instrumental produzida pelo Eduardo Lages nos oferece.

Além do horizonte faz reviver aquele clima campestre, típico da letra de paz que esse hino prega. Outra vez ficou um fox, uma valsinha muito linda, onde ele “exagera” nos detalhes de arranjo, nas frases de sopros. O Portão em versão instrumental está ainda mais tocante, com solos de piano e guitarra! E o que dizer de Não se esqueça de mim que inova com solo de sax muito legal?

Nossa canção faz jus ao quase título do disco, também ficou linda! Negro gato tá um soul muito bacana e o mais incrível é imaginar que Eduardo foi o maestro e o músico dela por inteiro, a programando por inteiro numa experiência positiva. Divino é ouvir Não quero ver você triste com aquele solo de gaita! Acho até que os artistas poderiam explorar mais o som da gaita e o Milton Guedes, que participa do cd, é mestre nisso.

Eu tenho a impressão que Canzone per te, uma canção italiana, transformou-se em um clássico francês, com frases de acordeão, ficou bárbara! O tempo vai apagar entra no hall das mais tocantes e como ficou linda, além de ser explorado aqui o som do hammond de forma suave, como em outras faixas também. E o que dizer de Falando Sério, que virou outro belíssimo fox? Custe o que custar ficou ainda mais romântica e Confissão surpreendeu pela introdução e finalização em um clima de suspense que remete bem à letra.

Mais um trabalho belíssimo que os fãs de Eduardo ajudaram a fazer e agora se deliciam com esse presente musical perfeito! Em seu quinto lançamento, Eduardo demonstra maturidade e sua já consagrada elegância sob o piano e o repertório mais romântico do país! Nossas canções é simplesmente um primor e preza pelo requinte da boa música e dos trabalhos mais agradáveis!

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de setembro de 2009

Vida

Gosto muito do Fábio Jr. O intérprete e o compositor. Essa canção, nem se fala! Recentemente gravada pelo padre Fábio de Melo, Vida é uma das mais lindas filosofias da música brasileira e uma das mais inspiradas do Fábio compositor. Canções assim que nos reanimam, nos mandam seguir rumo norte...

Essa letra, através dos detalhes que descreve das ruas, me faz refletir sobre o abandono, sobre as crianças que pedem, que usam drogas, que passam fome! Nem sei se realmente a letra induz isso, mas me desperta esses pensamentos. Até onde nossa responsabilidade pode fazer mudar esse panorama? O que poderíamos fazer para melhorar tudo isso? E o Fábio responde direitinho essa questão quando diz: "E dar as mãos e dar de si além do próprio gesto"... Filosofia pura!!! Sem falar em outros problemas que as pessoas carregam consigo no cotidiano e parecem esquecer de curtir as coisas mais lindas da vida, como um pôr-do-sol por exemplo ou uma bela canção como essa:

Vida
(Fábio Jr.)

Pelas ruas da cidade pessoas andam num vai e vem
Não veêm o cair da tarde, vão nos seus passos como reféns
De uma vida sem saída, vida sem vida, mal ou bem

Pelos bancos desses parques, ninguém se toca sem perceber
Que onde o sol se esconde, o horizonte tenta dizer
Que há sempre um novo dia, a cada dia em cada ser

Não é preciso uma verdade nova, uma aventura
Pra encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno
E dar as mãos e dar de si além do próprio gesto
E descobrir feliz que o amor esconde outro universo

Pelos becos, pelos bares, pelos lugares que ninguém vê
Há sempre alguém querendo uma esperança, sobreviver
Cada rosto é um espelho de um desejo de ser de ter

Talvez, quem sabe, por essa cidade passe um anjo
E por encanto abra suas asas sobre os homens
E dê vontade de se dar aos outros sem medida
A qualidade de poder viver vida, vida, vida

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ser feliz é tudo que se quer...

Naturais de Pelotas/RS, os homenageados de hoje são os irmão cantores e compositores que formam a dupla Kleiton Alvis Ramil e Kledir Alves Ramil. Começaram a estudar música muito cedo e já nos anos 70 faziam parte da banda de rock Almôndegas. Quando o grupo se dissolveu, os irmão prosseguiram como dupla e lançaram seu primeiro disco em 1980, já com o sucesso radiofônico Vira virou. Também participaram de um Festival com a canção Maria Fumaça.

Vários hits sucederam como Deu pra ti, Paixão, Vento negro, Fonte de saudade, Corpo e alma, Nem pensar, Canção da meia-noite, Tô que tô, Noite de São João, etc. Vários artistas gravaram suas canções como Simone, Nara Leão, Caetano Veloso, Fafá de Belém, Zizi Possi, Ivan Lins, Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leonardo, Emílio Santiago, Belchior, entre outros.

Kleiton e Kledir tornaram-se autênticos representantes gaúchos para o mundo e, mesmo passando um tempo afastados, retomaram e continuam fazendo seus shows país afora, inclusive sendo homenageados em 2002 pela Escola de Samba Caprichosos de Pilares. Mais uma grande dupla, esquecida pela mídia, mas divulgada por seu público fiel que eterniza seus sucessos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os Músicos do Brasil - 1

O Blog Música do Brasil orgulhosamente inicia uma série onde homenageará os músicos desse país! Não que os artistas que por aqui tem passado não sejam considerados assim, mas falo específicamente em músicos que se dedicam a algum instrumento, acompanhando nossos artistas em suas bandas ou orquestras!

Esses virtuosos merecem destaque por seus trabalhos árduos e pouco reconhecidos. São modestas as referências a seus trabalhos e nem todo artista tem isso em público. Então, vamos homenagear maestros, pianistas, tecladistas, sanfoneiros, violonista, guitarristas, percussionistas, bateristas, Orquestras Sinfônicas e corais, como essa de São Paulo, na foto acima.

Assim como a série que reconhece as obras autorais dos compositores, vamos ver alguns nomes que marcaram os discos e os shows das maiores estrelas de nosso país, alguns mais conhecidos, outros poucos citados! Espero que continuem participando e sintam-se a vontade para deixar nomes que gostariam de vê-los por aqui já nas próximas edições dessa série!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de setembro de 2009

Eternamente Cauby Peixoto

O professor da mpb completou 55 anos de carreira em 2006 e a comemoração não poderia ser melhor: o grande e último cantor das rádios lançou um cd/dvd onde revive grandes sucessos, além de novas e eternas interpretações às principais canções que marcaram uma carreira mais que bem sucedida.

Após a abertura emendada com a faixa Volto a cantar pra vocês, a eterna voz inicia seu desfile de clássicos brasileiros, passeando por diversos compositores que visitou durante todo esse tempo. É o caso da célebre Começaria tudo outra vez de Gonzaguinha, ou do medley em homenagem a Chaplin Sorri/Luzes da Ribalta. Tom Jobim aparece em Wave e no medley Triste e Garota de Ipanema.

De Chico e Edu, Cauby se mostra por completo em Beatriz. Também navega nas canções internacionais com perfeição como em Just in time e Ne me quitte pas, ambas interpretadas no passado por Maysa. Canções imortalizadas pelo Cauby também não faltam em Blue Gardenia, Tarde Fria, Canção do Rouxinol, Quando te vi e A noiva, esta última com direito a dueto com Agnaldo Timóteo. Djavan empresta sua Flor de lis. Alcione vem para duetos fantásticos em Você me vira a cabeça e A pérola e o rubi.

Roberto Carlos aparece com suas composições emprestadas a seu ídolo em Como é grande o meu amor por você e Emoções. Cauby também interpreta Primavera, do repertório de Tim Maia e não se despede antes de mandar seus dois maiores clássicos Bastidores e Conceição. Nos extras, entrevista e depoimentos de amigos presentes ao show como Claudete Soares e Vanusa. Cauby dispensa qualquer comentário que soaria retundante e para isso basta apenas conferir suas interpretações e sua voz ímpar, considerado por muitos: simplesmente o nosso Sinatra brasileiro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de setembro de 2009

Tempos modernos

Tá aí uma coisa insuportável: a tal da hipocrisia. É claro que devamos sempre buscar e plantar a paz! Mas, não podemos fechar os olhos para algumas atitudes e para algumas pessoas que nos atingem de uma forma que a escolha certa é um caminho distinto. Entendo que essa é também uma forma de cultivar a paz!

Não precisamos perder tempo com alguém que nos fez mal e que percebemos que não dá mais para termos uma convivência saudável. Mas, precisamos seguir em frente porque sempre veremos pessoas que nos serão mais valiosas e que ajudarão a formar nossos tempos modernos, trabalhando projetos comuns com muita fé e otimismo. Isso é aproveitar bem o tempo, como diz a canção do Lulu:

Tempos modernos
(Lulu Santos)

Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear

Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão

Eu quero crer no amor numa boa
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar, a força que tem uma paixão

Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir

Que não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É que eu sambo direitinho, assim bem miudinho...

Filho de peixe, peixinho é! Incontestável é esse ditado também no mundo do samba, pois a música brasileira tem o prazer de desfrutar do trabalho de Mart´nália Mendonça Ferreira. Filha do sambista Martinho da Vila e de Anália da Vila, seu nome é uma fusão do nome dos pais. Aliás, fez durante muito tempo backing vocal para o pai em seus shows.

Natural da Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, cresceu no berço do samba. Muitos pensam que seu sucesso é recente, mas seu primeiro disco saiu em 1987. Tendo trabalhado com artistas como Ivan Lins, Caetano Veloso e Maria Bethânia, sua experiência se reflete em seus deliciosos sambas, recheados com sua típica malandragem.

Entre vários sucessos de Mart´nália, temos Cabide, Chega, Pé no meu samba, Benditas, Essa mania, Tava por aí, Alegre menina, Sem compromisso, Deixe a menina, Fato consumado, Menino do rio, Boto meu povo na rua, Entretanto, Alguém me avisou, Sonho meu, Tiro ao Álvaro, etc. Tenho certeza que ainda ouviremos muito a falar sobre esse grande talento que o mundo do samba nos oferece através de sua musicalidade!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos...

Quem ouviu essa canção, já na introdução saudando o mês que se inicia hoje talvez não conheça seu criador: Alberto de Castro Guedes ou simplesmente Beto Guedes. Natural do Rio de Janeiro, cresceu em Montes Claros/MG, onde desde adolescente participava de bandas e já aos 18 anos participou do V Festival Internacional da Canção, com a canção Feira moderna, em parceria com Fernando Brant. Tomou projeção nacional por fazer parte do Clube da Esquina com seus parceiros mineiros Milton, Lô e Márcio, Fernando, entre outros.

Após participar de gravações do Milton e lançar um disco em parceria com Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta, apresenta em 1977 seu primeiro disco solo. Amor de índio, talvez seu maior sucesso surge em 1978 e Sol de primavera vem no ano seguinte, com o terceiro trabalho e arranjo de Wagner Tiso e letra de Ronaldo Bastos, antigos parceiros do Clube.

Suas canções já foram interpretadas por vários outros colegas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Simone, Cauby Peixoto, entre outros. Entre seus grandes sucessos, além dos já comentados, podemos citar Luz e mistério, Clareana, Quando te vi, O sal da terra, Paisagem na janela, As vitrines, Maria solitária, Nascente, etc.

Um forte abraço a todos!