domingo, 31 de janeiro de 2010

Trilogia RC - parte 2

Com essa postagem finalizamos nosso passeio pela praia do cinema durante todo esse mês de janeiro, passando as férias visitando os filmes que nos relacionam com nossa música brasileira. E vamos com uma série dentro de outra, pois foi assim que abordamos a trilogia de filmes do rei Roberto Carlos. Hoje, vamos com O diamante cor-de-rosa.

Lançado em 1969 e com a direção de Roberto Farias, o filme conta com as três principais estrelas da jovem guarda: Roberto, Erasmo e Wanderléa. Além deles, temos José Lewgoy e Paulo Porto no elenco. Em viagens pelo Japão, Israel e Brasil, os três personagens andam envoltos a mistérios por trás de uma estatueta que guarda o mapa que leva ao diamante, perseguido pelos bandidos. O filme também envolve a fantasia de um gênio, que protege os protagonistas em busca do tesouro fenício.

O som fica por conta dos três que embalam alguns dos clássicos da nossa música:  Wanderléa aparece interpretando Você vai ser o meu escândalo, Erasmo manda ver em Vou ficar nu pra chamar sua atenção e Aquarela do Brasil, Roberto aparece com O diamante cor-de-rosa, 120 150 200 km/h, As curvas da estrada de Santos, Custe o que custar e Não vou ficar. O filme ainda apresenta Gal Costa com Tuareg e uma gravação até hoje inédita de É preciso saber viver, envolvendo os três, numa versão que apresenta um trecho de letra a mais, cantando atualmente apenas pelo Erasmo. Mais uma boa pedida para encerrarmos nossas férias e que infelizmente também está fora de catálogo. Acima, a capa do dvd e ao lado, mais uma criação de Ziraldo para o filme.

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Por causa de você

De vez em quando bate uma saudade do Tom. Aquele piano perfeito, aquelas canções mais que maravilhosas. Essa canção por exemplo, já teve em torno de 60 regravações. Duas das minhas preferidas são com Gal Costa e com Roberto Carlos. Por causa de você apresenta uma sensibilidade à flor da pele, das mesmas flores da janela que sorriam e cantavam. Fico imaginando como era comum toda essa poesia e esses sentimentos tão puros. A sua história de criação mesmo já é surpreendente:
 
Em 1957, Tom apresentou a Dolores uma melodia que levaria para Vinícius por letra. Em três minutos, Dolores pegou um lápis de sombrancelhas e desenvolveu a letra de Por causa de você, uma pérola da nossa música brasileira! Vinícius, como perfeito poeta e cavalheiro atendeu ao pedido da colega que ainda mandou uma definitiva: "Vinícius, outra letra é covardia..."

Por causa de você
(Tom Jobim e Dolores Duran)

Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou

A nossa casa querida
Já estava acostumada
Guardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você

Olhe meu bem nunca mais
Nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho
Nós somos o amor

Entre meu bem por favor
Não deixe o mundo mau te levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os Músicos do Brasil - 6

O Músico abordado pela série é pouco conhecido por seu nome completo: Juvenal de Holanda Vasconcelos. Mas, muitos percussionistas com certeza já ouviram falar em Naná Vasconcelos. Natural de Recife/PE, desde pequeno que se interessava por tambores nos movimentos de maracatus locais. Fez parte de Banda Municipal local e posteriormente acompanhou Gilberto Gil em seus shows pelo Nordeste.

Naná é reconhecido como um mestre em sua arte. Em seu currículo, consta vários artistas de vários estilos como Caetano Veloso, Marisa Monte, Milton Nascimento, Gal Costa, Geraldo Azevedo, Geraldo Vandré, Egberto Gismonti, Paul Simon, Maria Bethânia, Luiz Melodia, entre outros. Já lançou vários discos e é também compositor, inclusive compondo trilha sonora de filmes e novelas.

Nos últimos anos tem sido responsável pela abertura oficial do carnaval do Recife, que acontece todo ano no Marco Zero, com a chamada noite dos tambores, onde se encontram vários músicos sob sua regência. É mais um dos grandes músicos, já escolhido várias vezes como dos melhores do mundo e de qual temos muito que nos orgulhar, por seu talento e sua arte!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os compositores do Brasil - 23

Esse cara pode não ser tão conhecido quanto devia. Mas, seu trabalho com certeza consta na vida de muitos brasileiros. É só observar os últimos vinte cds lançados pelo rei e constar no campo da produção seus créditos. Mauro da Motta Lemos é o produtor dos últimos vinte cinco anos dos discos de sua majestade musical, Roberto Carlos. Mas, seu trabalho vem de muito antes e o mais curioso é que ainda são modestas as informações na internet sobre esse grande profissional.

Consta que algumas das primeiras composições foram feitas com Raul Seixas, como o grande sucesso do Jerry Adriani Doce doce amor. Posteriormente compôs com mais frequência com parceiros como Robson Jorge, Eduardo Ribeiro, Isolda e Carlos Colla. A primeira canção que Roberto gravou foi Nosso amor, de 1977. Daí em diante, várias como Canção  do sonho bom, De coração pra coração, Como eu te amo, Você em minha mente, Coisas que não se esquece, Eu sem você, Meu coração ainda quer você, Voltei ao passado, Eu me vi tão só, Prá ficar com você, Preciso de você, Quando o sol nascer, Quando vi você passar, Sabores, Se você pretende, Tanta solidão, Você mexeu com a minha vida e Tente viver sem mim.

Mauro também foi cantado por intérpretes como Fat Family (Fim de tarde), Elymar Santos (Escancarado de vez), Rosemary (Sem querer fui feliz), entre outros. Já trabalhava em alguns discos na década de 60, como do grupo Renato e seus blue caps. E foi crescendo como produtor e compositor, e por sua imensa contribuição à música brasileira, é modestamente homenageado hoje por esse espaço!

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Central do Brasil

Na série sobre filmes e músicas, gostaria de indicar um dos melhores filmes que vi, um dos que mais me emociona: Central do Brasil. Lançado em 1998, dirigido por Walter Salles, foi o filme responsável pela retomada do cinema nacional, recebendo vários prêmios no exterior, inclusive indicação ao Oscar.

Com Fernanda Montenegro, Marília Pêra, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele, Otávio Augusto e apresentando o menino Vinícius Oliveira, a história começa no Rio de Janeiro onde Dora, uma professora aposentada vivida por Fernanda escreve cartas na estação Central do Brasil. Lá encontra Josué, vivido por Vinícius, e o destino de levar esse menino de volta ao Nordeste em busca de seu pai. O filme traz uma mensagem muito positiva de perseverança e mostra cenas típicas do sertão e cultura nordestinos.

No campo da música, destacaria a belíssima trilha sonora composta por Jacques Morelembaum, além de canções como Preciso me encontrar, de Cartola. É um  belíssimo filme que tem valor histórico pela retomada em grande estilo do cinema nacional e a partir dele, essa arte volta a ser respeitada em terras tupiniquins, inclusive com trabalhos de biografias musicais.

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de janeiro de 2010

O último pôr-do-sol

Essa canção virou tema da novela das oito. O último pôr-do-sol saiu originalmente no cd 1993 Olha de peixe e também no Acústico MTV de Lenine. Gosto muito dessa canção, desse grande músico conterrâneo e que faz uma música atual com muita qualidade, com muita propriedade de um grande nome da nossa música.

De uma forma singular, Lenine descreve a solidão da despedida daquele amor, de como as paisagens antes maravilhosas, ficaram incompletas. Ou seja, fugindo do trivial de falar de saudade, de solidão, de dor, Lenine, de forma inteligente, conta o mesmo tema a seu modo e ainda com elementos de percussão que criam um som bem típicos da cultura nordestina, com direito à um solo luxuoso de flautas:

O último pôr-do-sol
(Lenine)

A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,

Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Eu conheço a imensidão do céu...

Cláudia Cristina Leitte Inácio Pedreira é o nome de uma das mais populares cantoras da atualidade. Muitos pensam que ela é baiana, mas é natural de São Gonçalo/RJ, de onde pouco tempo depois, sua família migrou para Salvador. Ainda criança, aprendeu a tocar violão, nutrindo uma paixão pela música.

Desde 2001 e até 2008 integrava a banda de axé Babado Novo, onde começou a cultivar uma legião de fãs, sobretudo formada por adolescentes. Entre seus sucessos na banda e em carreira solo, temos Amor perfeito, Ainda bem, Fogo e paixão, Bola de sabão, Extravasa, Horizonte, Beijar na boca, Falando sério, Pensando em você, Um sonho a dois, Pássaros, Doce desejo, etc.

Em carreira solo, Cláudia tem crescido como intérprete e, colhido bons frutos, seja com seu cd/dvd, seja com suas participações como no Roupacústico 2 ou Elas cantam Roberto. Sua imagem não pode ser apenas associada a uma simples cantora de axé, pois suas interpretações para canções como Falando Sério ou Um sonho a dois, ou ainda Pássaros, de seu repertório, comprova que ela tem potência vocal para ir além e simplicidade em bonitas interpretações que retornam com o reconhecimento do público que a tem como uma das mais populares do país.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O nosso falso amor é tão sincero...

Um dos maiores nomes do samba nacional, Nelson Mattos, mais conhecido como Nelson Sargento. Natural do Rio de Janeiro, Nelson é cantor, compositor, artista plástico, ator e escritor. Nasceu no Morro do Salgueiro e aos oito anos já desfilava em Escolas de Samba. Aprendeu violão com Cartola e Nelson Cavaquinho, musicando os versos de seu pai adotivo.Foi Sargento de 45 a 49, o que lhe rendeu o apelido que incorporou como nome artístico.

Em 1947 passou a integrar a ala de compositores da Mangueira, compondo alguns dos maiores sambas que a Escola apresentou. Compôs com vários grandes nomes como Cartola em Vim lhe pedir e Samba do operário e com Jamelão em Cântico à natureza.  Entre outros sucessos podemos destacar Ela deixou, De boteco em boteco, Falso amor sincero, Ciúme doentio, Triângulo amoroso, Minha vez de sorrir, Dona Xepa, Agoniza mas não morre, Deixa, Nas asas da canção, etc.

Nelson continua compondo, cantando e encantando uma nação rendida à sua arte, a seu jeito de tratar seu ambiente, seu povo, seu morro, seu mundo. Atualmente divulga o cd lançado em 2008, Versátil e, embora não esteja muito presente na mídia, nem tenha se tornado uma figura popularmente conhecida nesse país, quem o conhece sabe que este músico é uma das lendas desse país, pela qual devemos nutrir um enorme respeito como os grandes patrimônios musicais que a história nos oferece!

Um forte abraço a todos!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Cartaz do filme: Roberto Carlos a 300 km por hora

Criado por Ziraldo, com a colaboração de Miguel Paiva, um bônus para os fãs do rei e amigos frequentadores do blog. É apenas um complemento do post abaixo!

Trilogia RC - parte 1

Falando em filme, não posso deixar de citar a Trilogia RC, ou seja, os três filmes em que o rei Roberto atuou como protagonista. Começaremos hoje, não pela ordem cronológica, mas pelo meu filme preferido: Roberto Carlos a 300 km por hora. Lançado em 1971 e tendo Erasmo Carlos, Raul Cortez, Libânea Almeida e Flávio Migliaccio, entre outros atores e atrizes, é mais uma produção de Roberto Farias.

Amor e velocidade, duas paixões do rei durante toda sua carreira podem ser facilmente percebidos nessa película que envolve Lalo, um simples mecânico vivido por Roberto e seu amigo Pedro, vivido por Erasmo, em torno de um sonho de transformar Lalo em um grande piloto assim como é o patrão de ambos, Sr. Rodolfo, vivido por Raul, que por conta de um sério acidente, pensa em abandonar as pistas a contra gosto da namorada Luciana, vivida por Libânia, que tem paixão pelo automobilismo. E é justamente essas duas paixões que moverão os sonhos de Lalo, a vitória nas pistas e o amor por Luciana que se desenrola ao passar do filme.

Entretanto, Lalo tem uma semi-vitória, pois conquista o posto de piloto número um, mas não ganha o coração de Luciana que ainda estava preso ao antigo corredor, Rodolfo. Tudo então remete a Casablanca, com Luciana indo embora e Lalo sofrendo com a despedida. Entretanto, a canção não é As time goes bye, mas De tanto amor, composta como trilha sonora do filme e apresentadas em várias versões. Todos estão surdos também aparecem no início da trama.

Só lamento esse título estar fora de catálogo. Com o boom do dvd, foi relançado, mas dificilmente se encontra em alguma loja do ramo, talvez nos sebos por aí. Eu mesmo, vergonhosamente só tenho cópias piratas dessa trilogia RC por não encontá-los original. Também encontrei duas capas para o mesmo filme e acredito que uma seja da época do lançamento e a outra seja para a reedição em dvd, que esperamos que volte a acontecer o quanto antes.

Um forte abraço a todos!