quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os compositores do Brasil - 26

Desde 1973, quando compôs Abre alas com Ivan Lins, Vítor Martins tornou-se um dos melhores nomes desse ramo. E essa referência não é algo vão, pois temos grandes clássicos dessa dupla em que figura o nome desse grande compositor, homenageado nessa série.

Com Ivan, Vítor tem quase que exclusividade em grandes canções como Anjo de mim, Bandeira do divino, Cartomante, Começar de novo, Desesperar jamais, Dinorah Dinorah, Lembra de mim, Formigueiro, Sede dos marujos, Vitoriosa, Ai ai ai ai, Bilhete, Daquilo que eu sei, Lua soberana, Meu país, Somos todos iguais esta noite, Vieste, Guarde nos olhos, entre outras que foram interpretadas também por outros grandes nomes como Elis Regina, Simone, Fafá de Belém, Tim Maia, Zizi Possi, Emílio Santiago, Nana Caymmi, George Benson, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Barbra Streisand e Quincy Jones.

Com mais de trinta anos de parceria, pensar no grande músico e grande intérprete que Ivan Lins representa é chover no molhado, mas não podemos esquecer de seu parceiro em grandes composições que se tornaram clássicos da nossa música e embalam nossa trilha sonora.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Os Músicos do Brasil - 9

Mais um dos grandes músicos que esse país tem e que é pouco conhecido entre as pessoas que não se ligam muito em produção de cds, mas seu trabalho ecoa em várias gravações durante várias décadas: o pianista Lincoln Olivetti. Natural de Nilópolis/RJ, iniciou seus estudos no piano ainda pequeno. Em seu trabalho também se destaca como produtor, maestro e tecladista, sobretudo realizado em parceria com o guitarrista Robson Jorge, com quem também já compôs.

Já produziu ou trabalhou em discos de artistas como Gal Costa, Gilberto Gil, Tim Maia, Jorge Benjor, Rita Lee, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ângela Rô Rô, Zizi Possi, Fagner, Wando, Roupa Nova, Joanna, Ed Motta, Lulu Santos, entre vários outros, sendo conhecido como “o feiticeiro dos estúdios" e "o mago do pop".

É daqueles músicos referências em várias gravações, arranjos ou composições, entre as quais, destacam-se Amor perfeito, Canção do sonho bom, De coração pra coração, Eu e ela, Não vá, Tente viver sem mim, Você na minha mente, entre outras. É com base em trabalhos como os seus que plantamos a certeza que não precisamos apenas olhar lá pra fora para conhecermos bons músicos.

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de abril de 2010

Olhando as estrelas - 3

A série Olhando as estrelas presta homenagem a um dos melhores encontros que a música brasileira pode nos oferecer: Luiz Gonzaga e Dominguinhos. O encontro entre o mestre e seu pupilo renderam lindas apresentações e até hoje rendem bons frutos, pois Sr. Domingos continua em suas apresentações lembrando o mestre e se tornou seu maior e melhor intérprete. Basta averiguar isso em seu mais recente dvd ou procurar pelo cd 1997 vol 1 e 2 em que Dominguinhos, com convidados, interpreta os sucessos do rei do baião, ambos já abordado aqui pelo blog. (é só procurar nos arquivos)

Gonzaga e Dominguinhos se conheceram ainda na década de 50, quando o primeiro já era o rei do baião e o segundo, apenas um menino pobre que tocava sanfona com seus irmãos em Garanhuns/PE. Sensibilizado com aquele garoto, Sr. Luiz o deu de presente uma sanfona que foi sua salvação. Depois, em viagem de caminhão, Dominguinhos conseguiu chegar ao Rio e foi logo procurar seu padrinho musical, de quem nunca se separou.

Aqui no Nordeste, ambos são referências e um deu continuidade ao trabalho do outro, graças a Deus. Temos um Gonzaga eterno e temos um Dominguinhos eterno. Dois músicos imensos que honram nossa região em qualquer parte do mundo, fiéis a uma cultura regionalista que aprenderam a divulgar com a mesma paixão que tem pela arte musical que propagam pra sempre! Imagens "pescadas" do site http://www.luizluagonzaga.mus.br/, onde encontramos várias informações em relação a carreira do rei do baião.

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de abril de 2010

A tua vida é uma linda canção de amor...

Eis uma cantora que viveu pouco, mas foi super importante para a música brasileira em seu tempo, sobretudo para a Bossa Nova. Estou falando de Sylvia Telles, irmã do cantor e compositor Mário Telles que foi sucesso na década de 60. Natural do Rio de Janeiro, Sylvia viveu pouco sua fama, falecendo em um acidente automobilístico em 1966.

Sylvia imoralizou-se como grande intérprete da Bossa Nova, considerada uma das precursoras desse movimento por conta da gravação de Foi a noite, de Tom Jobim. Só se encontram clássicos em seu repertório: Chove lá fora, Se todos fossem iguais a você, Estrada do sol, Dindi, A felicidade, O que tinha de ser, Sem você, Manhã de carnaval, Corcovado, Insensatez, Por causa de você, entre outras, se tornando a principal intérprete de Tom Jobim nos anos 60.

Foi Sylvinha também quem primeiro prestou atenção em Roberto Carlos, quando todos os chamados intelectuais da época o ignoravam, inclusive alguns que depois se tornaram seus seguidores até hoje. Sylvinha pediu para seu irmão uma letra para a canção Não quero ver você triste, até então apenas declamada. Essa versão cantada já foi interpretada por outros nomes como Marisa Monte e Joanna. Fica a lembrança de uma artista que tinha visão e faro para a sempre boa música.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aniversário do Brasil!!!

Lembro que na escola da infância, muito se comemorava o dia 22/04 como sendo aniversário do Brasil, dia de seu descobrimento. História a parte, uma onda ufanista verde e amarela tomava conta de todos nós e comemorávamos esse dia como um feriado. Era como se fosse dia de jogo da seleção e várias pessoas usavam as cores oficiais da bandeira.

Na verdade, dá saudade de ver comemorações mais saudáveis como essas, sobretudo porque alguns se dividem entre a Aquarela do Brasil, de Ary Barroso e Brasil, de Cazuza. A primeira exalta as belezas dessa terra, que muitas vezes esquecemos: seus coqueiros, o samba, suas danças, seus folclores, seus amores, suas boas histórias e culturas. A segunda, critica as más condições sociais, econômicas e sobretudo, políticas desse país.

Temos outras canções ufanistas como o Verde amarelo do rei ou Canta Brasil de David Nasser, por exemplo. E como em toda festa reinam a paz e a alegria entre os povos, entre os que comemoram, nada mais justo, a meu ver, que celebrarmos essa data com o maior clássico brasileiro de todos os tempos:

Aquarela do Brasil
(Ary Barroso)

Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado

Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor

Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar

Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar

Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente

Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Que bobo eu sou...

Semana passada, estávamos em um shopping minha noiva e eu. Sentamos para lanchar e ao fundo, tocava um músico local, em seu piano. De repente, este começou a tocar canções do Roberto e eu, em um súbito de alegria comecei a chamar a atenção de minha noiva para o ambiente, querendo provar, como se fosse uma tese, que tudo tinha tomado ares de felicidade. Bom, tudo isso eu já falei e todos sabem que penso que onde tá tocando Roberto Carlos o ambiente toma ares de felicidade. As pessoas, seus semblantes, os objetos, o ar, as paisagens, enfim, tudo toma bons ares como se em um único instante todas as bênçãos divinas caíssem sobre nossas cabeças em forma de uma cascata sonora e iluminada.

É claro que nada disso na prática acontece. As pessoas seguem seus caminhos, com suas preocupações, com seus problemas. Só eu sigo feliz por pensar que tudo aquilo é verdade e talvez o que fale do mundo exterior seja algo que se resuma apenas a meu mundo interior. Mas, sou feliz com isso e penso que a magia que o trabalho do rei traz para minha vida poderia ser sentida por todos como solução, para ao menos elas pararem, esquecerem seus problemas por alguns instantes e se deliciarem em sons inspirados por Deus para seu instrumento brasileiro mais afinado.

Roberto, eu me dou até o direito de ir além dessa "viagem", como chamam os pensamentos quase absurdos, e pensar que você poderia ler tudo isso e chegar a conclusão que em muitos fãs, sua música, sua obra, sua existência, sua vida traz tanta felicidade todos os dias, nos mais longícuos lugares desse planeta e nos mais variados eventos, nas mais variadas pessoas, incluíndo aí um mero fã que conclue apenas: Que bobo eu sou...

Tenha mais um aniversário abençoado por Deus, sobretudo em momentos tão difíceis como este que você passa! Que você apareça sempre todo de branco, todo de azul e branco. Que mesmo tarde e diante das neblinas, você venha a 120 por hora, com os faróis iluminando a escuridão, nos inspirando coragem em nossa luta cotidiana. Você é o mesmo cabeludo que aparece em nossas ruas e nos deixa felizes e te deixo de presente minha lágrima que escorre nesse momento. Não se preocupe, ela é azul de felicidade por você!

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de abril de 2010

Lady Laura

Em 1978, Roberto Carlos fez a canção Lady Laura em homenagem a sua mãe. E, pode ter certeza, conseguiu uma façanha: imortalizar mais uma canção e, ao mesmo tempo, sua própria mãe. Muitos artistas fazem canções homenageando suas mães. Roberto foi mais profundo e fez uma canção para todas as mães, falando apenas da sua. É como se ela também fosse nossa mãe e ele, nosso irmão, pois é o que acontece todos os anos no segundo domingo de maio quando essa canção é executada país afora. A canção Lady Laura foi sucesso no Brasil e no exterior onde foi versionada para o espanhol e para o italiano. Na atual turnê que faz pelo exterior, Lady Laura é cantada em todas as apresentações.

Dona Laura é merecedora dessa e de muitas outras homenagens rendidas pelo cantor mais ilustre do país há cinquenta anos. Com certeza, ela é o seu maior alicerce durante todo esse tempo e onde estiver, estará aconselhando seu filho no melhor caminho. E é assim que ela se torna imortal pois multiplicou esse caminho de amor que seu filho leva para todos seus fãs, sempre! Muitos zunguinhas, como ela chama o Roberto, estão tristes hoje, mas confortados por crerem que Deus irá a recompensar da melhor forma possível por tanto bem que ela fez a tantos povos mundo afora!

Lady Laura
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Tenho às vezes vontade de ser
Novamente um menino
E na hora do meu desespero
Gritar por você

Te pedir que me abrace
E me leve de volta pra casa
E me conte uma história bonita
E me faça dormir

Só queria ouvir sua voz
Me dizendo sorrindo
Aproveite o seu tempo
Você ainda é um menino

Apesar de distância e do tempo
Eu não posso esconder
Tudo isso eu às vezes
Preciso escutar de você

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conta uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me abrace forte
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Quantas vezes me sinto
Perdido no meio da noite
Com problemas e angústias
Que só gente grande é que tem

Me afagando os cabelos
Você certamente diria
Amanhã de manhã
Você vai se sair muito bem

Quando eu era criança
Podia chorar nos seus braços
E ouvir tanta coisa bonita
Na minha aflição

Nos momentos alegres
Sentado ao seu lado, eu sorria
E, nas horas difíceis
Podia apertar sua mão

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conta uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me abrace forte
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Tenho às vezes vontade de ser
Novamente um menino
Muito embora você sempre acha
Que eu ainda sou

Toda vez que eu te abraço
E te beijo sem nada dizer
Você diz tudo que eu preciso
Escutar de você

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de abril de 2010

Pensamentos

Essa canção é original de 1982 e a julgo bastante atual. Regravada por Simone em 1995, infelizmente atualmente tá raro ou praticamente escasso ouvir canções que nos levem a tantas reflexões como sua letra inspira. Pensamentos aborda inquietações do cotidiano, respondidas por Deus que dá na medida exata  seu parecer sobre preconceitos raciais na passagem: "Se as cores se misturam pelos campos, é que flores diferentes vivem juntas...". Aliás, essa coisa de contemplar a natureza e encontrar nela as respostas é algo que tenho praticado muito.

Essa canção também desperta um sentimento talvez raro entre os seres: "Quem me dera que as pessoas que se encontram, se abraçassem como velhos conhecidos..." Tudo isso chega a ser uma oração nos atuais dias em que é mais fácil dá uma bofetada que tecer um elogio. Roberto e Erasmo chamam a atenção mais uma vez sobre a paz que tanto desejamos e que começa dentro de nós, perfazendo um círculo pelo mundo e voltando para dentro de nós, através de nossas atitudes e sentimentos cotidianos, através do que plantamos e colhemos.

Pensamentos
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Dos motivos escondidos
Na razão de estar aqui

As perguntas que me faço
São levadas ao espaço
E de lá eu tenho todas
As respostas que eu pedi

Quem me dera que as pessoas que se encontram
Se abraçassem como velhos conhecidos
Descobrissem que se amam
E se unissem na verdade dos amigos

E no topo do universo uma bandeira
Estaria no infinito iluminada
Pela força desse amor, luz verdadeira
Dessa paz tão desejada

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Dos motivos escondidos
Na razão de estar aqui

E eu penso nas razões da existência
Contemplando a natureza nesse mundo
Onde às vezes aparentes coincidências
Têm motivos mais profundos

Se as cores se misturam pelos campos
É que flores diferentes vivem juntas
E a voz dos ventos na canção de Deus
Responde todas as perguntas

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sou a garota papo firme que o Roberto falou...

Nos anos 60, a Jovem Guarda explodia e o rei cantava: Essa garota é papo firme... Pois não é que uma das garotas também chamadas de broto, se atreveu e se declarou essa tal garota papo firme que o rei falou. Seu nome Anabel Fraracchio, natural de São Paulo. Não conhece? É a Waldirene, grande nome da Jovem Guarda.

Seu padrinho musical foi Altemar Dutra e lançou seu primeiro disco em 1966 com o sucesso Eu te amo tu me amas. Mas, foi com A garota do Roberto, de Carlos Imperial e Eduardo Araújo que obteve o topo das paradas nacionais. Outros sucessos foram Só vou gostar de quem gosta de mim, Vem quente que eu estou fervendo, Nem sei o que faço, Tempestade em copo d´água, Eu preciso de carinho, Amor certinho, Suas mãos, entre outras.

Waldirene é sempre vista nas reuniões de comemorações pela Jovem Guarda, quando vários nomes se encontram para reviver as velhas tardes de domingo. E, todos os dias são como aquelas tardes onde são lembradas quando se pensa em nomes como o dela, figura ímpar na história do movimento. Ao ouvir seu trabalho, tenho certeza que ninguém duvida que ela é mesmo a tal garota do Roberto!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Saber lá fora onde estás, como estás...

Um dos grandes nomes da nossa música, descendente de libaneses e natural de Pirajuí/SP chama-se Chauki Madi, conhecido pelo nome artístico de Tito Madi, cantor e compositor romântico, sua primeira canção foi composta em 1949, Eu espero você. Mais tarde, contratado pela rádio Tupi gravou seu primeiro disco em 1954, com destaque para a canção Não diga não, o que lhe rendeu prêmio como revelação do ano.

Mas, seu grande sucesso foi Chove lá fora, regravado por tantos outros nomes de sua época e posteriores a ela. Outros clássicos de sua composição ou interpretação foram Cansei de ilusões, Sonho e saudade, Carinho e amor, Fracassos de amor, Se todos fossem iguais a você, Rio triste, Quero-te assim, Domingo, Duas contas, Senhorita, Mentira, Apelo, Pra dizer adeus, Minha, Atrás da porta, Coração vagabundo, entre outras.

Embora seja pouco lembrado, Tito continua a fazer shows com aquele vozeirão típico dos grandes cantores de rádio que, como ele, sempre exaltaram o amor através das canções e da forma como as interpreta, caracterizando mais um artista ímpar nessa nossa riquíssima música tupiniquim.

Um forte abraço a todos!