domingo, 30 de maio de 2010

Olhando as estrelas - 4

A Série aporta hoje na Bahia e de lá apresenta o encontro entre duas das maiores estrelas desse país, duas divas, que tiveram a mesma origem e construíram suas carreiras apoiadas no alicerce da Tropicália. Estamos falando de Gal Costa e Maria Bethânia. Duas Marias (Gal é Maria da Graça), duas baianas, duas divas, duas das maiores intérpretes de Caetano, Gil, Chico, Tom, Roberto, Erasmo, Milton e tantos outros compositores da nossa música.

Gal e Bethânia não tiveram apenas um início em comum. Se encontraram algumas vezes no decorrer de suas carreiras, seja em gravações inesquecíveis como foi o caso de Sonho meu, de Dona Yvonne Lara em 1978 e Oração de mãe menininha, de Dorival Caymmi, ou no show com Pavarotti em 2000, na Bahia. Também gravaram, cada uma a seu estilo, mesmas canções em tempos diferentes, como é o caso de Olha, Tá combinado, Anos dourados, Se todos fossem iguais a você, entre outras.

Além do show dos Doces bárbaros em 1976, que também contava com Gil e Caetano, Gal e Bethânia fizeram parte de mesmos projetos como o Chega de mágoa em 1985 e também do programa Mulher 80, da Rede Globo. Seria interessante termos um show ou um cd gravados por ambas. E um encontro como esse, dispensa qualquer outro comentário pois por si só mostra o que é a grandeza de duas estrelas juntas ou cada uma em seu espaço.

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de maio de 2010

Casinha branca

Não é sempre que nos identificamos com alguma canção. Existe aquela ou muitas que dizem exatamente o que queremos dizer, expressam o que sentimos. E quando essa identificação se dá com várias pessoas é que chegamos a conclusão que trata-se de um grande sucesso. Pensando assim, me pergunto se vários, sobretudo, tantos brasileiros que adoram o campo, suas paisagens e sua calma não se identificam com Casinha branca, um dos maiores clássicos bucólicos que a música brasileira dispõe.

Canção já interpretada por Maria Bethânia (de uma forma linda, no show Maricotinha), José Augusto, Altemar Dutra, Neguinho da Beija-flor,  e outros nomes, Casinha branca foi sugerida pelo leitor e amigo Láercio Oliveira, do Rio Grande do Norte, terra de um dos autores da canção, o Gilson. Trata-se de uma linda poesia dos anos 70 que é sempre atual e eterna, que nos remete a cantá-la, ouvi-la e viajar nas belíssimas paisagens que descreve e nas reflexões profundas que desperta em nossa sensibilidade.

Casinha Branca
(Gilson e Joran)

Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
Que nem vejo a minha frente
Nada que me dê prazer

Sinto cada vez mais longe a felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho perecer

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Às vezes saio a caminhar pela cidade
À procura de amizades
Vou seguindo a multidão

Mas eu me retraio olhando em cada rosto
Cada um tem seu mistério
Seu sofrer, sua ilusão

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os Músicos do Brasil - 10

Um dos grandes talentos desse país, um músico que dá muito orgulho a quem presta seu talentosíssimo trabalho, um conterrâneo que honra sua terra com seu profissionalismo reconhecido por grandes nomes da nossa música: o guitarrista Robertinho de Recife.

Em seu currículo, constam trabalhos para discos e shows dos artistas mais variados como Cauby Peixoto, Fagner, Jane Duboc, Emilinha Borba, Phil Collin, Zé Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Roberto Carlos, Dominguinhos, Elba Ramalho, Lenine, Luiz Melodia, Nelson Gonçalves, Zeca Pagodinho, Lulu Santos, Martinho da Vila, José Augusto, Gal Costa, Marisa Monte, dentre outros tantos.

Carlos Roberto Cavalcanti, natural do Recife é considerado por muitos o mais versátil guitarrista brasileiro. Atualmente também trabalha em seu estúdio e não poderia passar imune dessas singelas homenagens que fazemos, quando abordamos, nessa série, músicos talentosíssimos que o Brasil possui e que ele representa um deles, de forma tão genial!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Os compositores do Brasil - 27

Carlos Eduardo Carneiro de Albuquerque Falcão, natural de Recife/PE, este é o nome completo de Dudu Falcão, que também é cantor e reside atualmente no Rio de Janeiro. Seu primeiro registro como compositor aconteceu em 1988, com Nana Caymmi nas canções Deixa eu cantar e Era tudo verdade. Com mais de 200 canções gravadas pelos mais variados intérpretes, Dudu lançou ano passado um cd onde mostra o lado intérprete de suas criações.

Entre as pessoas que já gravaram Dudu, estão nomes como Ana Carolina (de quem também é parceiro em várias canções), Maria Bethânia, José Augusto, Milton Nascimento, Simone, Lenine (com quem também divide grandes parcerias), Gal Costa, Maria Rita, Daniela Mercury, Roupa Nova, Alexandre Pires, Alcione, Fábio Jr., Ivete Sangalo, Jorge Vercilo, Elba Ramalho, Ivan Lins, Sandy, Luiza Possi, Emílio Santiago, entre outros.

E com tantos maravilhosos intérpretes en seu currículo, só se poderia somar a isso grandes canções que tanto conhecemos como A medida da paixão, Caminhos do mar, Nem o sol nem a lua nem eu, Entre o céu e o mar, O silêncio das estrelas, Paciência, Limites da paixão, Um segredo e um amor, Tudo por acaso, Somente eu e você, Quem de nós dois, É o que me interessa,  entre tantos sucessos que nos fazem vir aqui e reconhecer o talento desse extraordinário criador de qual a música brasileira desfruta!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de maio de 2010

Ângela Maria - Pela saudade que me invade

Esse ano pudemos conhecer um pouco mais sobre Dalva de Oliveira, na minissérie Dalva & Herivelto. Aqui no blog, já havíamos falado sobre a Dalva e abordamos o Herivelto e posteriormente, o Pery. Agora, temos esse tributo que a maior fã da Dalva, Ângela Maria a rendeu, em 1997, no cd Pela saudade que me invade, onde a sapoti explora os maiores sucessos da outra rainha do rádio, junto a alguns convidados.

Produzido por José Milton e direção artística de Miguel Plopschi, temos já na primeira faixa o clássico Que será com Ângela e Fagner. Clássicos é que não faltam como Olhos verdes, Ave Maria no morro (com Agnaldo Rayol), Mentira de amor, Estrela do mar, Tudo acabado (com Simone), Calúnia, Kalú, Palhaço (com Martinho da Vila), Segredo, Ave Maria (com Pery Ribeiro), Lencinho querido, Fim de comédia, Errei sim e Bandeira branca (numa montagem com Dalva de Oliveira).

É uma rainha rendendo graças a outra rainha então o que dizer? Que é de arrepiar ouvir os primeiros acordes do cd e Ângela e Fagner em Que será? Não, acho que isso todos imaginam! Dizer que o cd tem arranjos de grandes maestros como Cristóvão Bastos, Daniel Salinas, Eduardo Souto Neto, Lincoln Olivetti e Sivuca só reforça o desejo do leitor em buscar esse trabalho histórico que ainda nos presenteia com o dueto póstumo de Ângela, a intérprete do trabalho, e Dalva, a homenageada do cd.

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de maio de 2010

Papel machê

Um dos boleros mais lindos, uma das canções mais lindas do João Bosco, também gravada por Zizi Possi, Papel machê é também uma das canções mais executadas pelos cantores da noite. A interpretação do João especificamente deixa a canção imortalizada, sobretudo pelas alternâncias nos tons que ela apresenta, além dos jogos vocais, típicos desse extraordinário mineiro.

A letra é outro show a parte: romantismo à flor da pele, incomum em atuais sucessos. "Dormir no teu colo é tornar a nascer..." escutar uma canção como essa é mesmo ser feliz, é compreender que graças a Deus, temos o prazer de contemplar essa arte que tanto amamos no melhor estilo: ouvindo um compositor e um intérprete como João em um de seus maiores clássicos.

Papel machê
(João Bosco e Capinam)

Cores do mar, festa do sol
Vida é fazer todo o sonho brilhar
Ser feliz, no teu colo dormir
E depois acordar
Sendo o seu colorido
Brinquedo de papel machê

Dormir no teu colo é tornar a nascer
Violeta e azul, outro ser, luz do querer...

Não vai desbotar, lilás cor do mar
Seda cor de batom, arco-íris crepom
Nada vai desbotar
Brinquedo de papel machê...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Você pode entrar sem bater...

Este é Eduardo Gabor Dusek. Cantor, pianista, compositor, Eduardo é natural do Rio de Janeiro/RJ e começou sua carreira aos 15 anos como pianista em peças teatrais. Suas primeiras canções foram gravadas por outros artistas, como Ney Matogrosso e Frenéticas, no final dos anos 70 e seu primeiro disco foi lançado já nos início dos anos 80. Antes disso participou de festivais e lançou compactos.

Com um estilo irreverente, estão entre seus maiores sucessos Nostradamus, Barrados no baile, Cabelos negros, Rock da cachorra, Eu velejava em você, Brega-chique, Lua my love, Folia no matagal, Tudo em cima, Nem tanto tempo assim, Castigo, Amor e bombas, Que rei sou eu, Encontro das águas (que não é a mesma de Jorge Vercilo), entre outras.

Eduardo também se dedica ao teatro e já dirigiu shows de outros colegas no campo musical. E, claro, continua atuando em shows, revivendo seus grandes sucessos e reencontrando seu público fiel. Apadrinhado por Gilberto Gil, também já participou em songbooks de outros artistas como do próprio Gil, Tom, Djavan, Chico, entre outros. E já gravou com outros nomes como Erasmo Carlos e Sandra de Sá.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 18 de maio de 2010

É bom sonhar, sonhamos nós...

Um dos patrimônios desse país, meio esquecido pela mídia, mas não por quem aprecia um bom samba, daquele raiz, dos melhores estilos: Milton Santos de Almeida, ou simplesmente Miltinho. Natural do Rio de Janeiro, começou sua carreira ainda na década de 40, integrando grupos vocais. E de grupo em grupo, alcançou na década de 60 seu sucesso com a canção Mulher de 30, o maior de sua carreira.

E entre outros tantos sucessos de seu repertório podemos citar Poema das mãos, Palhaçada, Menina moça, Lembranças, Meu nome é ninguém, Devaneio, Eu quero um samba, Rosa morena, Estou só, Eu chorarei amanhã, Eu e o rio, Poema do adeus, Ri, A canção que virou você, Volta, Devaneio, Recado, Lamento, Múrmurio, etc.

É algo  curioso pensar que Miltinho é sim um grande patrimônio musical brasileiro, mas que anda esquecido da mídia. Lembro de tê-lo visto no especial 100 anos de música da globo em 1999, onde interpretou a canção Foi um rio que passou em minha vida, de forma empolgante. Pena que não seja mais aproveitado pelas rádios e tvs, mas sempre encontra seu público em seus shows país afora!

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de maio de 2010

Lenine - inCité

Assim como Chico Buarque, Lenine também gravou disco ao vivo na França, onde tem uma carreira sólida e considera este seu segundo país. Gravado em 2004, na Cité de la Musique em Paris, inCité foi lançado em cd e dvd que reuniu algumas das mais lindas canções desse mestre nesse ramo. Sob a produção do próprio Lenine, o repertório e as capas do cd e do dvd são diferentes.

No cd temos a capa acima, além das canções Do it (tema da novela América), Vivo, Ninguém faz ideia, Todos os caminhos, Rosebud, Virou areia, Relampiano, Todas elas juntas num só ser, Anna e eu, Caribenha nação/Tuareguê Nagô, Sentimental e O marco marciano. No dvd, com a capa apresentada abaixo, além das canções citadas, temos ainda Tomando el centro, Olho de peixe, Crença, Candeeiro encantado, Lá e lô, Jack soul brasileiro, Créditos, Sonhei e Paciência.

Dizer que escutar Lenine é algo pra lá de agradável é ser retundante, pois um artista com sua voz, suas melodias, suas harmonias provocam afirmações como essas. Ele tem seu espaço com frequência no coração de quem curte a boa música brasileira, seja através de seus clássicos mais intimistas ou regionalistas, pois sabe representar sua terra com canções como Leão do Norte, seu romantismo como O último pôr-do-sol, suas belíssimas mensagens como Paciência ou sua arte mais que bem sucedida em composições como Todas elas juntas num só ser. Considero que esse trabalho se une ao Acústico Mtv (já comentado aqui no Blog) e permite ao fãs conhecerem o talento nato desse showman da música brasileira.

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de maio de 2010

Um dia de domingo

Essa canção da década de 80, da grande dupla de compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas e da grande dupla de intérpretes Gal Costa e Tim Maia deve ter embalado muitos romances e ainda permeia sob os corações apaixonados.

Contrariando alguns que criticam essa época como algo brega, com um som pasteurizado, gosto muito desse tipo de canção e acho até que são as que mais fazem falta às atuais programações de rádios. Um dia de domingo celebra o dia da paixão, do amor, dos enamorados. Em muitas celebrações de casamento já foi e é entoada. Além da Gal e do Tim, Roberta Miranda, Agnaldo Timóteo e Ângela Maria são alguns dos intérpretes que já a incluíram em seus respectivos repertórios. E como é legal imaginar uma vida só de amor, vivenciada em um dia da semana, pelo qual esperamos com ansiedade!

Um dia de domingo
(Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Pra sentar e conversar
Depois andar de encontro ao vento

Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter
O mesmo sol que te bronzeia

Eu preciso te tocar
E outra vez te ver sorrindo
Te encontrar num sonho lindo

Já não dá mais pra viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo

Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo

Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar a voz do coração

Um forte abraço a todos!