quinta-feira, 17 de março de 2011

Deixei a tristeza lá fora...

A música brasileira apresenta duas irmãs que cravaram seus nomes no sucesso nacional nos anos 40 e 50, sobretudo no período carnavalesco: Linda e Dircinha Batista. Vamos abordar cada uma separadamente. Hoje vamos com Dirce Gradino de Oliveira, mais conhecida como Dircinha Batista. Natural de São Paulo e filha de humorista, gravou muitos discos 78 rpm, sendo o primeiro em 1930.

E entre os sucessos de tantas gravações, temos as canções A índia vai ter neném, Abre alas, Alguém como tu, Nunca, Pirata, Quando o tempo passar, Quem já sofreu, Rio, Upa upa, Nunca mais, Periquito verde, O primeiro clarim, Faz de conta, Casa de sapê, Estranho amor, Não chora, etc.

Dircinha partiu para a eternidade em 1999. Reclusa nas últimas décadas por conta da falta de reconhecimento de muitos, marcou a música por suas canções, seus shows que percorreram alguns outros países, seus filmes e também por ter seu nome ligado à história do carnaval nacional.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de março de 2011

Os Músicos do Brasil - 19

Em São Paulo, a Escola de Samba campeã deste ano, a Vai-vai, homenageou um dos maiores nomes da nossa música e um dos brasileiros mais exemplares que o mundo pode conhecer: João Carlos Martins. Sua luta pela sobrevivência e sua dedicação à música mereceriam um grande filme com direito ao prêmio Oscar, pela superação das dificuldades e pela emoção.

João Carlos Gandra da Silva Martins é natural de São Paulo/SP. Pianista e maestro, é uma referência para a música clássica, sobretudo na obra de Bach. Começou seus estudos musicais ainda menino, quando aprendeu piano e já aos 20 anos ganhou o mundo com suas interpretações instrumentais, provando que no Brasil tem gente capaz de fazer música da melhor qualidade!

As dificuldades da vida, como os acidentes que o fizeram perder os movimentos da mão direita ou o assalto que o afastou dos instrumentos, foram vencidas com a persistência que poucos seres humanos possuem. Quem dera se tantas pessoas, tantos brasileiros buscassem outros caminhos, sempre estudando e acreditando no melhor, como ele fez, tornando-se não apenas uma referência na regência musical, mas provando que a música venceu, como sempre afirma!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de março de 2011

CD Paulinho da Viola - Seleção essencial

A Sony Music lançou ano passado mais uma nova série de coletâneas: Seleção essencial, que reune grandes sucessos de vários artistas como Adriana Calcanhoto, Alcione, Fagner, Zezé di Camargo e Luciano, Emílio Santiago, Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, José Augusto, João Bosco, Nelson Gonçalves, Martinho da Vila, Leonardo, Zeca Pagodinho, Zé Ramalho, Guilherme Arantes, Roupa Nova, Victor e Léo, entre outros.

Adquiri o título do Paulinho da Viola e gostei do que ouvi. Embora não apresente a letra das canções no encarte e grande parte do repertório extraído de gravações ao vivo e acústicas (inclusive as fotos do encarte são provavelmente do trabalho acústico do sambista), gostei da seleção apresentada, pois temos aqui grandes clássicos, embora sempre concorde com quem aponte a ausência de uma ou outra canção, sobretudo para um artista como o Paulinho que tem vários clássicos em seu repertório.

Temos as canções Foi um rio que passou em minha vida, Dança da solidão, Pecado capital, Talismã, Sinal fechado, Coração leviano, Coisas do mundo minha nega, Turbilhão/Argumento (com Toquinho), Timoneiro, Bêbadosamba, Dama de espadas, Memórias conjugais, Coração imprudente (com Toquinho), Mar Grande e Ame, contemplando a maior parte de seus sucessos em sua brilhante e marcante carreira, onde o samba sempre foi a elegância musical!

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de março de 2011

Oh, Bela!

Apesar de já termos passado o Carnaval e a capital pernambucana, juntamente com todo o Estado ferveram no frevo, ritmo que domina essa região e seus foliões, apresentamos uma canção que não poderia faltar nesses eventos, um clássico dessa época, entoado pelas orquestras de frevos nos bailes, nas ruas e na boca dos foliões que frequentam principalmente Olinda e Recife, as duas aniversariantes do dia. Uma homenagem a esse ritmo chamado frevo que, apesar de não apresentar renovações, nos proporciona clássicos inesquecíveis como este!

Talvez o maior sucesso do mestre Capiba, compositor pernambucano que deixou tantas criações maravilhosas, Oh, Bela! foi composta em 1969 e imortalizada por Claudionor Germano e por tantos outros intérpretes como Elba Ramalho e Alceu Valença, ressaltando em sua letra simples e em um autêntico frevo, o amor em sua forma mais sublime!

Oh, Bela!
(Capiba)

Você diz que ela é bela
Ela é bela sim senhor
Também poderia ser mais bela
Se ela tivesse meu amor, meu amor

Bela é toda natureza, ô bela
Bela é tudo que é belo, ô bela
O sorriso da criança
O perfume de uma rosa
O que fica na lembrança

Bela é ver um passarinho, ô bela
Indo em busca do seu ninho, ô bela
Todo mundo se amando
Com amor e com carinho
Um sorrindo, outro chorando
De amor, de amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Me leva junto com você...

Esse grupo é formado por Fabinho César, Fena, Fernando Monstrinho, Fininho e Luiz Carlos, vocalista e líder da banda Raça Negra. Com quase trinta anos de sucesso (iniciaram em 1983), Raça Negra segue firme com seu pagode romântico, o que a diferencia das demais e talvez seja isso que a fez alcançar o sucesso e ter permanecido já há tanto tempo!

O primeiro disco só veio em 1991, mas a cada ano, novos sucessos se sucederam como Cheia de manias, Cigana, Deus me livre, Vida cigana, Maravilha, É tarde demais, Estou mal, Me leva junto com você, Ciúme de você, Extrapolei, Jeito felino, É o amor, Será, etc.

O grupo vendeu bastante cds, principalmente na década de 90, quando o estilo caiu no gosto popular. E se mantém até hoje com um público bastante forte que busca em suas canções, o autêntico pagode romântico que poucos sabem fazer tão bem quanto Luiz Carlos e sua turma!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de março de 2011

Roberto Carlos no desfile da Beija-Flor

Hoje, 08 de março, dia internacional da mulher, aniversário de Hebe Camargo e dia em que a Beija-Flor de Nilópolis homenageia um de seus maiores torcedores: o rei Roberto Carlos. Hoje é um dia histórico para muitos fãs do Roberto que, como eu, se emocionaram ao ver a Sapucaí levantar e aplaudir de pé o maior artista romântico desse país. E, como se não bastasse, toda apoteose do samba cantando o tema sem parar durante todo o desfile!

É um momento ímpar para a música brasileira, pois presenciamos um artista que venceu o preconceito unicamente plantando harmonia com suas canções. Com sua arte, ele chamou a atenção para pequenos detalhes da vida, como o amor, a paixão, a natureza, a fé, a beleza da flor e tudo isso foi retratado em várias alas que a Escola apresentou!

O Roberto menino, sua cidade natal, sua família retratada, a Jovem Guarda, os amigos, as intérpretes, o projeto emoções em alto mar, elas cantam roberto, emoções sertanejas, alas que trouxeram calhambeques, caminhoneiros e trechos de suas canções, tudo isso foi uma amostra que a Beija-flor fez tão bem na avenida sobre a vida de um dos homens que mais emocionou esse país, que deu tudo isso em forma de amor para nós!

Se ganharão o título ou não, isso é lá com os jurados. Mas, o que valeu a pena mesmo foi ver todo mundo de pé reverenciando um homem que se encurva diante do aplauso, que de tão humilde diz que não cantará todos os trechos da letra do samba que o elogia. E só resta a certeza que ele merece o título de rei, um presente de Deus como a Escola retratou no carro que o apresentou ao lado de Jesus. E que sua simplicidade sirva de exemplo para todos nós sempre!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de março de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 3

E no domingo de carnaval, vamos relembrar aquele que foi referência, sobretudo nessa época em grandes interpretações de sambas inesquecíveis: José Bispo Clementino dos Santos, mais conhecido por Jamelão. Natural do Rio de Janeiro, Jamelão é figura facilmente associada à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, por ser seu mais tradicional intérprete.

Mas, engana-se quem pensa que Jamelão foi apenas intérprete de escola de samba. Entre outras interpretações de seus discos temos os sucessos: Fechei a porta, Leviana, Folha morta, Não põe a mão, Matriz ou filial, Exaltação à Mangueira, Eu agora sou feliz, Ai que saudade da Amélia, Nunca, Ronda, Vingança, A voz do morro, Castigo, Nervos de aço, Esses moços, etc.

Esse cara foi Intérprete por excelência e não só o samba, mas a música brasileira deve muito a seu jeito ímpar de interpretar e de se apropriar da música, ficando difícil alguém se arriscar a dar uma versão àquela canção depois dele. Como intérprete da Mangueira, foi ativo de 1949 até 2006, partindo para a eternidade em 2008.

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de março de 2011

Hino do Galo da Madrugada

Esse é o maior bloco carnavalesco do mundo. Acontece hoje, sábado de Zé Pereira, pelas ruas centrais do Recife e atrai uma multidão incansável que se diverte nesse chamado início oficial de carnaval em terras pernambucanas. Fundado em 1978 por Enéas Freire, esse bloco consta no Guinness como o maior do mundo.

Apesar de não acontecer mais de madrugada como seu nome sugere, o bloco começa pela manhã e dura o dia inteiro com suas freviocas, seus carros alegóricos e seus trios elétricos que divulgam nossa cultura, sobretudo através de frevos inesquecíveis. Composto em 1979, o Hino dedicado a esse bloco tornou-se um verdadeiro clássico, pois cumpriu seu papel exato de atrair e contagiar os foliões, atravessando o tempo e estando sempre presente. Já foi interpretado por Alceu Valença e tantos outros artistas locais:

Hino do Galo da Madrugada
(José Mário Chaves)

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada,
Já está na rua, saudando o Carnaval

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

As donzelas estão dormindo
As cores recebendo o orvalho matinal
E o Galo da Madrugada
Já está na rua, saudando o Carnaval

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

O Galo também é de briga,
As esporas afiadas e a crista é coral
E o Galo da Madrugada
Já está na rua saudando o Carnaval

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Leva esse pranto pra bem longe de nós dois...

No país do samba, entre tantos grandes sambistas faltava ainda falar de um nome como o dele: Montgomery Ferreira Nunis que, com certeza uma minoria conhece com esse nome, mas que muitos reconhecem quando nos referimos a seu nome artístico, Sombrinha. Natural de São Vicente/SP, aprendeu a tocar violão com apenas nove anos.

Iniciou sua carreira em casas noturnas paulistas até participar do grupo Os originais do samba, quando mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tornou-se um dos fundadores do grupo Fundo de quintal. Sua primeira composição, Marcar no leito, foi gravada por Alcione em 1981. Além dela, teve canções gravadas por Beth Carvalho, Chico Buarque, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, Jorge Aragão, Dona Yvonne Lara, entre outros.

Entre sucessos de seu repertório estão Ainda é tempo pra ser feliz, Só pra contrariar, O show tem que continuar, Alto lá, Desalinho, É sempre assim, Fogo de saudade, etc. Seja em rodas de samba, seja em shows, em programas de televisão, no rádio, Sombrinha é nome indispensável quando se fala de samba dos últimos 30 anos.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de março de 2011

Como isso é bom...

Ele é cantor, violonista, ator, dançarino, natural de Recife/PE, o multiartista Antônio Carlos Nóbrega ou simplesmente Antônio Nóbrega. Apesar de estudar canto lírico e aprender violino, dedicou-se à música popular, desde o início de sua carreira. Com essa formação clássica, iniciou sua carreira em Orquestra da Paraíba no final dos anos 60.

Já na década de 70, depois de participar do Quinteto Amorial, a convite de Ariano Suassuna, adquire um estilo próprio, fundindo música, dança e artes cênicas. E, embora desconhecido das rádios e da mídia televisiva, seus shows tomaram forma de grandes espetáculos por unirem sua arte em torno dos instrumentos que toca e também de suas danças.

Sempre divulgando sua cultura raiz, Nóbrega é figura fácil no carnaval pernambucano, além de ser um dos poucos que dividiu parcerias com o mestre Ariano Suassuna. Capaz de tocar vários instrumentos ao mesmo tempo, já interpretou canções como Vassourinhas, Madeira que cupim não rói, Estrela D´alva, A morte do touro mão de pau , O rei e o palhaço, Romance da filha do Imperador do Brasil, Vinde vinde moços e velhos, etc.

Um forte abraço a todos!