quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os compositores do Brasil - 43

Ele tá com música na novela das oito. A canção Eu nunca amei alguém como eu te amei, gravada pelo Roberto Carlos em 1994, foi regravada por Ivete Sangalo para a novela Fina estampa. Além de um dos mais renomados maestros desse país e um dos maiores divulgadores da música instrumental atual, Eduardo é também uma referência na composição nacional.

Tendo em seu currículo várias gravações do Roberto Carlos, consta em sua lista de intérpretes astros como José Augusto, Claudette Soares, Kátia, Chitãozinho e Xororó, Rosemary, Emílio Santiago, Gilliard, Agnaldo Timóteo, entre tantos, que navegaram em suas parcerias com Paulo Sérgio Valle, César Augusto e Alésio Barros.

Em conversa com seus fãs, Eduardo já afirmou que é compositor de poucas canções por ano e como essas canções são sempre sucessos, temos a certeza de que outros grandes intérpretes gostariam de ganhar alguma pérola sua para lapidarem, como aconteceu com Confissão, Como foi, Eu quero voltar pra você, A minha vida, De coração, Cenário, Nunca te esqueci, Momentos tão bonitos, Vê se volta pra mim, Assunto predileto, Eu vou sempre amar você, entre outras. Seu lançamento instrumental ficou para 2012 e nós, seus fãs, aguardamos com a mesma expectativa de sempre o CD Romances que ele está produzindo com o mesmo profissionalismo que compôs essas e tantas outras que ainda ouviremos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Homenagem ao malandro

Feriado do dia da Proclamação da República e fui buscar o significado de República no dicionário, encontrando o seguinte, de acordo com o Houaiss: "forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos". E aí me pergunto: além de estarem curtindo o merecido descanso, embora haja quem pense que temos feriados demais, será que o brasileiro reflete sobre isso? Será que nossos governantes estão mesmo dedicados à soberania popular?

Com uma classe política tão desacreditada, por tantos arranhões que recebemos no decorrer de nossa história antiga e recente, tornam-se opacas as pessoas sérias que se envolvem nesse meio. Sinto que o país está nas mãos de um grupo só, cada vez sem oposição e sem muito direcionamento para essa soberania popular, numa espécie de malandragem, como conta essa canção do Chico, em que foi procurar aquele conhecido malandro e se surpreendeu com a modernização dessa classe que, em nada tem haver com a tradicional figura social que ele conhecia, parecidíssimo com alguns políticos atuais dessa nossa República:

Homenagem ao malandro
(Chico Buarque)

Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais

Agora já não é normal, o que dá de malandro regular profissional,
malandro, com o aparato de malandro oficial,
malandro, candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.

Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de novembro de 2011

Almanaque da Jovem Guarda

A Jovem Guarda foi um movimento musical importantíssimo para a música brasileira e que não se resumiu a um programa de televisão da Record nos anos de 1965 a 1968, mas a acontecimentos antes e depois desse período, envolvendo artistas que viriam a influenciar outros nomes e movimentos posteriores!

É o que conta esse Almanaque da Jovem Guarda, de Ricardo Pugialli, da Editora Ediouro, lançado em 1999 como o livro No embalo da Jovem Guarda e reeditado como Almanaque em 2006. Um material rico em fotos, reportagens da época, lançamentos fonográficos e raridades como o conteúdo do caderninho de anotações que Roberto Carlos fazia em 1959, quando cantava na Boate Plaza, incluindo o set list de suas apresentações.

Não é um livro que conta cronologicamente todos os acontecimentos do movimento, mas que ressalta ano a ano a evolução de cada artista e os Mexericos da Candinha e torna-se indispensável na estante daqueles que apreciam e são saudosos daquelas Jovens tardes de domingo!

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de novembro de 2011

Codinome Beija-flor

Essa é mais um clássico da música brasileira, imortalizada pelo autor, Cazuza, e por outras vozes femininas como Simone e Joanna, além do Barão Vermelho, Luiz Melodia e outros intérpretes país afora. Fala de um amor partido, mas com elementos bastante particulares do personagem central da canção que, com certeza, plantou essa identificação com o povo brasileiro que tanto amou essa música.

As coisas particulares estão presentes na forma como o personagem se refere à pessoa amada, à qual se refere apenas como Beija-flor, fala ao seu ouvido segredos de liquidificador (que, embora existam tantas teorias para essa expressão, o próprio autor afirma que são apenas os movimentos circulares com a língua) e expõe todos os esforços para que o sentimento oculto entre eles finalizassem em sucesso, lamentando pelo fracasso e pelas rusgas deixadas com essa dor que parece anular todo o esforço e a dedicação ofertada.

Codinome beija-flor
(Cazuza, Reinaldo Arias e Ezequiel Neves)

Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quando ela passa, o mundo inteirinho se enche de graça...

Ela é uma das cantoras que tem mais reconhecimento internacional: Astrud Evangelina Weinert, mais conhecida como Astrud Gilberto, uma referência de Samba e Bossa nova. Natural de Salvador/BA, mudou-se para o Rio de Janeiro na adolescência, onde conheceu João Gilberto e casou-se com ele, que lhe abriria as portas para a música, posteriormente em um disco gravado com Tom Jobim e com o músico Stan Getz.

Depois de cantar a versão de A garota de Ipanema em inglês no disco Getz/Gilberto, lança seu primeiro disco em 1965 e firma-se como uma das maiores referências da Bossa Nova e das interpretações de grandes clássicos desse gênero em inglês e em português como Corcovado, A felicidade, Água de beber, Dindi, Águas de março, Só tinha de ser com você, Como fué, Desafinado, Live today, etc.

Apesar de ter poucos lançamentos no decorrer de toda sua carreira e de fazer poucas aparições e apresentações no Brasil, não podemos negar que o sucesso de Astrud Gilberto no exterior faz a música brasileira ser mais divulgada e respeitada, e com isso só podemos render essa homenagem através dessa singela postagem!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Só queria ficar com você na paz...

Ele é Orlando de Morais Filho, mais conhecido por Orlando Morais. Cantor e compositor, Orlando despertou para a música ainda criança, quando começou a tocar piano aos 4 anos de idade. Lançou seu primeiro cd em 1990, que contou com parcerias com Caetano Veloso em Divinamente nua e crua e com Cazuza nas canções Oriental e Portuga.

A partir daí, entre os sucessos emplacados de seu repertório, temos Na paz, O que vem a ser felicidade, Cruzando raios, Figura, Firmamento, Lindo lago do amor, A montanha e a chuva, No trânsito, O amor, entre tantos outros sucessos onde dividiu parcerias ou gravações com artistas como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Dominguinhos, Djavan, etc.

Casado com a atriz Glória Pires, Orlando continua divulgando seu trabalho e vez por outra somos premiados com o estouro de algum sucesso seu, seja em trilha de novela, como muito já aconteceu, seja em algum novo projeto sempre bem reconhecido por todos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de novembro de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 12

Marisa Monte não é por acaso uma das maiores estrelas da nossa música em todos os tempos. Destacam-se a cantora, a compositora, a musicista e por que não dizer, a intérprete? Basta observar que nem todas as canções que canta são de sua autoria, mas todas são sucessos e recebem o carimbo, a marca MM, ficando difícil dissociar a canção de sua intérprete.

É o caso por exemplo de Bem que se quis, um de seus primeiros sucessos, uma versão de Nelson Motta. Outro exemplo é a interpretação que ela dá a Rosa, sucesso da Era do rádio. Diariamente, do Nando Reis caiu como uma luva para sua voz. Suas releituras ao vivo também merecem destaque e aí podemos incluir De noite na cama, Xote das meninas e Panis et circences, que também receberam seu toque todo particular.

Mas, adiante, temos Dança da solidão de Paulinho da Viola, que ficou bárbaro. E o que dizer de Seu sabiá de Caetano e Eu te amo te amo te amo do rei Roberto? Chocolate e O que me importa devem ter emocionado muito ao Tim Maia e a seus fãs!  E nas participações em trabalhos de colegas, isso também se verifica, pois é só observar Não quero ver você triste no Erasmo convida 2. E se ainda há alguma dúvida, temos um cd todo de samba, com várias interpretações para analisarmos essa tendência de perfeita intérprete dessa grande estrela da nossa música!

Um forte abraço a todos! 

sábado, 5 de novembro de 2011

Manhã de carnaval

Imagina uma canção gravada por Sinatra e Pavarotti, Julio Iglesias e Luis Miguel, Gal e Bethânia, Emílio e Fagner, Caetano e João Gilberto, Maysa e Nara. Tal canção existe e é um clássico nacional e que ultrapassou as fronteiras desse país, tornando-se uma das mais conhecidas internacionalmente: Manhã de Carnaval.

Uma das poucas canções do filme Orfeu Negro que não era de Tom e Vinícius, Manhã de carnaval se popularizou como a canção do filme, interpretada por Agostinho dos Santos. E é nessa hora que a gente entende como surge um clássico, pois com mais de 50 anos, essa canção continua sendo atual e cultuada como uma das mais belas canções da música brasileira.

Curioso é que ela tem três versões de letras diferentes. Dizem que a esposa de Luiz Bonfá, Maria Helena Toledo, alterou a primeira versão para o filme. Percebi também nos encontros de Pavarotti com Caetano e depois com Gal e Bethânia, que era apresentado uma versão diferente, mais extensa. Segue as versões, todas românticas, desde a mais tradicional até as outras versões com seus primeiros registros:

Manhã de carnaval
(Antônio Maria e Luiz Bonfá)

(Versão tradicional)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso e tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que verás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábio teus

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada pela Maysa

Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu no surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração

Depois desse dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã
Tão bela afinal
Manhã de carnaval

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada por Pery Ribeiro

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Em cada flor, o amor
Em cada amor, o bem
O bem do amor faz bem
Ao coração

Então vamos juntos cantar
O azul da manhã que nasceu
O dia já vem
E o seu lindo olhar
Também amanheceu

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Que bela coisa, uma jornada de sol...

Ele popularizou a ópera no mundo e a música brasileira sempre o reverenciou e foi reverenciada por ele. O italiano Luciano Pavarotti deixa o significado da palavra saudade mais forte entre todos nós que acompanhamos seu sucesso e suas interações com grandes músicos nacionais. Quem não lembra da emoção que foi o show Tenores da década de 90, quando ao lado dos amigos Domingos e Carreras, interpretaram entre outras nossa Aquarela do Brasil?

Mas, a ligação entre o tenor e nosso país iria além, sobretudo nos encontros com Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa e com Roberto Carlos, todos na década de 90. Aliás, com o rei teríamos um outro em 2007 que, infelizmente não aconteceu por problemas de saúde do tenor, que nos deixou nesse mesmo ano, mas será sempre lembrado como um dos mensageiros da paz, pela sua obra e por seu trabalho humanitário.

Entre suas canções mais lembradas, sobretudo aqui no Brasil, temos Oh sole mio, Ave Maria, Nessun dorma, Caruso, Volare, La donna é mobile,  Panis Angelicus, Mamma, Passione, Granada, Amigos para siempre, Torna a surriento, Manhã de carnaval, Baby can i hold you tonight, Miss Saravejo, entre tantas da eterna voz da paz!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tirou partido de mim, abusou...

Essa dupla de cantores ficou conhecida no final dos anos 60, após o Festival Internacional da Canção, sendo sucesso incontestável, sobretudo na década de 70. Nascidos em Salvador/Ba, eles são Antônio Carlos Marques Pinto e José Carlos Figueiredo, mais conhecidos como Antônio Carlos e Jocáfi. Curioso é que o nome Jocafi é formado pelas iniciais de seus três nomes.

Foi a canção Catendê, defendida naquele Festival que tornou a dupla conhecida e abriu caminhos para outros sucessos como Desacato, Toró de lágrimas, Dona Flor e seus dois maridos, Diacho de dor, Estrela amante, Aventureiro, Forrobodó, Vá brincando e a mais conhecida de todas Você abusou, que teve enorme sucesso internacional, contando aí a releitura de Stevie Wonder.

A dupla é também regravada por outros nomes como Elis Regina, Gilberto Gil, Jorge Aragão, Luiz Gonzaga, Sérgio Mendes, entre outros, o que explica o porquê de estar na ativa a tanto tempo, sempre reencontrando seu público fiel!

Um forte abraço a todos!