quarta-feira, 27 de março de 2019

CD Thaís Gomez - Nossa Senhora do samba

Um dos grandes prazeres que este Blog me proporciona é permanecer conectado a pessoas que, assim como eu, apreciam e contribuem de alguma forma para engrandecer a arte maior de nosso país, a meu ver, a música. Ano passado recebi de presente este trabalho que, quem dera, pudesse divulgar aos quatro cantos deste país que temos grandes vozes, grandes talentos e Thaís Gomez é um desses talentos que torna nossa música sempre autêntica e verdadeira, em sua arte e seus ritmos.

Nossa Senhora do samba é o nome dado a seu CD, lançado em 2013 que, como o nome já diz, aborda este ritmo brasileiríssimo, com composições  de grandes nomes como Pretinho da Serrinha, Paulo Debétio, Paulinho Rezende, Sivuca, entre outros, em canções como O reino de Nanã, Julgamento, Fluía, De tempos em tempos, Nossa Senhora do samba, Ser mulher, Mistério da sereia, Sou do babado, Oxóssi-Caçador, Festa de Erê, Conto de areia e Feira de Mangaio.

Uma sonoridade gostosa de se ouvir, que me trouxe algumas saudades, como o estilo Clara Nunes (a quem presta uma linda releitura de Conto de areia), como aqueles sambas deliciosos que se ouviam aos domingos de manhã. Canções que poderiam ganhar facilmente as rádios como Julgamento, Ser mulher, Sou do babado, Conto de areia. O encarte é um luxo a parte com imagens belíssimas da nossa cultura. Obrigado Thaís pelo presente, pela dedicatória e por confiar a mim toda admiração por um trabalho que, tenho certeza que ainda alcançará o devido sucesso, pois transpira talento, profissionalismo e dedicação ao que mais amamos, a música brasileira.

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de março de 2019

♫Amor de índio♫

Ontem no programa Altas horas tivemos uma homenagem a Milton Nascimento. Merecida e tudo que for feito em reconhecimento à obra de grandes artistas como ele sempre serão pertinentes. Grandes vozes de todas as gerações reverenciando um excepcional trabalho que, em toda sua existência, só mostrou dedicação em dar o melhor de si pela música brasileira. Já comentamos no passado essa canção em outras ocasiões que destacam o dia do trabalhador. Um clássico que não é do Milton, e sim de seus amigos do Clube da esquina Beto Guedes e Ronaldo Bastos. 

É que, sem desmerecer tantas interpretações belíssimas que esta canção já recebeu, seja de seu autor ou de outros grandes nomes da nossa música, fico com a emocionada leitura e releitura que "Bituca" sempre faz para seus fãs, como prova do que comentei acima: ser possuidor do dom que lhe confere qualquer justa homenagem que seu público possa lhe render. Esta é justamente aquela letra que mais se parece com seu intérprete, uma canção que fala de amor ao trabalho, à natureza e do respeito que devemos nutrir por ela, como os índios podem nos ensinar todos os dias.

Amor de índio
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver ao teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar

Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar
E andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser tudo

quarta-feira, 20 de março de 2019

Parei na contramão!

Nesses dias não publiquei no Blog Música do Brasil, por enfrentar alguns problemas, não com este Blog, mas com as redes sociais (Facebook e Instagram), onde sempre o divulguei. As postagens na minha página do facebook foram suspensas, sobre a alegação de que violavam os padrões da comunidade.

Imagino que, de repente, mesmo não postando vídeos ou músicas para download e sempre tomando o cuidado de colocar os nomes dos compositores das canções que comento, devo ter violado os direitos autorais em fotos ou em capas de CD´s  (que nunca disponibilizei para download). Pois, no mais, não encontro onde possa ter violado direitos autorais de ninguém!

As redes sociais sempre foram parceiras na divulgação deste trabalho que, em 11 anos, nunca me rendeu centavo algum. Quem me conhece, sabe que este Blog é apenas um espaço para comentar sobre a arte que mais adoro, a música, sem fins lucrativos ou intenção de ferir direitos de artistas que cultuo há anos! E, como não fica muito claro este tipo de censura, lamentamos o pouco esclarecimento!

Um forte abraço a todos!

domingo, 10 de março de 2019

♫Coisinha do pai♫


Eis uma canção famosa não apenas no Brasil, mas também no exterior e até fora dele, se é que pode-se falar assim, pois esse clássico da obra de Beth Carvalho, de autoria de Jorge Aragão e Almir Guineto, já tocou até em Marte. 

Cosinha do pai fala de um amor muito valioso, comemorado no ritmo carnavalesco da melhor forma possível, com muita alegria e vibração de quem realmente encontra o amor, algo sempre muito valioso! E esse amor pode ser de vários tipos como uma namorada, um cachorro, um bebê ou o que a criatividade proporcionar para quem deseja cantar essa linda canção.

Coisinha do pai
Jorge Aragão e Almir Guineto

Ô coisinha tão bonitinha do pai,
Ô coisinha tão bonitinha do pai,
Ô coisinha tão bonitinha do pai,
Ô coisinha tão bonitinha do pai,

Você vale ouro, todo o meu tesouro
Tao charmosa da cabeça aos pés
Vou lhe amando, lhe adorando
Digo mais uma vez
Agradeço a Deus porque lhe fez

Ô coisinha tão bonitinha do pai...

Charmosa você e tão dengosa
Que só me deixa prosa
Meu tesouro, você vale ouro
Agradeço a Deus porque lhe fez

Ô coisinha tão bonitinha do pai...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 6 de março de 2019

Filme Minha fama de mau

Fui ver o filme Minha fama de mau, baseado na biografia do tremendão Erasmo Carlos. A abordagem é de seu duro início de carreira até o sucesso e término da Jovem Guarda, deixando a ideia de que poderíamos ter um volume dois (o que acho pouco provável), que continuaria a contar a trajetória de um dos nomes mais importantes da nossa música nos últimos 60 anos.

Sua relação com amigos como Carlos Imperial, Arlênio, Trindade, Tim Maia e, principalmente Wanderlea e Roberto é um dos focos, além de sua vida difícil com sua mãe, representada no filme por Isabela Garcia. Chay Suede manda ver como Erasmo e, apesar de não ter a estatura do tremendão, consegue o interpretar de maneira surpreendente. Gabrile Leone é outro que arrasa no papel de Roberto Carlos, convencendo pelo olhar triste e pelas interpretações de seu amigo de fé. Outra grata surpresa é Malu Rodrigues que interpreta Wanderlea de forma certeira. O filme ainda conta com a participação de Paula Toller, como Candinha.

Gostei do filme e o indico aos apreciadores de cinebiografia. Algumas dúvidas ficaram e nem sei se conseguirei as solucionar: deu a entender que Erasmo e Roberto brigaram em 1967 e, pouco tempo depois Roberto saiu do programa, que finalizou. Os dois só viriam se entender algum tempo depois e finalmente fizeram as pazes de forma definitiva, quando Roberto mostrou a Erasmo a composição Amigo. Mas, pelo que sabia, Amigo só foi feita quase dez anos depois e nesse meio termo, fizeram muitos sucessos juntos. Ou será que Amigo foi feita antes e ficou guardada? Por essas e outras que nós, fãs do tremendão, queríamos um volume dois, algum complemento de uma carreira bem sucedida que teve outros altos depois dos anos 60. Quem sabe em uma futura minissérie!

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de fevereiro de 2019

♫O pequeno burguês♫

Carnaval chegando e Martinho da Vila sempre é lembrado por tantas canções belíssimas compostas nessa carreira linda que ele possui. Uma das mais significativas é esta, O pequeno burguês, composta e lançada ainda na década de 60 e que lançou em definitivo nosso grande sambista.

A canção com uma letra bastante longa conta a história de um cara que consegue passar no vestibular (sempre foi difícil) e precisa trabalhar para pagar a faculdade, que é particular. As taxas, os livros, as despesas com o curso, com a vida paralela de quem batalha, mora no subúrbio e tenta melhorar de vida, buscando nos estudos êxitos. Coisas do verdadeiro povo brasileiro e de artistas que cantam verdades como Martinho.

O pequeno burguês
Martinho da Vila

Felicidade!
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular

Livros tão caros
Tanta taxa pra pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar

Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia pra aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança pra criar
Para criar!
Só criança pra criar
Para criar!
Só criança pra criar

Mas felizmente
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro pra beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel
O meu papel!
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel

E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado

Um forte abraço a todos!

domingo, 17 de fevereiro de 2019

♫Foi um rio que passou em minha vida♫

Paulinho da Viola é um nobre do mundo do samba. Algumas de suas canções são verdadeiros clássicos. Como é o caso dessa deliciosa canção, feita em homenagem à sua Escola de samba de coração, a Portela. O próprio Paulinho já contou que havia feito antes uma homenagem à Mangueira e se sentiu em dívida com seu "grande amor".

É o que conta exatamente o desenrolar dessa extensa e belíssima letra que mais parece um samba enredo, onde o mestre Paulinho escancara o seu amor pela Portela, uma das maiores campeãs do Rio de Janeiro. 

Foi um rio que passou em minha vida
Paulinho da Viola

Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar

Meu coração tem manias de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar

Porém, ai porém
Há um caso diferente
Que marcou um breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval

Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém que não me
Lembro anunciou
Portela, Portela.
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou

Ai, minha Portela
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo meu corpo tomado
Minha alegria voltar

Não posso definir aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar
Foi um rio que passou em
Minha vida
E meu coração se deixou levar

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Show de Gal Costa no Recife em 08/02

Fui ver o show de Gal Costa aqui no Recife. Precisava entender ao vivo essa diva que tanto admiro há tanto tempo. A pele do futuro da nome ao show e a seu mais recente CD (que em breve será comentado). Com um repertório que mescla novas canções, clássicos de seu repertório e algumas coisas inéditas em sua voz, o show mostrou porque Gal é mesmo essa diva única de voz cristalina.

Caetano estava em Mamãe coragem, Vaca profana, London London e em Massa real. Esta última fez parte do bloco de frevo que levantou a plateia com clássicos como Balancê, Bloco do prazer e Festa do interior, estas duas últimas compostas por Moraes Moreira, que também abriu o show com Dê um rolê, sucesso mais recente na voz de Pitty. Do novo CD, tivemos também Cuidando de longe, Mãe de todas as vozes, Viagem Passageira, Palavras no corpo, Minha mãe e Sublime.

Bom mesmo foi ver Gal levantar a plateia com Roberto e Erasmo em As curvas da estrada de Santos e Sua estupidez, Fábio Jr. com O que é que há e sucessos inesquecíveis de seu repertório como Chuva de prata, Volta, Que pena (de Jorge Benjor) e Azul (de Djavan). A plateia sempre querendo mais ora pedia Nuvem negra, ora dançava a discoteca das novas canções, ora se emocionava junto com a voz mais cristalina do planeta, numa apresentação maravilhosa e inesquecível!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

CD Djavan Vesúvio

Um dos melhores lançamentos de 2018 foi este: Djavan - Vesúvio. Nosso grande cantor, que completou 70 anos recentemente, continua atuando no que mais sabe fazer: boas canções e gravações marcantes, enaltecendo ainda mais todo o belo compromisso que tem com a música brasileira. Com 13 canções inéditas e todas autorais, Vesúvio é mais um daqueles grandes álbuns de sua belíssima discografia.

A contar com a faixa título e com Solitude, duas canções que já se tornam admiráveis pelos títulos e se tornam verdadeiras aulas de boas obras, sobretudo Solitude que, a meu ver, é a cara do atual despedaçado e dividido Brasil. E nesse estilo ímpar, Djavan é visto com muito romantismo e profissionalismo nas canções seguintes: Dores cris, Tenho medo de ficar só, Cedo ou tarde, Orquídea (uma verdadeira aula de botânica), Viver é dever, Madressilva, Mãos dadas, Entre outras mil, Um quase amor.

Destaco que Solitude, Tenho medo de ficar só são candidatas a se tornarem clássicas em seu repertório e, acrescento à esta lista a belíssima canção Meu romance, que também ganhou versão em espanhol no dueto com Jorge Drexler, na faixa Esplendor, que fecha o CD. As fotos de capa e encarte são um luxo a parte neste álbum que exala uma arte ímpar, como toda a obra deste grande artista que temos na nossa música. E como está cada vez mais difícil encontrar loja e/ou CD pra vender, demorei pra encontrar a mídia física, mas consegui e aqui compartilho com todos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Show de Eduardo Lages e Marina Elali em Recife

Assisti no último dia 25 de janeiro no Teatro Riomar, aqui em Recife, a gravação do DVD e especial (que vai ao ar pela TV Globo Nordeste, ainda sem data definida) do show que reuniu o maestro Eduardo Lages e a cantora Marina Elali. Com a casa cheia, o show começa com a voz do Eduardo fazendo uma breve biografia até entrar no palco e entoar, em seu piano, algumas de suas inesquecíveis gravações como À distância, Vista a roupa meu bem e O calhambeque.

Marina é convidada ao palco e canta, acompanhada do maestro, vários sucessos que o rei sempre entoa como Detalhes, Como vai você, Outra vez, Amor perfeito, É preciso saber viver, Como é grande o meu amor por você, Se você pensa, Jesus Cristo e, outros, esquecido nas pérolas da coroa de sua majestade como Você, Abandono, Esqueça e Eu nunca amei alguém como eu te amei (composta pelo maestro). Ao cantar Olha, ela vai às lagrimas. No show, ela troca algumas vezes de vestido e, enquanto isso, o maestro toca alguns de seus clássicos como Chega de saudade, Eleanor Rigby, Cavalgada e conta algumas das histórias que envolvem ele e o maior cantor da música brasileira, grande homenageado da noite.

Na canção Nossa Senhora, toda de branco, Marina emociona, sobretudo após o pedido do maestro, dedicando aquela canção a todos os problemas que o país passa atualmente. Acredito que na edição, tanto do especial quanto do DVD não entrem todos esses números, como um que Marina fez, revivendo seu grande sucesso Eu vou seguir. Agora é aguardar para conferir especial e DVD que, com certeza, atestarão o sucesso dessa apresentação e desses dois astros da nossa música!

Um forte abraço a todos!