segunda-feira, 15 de setembro de 2025

♫Drão♫

Algumas coisas na música brasileira são bem específicas e precisamos saber de muitos mais detalhes da vida do compositor para enterdermos sua obra. É o caso desse clássico de Gilberto Gil que ouvi pela primeira vez com Caetano Veloso e que só entendi melhor quando me chegou a informação do que era "Drão", o apelido de Sandra, sua ex-esposa, a qual se referia essa canção.

Com uma introdução e um solinho que a acompanha nos três versos que a compõe, Gil tenta cantar o fim de um amor, buscando a culpa toda pra si, como algo irremediável. E tenta fazer isso também jogando holofotes nas sementes desse amor, os filhos e nos presenteando com belíssimas passagens sobre o que pensa do amor.

Drão
Gilberto Gil

Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão, nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Dura caminhada pela estrada escura

Drão, não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito
Imenso monolito, nossa arquitetura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame, pela vida afora

Drão, os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce, trigo
Vive, morre, pão
Drão...

Um forte abraço a todos!

Nenhum comentário: