segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Meu amigo de fé, meu irmão camarada...

Essa é daquelas postagens que eu não gostaria de fazer. Quase nenhuma foi assim nesses 15 anos em que faço este Blog. O gigante gentil, o tremendão, o amigo de fé, o papa do rock nacional que canonizou a música, partiu no dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. O "meu amigo" Erasmo Carlos está ao lado das estrelas, as quais tanto cantou por aqui.

Sabemos que o ser humano é mortal e finito. E também que um artista como Erasmo torna-se imortal, pois sua obra tem alcance infinito. É daqueles que conquistou o prazer de ser inesquecível, não apenas por Detalhes, uma de suas imensas obras junto a seu grande parceiro. Mas, também por tantos clássicos que fez com Roberto ou sozinho, ou com outros parceiros, e tocaram nas rádios e contaram nossa história nos últimos anos. Por terminar a vida trabalhando, produzindo, fazendo bons discos e projetos, sendo premiado e aplaudido por onde passou.

É curioso que muitos gostam mais de seus discos do início e dos anos 70. Particularmente, gosto mais das décadas de 80 em diante. Dos anos 2000 pra cá, gosto muito, pois mesmo sem Roberto nos discos, ele mostrou primor e generosidade, ao dividir composições com outros gênios. E, a ele, também sou grato por tantas composições com Roberto. Por todos os anos que comprei o disco do Roberto e encontrava lá grandes canções dessa parceria. Aprendi tanta coisa com ele, por isso nem uma postagem, nem meu muito obrigado seriam suficientes para me mostrar agradecido. O país de luto sabe que maior que a dor é a certeza de que muito temos que agradecer a ele por sua arte, sempre presente em nossa vida!

Viva a Erasmo Carlos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

♫Matinê♫

Faz tempo que não falo do Adilson Ramos, grande cantor e compositor que se tornou um pernambucano nato. Quando ele faz shows por aqui, engana-se quem pensa que temos uma apresentação apenas para idosos, pois o cara é muito animado e nos contagia com toda sua alegria. Além de canções românticas que embalaram gerações.

Uma delas é essa que não falta em seus shows: Matinê. Uma canção que traz aquela pureza da época da jovem guarda, da qual Adilson também participou. E fica nas entrelinhas da letra se tudo é uma traição ou apenas ciúme bobo de um apaixonado pegajoso.

Matinê
Adilson Ramos

Esse amor que mexe com meu coração
Parece não tem jeito não
Você vive dia e noite nos meus sonhos

Mas você parece que não quer saber
Sabendo que me faz sofrer
Sempre vai com os meus amigos na matinê

Fico em casa me doendo de ciúmes a imaginar
Se no escurinho alguém vai te beijar
No sofá da sala eu sento e ainda tento ver a TV
Mas eu só penso em você

Vejam só, você diz que quer assim
E diz que gosta só de mim
Mas domingo vai com outro na matinê

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Chuva de prata que cai sem parar...

Gal partiu e de forma repentina. Quando vi a notícia não acreditei até que começaram a seguir enxurradas de confirmações e homenagens! Tenho uma lista particular e, penso que cada ser que aprecia a música brasileira tem uma, formada por grandes nomes de nossa música e Gal está nela. Continua nela. Sua partida física não diminui em nada sua estratosférica contribuição à nossa arte.

Tenho os CD´s dela. Gosto de cantar algumas das tantas belíssimas canções que gravou. Consegui assistir a um show seu. Tive um pouco da noção da dimensão que uma artista assim nos proporciona. Agora está em outro plano e na galeria de eternos cantores que passaram por aqui e se tornaram inesquecíveis.

Talvez alguns da nova geração demorem para conhecer seu trabalho, mas sem sombra de dúvidas estarão diante de uma das mais belas vozes deste planeta. Cristalina e única, sua voz, sua vida cantaram como uma força estranha meu bem, meu mal, folhetins, forrós, festas do interior e da capital. Então tá combinado que minha estupidez nunca me permitirá esquecer de Gal Costa, porque o Brasil simplesmente a ama!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

♫O negócio é amar♫

Bate uma saudade do Nelson Gonçalves. Essa é uma das minhas preferidas, sobretudo pelo dueto mágico, bem-humorado e carregado de uma química perfeita com a Fafá de Belém, na canção O negócio é amar, da também inesquecível Dolores Duran, que deixou a letra e, Carlos Lyra musicou posteriormente. Jorge Aragão também deu sua interpretação, bem a seu estilo voz e violão. Também conheci as versões de Leny Andrade e da Nara Leão.

A letra dessa canção é uma espécie de enciclopédia sobre tipos de amores. Situações, casais, apaixonados, loucos por amor, tudo de todas as épocas, inclusive dessa que vivemos. Se Nelson tem uma voz, uma interpretação toda particular, mas datada, Dolores, de fato era uma compositora atemporal e aqui está um clássico que se tornou definitivo com Nelson e Fafá, a meu ver.

O negócio é amar
Dolores Duran e Carlos Lyra

Tem gente que ama, que vive brigando
E depois que briga acaba voltando
Tem gente que canta porque está amando
Quem não tem amor leva a vida esperando

Uns amam pra frente, e nunca se esquecem
Mas são tão pouquinhos que nem aparecem
Tem uns que são fracos, que dão pra beber
Outros fazem samba e adoram sofrer

Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champagne, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça

Tem homem que briga pela bem-amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece

Amores à vista, amores a prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais
Mas jura sabendo que não é capaz

Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à bessa pra gente falar
Mas não interessa, o negócio é amar

Um forte abraço a todos!