segunda-feira, 29 de março de 2021

CD José Augusto De volta pro interior

Nessa onda de lançar projetos cantando canções caipiras, que nos remetem ao interior do Brasil, José Augusto fez talvez o melhor projeto com essa levada. Sua proximidade com os sertanejos já é antiga, pois vira e mexe, alguém o regrava. É o caso das duplas Chitãozinho e Xororó (que estourou com Evidências), Zezé di Camargo e Luciano (que regravou Fui eu) e Leonardo (campeão de regravações, a exemplo de Fantasias e Sonho por sonho). Já gravou com Roberta Miranda e Sérgio Reis.

E José Augusto lançou em 2001 um projeto onde reverencia a música caipira nacional, com clássicos de todos os interiores do país, como Beijinho doce, Cabecinha no ombro, Casinha branca, O menino da porteira, Meu primeiro amor, No rancho fundo, Toada, Tocando em frente e Vida de viajante. Alguns sucessos seus também foram incluídos, como Por entre os dedos e Indiferença, além de Vida cigana, De volta pro interior e Canção da meia noite, que completam o trabalho.

Zé Augusto é esse competente artista da nossa música, que sempre produz um trabalho com uma qualidade ímpar e, embora em sua discografia não encontramos muitos projetos como este, nada foge à qualidade de suas gravações e interpretações que, neste caso, nos leva ao interior rural desse rico país e sua música!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de março de 2021

♫Mentiras♫

Adriana Calcanhotto e mais um clássico de seu repertório. Mentiras é daquelas que não podem sair do repertório de seus shows, pois os fãs sempre cantam junto. Uma daquelas que fica linda em voz e violão, com uma estrutura harmônica belíssima e complexa. Coisas que Calcanhotto sabe fazer tão bem. Mentiras é de 1992 e foi tema da novela global Renascer. Emílio Santiago também gravou essa canção.

A letra de Mentiras traz alguém que perdeu o controle, vive uma grande ansiedade por ter perdido alguém e quer chamar a atenção de qualquer forma, no intuito de que aquele amor volte. E que até já tentou fugir das auto sabotagens, mas, que no fundo, tem mais energia quando se entrega a elas. E quase ameaças são feitas para que esse amor retorne ao ponto em que se desfez. Um desespero em forma de poesia, diria!

Mentiras
Adriana Calcanhotto

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família

Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu gosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua aula
Queria falar sua língua

Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de março de 2021

Os Músicos do Brasil - 72

A série Músicos do Brasil volta em 2021 com um dos grandes músicos deste país, que se chama Julinho Teixeira. Pianista, maestro, produtor e arranjador, é fácil encontrar seu nome nos discos produzidos nas décadas de 80 e 90, em alguma faixa. No samba, mpb, rock ou sertanejo, presenciamos seu trabalho. Basta ver os CD´s de Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Sandy Jr., ou se formos para o samba, teríamos nos discos do Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho ou da Alcione, as suas digitais.

Na MPB nem se fala, pois é presença marcante nos discos de Simone, Emílio Santiago, Fafá de Belém, Roberto Carlos, Luiz Melodia, Nana Caymmi, Gal Costa, Leila Pinheiro, Joanna, Fagner, José Augusto, Fábio Jr., Ney Matogrosso, Biafra, entre tantos. Basta ouvir a introdução de Evidências, ou de Coração do agreste. Ou todo o disco de Natal e vários trabalhos da Simone que encontramos seu talento. Brasil, mostra tua cara, com a Gal ou A lenda, do Sandy e Jr. também recebem seu carimbo.

E é muito legal poder contar com músicos desse calibre, que produzem o que de melhor aconteceu na nossa música nos últimos anos. Pode ter certeza que em vários segmentos podemos encontrar o talento de músicos como ele, que fazem arte com esforço e com vontade de abrilhantar ainda mais nossa música brasileira.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 8 de março de 2021

♫Maria, Maria♫

Vi nesse dia internacional das mulheres, muitas delas afirmando que esta data não é um ato romântico e sim político. Imagino que, pela origem e significado profundo da data, pensam de forma correta. Mas, também penso que podemos unir os dois sentimentos, porque falta um pouco de romantismo, carinho, atenção, cuidado com quem geralmente apresenta isso por todos! Então é momento de se retribuir algo que sempre se recebe da alma feminina.

Uma das canções mais executadas nesta data é esse clássico do Milton Nascimento, imortalizado por ele, por Elis e por quem deseje regravar. Fala das tantas  Marias que lutam cotidianamente por justiça, pelo legado de seu trabalho, pelo valor de sua força em superar suas dores e viver suas alegrias, seus sonhos, trazendo a "estranha mania de ter fé na vida", uma das frases mais célebres da música brasileira.

Maria, Maria
Milton Nascimento e Fernando Brant

Maria, Maria, é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta,

Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca possui
A estranha mania de ter fé na vida

Parabéns a todas as mulheres pelo seu dia!

segunda-feira, 1 de março de 2021

CD Fagner Serenata 2020

Em dezembro de 2020 Fagner surpreende e lança um novo projeto. O melhor de tudo é que veio em formato físico para colecionadores de sua obra, como eu, se sentirem mais felizes. O álbum chama-se Serenata e remete ao tempo em que o cearense ouvia as grandes vozes da era do rádio. Temas de Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa se misturam a temas de Vinícius de Moraes, Chico Buarque e do próprio Fagner.

Com a participação póstuma de Nelson Gonçalves na faixa que abre o projeto, Serenata, temos verdadeiros clássicos do gênero como Lábios que beijei, Malandrinha, As rosas não falam, Maringá, Noite cheia de estrelas, Serenata do adeus, A deusa da minha rua, Rosa, Valsinha, Chão de estrelas e Mucuripe. Essa última, se não for a mais regravada dele por ele e por outros artistas, é uma das mais revividas.

Um projeto para constar na coleção, sobretudo daquele público que teve contato com o que chamavam antigamente de Seresta ou serenata, quando um violão e, poucos ou quase mais nenhum instrumento além da voz eram suficientes para declamar aquele amor profundo e rasgado que o Brasil urbano e rural respirou durante algumas décadas do século passado. Portanto, um trabalho também histórico que nosso intérprete oferece a seu público!

Um forte abraço a todos!