Jovem Guarda 60 anos

Em 2025 a Jovem Guarda completa 60 anos. E não nos referimos apenas ao programa que estreou em 22 de agosto de 1965, mas também de toda uma geração dos anos 60 que, participando ou não do programa, seguiram na linha de frente da então música jovem da década de 60, quando se fala de rock e  de baladas românticas.

Tido como um movimento alienado por outra ala que apreciava a parte dita mais "culta" da nossa música, hoje se percebe o legado que aquele movimento deixou. Alguns seguiram pelo lado romântico, apelidado de cafona ou brega; outros sertanejo; outros ainda fincaram o pé no rock nacional e influenciaram toda uma geração que beberia desta fonte, posteriormente. E há aqueles que nunca largaram o estilo e as canções da época. Há também o tremendão, a ternurinha e o homem que reina na música brasileira durante todo este tempo. Muitos já partiram e outros ainda estão aí para relembrar esse movimento que, gostem ou não, nunca poderá ser ignorado por quem fala sobre a música brasileira do século passado.

Em 1995, quando completou 30 anos, vários nomes se reuniram e lançaram uma coletânea com 5 CD´s, onde reviveram os clássicos da época e mataram um pouco da saudade do público que viveu as jovens tardes de domingo. E vamos apresentar esses CD´s, comentando um a um, no decorrer deste ano, como uma forma modesta de comemorar esse inesquecível instante onde o amor e a música se uniram em nosso país, para nosso deleite!

Um forte abraço a todos!

Milton Nascimento na Portela em 2025!!!

Em 2025, mais artistas da nossa música serão reverenciados pelas Escolas de Samba. Em São Paulo, Cazuza e Benito di Paula terão suas vidas contadas em desfiles. Já no Rio, a grande pedida é mesmo a Portela que traz nada mais, nada menos que Milton Nascimento, um dos gênios de nossa música, que estará na avenida e promete emocionar em um desfile inesquecível.

Milton, que realizou uma última turnê e se despediu dos palcos, que recentemente passou por um momento desagradável na premiação do Grammy, sendo ignorado pela importância que tem, se emocionará e seguiremos na mesma sintonia quando a Portela, a escola que mais tem títulos no Rio, desfilar.

Com certeza será uma noite em que nós pegaremos o trem azul e iremos aonde o artista está, para entendermos que os sonhos não envelhecem. E se os norte americanos não tem sensibilidade para entender que um astro assim é pra se guardar do lado esquerdo do peito, nós brasileiros, fazemos nossa travessia, sob o canto de rouxinóis, meditando em algum cais, sempre lembrando que há um menino, um moleque nos dando equilíbrios na vida, dentre outras coisas que aprendemos com nosso Bituca!

Um forte abraço a todos!

Músicas sobre férias

Todo trabalhador ou estudante sonha com as férias. Para grande parte desse público, as férias coincidem com o primeiro mês do ano, ou seja, janeiro, como é o caso dos estudantes e professores e alguns profissionais pontuais. Entretanto, mesmo em outros meses do ano, não encontro muitas canções que tratem do tema e não sei o porquê dessa escassez!

Não podemos misturar músicas que tratam das férias com músicas que "combinam" ou podemos ouvir nas férias, pois neste último caso, teríamos uma infinidade de dicas, a depender do gosto musical. É o caso, por exemplo, de algumas canções do Tim Maia como Sossego, Descobridor dos sete mares, Do leme ao Pontal, etc. O mesmo pode ser dito com algumas canções do Lulu Santos, Gilberto Gil, Kid Abelha, Skank, ou qualquer outro artista que cante o verão, época de férias no Brasil.

Mas, como disse acima, o tema férias não é muito usado pelos brasileiros, ou permeia o desconhecido desse que vos escreve, pois não lembro de nenhuma canção de sucesso do repertório de muitos artistas que conheço que trata da merecida condição do trabalhador e/ou estudante nacional! Talvez algum leitor que por aqui passe possa acrescentar nessa postagem ou elucidar minha ausência de lembranças de canções sobre o tema!

Um forte abraço a todos!

Presentes musicais para seu Natal

Durante muitos anos comentei qual ou quais produtos da nossa música brasileira poderiam ser indicados para o Natal daqueles que amam receber presentes que nos remetem à música. Em termos de mídia, isso se tornou impossível, pois desconheço algum grande artista que tenha lançado um CD ou vinil novo, quando muito, alguém produziu algo em vinil, que já era conhecido em outras mídias.

Portanto, se alguém desejar dar algum presente voltado para música, pode vasculhar alguma roupa temática ou algum instrumento musical, ou uma caixinha de música (elas ainda existem), ou alguma peça de artesanato que remeta a algum tom musical. Este ano sim, infelizmente não tenho nenhuma indicação do que saiu e que poderíamos tomar como presente de Natal em nossa música.

Até os lançamentos dos artistas em plataformas digitais, que não configuram um presente físico, foram modestos, o que comprova que, talvez a era dos grandes lançamentos de nossa música já passaram e, provavelmente não voltem. E quem desejar ainda adquirir algum produto físico, para efeito de coleção, pode vasculhar alguns sites pela internet ou sebos das capitais e algumas cidades maiores do interior desse país!

Um forte abraço a todos!

Papo com Clê...

Clemente Magalhães é um produtor musical que possui um canal no Youtube chamado Corredor 5 e nele comanda um dos "programas" de maior sucesso entre os apreciadores dos bastidores da música nacional contemporânea: Papo com Clê. Com seu inicial Alôooooo, nos é oferecido um vasto material de depoimentos de quem viveu e vive a música e pode contar coisas fascinantes de como esta foi produzida em nossas terras.

Cantores, compositores, produtores, heróis da ficha técnica (como bem define o próprio Clemente), lendas que ajudaram a construir a nossa música estão e ainda estarão lá. Já tive o prazer de assistir entrevistas com Erasmo Carlos, Roberto de Carvalho, Pinga, Mauro Motta, Guto Graça Mello, Michael Sullivan, Jorge Vercilo, Ney Matogrosso, Manoel Poladian, Guilherme Arantes, Nelson Motta, Marcos Maynard, Moogie Canazio, Miguel Plopschi, Samuel Rosa, Marcos Mazzola, Paulo Cesar Barros, Roberto Menescau, Renato Piau, Sandra de Sá, Jairo Pires, Evandro Mesquita, Anastácia, Pachequinho, Ritchie, Dalto, Peninha, Biafra, Ricardo Feghali, Mariozinho Rocha, Milton Guedes, Fernanda Takai, Paula Fernandes, Paulo Sérgio Valle, Mú Carvalho, Aloysio Reis, são alguns dos inesquecíveis episódios que me lembro, nos quais pude conhecer um pouco mais das histórias desses.

Com certeza há ainda outros que não lembro e outra pessoa que aprecia esse tipo de conversa faria outra lista com outros nomes que não citei, mas que estão todos disponíveis no canal do youtube Corredor 5. Com essa postagem queria apenas enaltecer e indicar a quem por aqui passar que existe esse material riquíssimo, com o qual podemos fazer uma pós graduação em música nacional, aprendendo e apreciando ainda mais os nossos artistas, através do trabalho genial de Clemente e sua equipe!

Um forte abraço a todos!

Música brasileira para o público infantil

Fui criança na década de 80 e cresci sob uma forte trilha sonora, já que naquela década e na seguinte, foram produzidos e lançados muitos produtos musicais para esse público exigente e muito consumidor. A começar pelo fenômeno Balão mágico que, superfantasticamente conquistou uma geração, passamos por Xuxa e suas afins (Ângélica, Mara, Eliana...) que lançaram e venderam como poucos.

Xuxa merece um capítulo ou um livro só para explicar o fenômeno musical que foi, pois mesmo sem se destacar como grande cantora, recebeu de vários compositores, a exemplo de Rita Lee, Nando Cordel e Michael Sullivan, que também produziu alguns de seus trabalhos, grandes pérolas para os bambinos. Época boa em que esse povo nos dava boas músicas e desenhos!

Nos últimos anos, no quesito música, creio que o que mais se destacou na produção musical infantil foi o trabalho realizado pelas turmas da Galinha pintadinha e também do Mundo bita. Alguns palhaços locais ou nacionais também se destacaram, desde o Bozo até a dupla Patati patata, o que prova que aqui no Brasil, as crianças também cantam!

Um forte abraço a todos!

Vamos sorrir e cantar

Esse Blog está de luto! Cresci vendo Silvio Santos na TV e cantando suas musiquinhas! O rei da TV brasileira não compôs ou cantou algo que podemos significar na música nacional. Mas, seus programas sim! Pra começo de história, quem não vibrava ao começar o domingo com o seu la, ra, la, ra... agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar...? Inesquecível, nostálgico, saudoso! Apenas isso me arrancou saudosas lágrimas, ao perceber que domingo era mesmo dia de alegria!

E o que dizer de seu Show de calouros ou o Qual é a música? Programas icônicos, dos quais participaram grandes nomes de nossa música! A votação e entrega do Troféu imprensa sempre foi contemplada com muita torcida! O Teleton tornou-se um festival de bons artistas, onde a solidariedade era a marca registrada. E uma coisa fundamental no reinado do Silvio é perceber que ele não levava consigo preconceitos: participava de seus programas os mais variados artistas e, penso que foi a pessoa da TV que mais abriu espaço para artistas que não possuíam oportunidades na mídia!

A importância do Silvio vai muito mais além do que estas meras palavras! Num mundo onde todos topam tudo por dinheiro, vivemos na expectativa de abrir as portas da esperança e vivermos um domingo no parque! Eu mesmo pensei em escrever para o Porta da esperança, sonhando em conhecer o Roberto. Sonho mesmo foi ser criança na década de 80 e 90 e contemplar os desenhos do SBT, o Chaves e tantas coisas que Silvio proporcionou com seu trabalho, que as novas gerações talvez nunca terão noção da grandiosidade, afinal de contas, a lição de tudo é que, se do mundo não se leva a nada, mesmo tristes, vamos sorrir e cantar!

Um forte abraço a todos!

Festa junina sem forró!?

Vou "comprar" a briga que Elba Ramalho acendeu nos últimos dias, quando criticou o que anda acontecendo há anos nas festas juninas Nordeste afora. As tradições sempre passavam pelos ritmos tradicionais, que apresentam o forró, baião, xaxado, xote, coco, etc. E quem quer entender bem isso, basta mergulhar no repertório de gente como Luiz Gonzaga ou Jackson do Pandeiro, ou seus "seguidores" como a própria Elba, Fagner, Santanna, Flávio José, Petrúcio, Maciel Melo, Nando Cordel, Geraldo, Alceu, entre outros.

Lembro que há uns vinte anos atrás, Dominguinhos falava que era estranho na noite de São João em Campina grande (dito o maior São João do mundo), o show mais marcante era de Zezé di Camargo e Luciano, quando o gênero sertanejo tomava conta de todas as praças. Hoje, não apenas sertanejos, mas funkeiros, Dj´s, pagodeiros ou bregueiros tomam conta dos palcos principais, deixando o forrozeiro raiz à margem ou até fora da festa que tanto ajudou a construir.

É fato que a música nacional anda de acordo com o gosto popular e não adianta ir de encontro a isso, ao menos da maioria. Mas, assim como Dominguinhos (que na época riu quando comentou sobre Zezé) e Elba (que não quis comprar briga alguma) eu também lamento profundamente ver uma festa onde falta uma das coisas principais, junto às comidas e ao colorido, que é a autêntica trilha sonora, regida pela senhora sanfona!

Um forte abraço a todos!

Música antiga do Brasil

Por diversos momentos já tive vontade de "trocar" o nome do Blog para enfatizar que abordo a música mais antiga do Brasil. E digo antiga porque ao que tudo indica a abordagem de canções, mídias, artistas, de um modo geral atinge o pico entre as décadas de 60, 70, 80 e 90. Diria que até 2010 tem coisas que abordei e que ainda poderei mencionar.

Mas, de uns dez anos pra cá, muita coisa mudou e pouco me interessou: as mídias físicas estão cada vez mais escassas, embora alguns ainda lançam, graças a Deus! Meus artistas preferidos estão envelhecendo, lançando poucas novidades e poucos tem aparecido para atrair minha atenção. E penso que não seja o único. Não vou a plataformas digitais e acho que por lá, a música se torna ainda mais descartável.

Não saberia dizer qual artista dos últimos dez anos me empolgou, dentro do gosto que tenho e que foi estruturado pelos das outras décadas. Também é pouco ou quase nulo o número de novas canções da última década que provoca aquela emoção de outrora, a ponto de sairmos assobiando a melodia ou cantando o refrão por aí! Se há tanto sertanejo (que também é bem diferente do que aprecio) funk ou brega (também diferente do que aprecio), por que não haver espaço para a canção que aprecio e que deve ter novos nomes escondidos por aí, só aguardando uma nova mudança nessa nossa música nacional? Acreditemos e torcemos para boas renovações! Portanto, o leitor que por aqui passar não estranhe se deparar com pouca coisa nova, pois ao menos temos aqui um pouco da história do que chamo de bom momento da música nacional, na torcida de uma boa renovação!

Um forte abraço a todos!

Loja Passa disco - 20 anos

Aqui no Recife temos uma loja de discos que acaba de completar 20 anos, resistindo, como diz seu proprietário Fábio Cabral. Localizada em uma galeria na Rua da hora, Espinheiro, é a alegria dos fãs das mídias físicas que, de fato, resistem a pequenos espaços como este e também aos sebos, país afora. Fãs, nos quais me incluo, pois me tornei assíduo desse valioso espaço.

Na Passa disco, o consumidor pode encontrar vários produtos de artistas regionais, algo que Fábio sempre prezou em divulgar desde o início. Também temos os principais lançamentos que, graças a Deus, alguns artistas lançam no formato físico. E, claro, CD´s variados, novos e usados e cada vez mais raros de nossa música. Através de suas redes sociais (facebook e instagram), eles entregam para todo país, via Correios, tudo com muita credibilidade.

Sempre fui muito bem recebido e atendido por lá. Fábio é um grande conhecedor da música regional e nacional, prestigiado por grandes artistas e que tem um papo bem simpático sobre esse assunto, o que torna a visita a Passa disco, um passeio sempre agradável. Torço para que Deus abençoe este lugar e que possamos contemplar mais algumas décadas de espaços assim, imprescindíveis à boa música regional e nacional!

Um forte abraço a todos!

Forró pé de serra

Como tenho dito em várias postagens, todos os anos, curto bastante esta época aqui no Nordeste por suas tradições: bandeiras, fogueiras, balões, fogos, comidas típicas e, claro, música. Tanto é que sempre reservei o mês de junho para divulgar alguns artistas locais e seus clássicos, que nem sempre são conhecidos pelo país. Tudo isso encabeçado pelo eterno rei do baião Luiz Gonzaga.

Além dele, outros astros deram prosseguimento a um estilo tão raiz, formado por sanfona, zabumba e triângulo, o que costumamos chamar de forró pé de serra. Esse estilo, na verdade, abrange vários ritmos como xote, xaxado, baião e por aí vai. Este ano, vemos mais uma vez, uma polêmica se acender: há anos que essa cultura raiz se vê invadida e dominada por outros ritmos, a ponto de um forrozeiro tradicional como Flávio José ter que diminuir seu tempo de show para não afetar a apresentação de Gustavo Lima. Até poderíamos ter espaço para todos os gostos, mas não minando o que apreciamos como tradicional.

Sem entrar na discussão de gosto pessoal (sei que as gerações mudam e com elas, suas apreciações), tenho visto cada vez menos artistas do estilo forró surgirem e se firmarem como foi a geração do Flávio, Santana, Petrúcio, Jorge, Maciel, Nando, entre tantos outros discípulos de Gonzaga e Dominguinhos. E ainda, esse mesmo pessoal tem seu espaço afetado pela penetração de outros astros que acabam "descaracterizando" um pouco ou muito o estilo tradicional da festa, pois a música ofertada, nada tem a ver com o estilo raiz que se torna cada vez mais raro. Este ano nem podemos apontar qual o sucesso do forró, pois nem temos mais discos, nem nas plataformas encontramos o tal forró do ano! Triste, para uma semana onde se comemora uma festa que aqui no Nordeste sempre teve como trilha sonora o pai da alegria, o nosso forró!

Um forte abraço a todos!

Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho...

Rita Lee partiu para a eternidade semana passada e deixou o país triste, depois de uma carreira muito bem sucedida que nos premiou com grandes e inesquecíveis sucessos. Desde que despontou na música nacional com a banda Os Mutantes e depois na carreira solo, ao lado de Roberto de Carvalho, tonou-se uma artista imprescindível a quem deseja curtir o melhor de nossa música. Considerada rainha do rock nacional, Rita foi além disso, criando e cantando outros ritmos, baladas, bossas, o que desejasse.

Como uma das maiores vendedoras de discos desse país e uma das melhores compositoras, Rita nos premiou com grandes clássicos. Quem não canta ou dança ou se sente mais feliz ao ouvir Mania de você, Flagra, Mutante, Lança perfume, Pega rapaz, Bwana, Pagu, Saúde, Reza, Amor e sexo, Balada do louco, Desculpe o auê, Alô alô marciano, Agora só falta você, Nem luxo nem lixo, Ovelha negra...? Eu adoro suas canções e também quando interpreta outras coisas, como o CD em que homenageia a obra dos Beatles.

Queria ter visto um show seu, mas Rita parou há uns dez anos. Ainda bem que temos seus discos, seus eternos sucessos para sempre a termos aqui perto e dentro de nós. É gigante e faz parte daquela lista que quando a gente pensa na obra, faz uma oração e agradece a Deus por ter vivido em uma época em que uma pessoa assim criou essa arte toda admirável onde qualquer homenagem se faz menor diante de sua imensa contribuição com a cultura do país!

Um forte abraço a todos!

Artistas homenageados nas Escolas de Samba 2023

Este ano, vários astros do samba serão homenageados nas agremiações do Rio e de São Paulo. A atual campeão do Rio de janeiro, Acadêmicos do Grande Rio, vai trazer Zeca Pagodinho para a avenida. Enredo desejado há muito tempo teve agora o aval do sambista de Xerém para ver sua vida contada por uma grande escola. Outro grande colega seu também será tema: Arlindo Cruz será aclamado pela Império Serrano, que volta ao grupo especial em 2023.

As agremiações de São Paulo também prometem emoção, reverenciando outros bambas da música: a Acadêmicos do Tucuruvi vai trazer Bezerra da Silva (se segura malando...); a X9 paulistana aborda o centenário de Dona Ivone Lara (mas quem disse que eu te esqueço?) e a Pérola negra traz a alegria musical de Jair Rodrigues.

Muito legal ver nomes do samba tendo suas vidas contadas com as devidas e merecidas reverências. Não sei quem será campeã, mas todas já se tornam vitoriosas, na medida que contam a história musical deste país tão afetado por sua fraca memória.

Um forte abraço a todos!

Museu de Luiz Gonzaga em Exu

Nessas férias de janeiro fui visitar o museu de Luiz Gonzaga em Exu/PE, sua terra natal. Foi um projeto idealizado pelo próprio Gonzaga que, não conseguiu inaugurar a tempo, pois faleceu antes. Lá estão seus restos mortais, de sua esposa e pais. Consta como última morada do cantor, inclusive a casa grande da fazenda com os móveis e eletros utilizados pelo rei do baião em seus últimos anos de vida podem ser encontrados no parque Aza branca.

Temos também uma réplica de uma casa de taipa e um juazeiro, tão cantados em suas canções. Também a casa onde Januário, seu pai, viveu seus últimos dias. Na parte histórica que se refere a Gonzaga, alguns objetos pessoais, prêmios (consta disco de ouro e troféu) e alguns vinis de sua extensa discografia. Dois palcos (que imagino servirem para ele e/ou Gonzaguinha) realizarem apresentações nas festas da fazenda. Na parte externa um letreiro e essa estátua, na qual fui fotografado.

Tudo que for dedicado a um artista dessa grandeza é pequeno diante de sua obra. Confesso que esperava encontrar mais, principalmente sobre sua obra e também saber que colegas seus, que tanto o reverenciam, visitaram o local. Mas, isso não aconteceu e nem familiares mais próximos dele conhecem o espaço. Uma pena, pois como falei, Gonzaga, que tem outros museus em Recife e Caruaru, merece mais reverências como estas e que tais locais sejam bem tratados!

Um forte abraço a todos!

É o fim da mídia física?

Nasci nos anos 80, quando os artistas lutavam para ter suas canções nas rádios, lançarem seus discos de vinil ou fitas k-7. Meu pai tinha discos de vários artistas. Ouvia músicas em aparelhos de som que tocavam vinil, k-7 e também rádio AM/FM. Vi, na década de 90, já apaixonado por música, o vinil ser substituído pelo CD. Essa mídia trazia algumas vantagens em relação ao "bolachão": não chiava, não precisava virar o lado, era mais compacto, entretanto alguns preferiam o som do vinil.

E isso talvez tenha feito o produto vinil nunca ter desaparecido totalmente e agora ser artigo de luxo para quem o cultua. O CD vendeu muito, tanto que algumas gravadoras converteram rapidamente alguns títulos dos artistas, ignorando a qualidade que o produto poderia oferecer. Mas, o que quebrou mesmo o CD foi o conjunto formado pela alta dos preços cobrados nesse produto associada à pirataria. Hoje em dia, o que se tem é a chamada plataforma digital, onde o artista não lança mais dez ou nove, mas uma, duas, quantas canções quiser. Lá ainda não temos encartes, ficha técnica com os compositores e músicos participantes do projeto, etc. Não consigo aderir a essa prática e prefiro ainda garimpar mídia física em algumas poucas lojas que sobrevivem país afora ou nos sebos espalhados por aí!

Pois, assim como existem os fãs dos vinis, existem os fãs dos CDs e neste grupo me incluo. Fico triste porque existem gravadoras como a Sony que já não lançam mais a mídia física de seus artistas. Outras, como a Biscoito fino continuam lançando. Acho que aquele artista que sempre lançou vinil e/ou CD não deveria parar de lançar ou ficar apenas no "digital", pois há fãs conservadores, que colecionam seu trabalho e não deveriam passar pelo absurdo de ter que importar o mais recente trabalho da Marisa Monte, que só saiu na forma física no exterior, quando a maior parte dos fãs da cantora estão aqui no Brasil. Torço para que não seja mesmo o fim da mídia física e que algumas gravadoras e também até seus artistas exijam mais respeito a seus fãs colecionadores, que não creio ser minoria, ao menos naquele grupo de artistas que sempre lançou o formato físico de seus trabalhos.

Um forte abraço a todos!

Meu amigo de fé, meu irmão camarada...

Essa é daquelas postagens que eu não gostaria de fazer. Quase nenhuma foi assim nesses 15 anos em que faço este Blog. O gigante gentil, o tremendão, o amigo de fé, o papa do rock nacional que canonizou a música, partiu no dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. O "meu amigo" Erasmo Carlos está ao lado das estrelas, as quais tanto cantou por aqui.

Sabemos que o ser humano é mortal e finito. E também que um artista como Erasmo torna-se imortal, pois sua obra tem alcance infinito. É daqueles que conquistou o prazer de ser inesquecível, não apenas por Detalhes, uma de suas imensas obras junto a seu grande parceiro. Mas, também por tantos clássicos que fez com Roberto ou sozinho, ou com outros parceiros, e tocaram nas rádios e contaram nossa história nos últimos anos. Por terminar a vida trabalhando, produzindo, fazendo bons discos e projetos, sendo premiado e aplaudido por onde passou.

É curioso que muitos gostam mais de seus discos do início e dos anos 70. Particularmente, gosto mais das décadas de 80 em diante. Dos anos 2000 pra cá, gosto muito, pois mesmo sem Roberto nos discos, ele mostrou primor e generosidade, ao dividir composições com outros gênios. E, a ele, também sou grato por tantas composições com Roberto. Por todos os anos que comprei o disco do Roberto e encontrava lá grandes canções dessa parceria. Aprendi tanta coisa com ele, por isso nem uma postagem, nem meu muito obrigado seriam suficientes para me mostrar agradecido. O país de luto sabe que maior que a dor é a certeza de que muito temos que agradecer a ele por sua arte, sempre presente em nossa vida!

Viva a Erasmo Carlos!

Chuva de prata que cai sem parar...

Gal partiu e de forma repentina. Quando vi a notícia não acreditei até que começaram a seguir enxurradas de confirmações e homenagens! Tenho uma lista particular e, penso que cada ser que aprecia a música brasileira tem uma, formada por grandes nomes de nossa música e Gal está nela. Continua nela. Sua partida física não diminui em nada sua estratosférica contribuição à nossa arte.

Tenho os CD´s dela. Gosto de cantar algumas das tantas belíssimas canções que gravou. Consegui assistir a um show seu. Tive um pouco da noção da dimensão que uma artista assim nos proporciona. Agora está em outro plano e na galeria de eternos cantores que passaram por aqui e se tornaram inesquecíveis.

Talvez alguns da nova geração demorem para conhecer seu trabalho, mas sem sombra de dúvidas estarão diante de uma das mais belas vozes deste planeta. Cristalina e única, sua voz, sua vida cantaram como uma força estranha meu bem, meu mal, folhetins, forrós, festas do interior e da capital. Então tá combinado que minha estupidez nunca me permitirá esquecer de Gal Costa, porque o Brasil simplesmente a ama!

Um forte abraço a todos!

Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo...

Semana passada aconteceu uma situação que chamou a atenção do país: em seu show no Rio de janeiro, Roberto Carlos irritou-se, perdeu a paciência e soltou um palavrão. Isso foi suficiente para criar mais uma polarização (dentre tantas que este país já carrega) entre os que acham que ele está certo e os que acham que ele está errado. Na verdade, não apenas julgam, mas condenam uns aos outros e o cantor também. Não curto muito temas polêmicos, mas vou ponderar sobre algumas coisas que percebi em meio a tudo isso.

Pelo que consta, alguns fãs queriam receber as rosas antes da hora e foram lá para frente, ficando em pé na frente de todos e fazendo muito barulho, tirando a concentração do cantor que ainda realizava alguns números musicais. Alguns até o desrespeitavam, oferecendo a mãe para ele. Respeito é bom! Mas, para uns, apenas por parte do cantor que proferiu palavrões, já que o cantor foi muito bem pago (parece que até pra ser ofendido)! Entendo Roberto, não  por ser seu fã, mas por viver algo parecido, pois sou professor e trabalho com adolescentes e muitos me respeitam, mas uma minoria não me entende e me xinga e se eu perder a linha e soltar um palavrão, estou em lençóis piores que o cantor. O equilíbrio emocional não pode andar na corda bamba! O mito não pode se humanizar?

A internet virou terra onde todos são juízes, sem cursar Direito. Alguns religiosos condenam o cantor por ser chamado de rei e "usurpado" o título de Nosso Senhor Jesus. Mas, o que reina mesmo em terras tupiniquins é a hipocrisia de atirar a primeira pedra em quem foi humano e por quem a empatia não existe. Fora que alguns ainda dão o veredito de aposentadoria para o senhor que completou 81 anos e tudo isso é dito com muito deboche, esquecendo que o Brasil é um país no qual, sua população envelhece e logo a senilidade será maior e estará a mercê dos jovens que precisam aprender a respeitar mais seus idosos, sejam eles famosos ou não!

Um forte abraço a todos!

João Gilberto em Juazeiro/BA

Nestas férias de janeiro, visitei também a cidade de Juazeiro/BA, terra de Ivete Sangalo e de João Gilberto. Não andei pelo comércio, apenas passei e parei um pouco na orla. Lá me deparei com essa estátua do eterno papa da Bossa Nova. Luiz Gonzaga, Roberto Carlos e João Gilberto são alguns dos artistas, pelos quais que nutro muita admiração, mas que nunca pude estar perto para fazer uma foto, portanto, me restam as estátuas deles.

É pena que tais monumentos não são muito bem cuidados. Essa de João, por exemplo, estava cheio de gente bebendo ao redor, alguns zombando com a imagem. Foi meio constrangedor outra pessoa pedir licença para fazer a foto, quando também aproveitei e fiz a minha. Não que uma imagem mereça reverencia ou adoração. Mas, pela figura que representam, mereceriam mais zelo, conhecimento e respeito da parte de todos!

Queixas a parte, confesso que fiquei até feliz em imaginar que estava perto de João e que, de repente, estava cantando com ele talvez Rosa morena ou Você não sabe amar. Acho que fui tomado do orgulho de saber que em nosso país existe alguém assim tão importante para nossa cultura. E como coleciono fotos com estátuas (rsrrsrs) quem sabe um dia, não apareça ao lado de Tom, Chico, Caetano, Bethânia, Milton,...

Um forte abraço a todos!

Centro Cultural Emoções - Petrolina/PE

Semana passada andei visitando o sertão de meu Estado, Pernambuco. É lá que se encontra o primeiro museu dedicado à sua majestade, Roberto Carlos. O Centro cultural emoções é coordenado pelo meu amigo Adriano Thales e por seu filho, Felipe. Localizado no centro dessa maravilhosa cidade (que possui vários pontos turísticos), a entrada custa apenas um quilo de alimento, que é doado à uma instituição de caridade do município.

A riqueza do lugar está em contar toda a história do maior artista vivo que a música brasileira possui, com direito a todos os detalhes e, claro, muitas emoções. Lá encontramos fotos de todas as épocas do Roberto, com sua família, amigos, shows, discos, revistas, ingressos, raridades que só mesmo um fã como Adriano coleciona no decorrer de sua vida.

E essas histórias são contadas por ele mesmo e pelo Felipe, que atua também compartilhando os vídeos em seu canal no youtube, com o mesmo nome do centro. Portanto, quem deseja conhecer esse oásis do sertão, que é essa maravilhosa cidade de Petrolina, vai ter esse ponto turístico pra entender um pouco mais porque Roberto Carlos é, há seis décadas, o rei da música brasileira!

Um forte abraço a todos!