segunda-feira, 26 de junho de 2023

CD Luiz Gonzaga Sanfoneiro macho

Um dos melhores trabalhos de Luiz Gonzaga saiu em 1985 em LP e depois em CD: Sanfoneiro macho. Foi um disco que trouxe o rei do baião de volta às paradas de sucesso com os clássicos Deixa a tanga voar e Forró número 1 (com a participação luxuosa de Gal Costa). Na contracapa do disco consta a participação do Dominguinhos, mas creio que seja apenas acompanhando com a sanfona, pois ele não canta em nenhuma faixa.

Gonzaguinha dividiu os vocais com o pai na faixa Eu e minha branca e Elba Ramalho participou mais uma vez em um dueto com Gonzaga, no clássico Qui nem jiló. Glorinha Gadelha e Sivuca participam da canção A mulher do sanfoneiro. Outra canção bastante conhecida é a faixa título. Lembro de muito palhoção tocando as canções desse disco nas festas mais populares da região.

Completam este trabalho as canções A puxada, Flor do lírio, Maria baiana, Morena bela, Forró do bom e Tá bom demais. Lamento não termos acesso à todos os trabalhos dele em CD. Ao menos da década de 80, todos poderiam ter sido convertidos para esta mídia, pois todo bom apreciador da música nacional sabe que Gonzaga é a melhor trilha sonora da época junina e, por que não dizer, de todas as épocas que se deseje ouvir um bom forró?

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Forró pé de serra

Como tenho dito em várias postagens, todos os anos, curto bastante esta época aqui no Nordeste por suas tradições: bandeiras, fogueiras, balões, fogos, comidas típicas e, claro, música. Tanto é que sempre reservei o mês de junho para divulgar alguns artistas locais e seus clássicos, que nem sempre são conhecidos pelo país. Tudo isso encabeçado pelo eterno rei do baião Luiz Gonzaga.

Além dele, outros astros deram prosseguimento a um estilo tão raiz, formado por sanfona, zabumba e triângulo, o que costumamos chamar de forró pé de serra. Esse estilo, na verdade, abrange vários ritmos como xote, xaxado, baião e por aí vai. Este ano, vemos mais uma vez, uma polêmica se acender: há anos que essa cultura raiz se vê invadida e dominada por outros ritmos, a ponto de um forrozeiro tradicional como Flávio José ter que diminuir seu tempo de show para não afetar a apresentação de Gustavo Lima. Até poderíamos ter espaço para todos os gostos, mas não minando o que apreciamos como tradicional.

Sem entrar na discussão de gosto pessoal (sei que as gerações mudam e com elas, suas apreciações), tenho visto cada vez menos artistas do estilo forró surgirem e se firmarem como foi a geração do Flávio, Santana, Petrúcio, Jorge, Maciel, Nando, entre tantos outros discípulos de Gonzaga e Dominguinhos. E ainda, esse mesmo pessoal tem seu espaço afetado pela penetração de outros astros que acabam "descaracterizando" um pouco ou muito o estilo tradicional da festa, pois a música ofertada, nada tem a ver com o estilo raiz que se torna cada vez mais raro. Este ano nem podemos apontar qual o sucesso do forró, pois nem temos mais discos, nem nas plataformas encontramos o tal forró do ano! Triste, para uma semana onde se comemora uma festa que aqui no Nordeste sempre teve como trilha sonora o pai da alegria, o nosso forró!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 12 de junho de 2023

♫Amor sincero♫

Década de 80 e um grande nome despontou na cena do forró nordestino. Discípulo de Gonzaga, Jorge de Altinho ganhou as paradas de rádios e as vendas de discos. Um de seus trabalhos mais bonitos é Meu cantar, lá de 1983, de onde tiramos essa canção que grudou no imaginário do ouvinte por conta do refrão, tornando-se um clássico do repertório de Jorge.

E aproveitamos essa verdadeira declaração de amor para unir o forró ao dia dos namorados e desejando que muitos ainda cantem e sintam o que diz a letra dessa apaixonada canção, que Jorge sempre a entoa em seus shows, sobretudo por essa época onde também aquece os corações apaixonados, tal qual nossas tradições juninas!

Amor sincero
Jorge de Altinho e Gilvan Neves

Estou na vida que pedi a Deus
É muito fácil de adivinhar
O amor sincero bateu no meu peito
Agora não tenho jeito mais de enganar

É muito bom quando dois se amam
Só o querer bem faz a gente viver
Pra não sofrer tem que tolerar,
tem que se aceitar
Para o amor não morrer

Tô preparado mas amo em segredo
Tenho muito medo
De você não me querer
Quando você passa por mim
nem me liga
a vontade obriga
o jeito é lhe dizer

Eu tô apaixonado por você
Eu tô apaixonado por você

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 5 de junho de 2023

♫São João dos carneirinhos♫

Mês de junho e revivemos a melhor festa junina aqui no Nordeste, com muita música e comidas típicas. As canções hoje em dia são mais variadas, para abranger todos os gostos. Mas, me apego mesmo às coisas tradicionais, sobretudo quando revisitamos o repertório de Gonzaga. É uma verdadeira aula do que é o Nordeste. Essa canção é imortalizada por Luiz e também pelos seus seguidores, como Fagner e Elba Ramalho, entre outros.

E, em termos de comidas, também temos variações, sendo as mais tradicionais e típicas, aquelas preparadas à base do milho. É tradição plantar no dia de São José (19/03), para colher no dia de São João (24/06). Quem planta diz que a cada pé de milho, temos apenas uma espiga (quando muito duas). Mas, Gonzaga, com toda sua sabedoria fez essa lindíssima canção onde diz, diante de seu trabalho e fé, que colherá 20 espigas em cada pé. Grande gênio!

São João dos carneirinhos
Guio de Moraes e Luiz Gonzaga

Eu plantei meu milho todo
no dia de São José
Me ajuda a providência, 
Vamos ter milho à grané
Vou coiê pelos meus caico (cálculo)
20 espiga em cada pé

Pelos caico (cálculo) eu vou coiê (colher) 20
Espiga em cada pé

Ai São João, São João do Carneirinho
Você é tão bonzinho
Fale com São José, fale lá com São José
Peça pra ele me ajudar
Peça pra meu milho dá
20 espiga em cada pé

Um forte abraço a todos!