E chegamos ao segundo turno das eleições 2010 onde amanhã, dia 31/10, iremos às urnas e decidiremos qual a personalidade irá comandar nosso país nos próximos anos. E, buscando na música brasileira algo referente a esse momento, fui apresentado por minha noiva Juliana a essa belíssima canção interpretada pelo Zé Ramalho e que também já foi gravada pelo Flávio José. Inclusive no Blog O zero e o infinito (
http://www.ozeroeoinfinito.blogspot.com/), tem um video bem legal que convido a todos a visitarem sobre esse tema.
Essa canção aponta muitos problemas e desafios a serem enfrentados pelo próximo governante e porque não dizer pelo povo brasileiro. Com certeza, são tantas coisas absurdas que acontecem, desde falta de segurança, educação, fome, e saúde precária, que não parece o país daqueles que se esforçam a cada dia na manhã que levanta cedo, enfrenta lotações e voltam no aperto das mesmas em busca de melhorias como diz a canção:
O meu país
(Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Chaves)
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um forte abraço a todos!