segunda-feira, 25 de maio de 2020

♫Essa fase do amor♫

Gosto de falar da obra, da voz, do trabalho do saudoso Emílio Santiago. É bom que todos lembrem ou saibam que existiu na nossa música um cantor daquele elevado quilate. Como seria bom se todos parassem para ouvir ao menos uma de suas magistrais interpretações. Considero o maior intérprete desse país, de todos os tempos e já falei disso antes. Curioso é que gravou canções que, como não são de autores consagradíssimos como Chico, Jobim ou Roberto, poderíamos dizer que são suas!

É o caso dessa canção, do grande compositor Altay Veloso, mas que, como não foi regravada por outros grandes nomes, pois poucos se atreviam regravar algo que Santiago imprimia sua marca, nos remete ao nosso inesquecível cantor. Sua letra saúda o amor em sua fase de paixão, coisa de iniciante e que alguns podem perpetuá-la para o decorrer de uma relação bem sucedida. Numa levada gostosa, quase bossa, a voz de Emílio parece deslizar sobre um lindo amor cantado e sussurrado em cada palavra.

Essa fase do amor
Altay Veloso

Essa fase do amor
É bonita demais, lua cheia
Se Netuno quiser
Posso me transformar em sereia.

Essa fase do amor
É bonita demais, é nascente
Se o sol me queimar
Posso me transformar em poente.

Que nem recheio de bombom
E as estrelas de néon sobre a aldeia
Nas veias um licor de anis
Me leva as ruas de Paris e incendeia.

E eu me sinto assim como um Deus Grego
Como um barco indo de Veneza pro oceano
Como um corcel dum beduíno
Como a emoção dos violinos dos ciganos.

E eu me sinto assim como um Zeus Negro
Convidado pra sentar na mesa dos Arcanos
E cear com toda realeza
E beber o vinho da nobreza dos humanos.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Olhando as estrelas - 69

A série que homenageia o encontro de nossas estrelas está de volta para destacar estrelas lá de Minas, do famoso Clube da esquina. Milton Nascimento é figura certa numa série como esta, dado seu talento associado à sua generosidade com seus colegas, sejam eles novatos ou veteranos. Não sei ao certo, mas acredito que Fernando Brant foi o colega com quem mais compôs e se estou errado em termos de números, estou certo em termos de sucessos.

Pois alguns de seus maiores sucessos foram compostos com ele, a citar apenas como exemplos: Maria maria, Canção da América, Ponta de areia, O vendedor de sonhos, Encontros e despedidas, Nos bailes da vida, Travessia, Bola de meia bola de gude, Canções e momentos, Roupa nova, Coração civil, Sentinela. Milton também gravou coisas que ele fez com outros parceiros, como por exemplo Paisagem da janela e Para Lennon e MacCartney.

Brant fez sua travessia em 2015, mas sua obra e, sobretudo, seu encontro com Milton ecoa por aí toda vez que alguém deseja cantar alguma de suas criações que, como sabemos, são verdadeiros clássicos, inesquecíveis na trilha sonora de todo brasileiro.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de maio de 2020

♫Desculpe o Auê♫

Recentemente vi Rita Lee em uma pequena participação numa live cantando junto a Roberto. E quantas canções inesquecíveis essa dupla já não presenteou nosso país? Uma delas é este clássico de 1983, gravado por Fábio Jr., em 1994 e também por Lulu Santos, no CD Baby baby todo em homenagem à diva. Mas, a versão definitiva, a meu ver é aquela apresentada no acústico MTV de 1997, em dueto com Paula Toller, do Kid Abelha.

Eu diria que a letra de Desculpe o auê é a forma moderna de se pedir perdão por uma grande furada, que todos nós cometemos um dia, com alguém que muito amamos. E, muitas vezes, tais erros são reconhecidos por manhas próprias, descritas na canção com toda empatia de quem conhece o assunto e a forma primordial de se consertar, com uma declaração daquelas que, literalmente, nos leva ao espaço! 

Desculpe o auê
Rita Lee e Roberto de Carvalho

Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrilhas, motim
Perdi a cabeça
Esqueça

Da próxima vez eu me mando
Que se dane meu jeito inseguro
Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar os anéis de Saturno

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Livro Elis Regina - Nada será como antes

Em tempos de quarentena temos um momento para lermos grandes livros. E foi o que me aconteceu: acabei de ler Elis Regina - Nada será como antes, de Júlio Maria, lançado em 2015 pela editora Master Books. Com mais de 400 páginas, divididas em 25 capítulos, conheci um pouco sobre a história de um dos maiores nomes da nossa música, para muitos, a maior.

Desde sua estreia no planeta, no Rio Grande do Sul, até sua estreia no Rio, até sua estreia em disco, até sua estreia em shows, até sua estreia na música brasileira, onde marcaria para sempre com todos os seus sucessos, com toda a alma exposta em suas interpretações, com toda repercussão de sua carreira internacional, com toda sua interação com outros nomes da nossa música.

Realmente, além de conhecer a história desse ícone da música popular dos anos 60 e 70, o leitor também tem a chance de entender todo o universo cultural e histórico do Brasil nestes anos difíceis e de como Elis e tantos outros fizeram a diferença para o povo brasileiro, que perdeu sua estrela tão cedo, mas que ainda contempla o brilho eterno de sua passagem entre nós!

Um forte abraço a todos!