segunda-feira, 29 de maio de 2023

Olhando as estrelas - 73

A série Olhando as estrelas volta em 2023 com dois grandes nomes que contam com carreiras maravilhosas e que, ao se encontrarem, brilharam ainda mais a história da nossa canção: Gonzaga Jr. e Maria Bethânia. Talvez o maior sucesso popular dela é dele, o famoso Explode coração.

Mas, ela também deu voz a sucessos como Grito de alerta, Começaria tudo outra vez, Quando se chega, Da vida,  Sangrando, Gás néon, Festa, Mergulho e O que é o que é, entre outros, o que podemos dizer que ela se tornou a intérprete número um da obra dele, em meio a tantos que já o regravaram.

Existe vídeo antigo dos dois cantando. Mas, acredito que eles poderiam ter se encontrado ainda mais, talvez em disco ou shows dela, se nosso poeta não tivesse partido tão cedo. E, por que não dizer, ela ter participado também em disco dele? Entretanto, o que temos é suficiente para vibrarmos pela alegria deles terem se encontrado em suas carreiras.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de maio de 2023

♫Dois♫

Um dos maiores sucessos da carreira solo do Paulo Ricardo é a canção Dois, composição sua em parceria com Michael Sullivan. Gravada em 1997, é também uma das canções preferidas dos cantores da noite, além de ter figurado no topo das paradas das rádios da época, durante aquele ano.

Fala de um amor partido, de um personagem que foi abandonado de forma repentina e inesperada, sobrando apenas tudo que considera de maior, sua paixão que ficou solitária sem a presença de quem tanto ama. E no decorrer da letra, percebemos um relacionamento confuso, de incertezas, com muita ansiedade envolvendo dois personagens, que poderiam se orientar unicamente pelo amor para quem sabe, recomeçarem.

Dois
Paulo Ricardo e Michael Sullivan

Quando você disse nunca mais
Não ligue mais, melhor assim
Não era bem o que eu queria ouvir
E me disse decidida, saia da minha vida
Que aquilo era loucura, era absurdo

E mais uma vez você ligou
Dias depois, me procurou
Com a voz suave, quase que formal
E disse que não era bem assim
Não necessariamente o fim
De uma coisa tão bonita e casual

De repente as coisas mudam de lugar
E quem perdeu pode ganhar
Teu silêncio preso na minha garganta
E o medo da verdade

Eu sei que eu, eu queria estar contigo
Mas sei que não, sei que não é permitido
Talvez se nós, se nós tivéssemos fugido
E ouvido a voz desse desconhecido
O amor, o amor, o amor, o amor...

Essa voz que chega devagar, pra perturbar, pra enlouquecer
Dizendo pra eu pular de olhos fechados
Essa voz que chega a debochar do meu pavor
Mas ao pular eu me vejo ganhar asas e voar

E de repente as coisas mudam de lugar
E quem perdeu pode ganhar
Minha amiga, minha namorada
Quando é que eu posso te encontrar

Eu sei que eu, eu queria estar contigo
Mas sei que não, sei que não é permitido
Talvez se nós, se nós tivéssemos fugido
E ouvido a voz desse desconhecido

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho...

Rita Lee partiu para a eternidade semana passada e deixou o país triste, depois de uma carreira muito bem sucedida que nos premiou com grandes e inesquecíveis sucessos. Desde que despontou na música nacional com a banda Os Mutantes e depois na carreira solo, ao lado de Roberto de Carvalho, tonou-se uma artista imprescindível a quem deseja curtir o melhor de nossa música. Considerada rainha do rock nacional, Rita foi além disso, criando e cantando outros ritmos, baladas, bossas, o que desejasse.

Como uma das maiores vendedoras de discos desse país e uma das melhores compositoras, Rita nos premiou com grandes clássicos. Quem não canta ou dança ou se sente mais feliz ao ouvir Mania de você, Flagra, Mutante, Lança perfume, Pega rapaz, Bwana, Pagu, Saúde, Reza, Amor e sexo, Balada do louco, Desculpe o auê, Alô alô marciano, Agora só falta você, Nem luxo nem lixo, Ovelha negra...? Eu adoro suas canções e também quando interpreta outras coisas, como o CD em que homenageia a obra dos Beatles.

Queria ter visto um show seu, mas Rita parou há uns dez anos. Ainda bem que temos seus discos, seus eternos sucessos para sempre a termos aqui perto e dentro de nós. É gigante e faz parte daquela lista que quando a gente pensa na obra, faz uma oração e agradece a Deus por ter vivido em uma época em que uma pessoa assim criou essa arte toda admirável onde qualquer homenagem se faz menor diante de sua imensa contribuição com a cultura do país!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 8 de maio de 2023

CD Zé Ramalho - Estação Brasil

Em 2003 Zé Ramalho lançou o projeto em que se mostra mais intérprete que o compositor e cantor autoral com o qual geralmente estamos acostumados. Sua autoria aparece nas inéditas Mote das amplidões, Desejo de mouro, Dança das luzes, Hino amizade, Kamikaze e Nesse Brasil Cabôco de Mãe Preta e Pai João. Produzido por Robertinho de Recife, o CD duplo contou com alguns convidados e inusitadas regravações.

Águas de março (com Tetê Espíndola), O trenzinho do caipira, Caçador de mim, O que é o que é, Meu bem querer, Não quero dinheiro, Cantiga do sapo, Planeta água, Tempos modernos, Romaria (com Fagner), Asa branca, Bete balanço, Mesmo que seja eu e Malandragem dá um tempo são o ponto alto do projeto em que Zé poderia ter ousado mais e regravado mais colegas, pois ficaram releituras muito interessantes, o que o revela também como um ótimo intérprete.

Ele, que já havia cantado coisas de colegas mais próximos, tipo Alceu, Geraldo ou Gonzaga, mostrou algumas coisas que aprecia muito. E alguns de seus sucessos não são de sua autoria, como é o caso de Entre a serpente e a estrela, versão de Aldir Blanc, ou coisas de Bob Dylan. Vincularam na época que gravou com Fagner a canção Amigo, que foi vetada por seu autor, Roberto Carlos, liberada posteriormente. Estação Brasil é um excelente trabalho do Zé que conta um pouco sobre suas influências nessas terras tupiniquins.

Um forte abraço a todos!