segunda-feira, 15 de julho de 2024

CD Djavan Lilás

Em 1984 Djavan lançou mais um de seus maravilhosos trabalhos, um dos melhores até hoje. Lilás foi sucesso radiofônico e confirmou ainda mais o talento desse gênio de nossa música. Com participação de grandes músicos como o pianista Luiz Avellar e o percussionista Paulinho da Costa, este disco trouxe clássicos ao repertório de shows do alagoano.

É o caso da faixa-título Lilás que, geralmente encerra algumas de suas turnês, posteriormente. E também podemos citar as belíssimas Esquinas e Miragem. Infinito, Liberdade e Transe também são boas pedidas com o toque único dele. E ainda temos Íris, Canto da Lira e Obi que completam este trabalho de apenas 9 canções (pouco para o um disco, porém muito para os tempos atuais).

Na capa, um Djavan com aquele famoso boné a Milton Nascimento (muita gente os confundiam), que não usou como uma marca registrada sua. Mais um belíssimo trabalho de sua discografia que estará sempre incompleta, porque o seu mais recente trabalho "D" não tem em CD, o que é uma pena para colecionadores como eu!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Festa junina sem forró!?

Vou "comprar" a briga que Elba Ramalho acendeu nos últimos dias, quando criticou o que anda acontecendo há anos nas festas juninas Nordeste afora. As tradições sempre passavam pelos ritmos tradicionais, que apresentam o forró, baião, xaxado, xote, coco, etc. E quem quer entender bem isso, basta mergulhar no repertório de gente como Luiz Gonzaga ou Jackson do Pandeiro, ou seus "seguidores" como a própria Elba, Fagner, Santanna, Flávio José, Petrúcio, Maciel Melo, Nando Cordel, Geraldo, Alceu, entre outros.

Lembro que há uns vinte anos atrás, Dominguinhos falava que era estranho na noite de São João em Campina grande (dito o maior São João do mundo), o show mais marcante era de Zezé di Camargo e Luciano, quando o gênero sertanejo tomava conta de todas as praças. Hoje, não apenas sertanejos, mas funkeiros, Dj´s, pagodeiros ou bregueiros tomam conta dos palcos principais, deixando o forrozeiro raiz à margem ou até fora da festa que tanto ajudou a construir.

É fato que a música nacional anda de acordo com o gosto popular e não adianta ir de encontro a isso, ao menos da maioria. Mas, assim como Dominguinhos (que na época riu quando comentou sobre Zezé) e Elba (que não quis comprar briga alguma) eu também lamento profundamente ver uma festa onde falta uma das coisas principais, junto às comidas e ao colorido, que é a autêntica trilha sonora, regida pela senhora sanfona!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Chico Buarque faz 80 anos!!!

Dia 19/06 Chico Buarque completa 80 anos. Muito ressaltado aqui e em qualquer outra página que fala sobre música brasileira, dizer que se trata de um dos melhores deste planeta é chover no molhado. Mas, Chico é tudo isso e muito mais. Dono de uma obra maravilhosa e de uma carreira ativa, com shows e, vez por outra, algum lançamento, é referência quando o assunto é arte, sobretudo composição.

Desde a década de 60 que Sr. Francisco escreve na música nacional algumas das mais belas páginas e é cantado por todos os bons intérpretes deste país. Reconhecido internacionalmente, Chico cantou, de maneira ímpar, o cotidiano nacional, com suas alegrias e problemas sociais, o futebol, o Rio de Janeiro, a política, o samba e a alma feminina de maneira ímpar, pois poucos conseguem interpretar os sentimentos e anseios de uma mulher com toda a sensibilidade que suas canções apresentam.

Se alguém deseja entender o Brasil dos últimos 50 anos, visite suas canções, como uma verdadeira aula de história e só não tivemos mais detalhes de vários acontecimentos porque seus lançamentos foram se espaçando, o compositor foi ficando mais exigente consigo mesmo e o cantor foi preferindo outras artes como livros, seu futebol, ou simplesmente um merecido descanso, de uma carreira mais que brilhante, pois imagino que daqui a cem anos, alguém ainda vai estar estudando, todo maravilhado, ao descobrir essa enciclopédia musical chamada Chico Buarque.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 10 de junho de 2024

CD Nando Cordel Um CD especial de forró

Em 2001 Nando Cordel lançou essa coletânea onde aborda alguns de seus antigos e mais recentes forrós, ritmo que domina bem, pois durante essa época realiza vários shows com esse tema. E olha que no repertório dessa coletânea não temos canções tão emblemáticas como Você endoideceu meu coração ou Gostoso demais.

Mas, não dá nem pra lamentar ausências, pois aqui encontramos algumas canções meio esquecidas e alguns clássicos de seu repertório como Bote fé, Meu bobom, Folia brasileira, Merengue com forró, Chororô, Abraça aperta e geme, Pegar fogo, Você caiu do céu, Doida, Severino, Viver em paz, Jogo de cintura e Sapoti, graviola.

Nando é uma boa pedida para as festas juninas e todo Nordeste vibra com seus shows, pois ao ouvirmos estas e outras canções de seu repertório, sentimos vontade de viver o Nordeste, com toda sua cultura e musicalidade ímpar.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de junho de 2024

♫Vou te matar de cheiro♫

Mês de junho é sinônimo de alegria no Nordeste e, embora já não podemos dizer que a festa é igual ao que era no passado, ainda temos um legado deixado por Gonzaga que torna a fogueira musical mais brilhante: o autêntico forró pé-de-serra. Fora isso, temos o tradicional colorido e, claro, as comidas que, para quem aprecia, é de dar água na boca.

Essa canção foi um dos últimos sucessos de Gonzaga e que também deu nome a um de seus últimos discos, em 1989 e regravada posteriormente por artistas como Elba Ramalho e Fagner, dentre outros. Reserva uma letra que aborda aquela paixão imensurável, aquele amor que é vivido pós festa e arrasta-pé. E, além disso, um ritmo muito gostoso que anima qualquer quadrilha junina!

Vou te matar de cheiro
Luiz Gonzaga e João Silva

Tô doidinho, prá me deitar naquela cama
Tô doidinho, prá me cobrí com teu lençol
Doidinho, prá te matar de cheiro, soprá no candeeiro
Deitá nos travesseiro e começá nosso forró

E hoje aconteça o que aconteça
Vai ter amor da cabeça até o dedão do pé
Quem é que não qué o nheco nheco
Balançado, furruçado cum fungado e cafuné

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 27 de maio de 2024

CD João Gilberto ao vivo no Sesc 1998

Ano passado fomos surpreendidos e presenteados com um projeto muito refinado: um CD duplo, acompanhado de um livreto, com um show que nosso saudoso João Gilberto realizou no Sesc de São Paulo, em 1998. Aqui temos o João de sempre, com sambas antigos e clássicos da Bossa nova, além de uma inédita, cantada em shows, mas nunca lançada em projetos dele: a canção Rei sem coroa.

Além dessa, temos mais 35 canções em quase duas horas de show onde encontramos Violão amigo, Isto aqui o que é?, Vivo sonhando, Nova ilusão, Izaura, Curare, Doralice, Rosa morena, Aos pés da cruz, Louco, Pra que discutir com madame, Corcovado, Retrato em branco e preto, Preconceito, Saudade da Bahia, O pato, Meditação, Carinhoso, Guacyra, Solidão, O amor em paz, A primeira vez,  Ave Maria no morro, Bahia com h, Samba de uma nota só, Caminhos cruzados, Lá vem a baiana, Ave Maria, Desafinado, Um abraço no Bonfá, Chega de saudade, A valsa de quem não tem amor.

E ainda, temos Eu sei que vou te amar, Wave e Este seu olhar. Uma grata surpresa, sobretudo pelo lançamento em mídia física, algo esquecido pela maioria dos artistas antigos e modernos. Um presente luxuoso, à altura do maior nome da nossa música dos últimos anos.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 13 de maio de 2024

♫Naquela estação♫

Saudade de grandes hits como este lá do ano 1990, interpretado por Adriana Calcanhotto e composto a seis mãos por três grandes feras: João Donato, Caetano Veloso e Ronaldo Bastos. Naquela estação foi tema da novela global Tieta e tornou-se uma das minhas favoritas do repertório da Adriana, embora ela quase não a canta ao vivo. Emílio Santiago também a gravou.

A letra de Naquela estação fala da despedida de um amor que se partiu, mas que, enquanto alguém partiu, a outra parte ficou ali, parada na estação, como se já não existisse mais pós aquele momento. E quem nunca passou por isso sente ao menos a dor de como se estivesse passado. Gosto muito também do arranjo dado pela Adriana a essa canção com uma introdução marcante e uma levada percussiva gostosa de se ouvir.

Naquela estação
João Donato, Caetano Veloso e Ronaldo Bastos

Você entrou no trem
E eu na estação vendo um céu fugir
Também não dava mais para tentar
Lhe convencer a não partir

E agora, tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens

E o meu coração
Embora finja fazer mil viagens
Fica batendo parado naquela estação

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Os compositores do Brasil - 104

Carlinhos Brown, além de cantor e excepcional músico, é um tremendo compositor. Basta ver as belíssimas canções que compõe junto à Marisa Monte, seja no projeto Tribalistas, seja em canções lançadas pela própria artista em seus discos de carreira. E esse carimbo já vem de muito tempo. Lembro que na trilha da novela Tieta, adorava a canção interpretada por Caetano Veloso, Meia lua inteira, sem saber que se tratava da criação de Brown.

Outra excelente composição ainda dos anos 90 foi Uma brasileira, dueto dos Paralamas com Djavan, que foi composta por Brown e Herbert. E Mais um na multidão, que dividiu a composição com Marisa e também com Erasmo, os intérpretes desse clássico. E o que falar de Um dia desses do Emílio Santiago? Vários outros clássicos podem ser citados nessa postagem, a exemplo de Amor i love you, Depois, Verdade uma ilusão, Vilarejo, Velho infância, Um só, Um a um, Tema de amor, Segue o seco, Passe em casa, Não é fácil, Na estrada, Já sei namorar, Fora da memória, É você, Arrepio, Aliança, entre tantos.

Nisso, interpretaram suas canções, além dos citados acima, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Gal Costa, Nando Reis, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Ivete Sangalo, Daniel, Leonardo, Zizi Possi, Elba Ramalho, Margareth Menezes, Cássia Eller, Cláudia Leitte, Simone, Rita Lee, Ney Matogrosso, Luiz Caldas, Fafá de Belém, entre outros!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 29 de abril de 2024

♫História de amor♫

História de amor foi uma das últimas canções do disco Pra sempre, o último inédito lançado por Roberto Carlos, isso em 2003. E uma das mais lindas daquele ano. Com uma harmonia rara e com uma levada Bossa nova, adoro tocá-la ao violão e cantá-la. Lamento por ser uma canção esquecida, pois poderia ter tocado nas rádios da época ou daria uma boa trilha de novela.

A letra de História de amor reflete um amor bem sucedido, como Roberto procurava cantar nesta fase. Qualquer casamento pode ser cantado por essa letra: alguém que cuida muito bem da casa, dos pequenos detalhes, sempre regado a muito amor, um sentimento elevado e sublime. E cantado pela maestria de um dos maiores intérpretes deste planeta, só aumenta a vontade de sonhar com outras gravações, que se tornaram cada vez mais raras depois desse lançamento.

História de amor
Lula Barbosa e Pedro Barezzi

As histórias de amor
São às vezes parecidas
Mas história de amor igual a nossa
Não são muitas nessa vida

Quase sempre eu me vejo
Contemplando o nosso amor
De sorrisos e alegrias
Iluminado, encantador

Você sempre planejando
Nossa casa, nosso canto
E a doçura do seus beijos
Pra brindar o nosso encontro

E vivemos tudo isso
Na temperatura certa
O calor dos nossos braços
Nosso coração aperta

Nosso amor é tão bonito
Sentimento tão profundo
Temos todas as estrelas
Iluminando o nosso mundo

É assim meu amor por você
Meu bem querer, como eu amo você

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de abril de 2024

♫Todas as manhãs♫

Hoje podemos dizer que Todas as manhãs é um clássico dos anos 90. Talvez não tão clássica quanto Detalhes ou Emoções, mas foi uma das mais românticas daquela década. Lembro muito bem o quanto tocou e o grande sucesso no lançamento daquele disco. Posteriormente, foi regravada por Sérgio Reis em dueto com Zezé di Camargo e também solo no projeto Emoções sertanejas.

A letra de Todas as manhãs clama por uma saudade escondida num sentimento que mantém a chama do amor acesa, embora o protagonista entenda que precisa esquecer tudo isso! A levada sertaneja, associada à uma bela melodia, garantem o carimbo de mais um clássico que associa velocidade e a saudade daquele velho amor.

Todas as manhãs
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Todas as manhãs quando eu acordo
Eu me lembro de você
Todos os momentos do meu dia
Não consigo te esquecer
Diga meu amor o que é que eu faço
Pra não me lembrar do seu abraço
Eu preciso te esquecer

Entro no meu carro e ligo o rádio
E uma canção que traz você
Tudo que eu vejo de bonito se parece com você
Diga meu amor o que que eu faço
Eu preciso arrebentar de vez os laços
Que me prendem a você

Chuva fina no meu para-brisa
Vento de saudade no meu peito
Visibilidade distorcida
Pela lágrima caída pela dor da solidão

Sempre nos lugares onde eu vou
Alguém pergunta de você
Paro num sinal e olho a rua
Na esperança de te ver
Diga meu amor o que que eu faço
Tudo faz lembrar você por onde eu
Passo eu preciso te esquecer

Um forte abraço a todos!