sábado, 9 de maio de 2009

Roberto Carlos - 50 anos de sucesso!!!

É com o coração escancarado de emoção que conto pra vocês, amigos frequentadores desse modesto espaço, mais um momento de emoção em minha vida! Roberto Carlos comemorou seus 50 anos de carreira com uma turnê que passa pelo Recife nesse final de semana! O show de ontem foi simplesmente sensacional!

Com a direção do maestro Eduardo Lages, (a quem tenho um enorme orgulho e gratidão de chamar de amigo), uma orquestra afinadíssima e um repertório de arrepiar:

1 – Abertura
2 – Emoções
3 – Eu te amo, te amo, te amo
4 – Além do horizonte
5 – Amor perfeito
6 – Detalhes
7 – Outra vez
8 – Aquela casa simples/Meu querido, meu velho, meu amigo/Lady Laura
9 – Nossa Senhora
10 - Do fundo do meu coração
11 – Mulher pequena
12 – Caminhoneiro
13 – Proposta
14 – Cavalgada
15 – É proibido fumar/Namoradinha de um amigo meu/Quando/E por isso estou aqui/Jovens tardes de domingo/Emoções
16 – Como é grande o meu amor por você
17 – É preciso saber viver
18 – Jesus Cristo

Em um show programado para começar as 21:00, os primeiros acordes só ecoaram às 23:45, com alguns fãs já impacientes apenas antes do início, pois basta a primeira nota para o Chevrolet Hall vir abaixo com uma cachoeira de emoções, iniciada com um vídeo clipe com várias passagens da carreira mais que bem sucedida do rei, ao som instrumental de Meu pequeno Cachoeiro! Sob uma nova abertura instrumental, o rei vem ao palco e manda ver com Emoções. Em seguida, as palavras já tradicionais e indispensáveis: "Que prazer rever vocês, obrigado por tudo,... Não sou muito de falar e vou dizer as coisas cantando..."

Na sequência, canções que sacodiram a plateia e a levaram ao delírio, como podemos ver na lista acima. Algumas curiosidades são quanto ao repertório que está reformulado em relação ao apresentado em Cachoeiro do Itapemirim, mês passado: Não cantou Meu pequeno Cachoeiro, que deve ter sido apenas em homenagem à cidade; O medley Olha/Canzone per te/Do fundo do meu coração/Alô foi substituído por Do fundo do meu coração, na íntegra e com direito a palavras do rei: "Essa canção fiz há algum tempo e vem de uma época em que, quando eu queria fazer algo sobre um amor agressivo, saia da frente..."; Roberto também dedica Como é grande o meu amor por você a seus fãs, e em alguns momentos aponta para cada um de forma simbólica ao entoar a canção; Amor sem limite sai do roteiro e entra Mulher pequena; Outra vez vem acompanhada do "pára, respira, acalma o coração e vamos juntos..." Ao cantar o Caminhoneiro, afirma que se não fosse cantor, provavelmente estaria nas estradas do país; ao cantar Amor perfeito, um modesto Roberto afirma que gravou essa canção há muito tempo, mas seu sucesso veio mesmo com Claudinha Leite! Ao apresentar a orquestra, após a canção Cavalgada, brinca com alguns músicos como o baixista Dárcio: "Esse é surfista, surfou aqui, numa prancha maior, é claro..., ou o pianista Wanderley que se levanta e pede mais força em seu aplauso, além de imitar o rei com o gesto de força ao terminar Emoções: "Durante todo esse tempo, não sei quantas vezes aguentei ele fazendo isso em todos os shows..."

Uma plateia emocionadíssima que disputou a ferro e fogo uma rosa, ao final. Presentes para o rei, alguns inusitados, como a bandeira do Náutico, time pernambucano. Eu nem tenho palavras para descrever minhas emoções, de estar ali perto do Roberto e do Eduardo, meus dois maiores ídolos e exemplos musicais; estar ao lado de minha noiva desfrutando de tudo isso (aliás, foi ela quem fotografou para nós), enfim viver emoções que ficam pra sempre em nossos corações e uma simples postagem como essa é apenas uma pincelada na lindíssima paisagem que foi pintada na tela de nossa vida!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Já arranhei minha garganta toda atrás de alguma paz...

No Brasil, temos uma das maiores vozes femininas chamada Ângela Maria. Mas, temos também outra grande voz, grave e rouca com esse mesmo nome: Ângela Maria Diniz Gonçalves, conhecida entre nós por Ângela Rô Rô. Natural do Rio de Janeiro, o apelido veio de sua risada rouca e grave.

É também pianista e compositora, sofrendo influências no início de sua carreira de Maysa e Ella Fitzgerald e já tendo sido regravada por nomes como Barão Vermelho, Maria Bethânia, Marina Lima, Ney Matogrosso, entre outros. Lançou seu primeiro disco em 1979, já emplacando sucessos como Gota de sangue, Não há cabeça, Agito e uso e Amor meu grande amor. Outros sucessos seguiram com Bárbara, Só nos resta viver, Escândalo, Compasso, Acertei no milênio, Querem nos matar, Tola foi você, entre outras.

Seu mais recente trabalho é o dvd gravado no Circo Voador, com a presença dos convidados Alcione, Frejat e Luiz Melodia. É uma artista que, por problemas pessoais, interrompeu sua carreira em diversos momentos, entretanto sua contribuição musical não pode ser ofuscada!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Juro para sempre ser arlequim...

Que Tim Maia é o eterno rei do soul brasileiro, isso ninguém contesta! Mas, não foi essa a única contribuição de Tim, ou melhor, da família à música brasileira! Eduardo Motta, carioca, mais conhecido como Ed Motta surge no final dos anos 80, sob influência do mesmo estilo, reverenciando e abraçando definitivamente o jazz e despontando como grande nome da música nacional.

Seus primeiros sucessos foram Manuel, Baixo Rio e Vamos dançar, presentes em seu primeiro disco, gravado com sua banda Conexão Japeri. Ed também se dedica a tocar instrumentos, chegando a fazer um disco todo instrumental, que mesmo sem cair na graça do público, agradou bastante aos músicos. Em 2008 fez um disco todo em inglês, seu nono trabalho, intitulado Chapter 9, onde participou também da parte de instrumentação!

Outros sucessos de sua carreira são Colombina, Caso sério, Fora da lei, Vendaval, Azul da cor do mar, Solução, Doce ilusão, entre outros. Ed recebeu críticas no início de sua carreira, inclusive até de seu tio, que o aconselhava a cantar música "dor de cotovelo", pois com essa modalidade, ele venderia mais! Alheio a essa ideia, estudou bastante nos Estados Unidos, conheceu grandes ídolos no exterior, sempre garimpando suas paixões musicais, evoluindo para o grande músico que compõe a música brasilera!

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de maio de 2009

A morte do vaqueiro

Hoje vamos navegar pela praia do forró, mais especificamente pela obra do Gonzagão, que cantou sua terra e seus costumes como ninguém! Nessa canção de letra triste e de uma sensibilidade impressionante, Gonzaga descreve o fim de um personagem que desbrava o sertão levando seu ofício com afinco.

Com muita propriedade de quem conhece de perto o tema, A morte do vaqueiro explora a importância do boiadeiro, sobretudo o nordestino que se dedica, como ninguém a uma profissão única de trato aos animais que fazem parte da economia local!

Essa canção também é sempre entoada na famosa Missa do vaqueiro que acontece todo ano em Serrita/PE, já a 34 anos quando Gonzaga foi responsável pela primeira missa em homenagem a seu primo Raimundo Jacó, assassinado na época. Atualmente a missa é dedicada a todos os vaqueiros.

A morte do vaqueiro
(Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho)

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar...

Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo,tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão

Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo,tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora sua dor
É demais tanta dor

A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi...

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de maio de 2009

Perfil Elis Regina

Eis uma cantora que deixa muita saudade e que sua voz continua marcante para os antigos e novos ouvintes de sua obra que é eterna e que pode ser apreciada nessa coletânea, que traz também as letras de suas canções!

Na primeira faixa, uma tradução do bolero de Armando Manzanero, Me vuelves loco, aqui Me deixas louca, com tradução de Paulo Coelho. Em seguida uma canção que Elis imortalizou do repertório do Ivan, Madalena. Casa no campo também foi imortalizada pela eterna pimentinha, e se faz presente nessa obra.Dois pra lá, dois pra cá, da safra do João Bosco mostra sua versatilidade, com direito a trecho do clássico bolero La puerta, ao final. Águas de março traz uma das mais perfeitas parcerias: Elis e Tom e mais um clássico nacional. Atrás da porta revela as bem sucedidas navegações pela obra do Chico. Fascinação tornou-se uma das suas maiores interpretações.

Temos ainda, O mestre sala dos mares, Romaria e Como nossos pais, três clássicos de sua obra e da música brasileira, essa última, da safra do Belchior, de quem Elis foi madrinha. Pra finalizar, temos Nada será como antes, do Milton, Vou deitar e rolar, Cartomante, Querelas do Brasil, Aprendendo a jogar e, com chave de ouro O bêbado e a equilibrista.Um repertório de arrasar, embora sempre faltará aquela que gostamos pois suas interpretações foram eternas como ela é!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nossa história começou com confissões de amor...

Uma das características da Jovem Guarda é que apresentou ao cenário nacional grandes bandas de rock que viriam a influenciar toda uma geração posterior ao movimento. Um exemplo disso é a grande banda The Fevers, formada nos anos 60 que consolidou carreira nas décadas seguintes e continua fazendo seus shows e sucesso país afora.

No início a banda se chamava The Fenders e seus membros originais eram Almir (vocais), Liebert (contrabaixo), Lécio do Nascimento (bateria), Pedrinho (guitarra), Cleudir (teclados) e Jimmy Cruise (vocais). Depois, Jimmy saiu do grupo e os membros remanescentes decidiram mudar o nome para The Fevers e entraram mais dois componentes, Miguel Plopschi em 1968 e Luiz Claudio em 1969. Participaram de vários discos de colegas já consagrados, como gravações de Eduardo Araújo (O bom), Deny e Dino (Coruja), Erasmo Carlos (os LPs O Tremendão e Você me acende), Roberto Carlos (gravações como Eu te darei o céu e Eu estou apaixonado por você), Wilson Simonal (faixas como Mamãe passou açúcar em mim), Trio Esperança (LP A festa do Bolinha), Jorge Ben (o LP O bidu/Silêncio no Brooklin) e o primeiro LP de Paulo Sérgio.

Dentre seus grandes sucessos, podemos destacar: Agora eu sei, Cândida, Hey girl, Mar de rosas, Nathalie, Onde estão teus olhos negros, Ninguém vive sem amor, Paloma branca, Guerra dos sexos, Elas por elas, Angel baby, Sou assim, Vem me ajudar, entre tantas que encantaram muitas gerações. Os The Fevers tiveram várias formações e várias pessoas passaram pela banda como o Michael Sullivan, por exemplo. Sua formação atual é Luis Cláudio, Liebert, Rama, Otávio Henrique e Miguel Ângelo, que continuam cantando os sucessos eternos dessa grande banda nacional!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Os compositores do Brasil - 14

A série Os compositores do Brasil apresenta hoje Aldir Blanc, um dos compositores mais constantes entre os grandes intérpretes da nossa música. Carioca, formado em medicina e especializado em psiquiatria, começou compondo nos anos 60 e teve destaque nos festivais daquela década com as canções A noite, a maré e o amor, Diva e Amigo é pra essas coisas.

Foi com João Bosco que tornou-se conhecido, compondo seus maiores sucessos: O bêbado e a equilibrista, De frente pro crime, O mestre-sala dos mares, Dois pra lá dois pra cá, entre outras, descobertas primeiramente por Elis Regina, madrinha da dupla. Outro parceiro constante foi Guinga, com quem compôs Catavento e girassol, Nítido e obscuro e Baião de Lacan.

Além de Elis, outros grandes intérpretes que já navegaram em seu repertório são: Cauby Peixoto, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Ivan Lins, Fafá de Belém, entre tantos que interpretaram, além dos sucessos citados, Coração do agreste, Resposta ao tempo, Corsário, Incompatibilidade de gênios, Coração pirata, entre outras que trazem consigo mais um grande nome da nossa composição!

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de abril de 2009

Mas quem disse que eu te esqueço

Domingo é dia de letra musical. Domingo é dia de samba e nada mais apropriado que esse samba gostoso de Dona Yvone Lara, a grande diva do samba nacional, já retratada no post do dia 27/11/2008. Já interpretada por outros nomes do samba como Beth Carvalho, essa canção reflete o que de melhor temos nesse estilo, com direito a um gostoso lá laiá, e uma letra que reflete um tema triste, mas com a mesma alegria com a qual são entoados a maioria dos sambas brasileiros.

Em alguns momentos parece que já não temos mais boas canções e, em um tom nostálgico, buscamos no passado coisas lindas como essa pérola, presente em toda boa roda de samba. Mas, isso tem um lado bom também: as novas gerações precisam conhecer, sem discriminação ou preconceito, as boas coisas, com as quais podem ter reflexos em novos trabalhos! E ficamos com o samba gostoso de D. Yvone:

Mas quem disse que eu te esqueço
(Dona Yvonne Lara e Hermínio Bello de Carvalho)

Tristeza rolou dos meus olhos
Do jeito que eu não queria
E manchou meu coração,
Que tamanha covardia!

Afivelaram meu peito
pra eu deixar de te amar
Acizentaram minh´alma
Mas, não cegaram o olhar

Saudade amor, que saudade
Que me vira pelo avesso,
E revira meu avesso

Puseram uma faca no meu peito
Mas, quem disse que eu te esqueço
Mas, quem disse que eu mereço

Lá, lá, laiá, lá, laiá...

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de abril de 2009

Marisa Monte - Cor de rosa e carvão

Hoje abordaremos mais um cd dessa grande diva da nossa música: Marisa Monte Cor de rosa e carvão. Produzido por Arto Lindsay e lançado em 1994, apresenta canções que se tornaram clássicos de sua obra e da música brasileira, o que se pode verificar no início do álbum com as faixas Maria de verdade, Na estrada, Ao meu redor e Segue o seco.

Só por essas quatro faixas, compostas por grandes nomes como a própria Marisa, Nando Reis e Carlinhos Brown, já pagaria o disco que apresenta muito mais com Pale blue eyes e Dança da solidão, composta por Paulinho da Viola e tendo Gilberto Gil nos vocais e violão.

A próxima faixa traz outro grande parceiro em suas composições: Arnaldo Antunes em composição nas faixas De mais ninguém, Alta noite e Bem leve, além de O céu, com novamente Nando Reis. A última parte do disco ficou para as regravações de Balança Pema, de Jorge Benjor; Enquanto isso (Meanwhile), com direito à versão e participação com a voz de Laurie Anderson; e Esta melodia, de Jamelão, com a participação de Paulinho da Viola e a Velha guarda da Portela.

Com a participação de grandes músicos, sucessos que marcaram a carreira da Marisa presente em mais esse valioso trabalho que reflete a obra não tão vasta, mas fantástica dessa diva da música brasileira.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Frutos musicais

Com esse post, continuamos a série que relaciona as estações do ano com a nossa música brasileira. Já comentamos sobre a Primavera, com as flores musicais, Verão, com Calor musical e hoje vivenciaremos o Outono, com citações de frutos. Na realidade, o outono passa meio desapercebido por nós, talvez por conta da nossa variação climática e por nossa tropicalidade que se reflete na variedade de frutas em nosso país durante todo o ano.

Na música, temos alguns exemplos de citações de frutas como por exemplo o Alceu Valença que cita a manga rosa em Morena tropicana, ou Beto Guedes que, ainda em Amor de Índio afirma "No outono te proteger...", citando também a estação em destaque. Roberto e Erasmo também citam a estação em Você é minha: "Fruta fresca a provocar o meu desejo, ... O suco dessa fruta bebo no seu beijo...", ou em outro momento mais distante também vai fundo com: "O gosto da fruta que a vida oferece...", na canção O gosto de tudo.

Ana Carolina também falou sobre a estação em Ruas de Outono: "Nas ruas de Outono, os meus passos vão ficar...", também gravada por Gal Costa. Mas, é na canção de Djavan que encontramos uma reverência maior à essa estação voltada para nossa tropicalidade, de uma terra em que se plantando tudo dá. Djavan compôs e cantou uma de suas mais belas canções, pedindo emprestado à estação seu título e presenteando a todos com mais esse clássico:

Outono
(Djavan)

Um olhar uma luz ou um par de pérolas
Mesmo sendo azuis sou teu e te devo por essa riqueza
Uma boca que eu sei, não porque me fala lindo e sim, beija bem
Tudo é viável pra quem faz com prazer

Sedução, frenesi, sinto você assim,
Sensual, árvore, éspécie escolhida, pra ser a mão do ouro
O outono traduzir, viver o esplendor em si....

Tua pele, um bourbon me aquece como eu quero
Sweet home gostar é atual além de ser tão bom...

Um forte abraço a todos!