
Essa canção foi título de seu terceiro disco, lançado em 1981 e, por isso remete à palavra lâmina, pela qual define o antigo Lp. Também está presente no cd Antologia Acústica de 1997, que tem o acordeão do Dominguinhos, num arranjo lindo e dançante, próprio para essa época. Mas, acima disso está uma letra de interpretação difícil, a começar pelo título: A terceira lâmina, como explicado acima tem a ver com seu terceiro disco lançado.
E de acordo com o encarte do projeto acústico, a letra penetra na solidão e na tristeza "dos que vivem calados, pendurados no tempo", os miseráveis que vivem debaixo de pontes, em guetos, dormem sob jornais ou caixas de papelão. Muita arte por parte dele unir e divulgar seu trabalho como um anunciador de um problema para o qual muitos fecham os olhos. A terceira lâmina, ou seja, seu terceiro disco anuncia isso "na garganta do fosso da voz de um cantador". E como presenciamos em toda parte do nosso planeta essas imagens descritas na letra, não?
A terceira lâmina
É aquela que fere
Que virá mais tranqüila
Com a fome do povo
Com pedaços da vida
Como a dura semente
Que se prende no fogo
De toda multidão
Acho bem mais
Do que pedras na mão...
Dos que vivem calados
Pendurados no tempo
Esquecendo os momentos
Na fundura do poço
Na garganta do fosso
Na voz de um cantador...
E virá como guerra
A terceira mensagem
Na cabeça do homem
Aflição e coragem
Afastado da terra
Ele pensa na fera
Que o começa a devorar
Acho que os anos
Irão se passar
Com aquela certeza
Que teremos no olho
Novamente a ideia
De sairmos do poço
Da garganta do fosso
Na voz de um cantador...
Um forte abraço a todos!