domingo, 12 de fevereiro de 2017

♫Ai que saudades da Amélia♫

A mulher tem conquistado cada vez mais seu merecido espaço numa sociedade que ainda é muito machista. E alguns taxam de "Amélia" aquela mulher cada vez mais rara nos dias atuais, dona do lar, que cozinha e passa, lava e costura e nunca reclama do que lhe falta. Tudo isso por causa deste clássico de dois grandes gênios que este país conheceu em termos de composição: Mário Lago e Ataulfo Alves.

Mas, segundo li, Ataulfo não defendia a submissão de uma mulher, e sim contemplava seu companheirismo, sua aptidão de estar ali ao lado de seu marido, enfrentando todas as dificuldades com muita bravura. Sob esta ótica, podemos dizer que ainda existem muitas Amélias por aí, inesquecíveis, como este eterno samba da nossa canção.

Ai que saudades da Amélia
Mário Lago e Ataulfo Alves 

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Da lama ao caos, do caos à lama...

Formação com Chico Science nos anos 90
Lá se vão 20 anos sem Chico Science e, penso que podemos afirmar que seu maior legado ficou na banda pernambucana de pop rock Nação Zumbi, de qual fez parte e a fundou e, juntamente com outra banda, a Mundo Livre S/A, foram responsáveis pelo movimento Manguebeat. O objetivo principal da banda era lutar pelas diferenças entre classes sociais com sua produção, não apenas no Recife, onde surgiu, mas em todo país.

Em 1994 lançou seu primeiro disco, Da lama ao caos, obtendo sucesso de crítica e reconhecimentos de vários colegas. A formação da banda contou com vários integrantes que, como em todas as bandas, entram e saem dela. Além do Chico, já contou com Jorge du Peixe, Lúcio Maia, Dengue, Gilmar bola 8, Toca Ogan, Canhoto, Pupilo, Gira, Gustavo da lua, Ramon Lira e Tom Rocha.

Como uma espécie de antena parabólica da lama, onde surgem caranguejos e que, segundo a banda, alguns destes pensam e emitem opiniões através deste trabalho, temos aqui uma banda que segue e enfatiza o legado do Chico e muito influenciou outros conterrâneos e até veteranos que se deixaram seduzir pelas ideias geniais dos "caranguejos que pensam".

Um forte abraço a todos!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

♫Pelo telefone♫

Muitos defendem que é este o primeiro samba nacional, a raiz deste ritmo tão brasileiro, difundido pelo mundo. É bom saber que pela cultura, nosso país é visto com bons olhos e talvez aí resida nossa maior riqueza, em nossa forma de expressar nossa arte sempre verdadeira.

E a letra de Pelo telefone cumpre bem esse pioneirismo pois aborda uma historinha de forma bastante pura e envolvente, levando a muitos que a escutam a obedecer uma espécie de chamado a ser levado pelo ritmo tupiniquim, já interpretado por tantos nomes e que, a meu ver, tem em Martinho da Vila a leitura moderna definitiva.

Pelo telefone
Donga e Mauro Almeida

O chefe da polícia pelo telefone mandou me avisar
Que na Carioca tem uma roleta para se jogar
Ai, ai, ai, deixa as mágoas para trás ó rapaz
Ai, ai, ai, fica triste se é capaz, e verás.

Tomara que tu apanhes
Pra nunca mais fazer isso
Roubar o amor dos outros
E depois fazer feitiço.

Ai, a rolinha Sinhô, Sinhô
Se embaraçou Sinhô, Sinhô
Caiu no laço Sinhô, Sinhô
Do nosso amor Sinhô, Sinhô

Porque esse samba, Sinhô, Sinhô
É de arrepiar, Sinhô, Sinhô
Põe a perna bamba Sinhô, Sinhô
Me faz gozar, Sinhô, Sinhô

O "Peru" me disse
Se o "Morcego" visse
Eu fazer tolice,
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
De disse que não disse.

Ai, ai, ai, deixa as mágoas para trás ó rapaz
Ai, ai, ai, fica triste se é capaz, e verás.

Queres ou não Sinhô, Sinhô,
Vir pro cordão Sinhô, Sinhô
Ser folião Sinhô, Sinhô
De coração Sinhô, Sinhô

Porque este samba Sinhô, Sinhô
É de arrepiar Sinhô, Sinhô
Põe a perna bamba Sinhô, Sinhô
Mas faz gozar Sinhô, Sinhô.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

CD Zeca Pagodinho Multishow ao vivo - Vida que segue

Começamos o mês de fevereiro com um bamba do samba, talvez o maior da atualidade: Zeca Pagodinho que lançou em 2013 o CD/DVD Multishow ao vivo - Vida que segue, onde apresenta um show comemorando seus 30 anos de carreira, juntamente com alguns convidados e um repertório diferente do que apresenta habitualmente.

Abrindo o show com os clássicos Atire a primeira pedra/Volta por cima, Aquarela brasileira, Abre a janela, Opinião, Zeca traz logo alguns convidados como Yamandú Costa e Hamilton de Holanda em Gosto que me enrosco, que se juntam à Marisa Monte em Preciso me encontrar e, Rildo Hora, Rogério Caetano e Zé Menezes que participam das faixas Mascarada, O sol nascerá, Se eu errei/Eu agora sou feliz, Diz que fui por aí, Escurinha/Escurinho, Madame, Trem das onze.

Paulinho da Viola é também outro ilustre convidado, com quem Zeca divide o clássico Foi um rio que passou em minha vida. Temos ainda as canções Só o ôme, Barracão/Lata d´água, Batuque na cozinha (com a participação de Leandro Sapucahy), Pimenta no vatapá, Vem chegando a madrugada/Está chegando a hora, além do dueto com Xuxa em É vida que segue. Uma ótima pedida para quem deseja curtir o carnaval numa boa, com um bom som que representa este ritmo centenário e só nosso chamado samba.

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de janeiro de 2017

♫No Ceará é assim♫

Nunca fui à nenhuma cidade do Ceará, mas gosto bastante desta canção do repertório do Fagner, gravada em 1991 e regravada de forma definitiva, a meu ver, em seu mais recente trabalho, o CD Pássaros urbanos, já comentado anteriormente. 

Para quem ainda não foi ao Ceará, a canção nos leva a passear, a sentir toda essa bela paisagem que Fagner canta tão bem. Acho muito interessante esse saudosismo de alguns artistas por suas terras, o que mostra que nosso país é bom e abençoado com paisagens que sempre vão fascinar a todos!

No Ceará é assim
Carlos Barroso

Eu só queria
Que você fosse um dia
Ver as praias bonitas do meu Ceará

Tenho certeza
Que você gostaria
Dos mares bravios
Das praias de lá

Onde o coqueiro
Tem palma bem verde
Balançando ao vento
Pertinho do céu
E lá nasceu a virgem do poema
A linda Iracema dos lábios de mel

Oh! Quanta saudade
Que eu tenho de lá
Oh! Quanta saudade

A jangadinha vai no mar deslizando
O pescador o peixe vai pescando
O verde mar ...
Que não tem fim
No Ceará é assim

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O trapalhão nas minas do rei Salomão

Abordando mais uma vez os trapalhões, já deveria ter falado deste título que é o mais visto do cinema nacional, do quarteto. Lançado em 1977, sob direção de J. B. Tanko, o filme traz Renato Aragão (Pilo), Dedé Santana (Duka) e Mussum (Fumaça). Ainda não tínhamos Zacarias nas telas do cinema para completar o quarteto.

Pilo e Duka ganham a vida simulando brigas numa praça pública enquanto Fumaça recolhe apostas, o que faz Glória (Monique Lafond) pensar que são corajosos e os contrata para salvar seu pai Aristóbulo (Carlos Kurt) que está preso nas minas do rei salomão, em troca do tesouro ainda desconhecido, mas que ela tem pistas.

Com a ajuda de outro expedicionário Alberto (Francisco di Franco) e contra a bruxa (Vera Setta), se desenvolve esta aventura que ainda conta com o auxílio do cachorro Lupa, que aparece duas vezes em filmes dos trapalhões (o outro é nos Saltimbancos).  Considero o melhor filme da década de 70 deles e como ainda desejo falar de outros títulos, em julho volto a comentar outros que ainda não citei.

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2017

♫Nada será como antes♫

Elis Regina, Milton Nascimento, Roupa Nova. Três grandes vozes que tornaram essa canção um verdadeiro clássico da nossa música. Seu título também foi emprestado para uma recente minissérie. Curioso é que em algumas versões desses artistas, o trecho "alvoroço em meu coração" não é cantado, substituído por "sei que nada será como está", como na segunda parte da letra apresentada aqui.

Como o vento que passa ou como as ondas que vem e vão, nada será igual. Uma canção que fala de uma partida, uma despedida, algumas saudades, esperança de momentos melhores, a resistência em ficar, a necessidade de partir, genialidade de artistas que emprestam a alma para compor e interpretar sentimentos tão comuns e sensíveis à alma humana.

Nada será como antes
Milton Nascimento e Ronaldo Bastos

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DVD Escolinha do Professor Raimundo (nova versão)

Não podemos ficar apenas no passado, mas o passado também nos traz boas lembranças. Realmente momentos inesquecíveis permeados pela genialidade de Chico Anysio. E para reviver esses momentos de alegria, temos agora uma nova versão da Escolinha do Professor Raimundo, atualmente exibida aos domingos e também lançada nesse DVD duplo, em 2015, que contém cenas da primeira temporada.

Com Ângelo Antônio, Betty Gofman, Dani Calabresa, Ellen Roche, Evandro Mesquita, Fabiana Karla, Fernanda Freitas, Fernanda Souza, Kiko Mascarenhas, Lúcio Mário Filho, Marcelo Adnet, Marcium Mellem, Marco Ricca, Marcos Caruso, Maria Clara Gueiros, Mateus Solano, Otaviano Costa, Otávio Muller, Rodrigo Sant´anna, além de Bruno Mazzeo como o Professor Raimundo, temos a chance de reviver as alegrias da sala de aula mais famosa da televisão brasileira.

Quem nunca riu com alguma tirada de Sr. Boneco ou com os sustos de D. Bela? Com as história de Ademar Vigário ou com as enrolações de Sr. Rolando Lero? Com as saídas de Sr. Armando Volta ou com as invenções de Sr. Peru? Curiosamente, um fato que me faz rir bastante com essa versão é o fato deles serem grandes atores, embora novos, pois conseguem reproduzir exatamente o personagem, chegando até a fazer melhor que as versões antigas. Com Zé bonitinho arrasando com as mulheres ou com as tiradas de Joselino Barbacena, só mesmo Sr. Ptolomeu pra fazer valer o salário do professor que ainda tem que aguentar as histórias de Sr. Baltazar da Rocha ou enfrentar os desafios de Sr. Pedro pedreira. O sucesso é tanto que torcemos para que venham mais DVDs com as temporadas seguintes, exibidas atualmente em nossas tardes de domingo e também no Canal Viva.

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de janeiro de 2017

♫Corcovado♫

Cantar uma cidade, com suas belezas e nuances já não é tarefa muito fácil. Agora, cantar um ponto desta cidade e obter êxito com isto talvez seja tarefa mais difícil ainda. Isso se não estivéssemos falando do Rio de Janeiro, uma das cidades mais importantes do mundo, com seu Corcovado, morro que se tornou um  símbolo maior desta cidade, e de Tom Jobim, também um dos melhores do planeta.

Tom conseguiu, com sua sensibilidade ímpar, enfatizar a natureza e sua beleza na canção que dedicou ao morro e ao monumento carioca. E essa conexão entre o romantismo e a natureza que ele fazia tão bem é, sem sombra de dúvidas, um de seus melhores segredos. E é por essas e outras que temos aqui um clássico cantado por tanta gente e, cada uma à sua maneira, deixou seu carimbo no melhor cartão postal do país.

Corcovado
Tom Jobim

Um cantinho, um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado,
O Redentor que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

DVD O casamento dos trapalhões

Nos filmes dos trapalhões, apesar das inúmeras risadas, havia um pequeno momento de tristeza. É que na maioria dos títulos, Didi se apaixonava por alguém e no final terminava sem esse alguém, às vezes com outro par, às vezes não. Não sei se pensaram nessa lacuna, mas houve um desses títulos em que isso foi resolvido: em 1988 o quarteto lançou o filme O casamento dos trapalhões em que, não apenas Didi, mas vários personagens se divertem e se casam.

Com as participações de Gugu Liberato, Grupo Dominó, Luciana Vendramini, José de Abreu, Zezé Macedo, entre outros, o enredo se passa em uma fazenda no interior de São Paulo onde vivem os irmãos trapalhões. A irmã deles é mãe do quarteto Dominó, que se apresentará na cidade e que deseja passar as férias na fazenda dos tios, segundo carta dela.

Ao irem todos para a cidade presenciar a apresentação e depois pegar o grupo, conhecem namoradas, com as quais depois se casam. O enredo também se desenvolve com algumas confusões com playboy´s dessa cidade que entram para a briga. No final, todos se casam e Didi, que é o mais velho, além de terminar com seu amor, ainda ganha uma filha. Com músicas de Michael Sullivan e Paulo Massadas, Milionário e Zé Rico, Roberta Miranda e do grupo Dominó, temos aqui mais um título do quarteto campeão de bilheteria!

Um forte abraço a todos!