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domingo, 28 de setembro de 2008

A felicidade

A letra que abordaremos hoje traz um questionamento muito comum a todos os seres humanos: A felicidade! São muitas as definições, muitos artistas da música brasileira já tentaram definir o que é felicidade!

Tom e Vinícius fizeram isso com bastante perfeição e criaram esse clássico da música brasileira! Composta para o filme Orfeu do Carnaval e gravada por Agostinho dos Santos em 1959, A felicidade já teve diversas releituras em nossa música. É considerada clássico dos compositores, clássico brasileiro e clássico da Bossa Nova!

Mas, voltando ao seu tema central, A felicidade aborda o cotidiano comum do pobre que vê no carnaval sua felicidade contínua em três dias e que se finaliza na quarta-feira de cinzas. Além disso, a letra apresenta várias definições para esse tema, sempre finalizando em cada estrofe como um reforço de que é apenas algo passageiro e de tempo menor ao de sua ausência. É como podemos verificar em "Voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar..."

Felicidade é um daqueles conceitos simples e ao mesmo tempo, complexo. É subjetivo e é consenso de que é momentâneo como reforça a canção de Tom e Vinícius. Felicidade para nós, amantes da boa música é contemplar uma canção como essa, interpretada por dois grandes nomes de nossa música: Hoje a noite Roberto Carlos e Caetano Veloso cantando Tom Jobim em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova! Tá aí um grande exemplo de felicidade, afinal de contas, o show também vai terminar e outros virão! E a grande lição que absorvemos é aproveitarmos ao extremo os momentos que definimos como felizes e nos esforçarmos para estarmos aptos a passar por aqueles momentos em que julgamos ausentes de felicidade, preparando caminho para outros momentos felizes!

A felicidade
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila, depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de agosto de 2008

Antônio Carlos Jobim em Minas ao vivo...

Eis aqui um show com voz e piano dos mais suaves que encontramos na música brasileira. Em 15 de março de 1981, Tom Jobim se apresentou no Palácio das Artes em Belo Horizonte, com um recital que rendeu o cd do qual falaremos hoje, onde Tom homenageia seus parceiros e alguns dos principais sucessos de sua carreira, sua enorme contribuição à música brasileira.


Um trabalho lindo que mostra um Tom que não esquece ao piano as bobagens de amor, que julga dizer. O show é iniciado com Desafinado, canção que homenageia Newton Mendonça e que Tom lembra ser uma espécie de gênese do seu reconhecimento, posteriormente por intérpretes como João Gilberto. Ainda da safra com Newton temos Samba de uma nota só. Com Dolores Duran, outra grande parceira, Tom relembra Por causa de você e, só instrumental do piano, Estrada do Sol.

Mas, é com Vinícius de Moraes que Tom fez a maioria de seus clássicos, presentes nesse trabalho como Se todos fossem iguais a você, Água de beber, Eu não existo sem você, Eu sei que vou te amar, Modinha, Chega de saudade e Garota de Ipanema, que encerrou o show. Aloysio de Oliveira também foi lembrado nas parcerias em Dindi e Eu preciso de você. Chico Buarque também esteve presente na composição de Retrato em branco e preto. Da safra de composições em que o Tom teve como parceiro apenas seu fiel piano estão presentes Corcovado, Lígia, Falando de amor e Águas de março.

Tom conta curiosidades de sua carreira em algumas canções que interpreta como em Desafinado em que brinca dizendo “ninguém quis gravar, os editores não queriam editar e nem João Gilberto quis nada com ela", ou em Por causa de você, onde conta como a Dolores fez a letra: "Toquei a música, ela tirou o lápis de sobrancelha da bolsinha, em cinco minutos escreveu a letra e botou assim: Vinícius, dois pontos. Outra letra é covardia”. Ou como foi o início da parceria com o Vinícius: “Ele era diplomata e veio de Paris com a idéia de fazer uma peça de teatro chamada Orfeu da Conceição. Chegou no Rio e procurou um músico para compor com ele as músicas da peça... Lúcio Rangel me apresentou ao Vinícius, que me levou ao grande mundo carioca, em casas com pianos de cauda e senhoras bem lavadas. Eu andava com uma pastinha cheia de arranjos, competindo com o aluguel. Perguntei: Escuta tem um dinheirinho nisso? Lúcio ficou escandalizado: ô Tom Jobim, esse aí é o poeta Vinícius de Moraes. Eu digo, ah, bom!” Ou sobre o Chico Buarque onde cita: “parceiro meu de olhos azuis, que dizem que são verdes, depende da luz do dia. O rapaz é um gênio, é craque mesmo, tipo Pelé, Garrincha”.

Repertório, piano, maestro e compositor divino. Um disco histórico, como tudo que se refere a Tom Jobim, o maestro soberano, criador de tantas obras poéticas de um país marcado pelo amor e pela natureza poética de suas paisagens!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gal Costa canta Tom Jobim

Esse é um dos meus cds/dvds favoritos, um dos melhores trabalhos dos últimos 10 anos. A diva Gal Costa interpretando clássicos do maestro soberano Tom Jobim. Lançado em 1999 em cd e dvd, reune clássicos do Tom e seus vários parceiros como Newton Mendonça, Dolores Duran, Chico Buarque e Vinícius de Moraes.

Começamos com a orquestra regida pelo grande maestro Cristóvão Bastos e em seguida um suave violão e a voz doce e inconfundível da Gal em Fotografia. Confesso que é de arrepiar ouví-la cantando: "Eu, você, nós dois, aqui nesse terraço a beira-mar..." Em seguida, na mesma linha romântica, Gal interpreta como ninguém a faixa Por causa de você, que guarda uma história curiosa: Dolores ouviu a música de Tom que Vinícius daria letra e fez antecipadamente a composição que conhecemos hoje e ainda mandou um recado para o poeta - "Vinícius, outra é covardia". O poeta que também teria feito um trabalho excepcional, foi cavalheiro com Dolores e, ganhamos mais esse clássico. Mas, o disco tem outras levadas e a seguir, Gal arrasa com o clássico Garota de Ipanema, numa versão em português e inglês. A língua americana também aparecerá mais a frente com Bonita, interpretada nessa língua.

Gal passeia facilmente entre clássicos do Tom como Wave, Estrada do sol, Brigas nunca mais, Desafinado, Corcovado, Anos dourados, Piano na mangueira, Falando de amor, Lígia e arrasa em interpretações fantásticas de Se todos fossem iguais a você, Chega de saudade (com direito a corinho do público), Samba do avião, Chovendo na roseira e A felicidade. Ainda apresenta canções nem tão exploradas do eterno maestro como Derradeira primavera, Esquecendo você, Tema de amor por Gabriela, Janelas abertas e Frevo. E é nessa cadência que o show cresce a cada instante numa alternância entre um samba-canção, uma bossa nova e um samba da melhor safra Tom Jobim, com direito a bolero em parceria com Chico - Anos dourados e até frevo.

Estrada do sol está presente apenas no cd. Algumas canções já foram interpretadas pela Gal em outros trabalhos, mas a versão nesse projeto é inédita e ao vivo. Nos extras do dvd, Gal afirma que era uma das intérpretes favoritas do Tom, que deixa muita saudade ao visitar sua obra. Realmente, a baiana sempre passeou nessa praia, a exemplo do grande sucesso Desafinado e também Caminhos cruzados, que não entrou nesse trabalho. É simplesmente um projeto lindo, sofisticado que mostra porque o seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Um Tom de saudade, maestro!

Que saudade dele!

Tom Jobim escreveu na mpb algumas das mais belas páginas do nosso cancioneiro! Canções que simplesmente viraram clássicos! Seria necessário uma página inteira pra falar de coisas lindas como Insensatez, Chega de saudade, Eu sei que vou te amar, Garota de ipanema, Dindi, Brigas nunca mais, Meditação, Estrada do sol, Anos dourados, Chovendo na roseira, Lígia, Luiza, Ângela, Samba do avião, Se todos fossem iguais a você, Fotografia, Por causa de você, Corcovado, (Meu Deus, eu paro de citar?!). Uma página não, livros e mais livros...

Você acaba com medo de esquecer aquela canção que é inesquecível para todos! Tom teve vários parceiros e que parceiros! Vinícius de Moraes, Newton Mendonça, Chico Buarque, Dolores Duran... Sem falar que alguns de seus clássicos foram feitos em parceria apenas de seu inseparável piano!

Tom já foi regravado por todos os grandes interprétes do país e de fora também! Só pra citar, temos de Frank Sinatra e Julio Iglesias a Milton Nascimento, Caetano Veloso, Djavan, Roberto Carlos, Emílio Santiago, etc. Imagina quem consegueria ter um leque de interprétes desses para sua obra?

Tom é um marco na mpb, é bossa nova, é natureza, é Brasil! Graças a Deus, temos um músico como esse em nosso país! Isso só nos dá a certeza que temos a melhor música do mundo!


Um forte abraço a todos!