quinta-feira, 11 de março de 2010

Aniversário do Maestro Eduardo Lages

E hoje é aniversário do grande maestro, do cumpadre do rei, do avô e do pai, do ser humano admirável, do ídolo Eduardo Lages. Imagino que ao chegar a uma data como essa, ele colha todas as justas homenagens que lhe são merecidamente prestadas. Músicos, amigos, familiares, fãs, todos se rendem ao respeito e a simpatia desse grande ser humano que Deus nos presenteou aqui na terra.

Às vezes, valorizamos muito estrelas internacionais. Nós, brasileiros, temos essa mania. É como se procurássemos estrelas apenas no céu, mas Deus é tão justo que nos concede algumas das mais brilhantes aqui na terra e pertinho de nós. Temos muitos grandes músicos, dignos de serem reverenciados como Estrelas Divinas. Eduardo Lages é uma delas, sem dúvida. É claro que todos vão pensar que tudo isso são apenas palavras de um mero fã, mas eu pergunto: será que de tanto apreciar uma boa música, será que conhecer o trabalho de tanta gente desse país não me dá condições de afirmar tudo isso?

Conheço o trabalho de muita gente boa sim. Meu envolvimento é tão grande que chego a sonhar que tenho papos com esses artistas que por aqui passam. Mas, um grande trabalho como o do maestro não é apenas um sonho, é uma realidade que tenho o prazer de desfrutar e até de participar. Hoje em dia, colhemos frutos de alguns músicos do passado que chamamos de gênios, mas não podemos esquecer que gênios como os do passado estão aí, pertinho de nós, em nossos cds, em nossos vídeos, entre as linhas da internet. E um deles, sopra as velinhas hoje, as mesmas onde deseja luz para seus fãs, seus familiares, seus amigos, as mesmas luzes que sempre o iluminam!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de março de 2010

Acontece que eu nasci pra ser só de você...

Ontem, dia internacional da mulher foi também aniversário da grande dama da televisão brasileira: Hebe Maria Camargo. Natural de Taubaté/SP, sua história se confunde com a da televisão brasileira. Mas, Hebe também é da música, pois ainda nos anos 40 formou com sua irmã Stella, a dupla sertaneja Rosalinda e Florisbela, sendo desfeita posteriormente.

Depois de alguns discos gravados na década de 50 e 60, Hebe se firmaria mesmo na televisão como grande apresentadora, com seu programa semanal que já está no SBT desde 1986, com o sofá mais famoso do país. Só voltaria a gravar em 1995, com o cd Maiores sucessos, 1998 com Pra você e 2001 em Como é grande o meu amor por você.

Em seu programa semanal, Hebe sempre prezou por artistas dos mais variados estilos. Já compareceram desde artistas internacionais como Julio Iglesias e Glória Stefan a duplas sertanejas como Zezé di Camargo e Luciano, sambistas como Alcione e Zeca Pagodinho e artistas consagrados como Caetano Veloso e Roberto Carlos. Entre as grandes interpretações, podemos destacar Como é grande o meu amor por você, De tanto amor, Olhos nos olhos, Esse cara, Pense em mim, Nada além, Você não sabe, Por causa de você, Só de você, Trocando em miúdos, Pensando em ti, Naquela mesa, Sábado em Copacabana, Brigas, Eu não existo sem você, entre outras.

É por essas e outras que o Blog bate à porta da dama da televisão brasileira, desejando apenas que ela continue a nos presentear com muito sucesso, com seu sorriso permanente à música e arte brasileiras e com uma vida que é uma "gracinha".

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de março de 2010

Roberto Carlos - Amor sem limite

Produzido por Mauro Motta e Guto Graça Mello, Amor sem limite foi um dos grandes lançamentos da década de 2000, um presente do rei a seus fãs em um de seus momentos mais difíceis de sua vida. Em meio à tristeza que o abalou um ano antes pela perda de sua Maria Rita, Roberto Carlos apresenta um trabalho que expressa um canal direto entre seu fã e sua eterna alma apaixonada. Todas as canções são voltadas para esse amor que o rei define como bem sucedido.

É o que presenciamos da primeira à ultima canção: O grande amor da minha vida se chamaria A primeira vez que eu te vi e fala de como foi seus primeiros encontros com sua amada. Amor sem limite deu nome ao disco, ao show da época e a mais um clássico do repertório de sua majestade musical. O Grude é para mim sua melhor canção, pois fala de forma simples e direta, tudo que ele sentia naquele momento, com um arranjo de arrasar. O amor é mais é a mais animada do disco, um country que diferencia amor de paixão.

Eu te amo tanto foi incluída aqui em sua versão de 98 pois tem tudo a ver com o tema. Tudo é outra belíssima canção de amor que resgata mais uma das antigas compositoras e amigas do rei: Martinha. Tu és a verdade Jesus, é a última mensagem religiosa (até o momento), em que Roberto mostra uma fé madura e consciente, distante de fanatismos que tantos pregam por aí. O cd ainda apresenta Quando digo que te amo (1996) e Mulher pequena (1992), encerrando com Momentos tão bonitos, um fox de Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle.

Acredito que esse trabalho teria dez canções inéditas, mas pelas interrupções que o trabalho teve pela tristeza do rei que afirmou chorar muito na época, o que prejudica a voz e as gravações, não pode ser concluído e então houve a inclusão de canções de outros anos. Entretanto isso não tira o brilho de mais um trabalho maravilhoso e principalmente onde presenciamos um rei que mostra todo seu sentimento, seu amor, sua alma eterna feita simplesmente desse bom sentimento!

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de março de 2010

Vozes da seca

Ano de eleição é a mesma coisa: mal se começa e já se falam em política, em políticos mostrando os dentes, pousando de messias, comparando sua gestões aos anteriores, como se fosse uma briga entre os bons e os ruins, como se todos não fossem bons e ruins. Na verdade, o que se vê é uns cobrando consciência política e a outros faltando tal consciência. Se você não fala sobre política é alienado, mas pergunto como falar sobre política se os próprios políticos embaralham esse assunto de um jeito que nem eles mesmo compreendem?

Buscando na música brasileira e em especial, na nordestina, encontro no repertório de Gonzaga algo que fala bem sobre política, sobre o eterno problema da seca, sobre a questão da esmola. Incrível como Gonzagão conseguiu em uma só canção, com uma linguagem simples e regional, abordar três temas tão polêmicos, confusos e que dão um nó em nossa mente de uma forma que as conclusões são sempre distintas e pessoais.

Vozes da seca
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão

É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê

Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage

Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Me deixas louca...

Uma das grandes atrizes e intérpretes desse país é Tânia Maria Rego Alves ou simplesmente Tânia Alves. Natural de Bonito de Santa Fé/PB, Tânia iniciou sua carreira artística em peças musicais como Ópera do Malandro e Calabar, destacando-se também no cinema com o papel de Maria Bonita. Típica cantora de boleros, gravou seu primeiro disco em 1981.

Entre os sucessos de sua carreira podemos destacar Alguém me disse, Folhetim, De pouquinho em pouquinho, Me deixas louca, Brigas, Sob medida, Sombras, Outra vez, Olha, Que será, Ouça, Devolvi, Dois pra lá dois pra cá, Negue, Começaria tudo outra vez, Fica comigo esta noite, Sonhar contigo, Pensando em ti, entre outras.

Como atriz, Tânia brilhou em novelas e minisséries globais como Amazônia, O clone, A grande família, Pedra sobre pedra, Ti ti ti, Lampião e Maria Bonita, Morte e vida Severina, entre outras. Uma artista que anda meio sumida da mídia, mas tem um público cativo que não sai de seus shows país afora e também no exterior!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de março de 2010

Caminhemos, talvez nos vejamos depois...

Quem assistiu recentemente à minissérie Dalva & Herivelto, pode conhecer um pouco mais sobre esse grande nome da nossa música: Peri de Oliveira Martins, ou simplesmente Pery Ribeiro. Natural do Rio de Janeiro e filho de pais famosos, os cantores Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, Pery cresceu em meio a esse universo musical e já aos três anos participava de dublagem de filmes da Walt Disney. Na adolescência, participou de programas de tv de Paulo Gracindo e César de Alencar, recebendo deste a indicação para seu atual nome artístico.

Em 1960, sua mãe gravou sua composição Não devo insistir e ainda nesse ano, gravou seu primeiro compacto. Caracterizado como um grande intérprete, sobretudo da Bossa Nova, o repertório de Pery nos oferece canções como Manhã de carnaval, O barquinho, Caminhemos, Esquecendo você, Laura, Ah se eu pudesse, Alguém como tu, Só tinha de ser com você, Por causa de você, Pra você, Na baixa do sapateiro, As rosas não falam, Balada triste, entre outras.

Uma coisa curiosa é que é dele a primeira gravação em disco do clássico Garota de Ipanema, hoje em torno de 2000 regravações mundo afora. Pery não é apenas a boa herança de Dalva e Herivelto, mas é a prova viva que a boa música é atemporal e os bons e novos intérpretes tem nele uma figura exemplar de que esse país possui grandes músicos, grandes intérpretes e grandes nomes.

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Julio Iglesias - 1995

Esse cd é também conhecido como Julio Iglesias - A estrada, por conta da faixa de abertura que traz velocidade, paixão e saudade na voz de um dos maiores artistas do mundo. Lançado em 1995, esse cd possui aquela sonoridade típica e única dos trabalhos do Julio. A canção seguinte é Cosas de la vida, belíssima canção de amor.

Na sequência, Baila morena, com direito a acordeão. As três iniciais são composições de Roberto Livi que, produz o cd e também é o autor de El último verano e Mal de amores. As outras canções são História de amor, Água doce água do mar, Sin excusas ni rodeos, Medley de rumbas e Vuela alto.

Embora tenha o título da capa Julio, não tem haver com aquele famoso cd de 1984 com o título Julio lançado mundialmente. Um cd mais recente e belíssimo da discografia do Julio que não pode faltar na coleção de quem aprecia o repertório desse artista internacional mais que brasileiro, que construiu no incosciente desse povo belas páginas de amor através de suas canções e sua carreira mais que bem sucedida.

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cecília

Essa é minha canção preferida do repertório romântico do Chico, em parceria com seu maestro Luiz Cláudio Ramos. Lançada nos cds As cidades - 1998 e As cidades ao vivo - 1999, Cecília fala de um amor imensurável por uma personagem que poderia ter vários nomes femininos como a letra mesmo enfatiza: "Tantas Cecílias de mil refletores..." Acredito que o nome Cecília foi escolhido de forma aleatória e o que pesou foi o fato de que Santa Cecília é a padroeira dos músicos, mesmo não revelando um tom religioso, mas romântico que a canção apresenta.

O que mais me fascina é o fato do Chico reverenciar nessa canção sua vontade de ser como aqueles grandes cantores que, com grandes orquestras entoam baladas românticas para suas amadas. E, como se ele não fosse um desses, vai além, afirmando que "nem as sutis melodias merecem seu nome espalhar por aí..." Bárbaro. Uma orquestra afinada para tocar e festejar o amor. Termino repetindo a mesma frase: Chico é um gênio.

Cecília
(Chico Buarque e Luiz Cláudio Ramos)

Quantos artistas
Entoam baladas
Para suas amadas
Com grandes orquestras

Como os invejo
Como os admiro
Eu, que te vejo
E nem quase respiro

Quantos poetas
Românticos, prosas
Exaltam suas musas
Com todas as letras

Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu, que soletro
Teu nome no escuro

Me escutas, Cecília?
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas

Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve
Tremessem por ti

Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília, teu nome
Espalhar por aí

Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias
Com mil refletores

Eu, que não digo
Mas ardo de desejo

Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Série Olhando as estrelas

Sempre tive fascinação por geografia e mais especificamente pela parte voltada ao universo, ao sistema solar, às estrelas. Aprendemos que estrelas são corpos que possuem luz própria. Apesar de raro, imagino que um encontro entre estrelas, de repente uma colisão entre elas produz uma imensa luz, algumas vezes ainda maior que as que ambas emitem. Meu conhecimento é ínfimo, mas é assim que imagino que aconteça, pois ao menos é o que acontece quando as estrelas da música brasileira se encontram.

Iniciaremos uma série onde abordaremos duetos, encontros entre os principais artistas da nossa música brasileira, entre nossas estrelas. Sabemos sempre de grandes encontros e outros torcemos para que aconteçam na curiosidade de perceber o que acontece nesse evento. Alguns encontros são históricos e, digamos manjados, tipo Roberto e Erasmo, Tom e Vinícius, Caetano e Gil, Chico e Edu, Ângela e Cauby, Gonzaga e Dominguinhos, Família Caymmi, Amigos sertanejos, etc.

Mas, na nossa música tão eclética e tão miscigenada, acontece de tudo um pouco. Será interessante investigar o que tem haver artistas como por exemplo Caetano e Djavan, Fagner e Ney, Milton e Rita, Gal e Paralamas, Bethânia e Dominguinhos, Gonzaga e Gil, Nelson e Joanna, Simone e Martinho, os duetos do rei, enfim, artistas tão parecidos e desiguais em seus trabalhos, mas que se encontram e provocam encantos, brilho do encontro de estrelas aos olhos admirados de seus públicos e dos amantes da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Que beijinho doce que ela tem...

A abordagem de hoje fica por conta de Nalva de Fátima Aguiar, ou simplesmente Nalva Aguiar, como é conhecida. Nalva faz o gênero sertanejo raiz e desde os três anos se interessa por música. Natural de Tupaciguara/MG, aos sete já fazia aulas de acordeão. Iniciou sua carreira cantando em rádios e festas locais, além de participar de programas de televisão do triângulo mineiro.

Atraída pela jovem guarda, foi para São Paulo nos anos 60 e a partir da década de 70, passou a dedicar-se ao repertório sertanejo raiz, chegando a ser considerada mais tarde a rainha dos caminhoneiros. Entre seus sucessos, temos Beijinho doce, Coração sofredor, Doradinho, Fatalidade, Cowboy do rodeio, Tá de mal comigo, Nó na garganta, Dia de formatura, Coração de papel e Dois estranhos, entre outras.

Embora desconhecida por alguns, inclusive por mim, que ainda a conheço pouco, Nalva é considerada a grande dama da música sertaneja por ser pioneira nesse estilo tão discriminado, mas que leva alegria e amor a tantas pessoas que acompanham artistas como Nalva, país afora.

Um forte abraço a todos!