Aqui está o que eu posso chamar de gênese da música em meu sangue: A Banda de Pífanos de Caruaru. Fundada em 1924 por Manoel Clarindo Biano e Benedito Clarindo, consta de uma das bandas mais tradicionais do país, com várias formações no decorrer desses anos. Contam que a banda tocou até para Lampião, o cangaceiro dos sertões.
Em sua atual formação constam filhos e sobrinhos dos originais fundadores: Benedito Biano, Sebastião Biano, Gilberto Biano, João Biano, José Biano, Amaro Biano. Seus primeiros discos foram lançados no ínicio dos anos 70, quando também foram descobertos por artistas como Gilberto Gil, que gravou a canção Pipoca moderna, música da banda gravada também por Caetano Veloso. E entre outras canções de seu repertório estão Briga do cachorro com a onça, Marcha de procissão, Esquenta mulher, A bandinha vai tocar, Forró em Limoeiro, Feira de mangaio, Feira de Caruaru, Olinda no frevo, Um de cada vez, Cantada, Marina, Forrozear, entre outras.
Com um visual autêntico nordestino, a banda é formada basicamente por zabumba, triângulo e pífano (uma espécide de flauta), tocados pelos integrantes. Essa formação de banda influenciou outros artistas e anônimos como foi o caso do meu avô Manuel e seu irmão, Pedro (In memorian), que tocaram várias vezes em festas regionais e eventos importantes de sua época e embora não tenham levado a profissão adiante, foi por isso que defini aqui minha primeira herança musical, pois a partir desses dois, a música começa em minha vida. Lembro de ter presenciado várias vezes, no sítio de meu avô quando ainda criança, eles tocando clássicos de Gonzaga em seus pífanos. Ê saudade, ê Manuel Bento, ê Tio Pedro!
Um forte abraço a todos!









