terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Blog Música do Brasil - 8º aniversário

E não é que este Blog chegou ao oitavo aniversário? Tudo que for dito nesta postagem soará repetitivo e chavão. Agradecer os números, as parcerias, repetir que este espaço é prazeroso sobretudo para mim que tanto aprendo em cada postagem desta na qual também me mostro um pouco em todas as opiniões emitidas.

E pensar que Blog pode ser até algo antiquado, observando oito anos depois. Temos páginas que oferecem música em formatos variados, vídeos e aqui temos apenas algumas palavras sinceras para alguns internautas que superam a resistência em ler um pouco sobre temas tão variados, mas que circulam em torno da melhor música do planeta.

Pra vocês, meu muito obrigado pelas visitas observadas nas estatísticas diárias, pelas curtidas no twitter ou facebook, pelos poucos comentários ainda deixados por aqui e pela vontade de permanecer com essa chama acesa em prol desta arte da qual somos amantes todos os dias! Um brinde à Música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de dezembro de 2015

♫Véspera de Natal♫

E vamos começar dezembro mais uma vez revisitando os clássicos natalinos e alguns nem tão clássicos, mas não menos bonitos! Ivan Lins resgatou este samba que poderia ser mais um clássico natalino brasileiro, da obra de Adoniran Barbosa, em seu trabalho dedicado a temas natalinos que já comentamos anteriormente. Com uma letra bem humorada, o autor relata uma Véspera de Natal meio desastrada em que tentou consertar e o desastre foi ainda maior. 

Vendo seu Natal vazio, correu contra o tempo e tentou armar ceia e fantasia de Noel, mas ficou preso na chaminé. A letra e o ritmo é brasileiro, mas como a maioria das casas brasileiras não tem chaminés, talvez fosse até uma espécie de crítica dizer que Papai Noel, pra não entalar pela chaminé, fosse melhor entrar pela janela, já que nesta época ainda não tinha tantas grades como atualmente, o que torna o trabalho do bom velhinho praticamente impossível nos dias atuais!

Véspera de Natal

Adoniran Barbosa

Eu me lembro muito bem
Era "véspa" de Natal
Cheguei em casa, encontrei minha nega zangada
A criança chorando
A mesa vazia, não tinha nada
Saí, fui comprar bala "mistura"
Comprei também um pãozinho de mel
E, cumprindo a minha jura
Me fantasiei de Papai Noel

Chamei minha nega de lado
Eu vou subir no telhado
E descer pela chaminé
E enquanto isso você
Apanha a criança
E ensaia o Jingle Bell

Ah, meu Deus, que sacrifícil
O orifícil da chaminé era pequeno
A nega viu meu desespero
E então me alarmou o cortiço inteiro
Pra me tirar de lá
Foi preciso chamar os "bombeiro"

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CD e DVD Erasmo Carlos Meus lados B Ao vivo

Um dos excelentes trabalhos lançados este ano e que figura como um ótimo presente de Natal é esse projeto do tremendão Erasmo Carlos, gravado em CD e DVD em São Paulo, onde resgata canções que considera pouco explorada em seus shows, algumas compostas por grandes amigos.

No repertório, um convite a conhecer as canções Gente aberta, Amar pra viver ou morrer de amor (só no DVD), A carta, O homem da motocicleta, Estou dez anos atrasados, Vou ficar nu pra chamar sua atenção, Dois animais na selva suja da rua, É preciso dar um jeito meu amigo, Maria Joana, De noite na cama, Cachaça mecânica, O comilão, Mané João, Paralelas, Abra seus olhos (só no DVD), Grilos, Meu mar, Queremos saber, Análise descontraída, Nunca pare de sonhar, Geração do meio e 1990 projeto salva terra.

Com uma qualidade ímpar, digna de Erasmo Carlos, vendido em formato de DVD, junto com o CD e um luxuoso encarte e com direito a making off, temos aqui se não o melhor DVD do tremendão, aquele em que ele mais se sentiu a vontade para gravar, dando depoimentos sobre quase todas as faixas compostas em parceria com Roberto, Narinha ou presentes de gente como Caetano, Gonzaguinha, Belchior, Gil e Taiguara, intercaladas com imagens antigas de sua família!.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Presentes musicais de Natal

Costumo todo final de ano indicar aqueles CD´s e/ou DVD´s que considero como ótimas pedidas para presentes de Natal, principalmente nos tradicionais amigos secretos. Neste fim de ano de 2015, enfrentamos duas crises que afetam um pouco esta temática: uma financeira, que fará o brasileiro trocar o tradicional presente por aquela lembrancinha e, outra cultural, que trará dúvidas sobre que título seria indicado.

Nos últimos 30 anos, tínhamos presentes certos nessa época. Simone, por exemplo, sempre lançava seus anuais trabalhos e isso alcançou uma tona com seu disco temático de Natal, lançado em 1995 e que sempre é reeditado, a preços populares. Roupa Nova, Ivan Lins, Chitãozinho & Xororó são alguns exemplos de discos temáticos natalinos já comentados anteriormente. Queria muito um CD instrumental e já pedi ao Eduardo Lages e penso que o maestro um dia nos presenteará e saciará esta lacuna na música brasileira.

O tradicional disco do Roberto Carlos também sempre foi uma boa pedida e este ano não será diferente, mesmo sem o ineditismo de outrora (falaremos em breve deste trabalho). Julio Iglesias, Fábio Jr., Lenine , Paula Fernandes e Djavan foram alguns dos artistas que ousaram lançar algo inédito este ano e entram nas indicações natalinas, assim como Erasmo Carlos que lançou projeto ao vivo, que também falaremos nestes dias! Como se vê, temos poucas, mas valiosas opções. O formato CD/DVD está mais em conta, portanto, os presentes natalinos podem continuar dando o tom musical da nossa festa!

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de novembro de 2015

♫Anos dourados♫

Um clássico da música brasileira e talvez a parceria mais linda entre Chico Buarque e Tom Jobim. Feita por encomenda para a minissérie de mesmo nome, Chico conta em seu DVD que enfrentou um problema grave, pois recebeu a música de Tom que apelava diariamente para que ele concluísse a letra que não saiu até o final da minissérie.

Com uma letra feminina, ou seja, cantada por uma mulher, Anos dourados traz uma época em que o casal foi feliz e que, de maneira confusa, desejam retomar esses momentos, esses insanos dezembros relembrados em fotografias. Um perfeito bolero gravado por grandes nomes da nossa música.

Anos dourados
Tom Jobim e Chico Buarque

Parece que dizes
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes

Te ligo afobada
E deixo confissões no gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor

Me vejo a teu lado
Te amo? Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado

Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda

Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor

Meus olhos molhados
Insanos dezembros
Mas quando eu me lembro
São anos dourados

Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Olhando as estrelas - 59

A série aborda hoje o encontro de mais dois gênios da nossa música. Cada um com sua carreira e contribuição imensurável, também se uniram em determinados momentos, trazendo brilho ainda maior à música brasileira. Caetano Veloso e Roberto Carlos se conheceram na década de 60. 

De início hostil e depois, rapidamente, rendido ao trabalho do rei, Caetano foi um dos que pode dizer que cantou no programa Jovem Guarda. Participaram de festivais, foram vaiados e aplaudidos. Caetano foi exilado, recebeu visita do rei em Londres e ouviu em primeira mão As curvas da estrada de Santos. Fez de Roberto seu porta voz, com a gravação de Como dois e dois, em 1971. No mesmo ano, recebeu dele uma belíssima homenagem com a canção Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, que saudava sua possível volta.

Compôs mais clássicos que o rei gravou como Muito Romântico e Força estranha e coisas que o rei não gravou como Ela e eu e Pele. Também gravou coisas para o rei como a canção Baby, imortalizada por Gal, onde cita Roberto na letra e, coisas do rei como Fera ferida e Quero que vá tudo pro inferno (no CD do Erasmo, junto com este). Participou dos especiais da Globo de 1975, 1992 e 2008. Ambos gravaram CD e DVD em homenagem a obra de Tom Jobim em 2008 e toda vez que se encontram, mostram porque uma força os leva a cantar e em algumas vezes, juntos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Nesta longa estrada da vida...

Enquanto estouram por aí duplas e mais duplas sertanejas, não podemos esquecer de algumas que, já há algum tempo, vem abrindo caminhos para estas novas gerações. E entre tantas, temos uma conhecida como As gargantas de ouro do Brasil, formada por Romeu Januário de Matos, o Milionário, natural de Monte Santo/MG e José Alves dos Santos, o José Rico, natural de São José do Belmonte/PE.

Os dois se conheceram em São Paulo, no início da década de 70 e formaram uma das duplas mais famosas deste país, que extrapolou fronteiras com grandes sucessos como Ilusão perdida, Estrada da vida, Sonhei com você, Jogo de amor, Sonho de um caminhoneiro, O tropeiro, Decida, A carta, Meu mundo vazio, entre outras.

José Rico partiu para a eternidade este ano. Milionário segue carreira divulgando os grandes sucessos da dupla e, como sempre fizeram, abrindo caminhos para outros nomes que surgem e que tem nesta dupla, uma referência para seus novos trabalhos.

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de novembro de 2015

♫A ponte♫

A música brasileira apresenta gênios que não viram fumaça como nas lendas. Ao contrário, suas ideias ardem nos olhos de quem não as quer presenciar. Lenine, por exemplo, é um desses gênios contemporâneos que canta as mais variadas facetas deste país. E não é que até uma ponte, ou várias pontes (como as do Recife) o inspiraram em mais esta grande obra, que também é uma ponte entre ele e Lula Queiroga? Na imagem, a famosa ponte JK em Brasília também citada na canção.

Com a participação do rapper Gog, que havia gravado uma canção com trechos dessa canção, fizeram este belíssimo trabalho presente em seu Acústico MTV. Uma letra longa que esgota o assunto, falando das maravilhas que existem por trás de um simples monumento até a corrupção que habita os bastidores de sua construção. E depois de ler essa letra, com uma batida contagiante e as harmonias sempre surpreendentes de Lenine, me diga se não estou certo por tratá-lo como um dos gênios musicais de nosso país?

A ponte
Lenine e Lula Queiroga

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré

A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

Eu já atravessei a ponte do Paraguai
Um filme inspirou A Ponte do Rio Que Cai
É sucesso em Campinas e na voz dos Racionais
Mas a ponte da capital é demais
Projetada pra aproximar
O centro-sul, Sebastião, o Lago e o Paranoá
Desafogar o tráfego na região
Visitantes de chegada nova opção
Fique ligado acompanhe passo a passo
Condomínios luxuosos por todos os lados
O Congresso, o Planalto colados
Aqueles barracos ali ó, vão ser retirados!
A ponte é luxo, nada mono, só estéreo
Mil e duzentos metros, louco visual aéreo
Quem sobe só pra regular a antena
Reforce as pontes de safena
A ponte começou depois
Mas terminou bem antes que as obras do metrô
Quem mora fora do avião
Bate palma, apoia, pede diversão
A ponte é muito, muito iluminada
O por do sol numa visão privilegiada
O povo quer passar nela e ver algo místico
A ponte virou ponto turístico


Esse lugar é uma maravilha
No horizonte, no horizonte

A ponte é o vai e vem de doutor
Tem ambulante, tem camelô
Olha pra baixo vê jet ski, altos barcos
Olha pra cima lá estão os três arcos
A ponte saiu do papel, virou realidade
Novo cartão postal da cidade
Um quer transformar num patrimônio mundial
O outro num inquérito policial
Então na sua opinião Lenine
Tá tudo normal ou existe crime?
Se souber um caminho de rocha me aponte


Vai na fonte, vai na fonte

A ponte simboliza união
No nosso caso Brasília e o sertão

A ponte não é de concreto,
não é de ferro e não é de cimento

Leva o nome de JK
Que transferiu a capital do litoral pra cá
Lenine, eu te peço mais um favor
De onde é a origem desse preto que se apresentou?

Nagô, nagô, na Golden Gate...

Quem foi?
O projeto é do arquiteto Alexandre Chan
Pagaram?
Todas as contas foram aprovadas pelo TCU
Me diz quanto foi?
164 milhões de reais
Brasília periferia é o lugar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

CD Alcione Nos bares da vida

Já comentamos anteriormente sobre alguns trabalhos da marrom, sobretudo alguns bons projetos ao vivo de sua carreira. Mas, o primeiro trabalho ao vivo da Alcione trazia pouca ou quase nenhuma referência ao seu habitual repertório e sim, a lembrança de seu início de carreira quando cantava em boates no Rio de Janeiro.

Resultado disso é o show que saiu apenas em CD, lançado em 2000, com verdadeiros clássicos da nossa música como Este seu olhar, Nossos momentos, O poder da criação, Bar da noite, Neste mesmo lugar, Última forma, Não me diga adeus/Pois é/Obsessão/A flor e o espinho/Me deixe em paz, Ilusão a toa, A noite do meu bem, Tudo acabado, Que sejam bem-vindos, Papel de pão, Pelo cansaço, Olha, Pra machucar meu coração, De onde vens, Lamento sertanejo, Amendoim torradinho, Ronda, Mel na boca e Carinhoso.

Grande trabalho acompanhado pelo violão de João Lyra. Pena que não saiu em DVD, mas por se tornar o primeiro ao vivo da marrom, foi marcante sobretudo por revelar a grande intérprete que ela se tornou desde a década de 70. Esta sim é a típica cantora da noite que transformou-se em uma das maiores intérpretes deste país verde e amarelo e "marrom".

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Os Músicos do Brasil - 65

Este veio do século 19. José Gomes de Abreu, mais conhecido como Zequinha de Abreu foi compositor, instrumentista e regente, dono de um dos sucessos brasileiros mais famosos no mundo todo, o chorinho Tico-tico no fubá, imortalizado por Carmem Miranda.

Na flauta e no piano, deu corpo às suas composições, famosas em sua época. Além de Tico-tico no fubá, que antes seria no "farelo", outro grande sucesso seu foi a valsa Branca. Ademilde Fonseca e Altamiro Carrilho foram alguns dos músicos que também reviveram seus sucessos.

Natural de Santa Rita de Passa Quatro, em São Paulo, Zequinha prova que a boa música fica, pois hoje em dia os versos instrumentais de Tico-tico no fubá são facilmente lembrados onde são entoados como um dos verdadeiros clássicos que o Brasil possui aqui e no exterior.

Um forte abraço a todos!